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O efeito da modulação do óxido nítrico no estado inotrópico cardíaco é conhecido. O NO promove a fosforilação da troponina I pela proteína quinase C (PKG), diminuindo a afinidade da troponina C ao cálcio nos cardiomiócitos, com consequente redução da força contrátil. Além disso, a PKG também é capaz de suprimir o aumento da corrente de cálcio causada pela fosforilação dos canais de cálcio tipo L, modulando o estado inotrópico cardíaco (LAYLAND; LI; SHAH, 2002).

4.6.1 Avaliação ponderal, da força de contração isométrica e da cinética contrátil dos papilares antes e após incubação com L-NAME

A força dos músculos papilares após a incubação com L-NAME permaneceu aumentada nos grupos tratados com cobre em comparação com o grupo Ct (Figura 22 A). Esse resultado sugere que o NO não desempenha nenhum papel nos mecanismos de desenvolvimento da força de contração dos músculos papilares. Além disso, não houve diferença no desenvolvimento da força entre os grupos (Figura 22 B).

Figura 22: (A) Força de contração isométrica e (B) tensão basal desenvolvida pelos músculos papilares de VE dos ratos dos grupos controle (Ct) e tratado com cobre (Cu) antes (Ct e Cu) e após incubação com L-NAME (Ct L-NAME e Cu L-NAME). Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como Média ± EPM. * P < 0,05. ANOVA 1 via seguido de pós teste de Fisher.

Avaliando os parâmetros de contratilidade e tempo de relaxamento, observamos que os tempos de ativação e relaxamento (Figura 23 A e B) permaneceram maiores no grupo tratado em comparação ao controle. E após a incubação com o L-NAME, o tempo de relaxamento não teve seu aumento impedido (Figura 23 B), assim como as derivadas temporais positiva e negativa (Figura 23 C e D) permaneceram inalteradas.

Figura 23: Avaliação, in vitro, de parâmetros temporais da contração, tempo de ativação (A) e relaxamento (B), e derivadas positivas (C) e negativas (D) de força de músculos papilares de VE dos ratos dos grupos controle (Ct) e tratado com cobre (Cu) antes (Ct e Cu) e após incubação com L- NAME (Ct L-NAME e Cu L-NAME). Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como Média ± EPM. ANOVA 1 via seguido de pós teste de Fisher. * P < 0,05.

4.6.2 Avaliação indireta da atividade do retículo sarcoplasmático após incubação com L-NAME.

Após a sobrecarga crônica de cobre, as potenciações relativas foram reduzidas nas pausas de 30 e 60 segundos, sugerindo que há interferência do funcionamento do RS na presença do metal. Com o intuito de avaliar a participação do NO sobre a atividade do RS, de forma indireta, foi utilizado o L-NAME. Observamos que os papilares dos animais tratados com cobre e os papilares incubados com L-NAME (Cu, Ct L-NAME e Cu L-NAME) apresentaram menor potenciação relativa após as pausas de 15, 30 e 60 segundos em comparação ao grupo controle (Figura 24). Os músculos papilares expostos ao cobre exibiram o mesmo comportamento daqueles incubados com L-NAME. Estes dados sugerem que o metal pode interferir no funcionamento do RS e que a redução no NO pode estar envolvida nesse mecanismo.

Figura 24: Avaliação das potenciações relativas após pausas (PPP) de 15, 30 e 60 segundos de músculos papilares de VE, in vitro, de ratos dos grupos controle (Ct) e tratado (Cu) antes (Ct e Cu) e após incubação com L-NAME (Ct L-NAME e Cu L-NAME). Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como Média ± EPM. Anova duas vias seguido de pós teste de Fisher. * P < 0,05 vs Ct.

4.6.3 Avaliação do óxido nítrico na resposta inotrópica frente a mudanças na concentração de cálcio extracelular após incubação com L-NAME.

A sobrecarga de cobre aumentou a força de contração dos músculos papilares isolados na presença de diferentes concentrações de cálcio extracelular (Figura 25). Para avaliar a participação do NO sobre os mecanismos reguladores da contratilidade miocárdica frente a diferentes concentrações de Ca2+, foi realizado o protocolo na presença de L-NAME. Após a incubação com L-NAME a força desenvolvida pelos músculos papilares manteve-se maior no grupo tratado com cobre na presença do L-NAME em comparação ao grupo controle em todas as concentrações de CaCl2 (Figura 25).

Figura 25: Avaliação, in vitro, da força de músculos papilares de VE de ratos dos grupos controle (Ct) e tratado (Cu) antes (Ct e Cu) e após incubação com L-NAME (Ct L-NAME e Cu L-NAME) frente a diferentes concentrações de cálcio extracelular. Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como Média ± EPM. Anova duas vias seguido de pós teste de Fisher. + P < 0,05 vs Cu L-NAME.

4.6.4 Avaliação do óxido nítrico na contração pós-repouso de 10 minutos. O L-NAME reduziu a resposta contrátil após repouso dos papilares de ambos os grupos aos parâmetros do grupo controle (Figura 26). Esses dados sugerem que o tratamento com cobre aumentou o influxo de Ca2+ transsarcolemal, elevando a resposta contrátil. No entanto, a resposta contrátil dos papilares expostos ao cobre foi reduzida aos valores do grupo controle após o bloqueio da síntese de NO.

Figura 26: Avaliação indireta, in vitro, do influxo de cálcio transarcolemal avaliado pela “post rest

contraction” de músculos papilares de VE de ratos dos grupos controle (Ct) e tratado (Cu), antes (Ct e

Cu) e após a incubação com L-NAME (Ct L-NAME e Cu L-NAME). A força foi calculada como a porcentagem da força de contração após a pausa e a estabilizada anteriormente ao início da realização da intervenção. Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como Média ± EPM. ANOVA 1 via seguido de pós teste de Fisher. * P < 0,05.

4.6.5 Avaliação do óxido nítrico na resposta β-adrenérgica.

Após a sobrecarga crônica de cobre, como mostra a figura 20, a resposta inotrópica ao isoproterenol foi reduzida, comparada ao grupo Controle. Para avaliar a participação do NO nos mecanismos de regulação cardíaca diante da estimulação simpática, foi realizado o protocolo com o agonista β-adrenérgico, o isoproterenol, na

presença do L-NAME. O L-NAME não restaurou os efeitos produzidos pelo tratamento crônico de cobre (figura 27).

Figura 27: Avaliação da resposta inotrópica de músculos papilares de VE, in vitro, de ratos de grupo controle (Ct) e tratado com cobre (Cu) antes (Ct e Cu) e após (Ct L-NAME e Cu L-NAME) a incubação com o L-NAME. A variação na contratilidade foi calculada pela diferença entre os valores da resposta β-adrenérgica representada pelo valor percentual em ambos os grupos experimentais em relação ao valor basal. Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. * P < 0,05 vs Ct. Os dados estão expressos como a média ± EPM. ANOVA 1 via seguido de pós teste de

Fisher.

4.6.6 Avaliação do óxido nítrico nas contrações tetânicas

A figura 21 mostra que a sobrecarga crônica de cobre promoveu aumento da resposta contrátil no pico e no platô nas contrações tetânicas. Os efeitos produzidos pela sobrecarga de cobre no pico das contrações tetânicas não foram modificados na presença do L-NAME (Figura 28). Além disso, a força desenvolvida no platô das contrações tetânicas pelos músculos papilares do grupo tratado com cobre não foi alterada, quando a síntese de NO foi inibida (Figura 28 B).

Figura 28: Avaliação, in vitro, da força de músculos papilares de VE de ratos dos grupos controle (Ct) e tratado com cobre (Cu) antes (Ct e Cu) e após (Ct L-NAME e Cu L-NAME) a incubação com o L- NAME, no (C) pico e no (D) platô das contrações tetânicas. Os números entre parênteses correspondem ao número de papilares estudados. Os dados estão expressos como a média ± EPM. ANOVA 1 via seguido de pós teste de Fisher. * P < 0,05.

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