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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.2. Deposição de calda no dossel da planta

3.2.2. Avaliação da deposição de calda à vazão de ar alta

De forma semelhante ao experimento anterior, a deposição de calda foi avaliada aplicando três volumes de calda por hectare, avaliando três alturas da copa: terço inferior, terço médio e terço superior. Para cada altura foram colhidas folhas em três posições na copa, uma frontal, uma lateral e uma posterior em relação à posição do pulverizador. O Quadro 6 apresenta as médias da deposição de calda por unidade de área

No Quadro 7, observa-se a análise da variância para os volumes retidos nas folhas do eucalipto de acordo com o volume de aplicação de calda, altura da folha na copa e posição da folha na copa.

Quadro 6 – Valores médios de deposição de calda (µL cm-2

) para os índices de volumes (V1 = 27 L 1.000 m-3 de copa; V2 = 20,2 L 1.000 m-3 de copa; e V3 = 12,8 L 1.000 m-3 de copa), alturas (1 = terço inferior da copa; 2 = terço médio da copa; e 3 = terço superior da copa) e posições (P1 = frontal; P2 = lateral; e P3 = posterior da copa em relação ao pulverizador) Altura 1 2 3 P1 2,76 1,51 2,93 V1 P2 3,05 1,60 1,95 P3 1,91 1,83 1,83 P1 2,35 2,13 0,70 V2 P2 2,55 1,24 1,23 P3 2,38 1,27 1,67 P1 1,88 1,37 1,13 V3 P2 1,35 1,79 0,90 P3 2,06 1,42 1,25

Quadro 7 – Resumo da análise de variância do volume retido nas folhas de eucalipto em função do volume aplicado, altura da folha na copa e sua posição FV GL QM Bloco 2 32.90098* Volume 2 3.294939 NS Erro(A) 4 6.774803 Posição 2 0.1378234 NS Posição*Volume 4 0.3361811 NS Erro(B) 12 0.2727468 Altura 2 4.595041* Altura*Volume 4 1.017756 NS Posição*Altura 4 0.1048084 NS NS

De forma semelhante ao Quadro 4, não houve nenhuma interação com diferenças significativas. Os fatores volume de aplicação e posição da folha na copa também apresentaram resultados semelhantes. O fator altura da folha na copa influenciou no volume de calda depositada.

A deposição de calda nas folhas do terço inferior das copas foram maiores que nos terços médios e superiores. Entre estes dois últimos não houve diferenças estatísticas significativas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Neste caso, semelhante ao experimento com menor vazão de ar do pulverizador pneumático, o “efeito parede” descrito por Escola et al. (2006) é a provável causa do maior volume de calda depositado no terço inferior da copa.

Quadro 6 – Média dos volumes depositados por área foliar

Altura Deposição de calda (µL cm-2)

Terço inferior 2,25A

Terço médio 1,57B

Terço superior 1,51B

De forma semelhante ao estudo com menor vazão de ar, a maior quantidade de calda depositada na parte inferior do dossel se torna importante no controle de lagartas, objetivo desse sistema, uma vez que estas preferem as folhas mais velhas para se alimentares e estas se encontram nessa parte do dossel (SPECHT et al., 2006).

4. CONCLUSÕES

Nas condições em que o experimento foi conduzido, chegou-se às seguintes conclusões:

Para as duas condições de vazão de ar (11.300 m3 h-1 e 13.250 m3 h-1), a maior deposição de calda ocorre nas partes inferiores do dossel.

O volume de deposição em valores absoluto foi maior quando utilizou a menor vazão de ar.

O pulverizador utilizado se mostra eficiente para aplicação de fitossanitários em árvores adultas de eucalipto.

5. BIBLIOGRAFIA

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PARÂMETROS DA PULVERIZAÇÃO PNEUMÁTICA EM EUCALIPTO

RESUMO

O trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa, no município de Viçosa, MG e no município de Belo Oriente, MG, no campo de reflorestamento de eucaliptos (Eucalyptus grandis) da CENIBRA – Celulose Nipo-Brasileira com o objetivo de determinar os melhores parâmetros da pulverização utilizando pulverizador pneumático adaptado para a aplicação em florestas de eucalipto através do estudo de gotas utilizando etiquetas hidrossensíveis. Essas etiquetas foram posicionadas nos dosséis dos eucaliptos em três alturas diferenciadas e três posições em relação à copa com o auxílio do Feller Buncher. Os parâmetros observados foram densidade de gotas, porcentagem de cobertura, DMV, coeficiente de homogeneidade (CH) e SPAN. Nas condições em que o experimento foi conduzido observou-se que em todos os pontos do dossel das árvores estudados, os valores de densidades atendem as especificações mínimas para a aplicação de inseticida. As vazões de ar estudadas não interferiram significativamente a porcentagem de cobertura e os valores de SPAN e CH foram condizentes com o tipo de pulverizador utilizado. Para as condições estudadas a vazão de ar obtida com 56,5 rad s-1 na (540 rpm) TDP foi adequada à aplicação de produtos.

1. INTRODUÇÃO

Dentre as várias etapas da mecanização florestal, a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas merece especial atenção, pode ser considerada uma das técnicas responsáveis pelo aumento no rendimento de madeira. O desenvolvimento das máquinas aplicadoras de defensivos não acompanhou o desenvolvimento da indústria química e o desenvolvimento de outros setores da mecanização florestal, como por exemplo máquinas para colheita e processamento de madeira.

Independente da cultura explorada, o sucesso final está ligado diretamente às etapas da mecanização, como, semeadura ou plantio, adubação, pulverização e colheita. Todas essas etapas são de grande importância no processo de produção, portanto, a pulverização deve receber uma atenção especial, devido a diversos fatores, como por exemplo, o momento certo da aplicação, o uso do produto adequado, responsável pela eficácia de controle, o uso da máquina correta, onde se tenha uma alta eficiência da pulverização e a correta deposição de gotas sobre o alvo.

No passado o controle de pragas era realizado através de panos ou escovas, que embebidos na calda, eram esfregados sobre as folhas. Quando o

fitossanitários surgiu entre 1897 e 1900 e ocorreu devido ao interesse dos agricultores em aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. Outro fato que merece atenção é que, em conseqüência da revolução industrial, aumentou muito o êxodo rural, diminuindo assim a quantidade de mão de obra no campo, aumentando a demanda de alimentos devido ao aumento da população da zona urbana.

A pulverização consiste na fragmentação do liquido em gotas e os pulverizadores classificados em função da energia que usam para fazer essa fragmentação, como pulverizadores hidráulicos, pulverizadores hidropneumático, pneumáticos, centrífugos e térmicos.

O uso de sistema de pulverização pneumática não é recente, mas ultimamente tem ganhado destaque nas pesquisas atuais. O primeiro pulverizador pneumático foi desenvolvido provavelmente na França para aplicações em videiras, em 1885 (TSAY et al., 2002).

A pulverização pneumática ocorre com a injeção da calda sob baixa pressão em uma corrente de ar, fragmentando o líquido em gotas e conduzindo-as até o alvo.

As gotas pequenas resultantes da pulverização pneumática podem ser afetadas pela própria corrente de ar responsável pelo seu transporte até o alvo e pelas condições climáticas, causando deriva e evaporação. Por outro lado, a penetração de gotas maiores no interior da copa das arvores, pode ser reduzida devido ao impedimento causado pelas folhas e pelo atrito do ar.

O objetivo da pulverização pneumática em florestas adultas é depositar as gotas em todo o dossel das plantas, e esse processo pode ser afetado pela arquitetura e densidade foliar da planta.

O regime de fluxo de ar produzido nos pulverizadores pneumáticos é um elemento crítico no processo de transporte de gotas do pulverizador até a copa das plantas, pois à medida que as gotas vão se afastando do pulverizador, o fluxo de ar vai se tornando desuniforme, ou seja, vai se espalhando durante a trajetória. Vários estudos usaram modelos de jato

Ainda de acordo com Fox et al. (2008), a deposição de gotas pode ser modelada pelos princípios da inércia, características do impacto sobre o alvo, interceptação pelas folhas externas e sedimentação. As gotas grandes são depositadas na folha principalmente pelo impacto. Já as gotas pequenas tendem a seguir a corrente aerodinâmica do fluxo de ar e se depositarem no alvo pelo movimento turbulento do fluxo de ar.

Na aplicação de defensivos em plantas arbóreas é comum, devido à alta densidade foliar, que grande parte das gotas não atinja o interior do dossel das plantas. Nessa situação, a uniformidade de distribuição de liquido no dossel da planta fica prejudicada, causando uma baixa eficácia de controle da praga. Devido a essa baixa eficácia, os produtores aumentam o volume de calda utilizado e a dose do defensivo agrícola, ocasionando aumento no custo de produção e contaminação ambiental (PAI et al., 2008).

Obter uniformidade de distribuição no dossel de plantas arbóreas sempre foi um dos objetivos de pesquisadores e produtores. A preocupação com uma agricultura sustentável, onde o uso de defensivos agrícolas seja usado com cautela, se tornou realidade em vários países. Uma maneira de praticar uma agricultura sustentável, sem agredir o meio ambiente, é aplicar o defensivo somente quando se fizer necessário, no local necessário, em quantidade necessária e em local necessário (FAROOQ; LANDERS, 2004).

Um dos métodos de avaliação da qualidade da aplicação de produtos fitossanitários é o uso de papeis sensível a água. Estes papéis apresentam em uma de suas faces a presença da substância bromofenol. Em contato com a água ocorre uma ionização essa substância ficando o local do contato com uma coloração azul. Essa coloração contrasta com o amarelo que é a cor de fundo do papel, permitindo assim a caracterização do tamanho e formato das gotas depositadas na etiqueta. E com o conhecimento do espectro das gotas que atinge o alvo permite adequar o tamanho de gotas às condições locais, garantindo assim uma aplicação de produtos fitossanitários eficientes (CUNHA, 2003).

erro humano, mantendo um padrão de qualidade, oferecendo uma análise rápida e fácil da real condição da pulverização.

Cross et al. (2001) testaram a distribuição da calda e as perdas causadas por deriva em árvores frutíferas utilizando papel hidrossensível e análise de imagens. Os autores descrevem a técnica como rápida e eficaz.

Estudos com diferentes volumes de aplicação e sua influência na qualidade da pulverização em laranjeiras, utilizando etiquetas hidrossensíveis, são descritas como capazes de diferenciar os tratamentos estudados (SALYANI; FOX, 1999).

Durabilidade de etiquetas amostradas por longo período não altera o tamanho, cor e forma das gotas, quando armazenadas em condições adequadas (SALYANI, 1999).

Marti et al. (2006), avaliando a otimização da tecnologia de aplicação de defensivos em plantas arbóreas, concluíram que não é fácil conseguir distribuição uniforme sobre o dossel da planta. Afirmaram que aumentar a penetração de gotas é um objetivo importante para o desenvolvimento dos pulverizadores hidropneumáticos e para a economia de inseticidas.

O objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros da pulverização utilizando pulverizador pneumático para a aplicação em florestas de eucalipto através do estudo de gotas utilizando etiquetas hidrossensíveis, visando escolhe melhores parâmetros da pulverização.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados em condições de laboratório na cidade de Viçosa e à campo na cidade de Belo Oriente, Minas Gerais, utilizando-se um pulverizador pneumático, marca Jacto, como objetivo alcançar alturas superiores a 20 metros na aplicação de produtos fitossanitários em plantações de eucaliptos adultos (Eucalyptus grandis). Os dois experimentos foram conduzidos de forma semelhante com exceção das vazões de ar. No primeiro experimento utilizou-se uma vazão de ar de 11.300 m3 h-1 obtida utilizando 56,5 rad s-1 (540 rpm) no eixo da tomada de potência (experimento 1) e no segundo experimento utilizou-se uma vazão de ar de 13.250 m3 h-1 obtido com 68 rad s-1 (650 rpm) no eixo da tomada de potência (experimento 2).

Os trabalhos foram desenvolvidos no campo de reflorestamento de eucaliptos (Eucalyptus grandis) da Cenibra – Celulose Nipo-Brasileira – no município de Belo Oriente, MG. Os eucaliptos utilizados pertenciam a um talhão de 43,16 ha, plantado com o clone tipo 111C89 com idade de 6,3 anos.

Nesses experimentos utilizaram-se etiquetas de papel hidrossensíveis posicionadas nos dosséis dos eucaliptos em três alturas diferenciadas (terço inferior, médio e superior do dossel) e três posições em relação à copa (frente,

próximo ao chão, quando as etiquetas eram presas nas referidas posições, retornando, assim, a mesma para sua posição original (Figura 1).

Figura 1 – Feller Buncher de esteira.

Após a pulverização, a copa da árvore era novamente abaixada até próximo ao solo pelo Feller Buncher e as etiquetas eram retiradas, acondicionadas em sacos de papel devidamente separados de acordo com sua altura e posição de colocação na copa e levadas ao laboratório. Essas etiquetas foram digitalizadas e analisadas determinando-se a deposição de gotas através da densidade de gotas e a porcentagem de cobertura. O fator de espalhamento das gotas foi determinado de acordo com a equação proposta por Chaim (1999). ) D ln( 2024884 , 0 + D 0001010399 , 0 + 74057 , 0 = F (1)

Recolhidas as etiquetas, determinou-se o comprimento total da árvore, assim como o comprimento e diâmetro de sua copa. Com as dimensões obtidas determinou-se o TRV através da equação:

D

L

H

TRV

.

.10000

(2)

em que TRV é o volume dos dosséis das plantas (m3 ha-1); H, altura do dossel (m); L, diâmetro do dossel (m); e D, distância entre linhas de plantio (m).

O pulverizador foi acoplado a um trator da marca New Holland, modelo TL85E e abastecido. Utilizaram-se as três primeiras velocidades do trator New Holland obtendo-se, respectivamente, 0,46, 0,66 e 0,96 m s-1, com uma vazão de 24,1 L min-1

Durante a coleta de dados, as condições de vento, pressão barométrica, temperatura e umidade foram monitoradas através de, respectivamente, anemômetro, barômetro, termômetro e higrômetro digitais, previamente calibrados.

2.1. Delineamento experimental

Os experimentos foram montados segundo um esquema de parcelas subsubdivididas, tendo nas parcelas os volumes de aplicação, na subparcelas as alturas e nas subsubparcelas as posições, em delineamento em blocos casualizados, com três repetições. Os dados foram analisados por meio de Análise de Variância e as médias foram comparadas utilizando-se o teste F e Tukey, adotando seu nível de 5% de probabilidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante os experimentos a temperatura variou entre 24 e 28,0oC, o vento próximo ao solo entre 0,0 e 1,9 m s-1, a pressão barométrica foi de 1002 mbar e umidade relativa, acima de 62%

O Quadro 1 apresenta os valores médios corrigidos do índice volumétrico aplicado em função do volume de cada dossel medido das arvores pulverizadas, com base no TRV médio de 102.228 m-3 ha-1 de copa.

Quadro 1 – Índice volumétrico e volume de pulverização aplicado na lavoura

L 1.000 m-3 de dossel Índice volumétrico (L 1.000 m-3 de dossel) Volume de aplicação (L ha-1) IV (Volume 1) 27,0 2.754 IV (Volume 2) 20,2 2.060 IV (Volume 3) 12,8 1.305

3.1. Estudo da população de gotas aplicadas na lavoura de eucalipto

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