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Avaliação do índice relativo de clorofila com SPAD

CAPÍTULO II Desenvolvimento e sintomas visuais de deficiência

1 INTRODUÇÃO

3.11 Avaliação do índice relativo de clorofila com SPAD

As clorofilas são pigmentos responsáveis pela conversão da radiação luminosa em energia, sob a forma de ATP e NADPH, e por essa razão, são estreitamente relacionadas com a eficiência fotossintética das plantas e, consequentemente, ao seu crescimento e adaptabilidade a diferentes ambientes (TAIZ; ZEIGER, 2004). Logo, sua quantificação é relevante no estudo de práticas culturais e na nutrição mineral do alho, visando a aumentar a atividade fotossintética das plantas e consequentemente o potencial produtivo.

Verificou-se diferença significativa (p>0,5) entre o tratamento Completo e os tratamentos de omissão nutricional no índice relativo de clorofila feita pelo medidor indireto de clorofila SPAD-502 (Tabela 2).

Tabela 2 Leitura do IRC no SPAD em plantas de alho livre de vírus cultivadas em solução nutritiva. UFLA, Lavras, MG, 2014.

Tratamentos IRC 30 dias IRC 45 dias IRC 60 dias IRC 75 dias IRC 90 dias Completo 69,6 a 69,3 a 73,8 a 73,2 a 70,8 a -N 43,0 d 42,0 c 40,7 d 24,5 d 0* -P 63,1 b 65,7 a 63,9 b 63,7 b 65,3 b -K 62,9 b 66,9 a 65,1 b 65,2 b 67,2 b -Ca 64,6 b 58,1 b 0* 0* 0* -Mg 55,5 c 54,0 c 54,0 c 52,5 c 49,2 c -S 62,0 b 65,1 a 63,4 b 69,9 b 69,1 a -B 64,1 b 64,0 a 68,3 b 67,6 b 67,6 b -Cu 66,2 a 66,6 a 62,8 b 62,6 b 62,9 b -Fe 55,5 c 53,7 c 52,7 c 50,0 c 45,0 c -Mn 66,4 a 66,3 a 62,3 b 65,1b 65,0 b -Zn 66,1 a 66,1 a 66,3 b 65,1 b 68,15 b CV(%) 3,92 6,95 9,08 9,82 8,22

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *As plantas já haviam sido colhidas.

Na primeira leitura aos 30 DAE os maiores valores de leitura no aparelho SPAD foram dos tratamentos Completo (69,6), -Cu (66,2), -Mn (66,4) e –Zn (66,1). O menor valor foi observado no tratamento -N quando comparadas com tratamento Completo, sendo este o padrão. Aos 45, 60 e 75 DAE somente o tratamento -N se destacou de forma mais negativa, verificando-se relação da omissão de N em solução nutritiva e menores valores no IRC obtidos no SPAD ao longo das medições. Porém os tratamentos -Mg e -Fe obtiveram leituras abaixo dos demais tratamentos em todas as leituras, exceto, somente quando comparado os de omissão de nitrogênio. Apresentando também relação entre omissão de Mg e Fe na solução nutritiva e o menor teor de clorofila nas folhas das plantas ao longo das leituras. Aos 90 DAE o decréscimo de clorofila foi

maior nas plantas sob omissão de Fe do que nas plantas sob omissão de Mg. As plantas do tratamento -N foram colhidas paras as análises químicas antes da leitura aos 90 DAE, pois já estavam em senescência. Segundo Fernandes et al., (2011), há correlação positiva entre as leituras IRC e o N foliar em diferentes épocas de amostragem e doses N em adubação de cobertura, sendo que o maior coeficiente de correlação foi obtido aos 50 DAE, sendo o IRC de 70,0 SPAD, com aplicação de 235 kg ha-1 de N . Dados semelhantes foram obtidos por Lima (2005) que avaliou a correlação entre essas variáveis a cada 10 dias durante o ciclo da cultura que foi de 130 dias, utilizando a cultivar Caçador, e obteve maior coeficiente de correlação aos 70 DAE. Dessa forma, as leituras do IRC do SPAD podem inferir nos teores de N no alho.

Sob as formas a e b, as clorofilas são constantemente sintetizadas e destruídas, cujos processos são influenciados por fatores internos e externos às plantas. Entre os fatores externos, os nutrientes minerais se destacam, por integrarem a estrutura molecular das plantas, como também por atuarem em alguma etapa das reações que levam à síntese desses pigmentos (TAIZ; ZEIGER, 2004). Segundo Malavolta (2006), o ferro está envolvido na síntese da clorofila. Cerca de 80% do Fe nas folhas verdes estão localizados nos cloroplastos. Quando há deficiência desse micronutriente cai o teor de clorofila, o número de cloroplastos diminui e há menor quantidade de grana nos mesmos. A incorporação do Fe ou Mg como um átomo central no núcleo tetrapirrólico, leva à formação do grupo heme e às enzimas que o contém e à clorofila, respectivamente. Fe é pouco móvel na planta, inferir, os sintomas aparecem primeiro nas folhas mais novas, as quais amarelecem devido à menor síntese de clorofila. Com a evolução, as folhas podem sofrer um branqueamento. No caso do magnésio, a função mais conhecida do Mg é a de compor a molécula da clorofila, que são porfirinas magnesianas. O Mg corresponde a 2,7% do peso das mesmas e representa cerca de 15 a 20% do Mg total das folhas das plantas.

Como a maior parte do Mg na planta encontra-se na forma difusível e o elemento é móvel no floema, os sintomas de deficiência ocorrem nas folhas mais velhas. Estes se manifestam como uma clorose internerval, com progressão para uma clorose generalizada (FAQUIN, 2001; MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).

Nesse contexto, os resultados do estudo com o medidor indireto de clorofila mostrou-se eficaz na detecção de carência de N em alho. E que por meio de criação de padrões podem também identificar outras carências, como Mg e Fe em plantas de alho, já que se comprovou que estes nutrientes também tem participação chave na produção de clorofila pelas plantas, podendo ser medida indiretamente pelo SPAD. Dessa forma, o Minolta SPAD-502 pode-se tornar uma ferramenta muito útil para o manejo da nutrição e da adubação na cultura do alho vernalizado. Pois, a determinação do teor de clorofila pelo clorofilômetro apresenta algumas vantagens sobre o método de extração de clorofila, ou seja, a leitura pode ser realizada em poucos minutos, pois o aparelho tem custo mínimo de manutenção, não há necessidade de envio de amostras para laboratório, o que resulta em economia de tempo e dinheiro, e as leituras podem ser realizadas em quantas amostras forem necessárias, sem implicar na destruição das folhas (ARGENTA et al., 2001; MINOLTA, 1989; SWIADER; MOORE, 2002). Entretanto, faz-se necessária a sua calibração em cada situação, pois às condições climáticas, genótipo da espécie e à infestação por vírus, entre outras causas podem levar a variação nas leituras do índice relativo de clorofila, interferindo no diagnóstico nutricional das culturas analisadas.

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