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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. Avaliação do desenvolvimento de doenças nas cultivares de soja

Os dados de área abaixo da curva de progresso da antracnose (AACPA) nas diferentes cultivares é apresentado na Figura 3.

Figura 3. Área abaixo da curva de progresso de antracnose (AACPA) em cultivares de soja

convencional semeadas em diferentes épocas, na Vitrine Tecnológica da Embrapa Agrossilvipastoril (EMBRAPA MT), no período de dezembroa abril. Sinop/MT.

Observa-se que na segunda época de plantio houve maior incidência da doença por conta de que existem outras fazendas nas redondezas de onde foi feito o presente trabalho e com o plantio da soja mais adiantado nessas fazendas, o vento acaba disseminando ou levando restos culturais infectados para áreas mais novas. Com isso, podem-se subdividir as respostas das cultivares em três momentos: alta resistência, moderadamente e baixa resistência à Antracnose.

Alta resistência:

1ª época: As cultivares BRSMG 810 C, BRS 752 S, Msoy 8866 e BRS (217) Flora, apresentaram baixa AACPA.

2ª época: As cultivares BRSGO Luziânia, BRS Raimunda e BRS 752 S, com plantio em 15 de novembro apresentaram menor AACPA da doença.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 A A C P A CULTIVARES 1ª Época 2ª Época

Resistência moderada:

1ª época: Com plantio em 24 de outubro, as cultivares MG/BR-46 Conquista, BRS Aurora, BRS Jiripoca, BRS 252 (Serena), BRS Raimunda, BRSGO 8360, BRSGO Luziânia, BRSMG vencedora, BRS 8660, BRS Pétala, BRSGO 7960 e BRS 7560, apresentam valores intermediários de AACPA.

2ª época: As cultivares BRSMG Vencedora, BRSMG 810 C, BRS 7560, BRSGO Jataí, BRS 252 (Serena), BRSGO 8360, BRS Aurora, BRSGO 7960, Msoy 8866, BRS 8660, BRS Pétala e BRS (217) Flora, mostraram moderada resistência à antracnose.

Baixa resistência

1ª época: apresentaram alta AACPA as cultivares BRS Gralha e BRSGO Jataí. 2ª época: para o segundo momento de plantio, ocorreu alta AACPA nas cultivares BRS Gralha, BRS Jiripoca e MG/BR-46 Conquista.

As cultivares que apresentaram maior resistência á antracnose foram BRSMG 810C, BRS 752S, Msoy 8866 e BRS (217) Flora, em 1° época. Para 2° época, as cultivares com maiorresistência á antracnose foram: BRSGO Luziânia, BRS Raimunda e BRS 752 S.

Poucos trabalhos têm sido realizados para determinar a resistência de cultivares de soja à antracnose. Mesmo a recomendação oficial de controle não trata do uso de cultivares resistentes, preferindo 37 métodos culturais, como a rotação de culturas, manejo do solo e adubação potássica balanceada, maiores espaçamentos e menor densidade de plantas, visando diminuir a pressão de inóculo (BALARDIN, 2002).

A importância crescente da antracnose da soja no Brasil pode ser explicada pela suscetibilidade das cultivares e pelas condições de cultivo e manejo da soja. Especialmente nos seus estádios iniciais, quando recebe o inóculo provindo das sementes e de restos culturais, as plantas são mais suscetíveis, o que determina a introdução precoce do patógeno na lavoura (BALARDIN, 2002).

Como a antracnose da soja pode ocorrer em diferentes estádios da planta, a partir da sua emergência, é necessário conhecer a resistência ou suscetibilidade das cultivares em diferentes estádios do seu crescimento.

Melhores resultados podem ser obtidos com aplicações preventivas de fungicidas, que protegem as plantas por até 12 dias, porém isso requer a utilização de sistemas de previsão ou monitoramento frequente, a fim de posicionar a aplicação do fungicida o mais próximo possível do momento da infecção.

Com base neste trabalho, os controles químicos da antracnose mostraram-se importantes, porém não o suficiente para o manejo da antracnose. Fica evidente que para obter sucesso diante dessa doença, vai depender de outras medidas preventivas, como a

rotação de cultura, um adequado arranjo de plantas, o uso de adubação equilibrada e de sementes com boa sanidade.

O progresso da mancha alvo (AACPMA) nas diferentes cultivares é apresentado na Figura 4.

Figura 4. Área abaixo da curva de progresso de mancha alvo (AACPMA) em cultivares de soja

convencional semeadas em diferentes épocas, na Vitrine Tecnológica da Embrapa Agrossilvipastoril (EMBRAPA MT), no período de dezembro a abril. Sinop/MT.

Observa-se que a segunda época de plantio, mais tardia do que a primeira, houve maior incidência da doença. Podem-se subdividir as respostas das cultivares em três momentos: alta, moderada e baixa resistência à mancha alvo.

Alta resistência: (média de até 43,4 – 1ª época – e média de até 44,6 – 2ª

época):

1ª época: As cultivares BRS 252 (Serena); BRS Raimunda; MG/BR-46 Conquista; BRS (217) FLORA; BRSGO 8360; BRSGO 7960; BRSMG 810 C; BRS Gralha; Msoy 8866; BRSMG VENCEDORA; BRS Jiripoca; BRS 752 S e BRS 7560, apresentaram médias de AACPD de mancha alvo baixas, sendo que a média da última cultivar foi zero.

2ª época: As cultivares BRS Pétala; BRSGO Chapadões; Msoy 8866; BRSMG Vencedora; BRS Jiripoca; BRS 752 S e BRS 7560, com plantio em 10 de novembro apresentaram menores níveis de severidade da doença.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 A A C P M A CULTIVARES 1a época 2a época

Resistência moderada: (média de até 86,86 – 1ª época – e média de até 89,2

– 2ª época):

1ª época: Com plantio em 24 de outubro, as cultivares BRS Pétala; BRSGO Jataí; BRS 8660; BRSGO Luziânia e Chapadões, apresentam-se com média resistência a mancha alvo.

2ª época: As cultivares BRS Aurora; BRSGO 7960; BRSGO Jataí; BRSGO Luziânia; BRS 252 (Serena); BRS Raimunda; MG/BR-46 Conquista; BRSMG 810C; BRS (217) FLORA; BRSGO 8360 e BRS Gralha mostraram-se moderadamente resistente em campo a incidência de mancha alvo.

Baixa resistência: (média de até 130,2 – 1ª época – e média de até 133,8 – 2ª

época):

1ª época: A cultivar BRS Aurora apresentou alta taxa de infecção por mancha alvo. 2ª época: Para o segundo momento de plantio, ocorreu alta infestação para a cultivar BRS 8660.

Portanto, para o plantio em 24 de outubro, ascultivares de soja convencionais com menor susceptibilidade a mancha alvo foram: BRS 252 (Serena); BRS Raimunda; MG/BR- 46 Conquista; BRS (217) FLORA; BRSGO 8360; BRSGO 7960; BRSMG 810 C; BRS Gralha; Msoy 8866; BRSMG VENCEDORA; BRS Jiripoca; BRS 752 S e BRS 7560.

No plantio em segunda época, 10 de novembro, as cultivares com maior resistência a mancha alvo foram: BRS Pétala; BRSGO Chapadões; Msoy 8866; BRSMG Vencedora; BRS Jiripoca; BRS 752 S e BRS 7560.

Com os resultados obtidos pela AACPMA, algumas cultivares se mostraram interessantes para a região, como no caso da BRS 7560, uma cultivar de crescimento determinado, resistente ao acamamento, com um ciclo médio de 98 dias. Por ser uma cultivar precoce, possibilita a semeadura de cultura em sucessões, principalmente o cultivo de milho safrinha. Cultivar essa, indicada para a região do Mato Grosso e que obteve a menor AACPMA com valor igual a zero, para o plantio em primeira época. Dentre as cultivares que foram resistentes á mancha alvo em primeira época, essa cultivar foi quem mais chamou a atenção no trabalho.

Para a segunda época de plantio a cultivar que mais se destacou dentre todas utilizadas, foi a BRSGO Chapadões, uma cultivar de crescimento determinado, ciclo médio de 122 dias, resistente ás principais raças de nematoides de cisto, além de possuir um bom desempenho em áreas de Pratylenchus e nematoides de galha. Uma cultivar que obteve valor de AACPMA igual a zero e, foi a que mais chamou a atenção dentre as cultivares resistentes á mancha alvo em segunda época.

O que provavelmente influenciou no grande número de cultivares com menor suscetibilidade a mancha alvo além da época de plantio que teria começado juntamente com os produtores vizinhos do local onde foi feito o trabalho, também tem a influência de cultivares geneticamente modificadas, o que vem cada vez mais dando resultados positivos no campo, diante de algumas doenças que são importantes para a cultura da soja.

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