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Avaliação do efeito da aplicação

No documento QUÍMICA CAMPO LIMPO (páginas 108-115)

operação do tratorista com o equipamento, além do curto tempo de experimento, que durou dois minutos. A figura 59 utilizou os dados do log e ilustra a relação entre as velocidades de operação, em que o controlador automatizado foi mais constante e a dosagem média foi em tese a idealizada.

Figura 59 – Gráficos de variância de velocidade (km/h) e dosagem (L/ha) do

experimento final gerado a partir do log. O manual da Campo Limpo recomenda operar entre 4 e 7 km/h (faixa verde) e foi definido aplicar 30 L/ha (linha verde).

Fonte: Autor (2022)

Durante a análise dos dados de logs, telemetrias e medição do consumo de defensivo, dois problemas que poderiam alterar os resultados foram identificados. O primeiro, devido à calibração com o trator desligado, o que elevou a rotação do sistema tradicional conforme registrado pelo log quando em operação. O segundo, relacionado à mangueira da bomba peristáltica, que perdeu capacidade de vazão. Entretanto, não foi possível identificar o momento exato deste defeito, nem se estes defeitos são passíveis de se repetirem em qualquer equipamento. A partir da identificação desses problemas, foram realizados os reparos da bomba peristáltica e novos experimentos, para entender como ela e a variação do sistema elétrico nos controladores impactaram a operação. O passo seguinte foi simular o comportamento de deslocamento com os dados de telemetria real para a calibração da dosagem, entretanto, não foi executada uma nova aplicação em campo.

móvel de 114 mm. A temperatura média foi de 19,62 °C com uma radiação solar por dia de 23.243 KJ/m². A energia solar decresceu 0,7 kWh, de 5,7 para 5 kWh, conforme a estação BAGE A827, com dados obtidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia.

As condições ambientais verificadas, favoreceram o crescimento e desenvolvimento da vegetação, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente, aumentando a sua absorção e distribuição no interior da planta. Entretanto, o manejo por meio da aplicação seletiva foi dificultado pelo estado de alto desenvolvimento das plantas devido à maior quantidade de reservas de amido presentes no sistema radicular, onde cada planta em um diferente estado de desenvolvimento pode ter apresentado níveis diferentes de absorção (BASTIANIet al., 2018).

Figura 60 – Parcelas e traçado um mês após aplicar o dessecante

Fonte: Autor (2022)

Apesar de próximas, como visto na figura 60, as parcelas apresentaram características diferentes de inclinação horizontal, vertical, densidade de infestação, altura e distribuição das plantas entre o início e o fim figura 61. A topografia interferiu na capacidade de distribuição do defensivo quando o equipamento operou com um desnível lateral, gerando uma aplicação desuniforme, vista na figura 62. Nessa imagem, nota-se que o lado direto apresentou uma tonalidade esverdeada de vegetação ativa e a da esquerda

amarelada, com uma maior porção dessecada.

Figura 61 – Declividade do terreno vista da parcela 7

Fonte: Autor (2022)

Figura 62 – Parcela 1, com inclinação lateral e degradê, onde menos calda foi aplicada na área à direita

Fonte: Autor (2022)

A avaliação apresentou diversas dificuldades, devido à variabilidade e determinação de parâmetros para a avaliação do percentual de plantas mortas que é, em parte, subjetiva. No quadro de avaliação de campo, foi observada a quantidade e a parte de plantas dessecadas, supondo o ponto onde ocorre o toque das cordas, conforme o ajuste realizado na Campo Limpo. A contagem das touceiras pode não representar a densidade da infestação, já que um quadrado com 20 plantas e 2 cm de diâmetro e outro que tem

um conjunto de 4 com 10 cm. O ajuste da altura do aplicador, determinado pelo operador do trator, foi considerado ideal, dado o contato com a maioria das touceiras, sem causar o dobramento da planta, nem o efeito guarda-chuva. Apesar da altura das cordas dos aplicadores, posicionadas entre 16 e 19,5 cm, variar quando a roda se move sobre uma depressão ou uma elevação, como uma touceira mais densa, a aplicação copiou bem o terreno nas duas aplicações. A média da avaliação dos quadros foi utilizada para construir a tabela 11.

Tabela 11 – Primeira avaliação de eficiência de aplicação da máquina Campo Limpo, 12 dias após a aplicação, com a média dos três quadros

Controlador Parcela Altura (cm) Nº de touceiras % morta

Original 1 35 18 53

Original 2 41 18 67

Automático 3 42 19 32

Automático 4 36 14 35

Original 5 46 13 67

Automático 6 41 4 40

Automático 7 48 16 52

Original 8 41 10 80

Fonte: Autor (2022)

Foi visível a diferença das plantas dessecadas entre os dois tipos de aplicação, devido a diferença da quantidade calda aplicada, sendo que a quantidade no modo tradicional foi maior que a do automático. A distribuição ao longo das parcelas ocorreu de forma homogênea na extensão e entre as cordas, exceto nas parcelas 1 e 3 devido à inclinação do terreno, que fez o ponto mais baixo receber mais defensivo, gerando um degradê na coloração da vegetação. Não foram observados pontos de gotejamento por excesso de calda nas cordas e o desenvolvimento das plantas que estavam abaixo da linha do aplicador foi favorecido pelas condições climáticas.

O experimento apresentou características da vegetação uniformes nas parcelas tratadas, conforme a tabela 11. Os locais das parcelas de aplicação convencional apresentaram uma altura média de 40,83 cm ±6,39 e na aplicação automatizada 41,83 cm ±10,46. O número de touceiras foi de 15 ±6,58 e 13,5 ±6,76 por fim, o percentual de matéria morta resultante foi de 66,67%±16,56 para o modo convencional enquanto no modo automático 39,58% ±17,90, uma diferença resultante que pode se explicada devido ao uso de 25% ±3 menos defensivo pelo automatizado. Ao aplicar menos defensivo, onde foi indicado o uso de 4 litros por hectare, a dose de 2,56 litros

por hectare para infestação alta, conforme o manual indica na tabela 4 que pode não ser o ideal.

A segunda avaliação da vegetação, foi realizada no dia 14 de março e classificou outros pontos sorteados, utilizando a mesma metodologia, apresentados na tabela 12.

Os locais das parcelas de aplicação convencional, apresentaram uma altura média de 45,81 cm ±5,37 e para automatizado 51,19 cm ±7,16. O número de touceiras foi de 15,92 ±5,70 e 19,25 ±5,66 por fim, o percentual de matéria morta resultante foi de 78,33% ±15,13 para o modo tradicional e para o automático 47,50% ±17,52, uma diferença de 31% na matéria morta, devendo ser considerado o uso de 25% ±3 menos defensivo pelo automatizado. Em comparação com a primeira avaliação, se observou um aumento na vegetação morta em 11,97% para a aplicação tradicional e 7,97% para a automatizada.

Tabela 12 – Segunda avaliação de eficiência de aplicação da máquina Campo Limpo, 28 dias após a aplicação, com a média dos três quadros

Controlador Parcela Altura (cm) Nº de touceiras % morta

Original 1 44 16 85

Original 2 43 20 63

Automático 3 52 22 35

Automático 4 48 18 48

Original 5 50 14 80

Automático 6 45 13 47

Automático 7 59 24 60

Original 8 47 13 85

Fonte: Autor (2022)

Utilizando os dados de percentual de morte da Eragrostis Plana Nees, foram analisados os efeitos dos tratamentos com os diferentes aplicadores por meio de Análise de Variância (ANOVA) para a análise dos efeitos dos tratamentos vistos nas tabelas 13 e 14. A ANOVA indicou um efeito significativo dos tratamentos e essa diferença aumentou no intervalo de avaliação. A figura 63 apresenta o percentual das plantas mortas, usando a observação de pontos sorteados. O resultado correspondeu à condição, onde a sobredosagem do comando do controlador original pode ter compensado a falha da bomba peristáltica, enquanto o resultado do aplicador automatizado foi penalizado pela dosagem menor. A medição vista na figura 64 permitiu comparar a distribuição das alturas medidas nas parcelas agrupadas e individual 14 e 28 dias após a aplicação.

Tabela 13 – Análise de Variância (ANOVA) para o percentual de plantas mortas 14 DAA, comparando os tratamentos com o aplicador original e o automatizado

Fontes de Variação GL SQ QM F Pr>F

Aplicador 1 4401 4401 14,81 0,000874 ***

Resíduos 22 6540 297

Signif.: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 Fonte: Autor (2022)

Tabela 14 – Análise de Variância (ANOVA) para o percentual de plantas mortas 28 DAA, comparando os tratamentos com o aplicador original e o automatizado

Fontes de Variação GL SQ QM F Pr>F

Aplicador 1 5704 5704 21,3 0,000134 ***

Resíduos 22 5892 268

Signif.: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 Fonte: Autor (2022)

Figura 63 – Percentual de plantas mortas 14 e 28 DAA por tipo de controlador

Fonte: Autor (2022)

Figura 64 – Distribuição da altura (cm) por conjunto por parcela. À direita, os gráficos apresentam o resultado 14 DAA e à esquerda 28 DAA

Fonte: Autor (2022)

No documento QUÍMICA CAMPO LIMPO (páginas 108-115)