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3.4 CONCLUSÃO

4.2.6 Avaliação de eficácia: modo ingestão

Os experimentos para avaliar a eficiência das formulações com o modo de contaminação via ingestão foram feitos com plantas de soja semeadas em vaso de 3kg com substrato e mantidas em casa de vegetação. As lagartas de 3º instar foram provenientes da criação do LabMIP-UFSM e adaptadas ao consumo de folhas de soja por um período de 3 dias antes do fornecimento das folhas contaminadas.

A aplicação dos tratamentos/formulações foi realizada nas plantas de soja em câmara de aplicação (Generation III Spray Booth Minnesota, USA) com um volume de calda de 200 l

ha-1 e concentração de 1x108 conídios de A. nomius por ml. O fornecimento das folhas de soja pulverizadas foi do 1º ao 7º dia após aplicação. Eram retiradas cinco folhas por planta e fornecido uma área de 50,24 cm2 por pote. Foram colocadas quatro lagartas de C. includens por pote, sendo 5 potes por tratamento, totalizando 20 lagartas por tratamento. As avaliações das lagartas foram realizadas de 1 a 7 dias após a aplicação dos tratamentos/formulações, sendo que lagartas mortas foram colocadas separadas em caixa gerbox para acompanhamento do desenvolvimento da infecção e esporulação do fungo A. nomius.

4.2.7 Análise estatística

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), utilizado o software estatístico Sisvar (FERREIRA, 2011). Os valores de F significativos ao nível de 5% de probabilidade foram submetidos ao teste de comparação de médias Scott-Knott(p<0,05). Para atender às pressuposições de normalidade da ANOVA, os dados obtidos foram transformados em √x + 0,5. Os valores da mortalidade das lagartas foram corrigidos utilizando a fórmula de Abbott (1925), descrita a seguir: Mc(%) = %Mo - %Mt x 100, onde: 100 - %Mt Mc = Mortalidade corrigida Mo = Mortalidade observada Mt = Mortalidade na testemunha 4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.1 Estabilidade da calda de aplicação das formulações

Não houve diferença de estabilidade da calda de aplicação na avaliação de 30 minutos após o preparo. Os tratamentos/formulações ficaram homogêneos com nota 5 (estabilidade perfeita) sem restrição para pulverização nas culturas agrícolas. Essa é uma

propriedade importante para que ocorra uma pulverização homogênea. O grande problema de formulações não estáveis é a formação de precipitados dentro do tanque de pulverização que ficam retidos em bicos e pontas, dificultando a pulverização (NICOLAI; CHRISTOFFOLETI, 2007). De acordo com a escala de 1 a 5, essas formulações analisadas representam a estabilidade perfeita, sem formação de sobrenadante, flóculos e/ou precipitado. Pode se concluir que os adjuvantes utilizados foram eficazes para manter a estabilidade da calda de pulverização.

Os tratamentos/formulações do presente trabalho são do tipo óleo emulsionável e foram misturadas somente com água destilada, por isso não ocorreu a formação de precipitado na calda de pulverização.

A formação de precipitado verificado nestas misturas pode ser explicada pelo tipo de formulação encontrada nos produtos testados, em que a maioria apresenta formulação do tipo concentrado emulsionável (EC) e suspensão concentrada (SC). A maioria das incompatibilidades físicas é encontrada nas misturas de produtos com formulação EC com EW (de grânulos dispersíveis em água) e SC (THEISEN, 2004).

4.3.1 Formação de espuma da calda de aplicação das formulações

Não ocorreu formação de espuma durante o processo de agitação manual como também no tempo de 30 minutos. Dessa forma, todas as formulações obtidas apresentaram comportamento desejado no parâmetro formação de espuma. A formação de espuma é uma característica que não é desejada no tanque de aplicação (MENDONÇA; RAETANO; MENDONÇA, 2007). A formação de espuma no tanque de pulverização pode causar o transbordamento da calda, proporcionar erros no momento da dosagem do produto, além de dificultar a limpeza (ARAÚJO et al., 2011). Os adjuvantes Triunfo flex, utilizado com anti- epumante, e Silwet L-77 utilizados na formulação base, atenderam a característica de não formar espuma.

4.3.2 Avaliação da tolerância as altas temperatura

Os resultados dessa avaliação comprovam a ação deletéria das altas temperaturas sobre o percentual de germinação dos esporos (Figura 1). Entretanto, esse efeito foi menor no

tratamento T1 [FB + Nimbus 100%] no tempo de aquecimento de 1 hora. Porém, com um percentual de germinação baixo de 13,75%. Nos tratamentos T1 [FB + Nimbus 100%] e T2 [FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %)] para o tempo de aquecimento de 2 horas não ocorreu germinação nos conídios. A temperatura extrema de 50°C em que os esporos foram submetidos pôde diferenciar as formulações e, ainda que de modo geral o percentual de germinação tenha sido bastante baixo, o tratamento T1 [FB + Nimbus 100%] apresentou resultados promissores. O óleo mineral Nimbus proporcionou uma menor amplitude de temperatura que permitiu a germinação de alguns conídios de A. nomius.

Figura 1 - Germinação dos conídios (%) das formulações à base de A. nomius submetidos à 50° C durante 1 e 2 horas. Santa Maria, RS, 2018.

T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Entretanto, ainda é possível melhorar as formulações para obtenção de melhores resultados nesse aspecto. Acredita-se que substituindo parte da fração de óleo vegetal da formulação por óleo mineral, a formulação resultante apresente melhorias nesse aspecto. A formulação T3 [FB + Óleo de girassol 100%] obteve valores semelhantes de germinação nos tempos de 1 e 2 horas (2,5 e 2,3%) (Figura 2). Conídios de Beauveria bassiana formulados em óleo enulsionável (óleo de girassol), mantiveram germinação de 80% por 90 dias armazenados em temperatua à 30°C, enquanto formulações contendo somente arroz + lactose

obtiveram de 95% até 30 dias. Além dos óleos vegetais alguns inertes também podem atuar na proteção do patógeno contra efeito da temperatura elevada, como é o caso da lactose. Conídios de Beauveria bassiana em mistura com arroz e lactose permaneceram viáveis (95%) durante trinta dias, ao passo que na ausência do açúcar, após dez dias de armazenamento a viabilidade caiu drasticamente, sendo que os produtos estavam armazenados a 30ºC (MARQUES, 1993).

Figura 2 - Germinação dos conídios (%) das formulações à base de A. nomius submetido à temperatura de 50°C durante 1 e 2 horas. Santa Maria, RS, 2018.

ns= não siginificativo T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

4.3.2 Avaliação de eficácia: modo ingestão

Ensaio 1

Não houve diferença estatísticas quanto a mortalidade de lagartas de C. includens até 6 dias após a aplicação das formulações (DAA). As lagartas do tratamento Testemunha apresentaram alta sobrevivência até a ultima avaliação aos 9 DAA demonstrando a confiabilidade nos dados de mortalidade dos tratamentos fúngicos (Tabela 2). Em todos os tratamentos das formulações com o fungo A. nomius houve aumento de mortalidade das lagartas ao longo do tempo. Aos 9 DAA o tratamento T1 [FB + Nimbus 100%] obteve a maior mortalidade com média de apenas 2,5 lagartas vivas. Nos demais tratamentos a média

a b b b b ns 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 T1 T2 T3 T4 T5 G erm in a çã o d e co n íd io s ( %) 1 Hora 2 Horas

do número de lagartas vivas de C. includes ficou entre 3 e 4. A maior mortalidade ocorreu a partir dos 7 DAA nas plantas de soja, onde também se observou a presença de estruturas de reprodução do fungo nas fezes das lagartas. Assim, a contaminação do fungo A. nomius ocorreu via ingestão das folhas de soja pulverizadas e via contato do tegumento das lagartas com os conidióforos nas fezes.

A infecção de Aspergillus spp. via tegumento dos insetos só é possível nas espécies capazes de produzir quitinase. A inoculação de A. parasiticus em lagartas de S. frugiperda via oral resultou em mortalidade de adultos (ALVES, 1998). Ou seja, o poder de contaminação de Aspergillus spp. é elevado podendo afetar gerações futuras dos insetos.

Tabela 2 - Número de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação

3 4 5 6 7 8 9

Testemunha 7,5ns 7,0 ns 6,5ns 6,0ns 6,0a1 6,0a 6,0a

T1 7,0 6,0 6,0 5,5, 3,0b 3,0b 2,5b T2 6,5 5,0 4,0 4,0 3,5b 3,0b 3,0b T3 6,0 5,0 4,5 3,0 4,0b 4,0b 3,3b T4 7,0 6,5 5,0 5,0 4,0b 4,0b 4,0b T5 7,0 6,5 6,0 4,0 3,5b 3,5b 3,5b C.V 96,98 71,98 62,94 29,61 23,31 22,33 22,96

1 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott – Knott a 5% de probabilidade de erro

ns não significativo T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Embora a eficiência de controle tenha sido menor que 50% aos 9 DAA, verifica-se um enorme potencial de uso deste fungo para o controle de C. includens em soja. Os produtos biológicos normalmente são menos eficientes do que inseticidas químicos. No entanto, inseticidas biológicos já foram comprovados de terem um retorno econômico semelhante ao

um produto químico, considerando os custos e a produtividade da cultura (PERINI et al., 2016). Além disso, o período de avaliação foi apenas até 9 dias depois da aplicação das formulações com o fungo entomopatogênico, sendo que a mortalidade das lagartas poderia ter aumentado nos dias subsequentes e chegado a 100% de mortalidade nessas condições controladas.

Tabela 3 - Eficiência de Controle (%) de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação

3 4 5 6 7 8 9 T1 0,00 6,25 6,25 12,50 37,50 37,50 43,75 T2 12,50 25,00 37,25 37,50 37,50 37,50 37,50 T3 25,00 31,25 31,25 37,50 50,00 50,00 50,00 T4 0,00 0,00 12,50 12,50 18,75 25,00 25,00 T5 6,25 6,25 25,00 31,25 31,25 31,25 31,25 *

Eficiência calculada através da fórmula de Abbot (1925). T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Ensaio 2

Na tabela 4 observa-se a mortalidade de lagartas C. includens, quando submetidos a alimentação de folhas contaminadas no segundo experimento. Neste experimento observou-se que o numero de lagartas na testemunha se manteve constante, gerando confiabilidade nos resultados. Neste ensaio, as avaliações ocorreram até 7 DAA, sendo que o controle mais eficiente ocorreu nessa data no tratamento T1 [FB + Nimbus 100%] com aproximadamente 60% de mortalidade. Assim como no ensaio 1, o menor valor de eficácia foi auferido no ensaio 2 foi do tratamento T4 [FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%)].

Tabela 4 - Número de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação 1 2 3 4 5 6 7 Testemunha 9,38ns 8,75 8,13 7,50 7,50 7,50 7,50 T1 9,33 8,00 8,00 6,47 4,12 3,75 3,13 T2 8,13 6,25 5,00 5,00 4,38 3,75 3,75 T3 7,06 5,88 5,63 3,75 4,29 4,29 4,17 T4 9,33 8,67 6,67 6,25 5,33 5,00 5,00 T5 8,75 8,13 7,5 4,71 4,38 4,38 4,38 C.V 86,2 55,63 45,66 48,53 35,4 30,22 28,19 1

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott – Knott a 5% de probabilidade de erro

ns não significativo T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Tabela 5 - Eficiência de Controle (%) de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação

1 2 3 4 5 6 7 Testemunha 0 0 0 0 0 0 0 T1 0,53 1,60 8,57 13,73 45,07 50,00 58,27 T2 13,33 28,57 38,50 33,33 41,60 50,00 50,00 T3 24,73 24,73 30,75 42,80 42,80 42,80 44,40 T4 0,53 0,91 16,67 16,67 28,93 33,33 33,33 T5 6,72 7,09 7,75 37,20 41,60 41,60 41,60

* Eficiência calculada através da fórmula de Abbot (1925). T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Na tabela 6 verifica-se a mortalidade de lagartas da espécie S. frugiperda sobre o efeito de A. nomius nas formulações testadas. O número de insetos na testemunha não variou de 1 a 10 DAA oque confirma a confiabilidade desses resultados. O menor número de S. frugiperda e as maiores medias de eficiência foram encontradas nos tratamentos/formulações T2 [FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %)] e T3 [FB + Óleo de girassol 100%], na última avaliação aos 10 DAA (Tabela 6 e 7). De maneira geral, pode-se considerar que a eficiência de controle foi baixa nesta última avaliação com o modo de contaminação por contato, variando de 16 a 33% de controle de S. frugiperda.

Ao comparar com resultados outros trabalhos de controle de lagartas por fungos verifica-se que A. nomius apresentou baixa eficiência nas condições em que o trabalho foi conduzido. Resultados com A. nomius aplicados em A. gemmatalis, demonstram que concentrações na ordem de 107 conídios por lagarta, seriam capazes de causar a morte de 50% dos indivíduos testados e que concentrações na ordem de 1010, causa a morte de 90% dos indivíduos testados, mostrando a eficiência de A. nomius, tanto para o controle de S. frugiperda como para A. gemmatalis (OLIVEIRA, 2013). Os isolados de B. bassiana apresentaram maior patogenicidade contra lagartas de S. frugiperda, com destaque para o UNIOESTE 26, com o qual também se teve a maior produção de conídios em meio de cultura e em arroz (THOMAZONI; FORMENTINI; ALVES, 2014). Isolado de M. anisopliae, obtido a partir das próprias larvas de S. frugiperda e avaliado contra larvas de segundo instar do mesmo inseto, apresentou a maior virulência, com 96,6% de mortalidade para uma concentração de 1x109 esporos.mL-1. A CL50 foi de 5,92 x 103 esporos.mL-1 e o tempo letal

foi de 3,6 dias (GARCIA; GONZÁLEZ; BAUTISTA, 2011).

Um ponto positivo dos fungos, ao contrário das bactérias, vírus e protozoários entomopatogênicos, não necessitam ser ingeridos pelo hospedeiro para causarem infecções, bastando, para isso, que seus esporos penetrem diretamente através da cutícula dos insetos. Este processo pode ser aumentado pela produção de enzimas que degradam a cutícula. Estas enzimas, possivelmente relacionadas com a infectividade, talvez sejam determinantes na efetividade do processo (BARROS et al., 2000).

Tabela 6 - Número de Spodoptera frugiperda em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Testemunha 5,0ns 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 4,9 T1 4,4 4,2 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 T2 4,3 4,2 3,7 3,5 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 T3 4,7 4,5 4,2 4,0 3,7 3,6 3,6 3,5 3,4 3,3 T4 4,1 4,0 4,0 3,8 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 T5 4,4 3,9 3,8 3,6 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,6 C.V 33,16 24,51 30,85 30,99 34,59 34,79 33,54 34,6 33,45 33,16

1 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro

ns não significativo T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Lagartas da espécie C. includens quando submetidas a contaminação por contado apresentaram mortalidade até dez dias de avaliação (10 DAA), mostrando que nesse período ainda existia atuação do fungo sobre as lagartas (Tabela 8). A maior mortalidade ocorreu aos 10 DAA, com respectivamente 60% no tratamento T3 [FB + Óleo de girassol 100%] e 55% de mortalidade no T1 [FB + Nimbus 100%]. A menor mortalidade ocorreu no tratamento T5 [FB + Óleo de milho 100%] com 43% (Tabela 9).

Com esses resultados de mortalidade de C. includens e S. frugiperda pelo fungo A. nomius verifica-se que a lagarta-do-cartucho do milho auferiu menor mortalidade nas formulações avaliadas. Ou seja, aparentemente S. frugiperda é menos suscetível a infecção do fungo por contato, podendo ter mecanismos que evitam ou dificultam a penetração dos micélios do fungo através do tegumento da lagarta. Por outro lado, C. includens demonstrou ser mais suscetível à A. nomius, assim como foi visto para A. gemmatalis (OLIVEIRA, 2013). A. nomius é um fungo produtor de enzimas do tipo proteases, que podem atuar na penetração do fungo via cutícula do inseto.

Tabela 7 - Eficiência de controle (%) de Spodoptera frugiperda em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Testemunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T1 12,0 14,29 16,33 16,33 16,33 16,33 16,33 16,33 16,33 16,33 T2 14,0 14,29 24,49 28,57 32,65 32,65 32,65 32,65 32,65 32,65 T3 6,00 8,16 14,29 18,37 24,49 26,53 26,53 28,57 30,61 32,65 T4 18,0 18,37 18,37 22,45 24,49 24,49 24,49 24,49 24,49 24,49 T5 12,0 20,41 22,45 26,53 28,57 28,57 28,57 28,57 28,57 26,53 *

Eficiência calculada através da fórmula de Abbot (1925). T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Com esses resultados de mortalidade de C. includens e S. frugiperda pelo fungo A. nomius verifica-se que a lagarta-do-cartucho do milho auferiu menor mortalidade nas formulações avaliadas. Ou seja, aparentemente S. frugiperda é menos suscetível a infecção do fungo por contato, podendo ter mecanismos que evitam ou dificultam a penetração dos micélios do fungo através do tegumento da lagarta. Por outro lado, C. includens demonstrou ser mais suscetível à A. nomius, assim como foi visto para A. gemmatalis (OLIVEIRA, 2013). A. nomius é um fungo produtor de enzimas do tipo proteases, que podem atuar na penetração do fungo via cutícula do inseto.

Tabela 8 - Número de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento Dias após a aplicação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Testemunha 10 8,13 7,17 6,89 6,36 6,28 6,22 6,14 6,14 6,14 T1 7,40 6,40 5,08 5,56 5,00 4,75 4,25 4,25 3,75 2,75 T2 7,60 6,00 5,10 4,38 4,08 3,88 3,27 3,06 3,06 2,96 T3 8,44 6,41 6,30 5,00 4,77 4,32 3,86 3,86 3,64 2,50 T4 8,57 6,53 5,51 4,49 4,49 4,08 3,47 3,27 3,27 3,04 T5 8,33 7,08 5,83 4,79 4,58 4,19 4,00 4,00 4,00 3,50 C.V 87,36 69,84 39,45 38,77 30,66 32,91 28,87 29,55 32,12 33,25

1 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade de erro

ns não significativo T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

Tabela 9 - Eficiência de Controle (%) de Chrysodeixis includens em resposta à aplicação das formulações à base de A. nomius, Santa Maria, RS, 2018.

Tratamento

Dias após a aplicação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Testemunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T1 26,00 21,28 29,15 19,30 21,38 24,36 31,67 30,78 38,93 55,21 T2 24,00 26,20 28,87 36,43 35,85 38,22 47,43 50,16 50,16 51,79 T3 15,60 21,16 12,13 27,43 25,00 31,21 37,94 37,13 40,72 59,28 T4 14,30 19,68 23,15 34,83 29,40 35,03 44,21 46,74 46,74 50,49 T5 16,70 12,92 18,69 30,48 27,99 33,28 35,69 34,85 34,85 43,00

* Eficiência calculada através da fórmula de Abbot (1925). T1= FB + Nimbus 100%

T2= FB + (Nimbus 25% + óleo de girassol 75 %) T3= FB + Óleo de girassol 100%

T4= FB + (Nimbus 25% + Óleo de milho 75%) T5= FB + Óleo de milho 100%

4.4 CONCLUSÕES

Formulações a base de A. nomius apresentaram boas características físico-químicas na calda de pulverização, principalmente quanto a estabilidade e formação de espuma.

O armazenamento da formulação em temperatura alta afetou a negativamente viabilidade e a germinação de conídios. A formulação com Nimbus 100% apresentou o melhor efeito de tolerância contra alta temperatura.

As formulações à base de A. nomius controlam lagartas de 3º instar de C. includens e Spodoptera frugiperda via contaminação por contato ou ingestão. As lagartas de C. includens são mais suscetíveis quando a contaminação do fungo ocorreu via contato no tegumento da lagarta.

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