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7. Fase 2: Aquisição de competências para a utilização do programa Edilim por parte

7.2. Avaliação da Fase 2

A formação aos professores dividiu-se em cinco sessões de grupo, em que foram dadas as bases para o trabalho com o programa Edilim, e em 19 sessões individuais, que pretenderam dar resposta às necessidades de cada um, no sentido de elaborar jogos, a aplicar em contexto sala de aula, nas aprendizagens dos alunos. Cada docente trabalhou os seus jogos individualmente e elaborou atividades direcionadas para a aprendizagem de conteúdos das várias áreas curriculares.

No decurso da formação, os docentes procuraram estar atentos e demonstraram um enorme empenho e dedicação. Por vezes, detetamos algum desânimo e preocupação quanto à possibilidade de não concretizarem os seus jogos, de não conseguirem elaborar algo que fosse de facto ao encontro das suas expetativas e das necessidades dos alunos. Nesses momentos, o nosso papel foi não só de tentar ajudar a ultrapassar as dificuldades, mas também, e talvez mais importante, de encorajar e fazer com que acreditassem na sua capacidade para resolver as situações adversas.

As entrevistas realizadas aos professores, no final do projeto, permitiram recolher opiniões acerca da fase que agora avaliamos.

Nos questionários aos professores aplicados na fase um, que caraterizou a realidade escolar face ao Computador Magalhães, percebemos que a utilização do Computador Magalhães estava condicionada a momentos esporádicos e pouco comuns. Nas respostas dadas detetamos uma discrepância, apesar dos professores considerarem possuir formação adequada, todos gostariam de receber mais formação. Nas entrevistas realizadas tentamos perceber o porquê desta divergência. O professor P3 indicou:

Eu já fiz muita formação em TIC mas aquela formação que é dada a correr, em que às vezes há dois ou três que dominam bem os assuntos, os conteúdos que estão a ser apresentados, e uma pessoa encosta-se àqueles que dominam e vai fazendo mas aquilo é tão rápido que depois eu, pelo menos, quando se inicia para praticar sozinha: “mas como é que fiz aqui? Mas como é que passou deste para aquele?”. Tinha formação mas não praticava, tive formação mas retive pouca informação.

7.2.1. Competências TIC para a utilização do programa Edilim

O Projeto revelou-se como uma estratégia de ensino inovadora, que permitiu integrar as TIC no processo de ensino por parte dos professores, e que segundo os

mesmos, permitiu uma melhoria das suas capacidades enquanto docente. O professor P3 confessa que agora utiliza o Computador Magalhães de uma outra forma:

Acho que não tem comparação porque quem não o utilizava e agora o passa a utilizar todas as semanas, não dá para comparar. Vejo o interesse deles e nós também temos de ir de encontro ao interesse dos alunos, e como vejo o interesse deles há que tirar um bocadinho, não é tirar um bocadinho das outras aulas, é aplicar o Magalhães nas aulas, e nós neste momentos estamos a aplicá-lo, na Língua Portuguesa, na Matemática ou no Estudo do Meio.

Nenhum professor o conhecia o programa Edilim antes da formação, desta forma, todos são da opinião de que não estavam capacitados para realizar um jogo com o programa antes das sessões de formação, grupal e individual, desenvolvidas. Estas permitiram atingir níveis de utilização do software Edilim bastante aceitáveis, metade dos professores revelam que gostariam de continuar a ter formação para uma maior habilitação, embora todos revelassem que a formação obtida foi suficiente para responder às suas necessidades face ao programa.

7.2.2. Realização individual de conteúdos em Edilim potenciadores de aprendizagem

No entanto, a maior parte dos professores ainda não se considera completamente autónomo para realizar um jogo para qualquer área curricular, apenas dois referiram que sim, enquanto os restantes quatro indicam que apenas em parte, e que com dedicação e tempo conseguem atingir o objetivo proposto. Um exemplo disso é a resposta do professor P2:

Vamos lá ver, há sempre dificuldades, mas essas dificuldades penso que sou capaz de ultrapassá-las. Com mais trabalho acho que sim, que consigo. Embora não tenha tanto à-vontade como noutros programas mas consigo fazer porque do trabalho nasce tudo.

7.2.3. Competências de integração pedagógica das TIC, construindo materiais e adaptando-os ao público-alvo

Face à questão se consegue modificar um jogo e adaptá-lo a um público-alvo, apenas um professor revelou ter dificuldades. Os restantes responderam que sim, o professor P1 indicou:

Consegue-se, acho que sim. Consegue-se porque a maneira como se trabalha com o programa dá para adaptar às necessidades dos alunos. Através de escrita ou não, através do desenho ou não, dá para adaptar perfeitamente. E acho que é muito importante porque meninos com necessidades educativas especiais que têm muita dificuldade na escrita e gostam de trabalhar no Magalhães porque não precisam de escrever. Ao escreverem através do jogo vêm que a letra que está ali não é a correta e então já sabem que têm que ir buscar outra, portanto é importante para eles e isso entusiasma-os ainda mais e acho que eles aprendem muito melhor do que estarmos nós a dizer que tem que escrever em cima do papel, é muito diferente. Porque eu já vi o ano passado que o meu menino de Necessidades Educativas Especiais, onde ler e escrever tinha muitas dificuldades, ia para o computador e passava um texto e escrevia frases, sozinho. Coisa que não conseguia fazer no papel, e estava sempre com vontade de ir para o computador. Portanto, acho que dá perfeitamente para adaptar para os meninos com Necessidades Educativas Especiais e que eles gostam muito mais de trabalhar no computador do que no papel.

Todos os professores afirmaram que a integração neste Projeto permitiu aumentar as competências relativamente à integração das TIC no processo de ensino e aprendizagem, o professor P1 afirma:

Ajudou, nós sentimo-nos muito mais à-vontade agora. Eu posso dizer que o computador ficava em casa porque só me servia para o meu trabalho pessoal, como já disse à bocadinho, e hoje em dia eu trago o Computador todos os dias para a Escola.

Esta melhoria das competências TIC revela-se quando todos os professores se consideram capazes de dar uma aula com recurso a estas, com maior ou menor dificuldade, exigindo a alguns uma maior preparação mas todos as utilizam com maior regularidade, um dos professores salientou que atualmente já não dá uma aula sem recurso às tecnologias.

7.2.4. Competências TIC para a partilha de materiais (Moodle)

A utilização da plataforma Moodle para disponibilização de materiais elaborados por cada um dos professores era outro objetivo a alcançar pelo Projeto. O Agrupamento de Miranda do Douro possui uma plataforma Moodle desde do ano 2009, e apesar da ferramenta ser do conhecimento de todos os professores e de estar ao seu alcance, nenhum a havia utilizado, nem sequer feito o registo para o acesso à mesma. Assim, durante as sessões de formação individual realizamos o registo individual de cada professor na plataforma para que pudessem, desta forma, disponibilizar os seus

nunca antes realizada. Os professores participaram nos fóruns, preencheram formulários, descarregaram software e consultaram atividades, mas utilizaram-na principalmente para partilha de jogos, elaborados por cada um, no programa Edilim. No final, apenas um professor revelou ter dificuldades na realização do download dos materiais disponibilizados. Por outro lado, metades revelaram que sentem dificuldades na realização do upload de um ficheiro, logo, na disponibilização de materiais.

Capítulo 8

8. Fase 3: Mudar práticas educativas utilizando

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