• Nenhum resultado encontrado

Avaliação da formação

No documento Relatório de estágio (páginas 80-84)

Parte II – Centro Social e Paroquial de Ronfe

7.2. Acção de Formação dirigida a Educadoras de infância e Auxiliares de educação

7.2.2. Avaliação da formação

Para procedermos à avaliação da acção de formação elaboramos um questionário com objectivo avaliar a satisfação dos participantes quanto à formação. Este questionário contém uma avaliação do formador com vista a avaliar o seu desempenho. A pontuação para cada item do questionário variava numa escala de 0 e 5 (0-Não se aplica; 1- Nada Satisfatório; 2- Pouco Satisfatório; 3- Satisfatório; 4- Bastante Satisfatório) (cf. Anexo XV). Após a análise dos resultados obtidos no questionário de avaliação da formação podemos inferir os seguintes aspectos: as participantes consideraram o tema e o conteúdo da formação essenciais para a sua prática profissional porque é um problema muitas vezes “banalizado, confundido e escondido”; referiram que gostaram do modo como o tema como foi abordado e desenvolvido e que a

“formação foi bastante positiva”; quanto ao que menos gostaram apontaram para o facto da existência da depressão nas crianças; e, por último, sugeriram para próximas formações que a imagem do retroprojector fosse maior, e que seria pertinente abordar mais módulos sobre problemas/patologia infantil, como por exemplo, o medo nas crianças. Quanto à avaliação dos participantes sobre o desempenho da formadora a percentagem de respostas às questões encontra-se entre os 70% e 90%. Tendo por base estes resultados sobre a formação podemos afirmar que são positivos. No Anexo XVI apresentamos a descrição detalhada dos dados obtidos no questionário.

Em relação à participação do grupo podemos qualificá-la como positiva, os formandos demonstraram motivação e interesse pela temática, e estiveram sempre muito atentos em relação aos assuntos abordados ao longo da sessão. Importa acrescentar que a adesão de toda a equipa pedagógica à formação evidenciou o empenho destes profissionais.

Relativamente a uma apreciação ou à auto-avaliação, enquanto formadora, consideramos que houve um esforço para me sentir desinibida e o grupo ajudou nesse sentido. A possibilidade de dar uma formação foi uma experiência que permitiu conjugar a teoria com a prática contribuindo como um momento de aprendizagem para próximas acções.

Por fim, consideramos que a formação atingiu os objectivos propostos e teve o impacto desejado, uma vez que disponibilizamos informação aos participantes para alcançaram um conhecimento razoável sobre a depressão infantil. O nosso intuito consistiu que com esse conhecimento tivessem a oportunidade de colocar em prática algumas medidas que no seu contexto de trabalho beneficiarão as crianças.

   

8. Reflexão

Após uma avaliação crítica e global do estágio e das actividades realizadas no Centro Social, particularmente, na valência infanto-juvenil procederemos a algumas

ilações sobre o mesmo.

Assim, o contacto inicial com a instituição decorreu como mera observadora de toda a dinâmica institucional sendo que cada instituição possui uma forma única de trabalho. Para compreendermos a dinâmica diária da valência propusemo-nos a realizar uma observação naturalista por cada sala do Jardim-de-Infância revelando-se uma experiência enriquecedora porque foi possível recolher muitos dados e informações. Desta observação salientamos como aspectos positivos que todas as actividades diárias, inclusive, as próprias rotinas apresentam uma ligação com conteúdos educacionais. Como fragilidades apontamos o facto de as crianças não terem apoio psicológico individualizado, pois foram detectadas situações diversificadas como problemas de comportamento, de aprendizagem, emocionais, entre outros. Esse apoio privilegiaria a criança num desenvolvimento saudável, atendendo às suas vontades, necessidades e dificuldades que precisam ser considerados, compreendidos e respeitados.

Relativamente às actividades de intervenção programadas, nomeadamente, intervenção em grupo e acção de formação do estágio no Centro Social podemos considerar que foram realizadas com sucesso tendo em conta todas as limitações e potencialidades que fomos descrevendo ao longo do relatório. No entanto, seguem-se algumas considerações sobre estas actividades: i) a intervenção em grupo consistiu no desenvolvimento de competências emocionais e a avaliação do programa permite-nos inferir que o balanço é positivo, por outro lado, consideramos que este grupo obtinha mais ganhos se o programa inclui-se mais competências (e.g., sociais, autocontrolo) e fosse prolongado durante o ano lectivo; ii) a acção de formação foi uma mais-valia para a equipa pedagógica, no entanto, beneficiariam mais se tivesse sido criado um módulo sobre Psicopatologia infantil. Um aspecto em falta na formação foi não termos avaliado os conhecimentos dos participantes sobre a temática antes e após a sessão. Além disto poderíamos ter dirigido a formação sobre Depressão infantil aos encarregados de educação ou cuidadores alertando-os para a existência desta perturbação na infância.

É de todo relevante frisar alguns pontos fortes e fracos sentidos no percurso do estágio nesta instituição. Neste sentido, como pontos fortes realçamos o relacionamento

interpessoal, o trabalho da equipa pedagógica é muito eficiente, as infra-estruturas são adaptadas às necessidades das crianças (e.g., casas de banho cadeiras/mesas da cantina), as salas estão divididas por cantinhos e o material é diversificado, o espaço envolvente é agradável e, sobretudo, a melhor qualidade existente na valência de Creche e Jardim-de- Infância é a condição humana e o profissionalismo. Como pontos fracos destacamos a inexistência de um Serviço de Psicologia, a falta de material de Psicologia, a impossibilidade de fazer o acompanhamento de casos clínicos, a entrada da estagiária na instituição próxima do final do ano lectivo, a pouca orientação no local estágio e, por último, o facto da valência Infanto-Juvenil ser a única valência da instituição que não dispõe de um Serviço de Psicologia, não beneficiando com isso. Como ameaças /constrangimentos salientamos as dificuldades em organizar mais actividades de intervenção devido ao tempo limitado de estágio (e.g., palestras/formações para pais, equipa pedagógica). No exercício da prática profissional compreendemos que há uma diferença entre o que queríamos ter feito e o que é possível realizar. Por fim, como oportunidades ressalvamos a possibilidade de conhecer a dinâmica institucional, o desafio de trabalhar com crianças entre os 3-5 anos levando-nos a adaptar as actividades de grupo, e na construção de uma perspectiva sobre a acção ou o papel desempenhado pelo Psicólogo Clínico e da Saúde numa instituição de Educação Infantil.

Assim, no final deste percurso foi imprescindível o exercício de reflexão sobre a prática vivida pois permitiu fazer estas considerações e ter uma postura crítica face ao desempenho e às actividades realizadas de modo a melhorar a nossa actuação e transformar a prática profissional.

Em suma, a realização de estágio nesta instituição contribuiu positivamente para a formação da estagiária, proporcionou o desenvolvimento de habilidades necessárias na prática profissional, como a aquisição de conhecimentos e capacidades para enfrentar e ultrapassar as dificuldades na elaboração das tarefas e actividades, e na implementação e adopção de metodologias no trabalho realizado com os diferentes grupos.

No documento Relatório de estágio (páginas 80-84)

Documentos relacionados