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Walton140 (1976) fez uma análise histológica da efetividade da limagem, do alargamento e da técnica step-back com limagem. Alem disso, também foi avaliado o preparo em canais retos e curvos, num total de 91 canais de 52 dentes. Os canais foram preparados in vivo. Após o preparo dos canais, os dentes foram extraídos e preparados para processo histológico. As secções dos cortes longitudinais e transversais mostraram que a técnica step-back foi significativamente mais efetiva em remover debris e a camada de pré-dentina. As paredes mostraram-se mais planas nos canais retos do que nos curvos, além de mais lisas e limpas.

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Siqueira et al.115 (1997)examinaram a efetividade de cinco técnicas de instrumentação na limpeza do terço apical de molares inferiores. Os canais das raízes mesiais foram preparados pelas seguintes técnicas: step-back usando limas de aço inoxidável, step-back com limas de NiTi, técnica ultrasônica, força balanceada e Canal Master. O terço apical foi processado para avaliação histológica e o remanescente de tecido mole, pré-dentina e debris examinados. Os resultados não mostraram diferença estatística entre as técnicas. Nenhuma delas limpou completamente o canal, especialmente quando havia variação da anatomia interna (istmos e ramificações).

Barbizam et al.12 (2002) estudaram a efetividade da instrumentação manual e rotatória na limpeza de canais achatados de incisivos inferiores. Vinte dentes foram divididos em dois grupos de n=10 cada. Grupo 1 através de técnica crown-down com instrumentação rotatória e o grupo 2 pela técnica crown-down com instrumentação manual usando lima tipo K. Os dentes passaram por processo histológico e análise morfométrica. O teste não paramétrico Mann-Whitney U apresentou diferença estatisticamente significativa de 1% entre as técnicas. A técnica manual foi mais eficiente na limpeza de canais achatados mésio-distais do que a técnica rotatória, entretanto nenhuma das duas limpou completamente os canais.

Fariniuk et al.33.(2003) analisaram a capacidade de limpeza de instrumentos mecânicos Profile 0,4 e Pow –R 0,4 ativados pelo Endoflash system taper 0,2. Vinte e duas raízes de molares foram divididas em 4 grupos. Grupo I – instrumentação com Endoflash, grupo II instrumentação com Profile Taper 0,4, grupo III – Pow–R taper 0,4 e grupo IV – instrumentado com limas Nitiflex (controle positivo). Após o preparo, os dentes foram seccionados

transversalmente e processados para observação microscópica para determinar a quantidade de debris nas paredes do canal. Os resultados indicaram que o sistema Profile taper 0,4 foi estatisticamente significante (p<0,01) mais eficiente na limpeza das paredes do canal, seguido por Pow-R, Nitiflex e EndoFhash.

Ferreira et al.34 (2004) examinaram a capacidade de limpeza da instrumentação rotatória com irrigação nos canais radiculares. O estudo envolveu a análise histológica e morfométrica usando sistema Profile e irrigação com ultra-som. Vinte incisivos inferiores foram divididos em 3 grupos. Os canais foram instrumentados usando Orifice Shapers taper 0,6 e 0,4 no terço cervical e lima # 35 no terço apical, irrigados com NaOCl a 1% durante o preparo na seguinte sequência: Grupo I – os canais foram irrigados com 5ml de solução, usando a seringa Lüer-Lok, entre cada lima; Grupo II – os canais foram irrigados com a solução e instrumentados usando ultra-som por 1min. entre cada lima; Grupo III- os canais foram irrigados com 5ml de solução entre cada lima e ao final irrigados com o ultra-som por 3 min. Os resultados mostraram que a instrumentação com o sistema Profile com irrigação final por 3 min. foi mais eficiente na limpeza dos canais radiculares quando comparados os três métodos de irrigação.

Baratto-Filho et al.10 (2004) analisaram a efetividade de diferentes concentrações do hipoclorito de sódio associado à instrumentação rotatória com o sistema Profile. Vinte incisivos inferiores foram divididos em 4 grupos: grupo I NaOCl a 0,5%, grupo II NaOCl a 1%, grupo III – NaOCl a 5% e grupo IV

– água destilada e deionizada. Finalizados os preparos, os dentes foram submetidos ao processo histológico para análise morfométrica. A concentração

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de NaOCl a 5% foi mais eficiente e limpou melhor o canal do que a 0,5% e água destilada.

von Arx6 (2005) analisou a freqüência e tipo de istmos nos primeiros molares inferiores e superiores detectados por inspeção endoscópica durante cirurgia periradicular. No total 80 raízes de molares inferiores e 44 superiores foram apicetomizadas. Baseado no exame radiográfico, clínico e intra- operatório somente as raízes com lesão patológica foram tratadas. O corte da raiz até a apicetomia completa foi inspecionada pelo endoscópio. O número de canais e a presença de istmos foram registrados. Nos primerios molares superiores 76% da raiz mésio-vestibular tinha dois canais istmos, 10% tinham dois canais, mas sem istmos, e 14% tinham somente um canal. Todas as raízes disto-vestibulares e palatinas tinham somente um canal. Nos molares inferiores 83% das raízes mesiais tinham dois canais com istmos. Em 11% dois canais sem istmos, e 6% apresentavam somente um canal. Na raiz distal 36% tinham dois canais com istmos e 64% apresentavam somente um canal.

Sasaki et al.105 (2006) analisaram ex vivo o debris remanescente em canais achatados de dentes com polpa viva e necrose pulpar após preparo biomecânico com instrumentos de NiTi. Dezoito dentes foram divididos em dois grupos de n=9 polpa viva e necrose pulpar. Ambos os grupos foram preparados na seguinte seqüência: S1 até o terço médio, SX até o terço cervical, S2 até o terço apical, e S1, F1, F2, F3 até o comprimento de trabalho. Durante o preparo, os canais foram irrigados com NaOCl 1%, secados e em seguida submetidos ao processo histológico. As secções do terço apical foram observadas em microscópio ótico a 40X acoplado ao computador, através do qual as imagens foram capturadas e analisadas usando um software específico

de imagem (Corel PhotoPaint 10). Debris foram encontrados em 6,4

±

9.3,39% da área do canal em dentes com polpa viva e 5,95

±

2,22% para dentes com necrose pulpar. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p>0,05).

Passarinho-Neto et al.85.(2006) avaliaram in vitro, a remoção de debris obtida por instrumentação rotatória sistema GT associado à irrigação ultra- sônica. Trinta e seis dentes incisivos inferiores foram usados divididos em 4 grupos variando a irrigação final. Grupo I – 100 ml de NaOCl 1% com seringa Lüer (grupo controle), grupos II, III, IV com irrigação com 100ml de NaOCl 1% energizado com ultra-som por 1, 3 e 5 minutos respectivamente. O terço apical das raízes foram enviadas para processamento histológico e exame. Os espécimes passaram por exame morfométrico em microscopia ótica em 40X. Os resultados exibiram as seguintes diferenças: grupo I – apresentou a mais alta percentagem de debris (35,81

±

4,49) e foi estatisticamente diferente dos outros grupos energizados com ultra-som: grupo II (27,28

±

4,49), grupo III (24,39

±

5,72) e grupo IV (18,46

±

5,25). Os autores concluíram que a instrumentação rotatória com instrumento de NiTi associado a irrigação final com NaOCl a 1% energizado pelo ultra-som permitiu a melhor remoção de debris do terço apical dos canal das raízes achatadas no sentido mésio-distal.

Burleson et al.20.(2007) examinaram in vivo, em molares inferiores, a instrumentação manual/rotatória/ultra-sônica. Quarenta e oito dentes foram divididos em 3 grupos: grupo I, vinte dentes foram preparados com limas manuais e mecânicas Profile GT com NaOCl 6% sem irrigação final com ultra- som, com irrigação 15ml de NaOCl 6,0%; grupo II a mesma técnica do grupo I, seguida de irrigação adicional com ultra-som por 1min usando a agulha Mini-

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Endo por canal; grupo III – 8 dentes não foram instrumentados (grupo controle). Em seguida, os dentes foram extraídos e enviados para processo histológico. A limpeza foi avaliada a 1, 2 e 3 mm do ápice. Os resultados mostraram maior porcentagem de limpeza no canal e istmos em todos os níveis na técnica manual/mecânica/ultra-sônica.

Leonardi66 (2008) avaliou 10 raízes mésio-vestibulares de molares humanos extraídos preparados pelo sistema rotatório de NiTi Race pelos métodos da plataforma radiográfica, mufla e histológico. A avaliação histológica revelou que no terço médio 85% das parades dentinárias receberam ação dos instrumentos, equanto que no terço apical foi de 80%. A presença de resíduos variou de 0 a 100% dos canais avaliados.

Baratto-Filho et al.11 (2009) estudaram a influência do último instrumento apical do sistema ProTaper com e sem 2,5% de NaOCL na limpeza de incisivos inferiores. Trinta e dois incisivos inferiores foram divididos em seis grupos: Grupo I - instrumento F1 com 2,5% de NaOCl, grupo II - F1 e F2 com 2,5% de NaOCl, grupo III - F1, F2, e F3 com 2,5% de NaOCl, grupo IV - F1 com água destilada, grupo V – F1 e F2 com água destilada e grupo VI –F1, F2 e F3 com água destilada. Os espécimes foram preparados conforme sugestão do fabricante e analisados pelo processo histológico e morfométrico. Os resultados revelaram que não houve diferença significativa entre os grupos, exceto para os grupos I e VI. Os autores concluíram que nenhuma técnica permite a limpeza completa do canal. No entanto, a técnica de preparo apical com o instrumento F3 e irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5%foi a mais eficaz.

De Deus, Garcia-Filho30 (2009) estudaram a influência dos sistemas Hero 642, ProTaper e K3 na qualidade de limpeza do terço apical do canal radicular. Sessenta e seis molares inferiores foram preparados pelos três sistemas, usando NaOCl a 5,25% como líquido irrigador, velocidade de preparo de 300rpm e 2N de torque. Os espécimes passaram pelo processo histológico e os cortes foram feitos de 1-3 mm do ápice. Os resíduos de tecido pulpar foram avaliados usando método morfométrico. Os resultados mostraram que não houve diferença entre os sistemas na quantidade de resíduos. Entretanto, foi encontrado algum resíduo de tecido pulpar em todos os espécimes.

Taha et al.119 (2010) compararam três técnicas de pré escalonamento, em raízes de com canais ovais de 39 pré-molares inferiores. O objetivo foi comparar a regularidade e a presença de resíduos dos canais preparados. Os dentes foram divididos em 3 grupos de 13 cada, preparados como segue: grupo 1, instrumentação manual pela técnica step-back usando limas Hedström. Depois do acesso coronário com brocas Gates-Glidden # 2 e # 3, os canais foram alargados até o forame com instrumento final # 40. Os movimentos foram somente de limagem (introdução/retrocesso). Grupo 2 instrumentação rotatória de NiTi com sistema EndoWave, usando a técnica crown-down na seguinte seqüência: 35/08 para alargamento coronário do canal, seguido do instrumento 30/06 e 25/06 até 2 ou 3mm aquém do forame. Então instrumento 20/06 até o forame, e preparo apical alargado com 20/06 com movimentos circunferências. Grupo 3 instrumentação com Anatomic Endodontic Tecnology(AET) instrumentos shaping e finishing acoplados a peça de mão Endo-Eze com movimentos oscilatórios. O preparo da forma foi feito com instrumentos com corte e sem corte na ponta até 3mm aquém do forame.

Revisão de literatura

Os instrumentos para preparo apical são desenhados com corte somente na ponta e usados manualmente O preparo apical foi até o # 40. Em todos os grupos foi usado NaOCl 1% + EDTA 15% , 1ml por minuto durante a instrumentação e 2ml como irrigação final para remoção da camada de smear. Após a instrumentação os dentes foram seccionados nos terços coronário, médio e apical, fotografados para avaliação da forma e processados avaliação histológica para análise da regularidade das paredes e presença de resíduos. Os resultados mostraram que nenhuma técnica preparou ou limpou o canal completamente. Não houve diferença estatisticamente significante entre as três técnicas, quanto à superfície não tocada do canal, área de cada corte, remanescente de resíduos e forma do canal.

Proposição

3 PROPOSIÇÃO

Esse estudo visa analisar:

1 - A capacidade de corte dos instrumentos rotatórios de NiTi ProTaper, Mtwo e K3, na remoção de dentina, determinada pela perda de massa do dente depois do preparo dos canais radiculares;

2- Aumento da área do canal radicular, alargamento do diâmetro do canal no sentido mésio-distal, centralização e transporte do canal depois do preparo pelos sistemas rotatórios de NiTi ProTaper, Mtwo e K3;

3- Irregularidades na parede do canal radicular e a presença de resíduos no canal depois do preparo rotatório pelos sistemas ProTaper, Mtwo e K3.

Material e método

4 MATERIAL E MÉTODO

Para esse estudo foram utilizados 36 dentes molares superiores humanos, oriundos do banco de dentes da Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP – Univ. Estadual Paulista e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (Anexo 1). Inicialmente, os dentes foram radiografados com aparelho de Rx periapical Heliodent 60kv, 10mA, (Siemens-Brasil) para verificar-se a anatomia interna dos canais radiculares e o grau de curvatura da raiz mésio-vestibular. A curvatura apical foi determinada pelo método de Schneider111 (1971), com o auxílio do software Image J (www.rsb.info.nih.gov/ij). Foram selecionados os dentes que apresentavam curvatura apical entre 20º e 40º graus no sentido mésio-distal. Cáries, restaurações metálicas e a raiz disto-vestibular foram removidas. A abertura coronária foi feita com pontas diamantadas, em alta rotação, n.1012, 2082 (KG Sorensen- Brasil) e brocas carbide esférica longa 28 mm n.2 em baixa rotação (Dentsply –Maillefer- Brasil). A patência do canal mésio-vestibular foi verificada com lima tipo K # 10. Os dentes foram montados em blocos de silicone de condensação (Vigodent - Brasil), em uma plataforma de acrílico, adaptada do método de Southard et al.118 (1987), a fim de padronizar a posição dos dentes nas tomografias e no preparo rotatório dos canais radiculares. Foram confeccionadas seis moldeiras de poliéster que, depois, foram unidas em dois blocos (Figura1). Os dentes foram divididos em três grupos de 12 cada, com curvaturas mésio-distais na raiz mésio-vestibular entre 20º e 29º (6 dentes) e entre 30º e 40º outros (6 dentes).

FIGURA 1- Plataforma de acrílico com blocos de silicone e dentes.

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