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5. CAPÍTULO I Adaptabilidade, Estabilidade e Capacidades de

5.3. Resultados e Discussões

5.3.1. Avaliação “per se” das linhagens

Para os ensaios de avaliação das seis linhagens, constataram-se pelas análises de variâncias individuais, nos dois níveis de adubação nitrogenada e nos dois anos de avaliação, a existência de variabilidade genética, ao nível de 1% de probabilidade (Tabela 3), mesmo sendo estes genótipos derivados de uma mesma população base.

Tabela 3 – Análises de variâncias individuais e estimativas médias, coeficientes de variação experimentais (CVs), componentes quadráticos genotípicos (ØG) e coeficientes de determinação genotípicos (H2),

para produtividade de grãos de seis linhagens de milho, avaliadas em baixo e alto N, nos anos agrícolas de 2003/04 e 2005/06

Ano Nível de N QM(Blocos) QM(Trat) QM(Res) F 2003/04 Baixo N 80.937,5 348.416,7 53.479,17 6,5** 2003/04 Alto N 299.201,4 646.805,6 49.826,39 12,9** 2005/06 Baixo N 243.722,9 5.459.700,0 96.484,16 56,5** 2005/06 Alto N 106.679,4 6.262.048,1 395.472,1 15,8** G.L. 2 5 10 Parâmetros genéticos

Ano Nível de N Média C.V.(%) ØG H2

2003/04 Baixo N 441,66 52,3 98.312,50 0,84

2003/04 Alto N 605,55 36,8 198.993,06 0,92

2005/06 Baixo N 3142,44 9,8 1.787.738,55 0,98

2005/06 Alto N 3488,38 18,0 1.955.525,18 0,93

**

: significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

A média de produtividade na análise conjunta (Tabela 4) foi de 1.919,51 kg.ha-1 de grãos, sendo verificado valor alto para o coeficiente de determinação genotípico (0,98), apesar do coeficiente de variação experimental ter sido de 20,09%, considerado de médio a alto para experimentação agronômica com milho, mas consistentes com valores observados na literatura, para avaliação de linhagens em condições de estresses.

Além disso, percebe-se que a interação entre genótipos e níveis de nitrogênio (não significativa) representa apenas 6,28% do total da interação Genótipos x Ambientes, enquanto que, a interação entre genótipos e locais representou 87,95% da interação total Genótipos x Ambientes e provocou

mudança na classificação relativa das linhagens em diferentes anos, sendo que a linhagem L2 mostrou-se como a segunda mais produtiva no ano agrícola de

2003/04, onde os estresses ambientais foram mais pronunciados, enquanto que, no ano de 2005/06 a linhagem L3 a superou, mostrando maior resposta à

melhoria do ambiente, como pode ser visualizado no Gráfico 4.

Tabela 4 - Análise de variância conjunta para produtividade de grãos de seis linhagens de milho, derivadas da população CMS 28, avaliadas em baixo e alto nível de adubação nitrogenada, nos anos agrícolas de 2003/04 e 2005/06 F.V. G.L. S.Q. Q.M. F (B/N)/A 8 1461.082,333 182.635,2917 Genótipos (G) 5 45.133.273,07 9.026.654,614 60,6** Locais (L) 1 140.295.208,7 140.295.208,7 768,1** Níveis de N (N) 1 1.169.685,125 1.169.685,125 6,4* GxL 5 16.229.806,4 3.245.961,281 21,8** GxN 5 1.158.270,625 231.654,125 1,5ns LxN 1 149.149,0139 149.149,0139 0,8ns GxLxN 5 1.063.498,403 212.699,6806 1,4ns Resíduo 40 5.952.618,333 148.815,4583 Parâmetros Genético-estatísticos Média: 1.919,51 CV(%): 20,09 H2 (média): 0,98 **, *: significâncias a 1% e 5%, respectivamente, pelo teste F; e ns: não significativo.

O comportamento produtivo das seis linhagens demonstra a superioridade dos genótipos selecionados como eficientes (L1, L2 e L3) em

relação aos ineficientes (L4, L5 e L6), tanto em ambientes com baixo N como em

alto N, na média dos dois anos de avaliação, como verificado pela significância, a 1% de probabilidade, no teste de Scheffé para o contraste entre esses dois grupos de linhagens, apresentado na Tabela 5.

Tabela 5: Teste de comparação entre médias de produtividade de grãos (kg.ha-1), para o contraste (C) entre o grupo de linhagens eficientes no uso de N, da população de milho CMS 28, [(Y1 = L1+L2+L3) / 3]

contra o grupo de linhagens ineficientes [Y2 = L4+L5+L6 / 3)], testadas

em dois anos, em níveis baixo e alto de N (12 e 120 kg.ha-1 de N, respectivamente)

Variável Y1 Y2 C=Y1-Y2 S² # DMS ¤

PG/ha 2.609,4 1.229,8 1.379,7 33.070,1 760,7** **: significância a 1% de probabilidade, pelo teste de Scheffé

#

: S2 é Estimativa da variância do contraste C = Y1 – Y2 ¤: DMS é a diferença mínima significativa, em kg.ha-1

As estimativas dos parâmetros de adaptabilidade, para produtividade de grãos, pelo método de Eberhart e Russell (Tabela 6), revelam que, dentro do grupo de genótipos eficientes todas as linhagens apresentaram β0 alto, sendo

que as linhagens L1 e L3 mostram β1 significativamente maior que 1 (p < 0,01),

e, portanto classificadas como de adaptação a ambientes favoráveis, respondendo bem às melhorias ambientais. A linhagem L2, por outro lado,

apresentou β1, estatisticamente, igual a 1, ao nível de 5% de probabilidade,

demonstrado comportamento de adaptabilidade geral, sendo que a resposta à melhoria ambiental foi mais pronunciada em relação ao ano e não ao nível de nitrogênio aplicado, como visualizado no Gráfico 4.

Gráfico 4: Comportamento produtivo de seis linhagens de milho, derivadas da população CMS 28, em baixo e alto nível de adubação nitrogenada, nos anos agrícolas de 2003/04 e 2005/06.

Pelo método de Eberhart e Russell (1966), a estabilidade de produção é tida como medida de previsibilidade de comportamento dos genótipos frente às variações impostas pelos ambientes testados. Desta forma, a não significância para a variância dos desvios (S2d) e altos valores dos coeficientes de determinação (R2) das regressões de cada genótipo em relação aos ambientes indicam alta previsibilidade de comportamento.

Comportamento Produtivo das 6 Linhagens Parentais (2003/04 e 2005/06 em Baixo e Alto N)

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Baixo N (03/04) Alto N (03/04) Baixo N (05/06) Alto N (05/06)

Ano e nível de N P G ( kk/h a ) 1 2 3 4 5 6

Tabela 6: Estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade pelo método de Eberhart e Russell (1966), para as seis linhagens da CMS 28 avaliadas em dois anos em ambientes com baixa e alta disponibilidade de N

Parâmetros de adaptabilidade

Genótipo Média(β0) em kg.ha-1 β1 t (β1 = 1) Probab(%)

L1 2919,5 1,299 3,768 0,06 ** L2 2336,8 1,084 1,062 29,49 ns L3 2572,0 1,395 4,979 0,00** L4 1339,0 0,862 -1,733 8,70 ns L5 1773,5 1,011 0,138 88,59 ns L6 576,8 0,348 -8,215 0,00 ** Parâmetros de estabilidade Genótipo S²d Probab(%) R²(%) L1 -15816,050 100 ns 99,49 L2 1764,750 36,43 ns 98,90 L3 -29490,398 100 ns 99,74 L4 139058,735 3,07* 93,94 L5 -49562,124 100 ns 99,99 L6 -13484,026 100 ns 92,94 **

e *: Significância a 1 e 5% de probabilidade; e, ns: não significativo a 5% de probabilidade

5.3.2. Análises dialélicas

Para investigação do contrôle gênico da eficiência do uso de N e responsidade à aplicação deste nutriente verificou-se que, nos experimentos individuais de avaliação dos híbridos dialélicos houve significância para a característica produtividade de grãos, ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F, como observado na Tabela 7, em qualquer ano e nível de nitrogênio aplicado, indicando que existe variabilidade para produção de grãos entre os híbridos sintetizados pelos cruzamentos entre linhagens eficientes e ineficientes no uso de N, mesmo sendo os parentais de base genética estreita (derivados de uma única planta autofecundada da população - CMS 28). Além disso, a análise de variância conjunta para produtividade de grãos, apresentada na Tabela 8, demonstrou a existência de variabilidade para este conjunto de híbridos e de diferenças entre os anos e níveis de N a 1% de probabilidade pelo teste F.

As interações entre genótipos e anos e entre genótipos e níveis de nitrogênio foram significativas (Tabela 8), havendo mudanças na classificação relativa dos híbridos, entre anos e entre níveis N (p<0,01 para GxA e p<0,05