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O processo de avaliação é considerado um dos aspetos fundamentais no ciclo de desenvolvimento de um projeto (Silva, 2005), por isso, o par de estágio considerou essencial realizar a avaliação dos objetivos da intervenção para ter uma visão global de todo o processo e verificar os resultados obtidos.

Depois do par de estágio identificar as potencialidades e as fragilidades da turma de trabalho, definiu uma problemática com base em questões que permitiram construir os objetivos gerais do PI. Em seguida, foram definidos indicadores de avaliação para cada objetivo, que possibilitaram verificar se os objetivos gerais foram ou não atingidos. Com base nesses indicadores, criaram-se atividades promotoras da concretização de cada objetivo do PI.

Para realizar a avaliação do plano de intervenção, surge então a necessidade de avaliar cada um dos objetivos gerais de acordo com os indicadores definidos no PI das estagiárias (cf. Anexo AL). Como a avaliação do PI depende também das aprendizagens realizadas pelos alunos ao longo do período de intervenção, as tabelas dos Anexos AH, AI e AJ evidenciaram, de certo modo, o sucesso ou insucesso da intervenção.

No que diz respeito ao primeiro objetivo – desenvolver a competência textual – (cf. Tabela AL e Figura AL1), admitiu-se que este foi, de um modo geral, atingido, visto que ao longo da intervenção foi verificada a melhoria nas produções dos alunos de acordo com o definido nos indicadores de avaliação (evidências também apontadas

nas Tabelas AH1 e AH3). De acordo com a Figura AL1 presente no anexo AL verificou-se que a maioria dos alunos redigiu os textos de acordo com o proposto estabelecendo uma sequência lógica das ações. Apesar de se ter verificado alguma resistência no indicador do respeito pelas convenções gráficas, ortográficas e de pontuação, pode concluir-se que mais de 50% da turma já respeita esse indicador muitas vezes. Estes factos permitem que a avaliação seja positiva.

A avaliação do segundo objetivo – melhorar as capacidades de resolução de problemas – (cf. Tabela AL1 e Figura AL2), visou a análise de todos os momentos experienciados em sala de aula que envolviam a resolução de problemas e que proporcionaram a melhoria desta competência. Apesar de haver alguns alunos que não chegavam à resposta pretendida, explicitavam muito bem o seu raciocínio. Geralmente, no momento de explicitação, estes davam-se de conta do erro e tentavam corrigi-lo. Ao longo da implementação da rotina dos Problemas notou-se uma melhoria na reação dos alunos perante os problemas, pelo que nas últimas semanas vários alunos já recolhiam os dados dos problemas, tratavam os que eram necessários e só depois procediam às operações. A maior resistência dos alunos notou-se ao nível da concentração ao ler o problema, pelo que era necessário mais tempo para trabalhar este aspeto com eles. Mesmo assim, é de destacar que mais de metade da turma resolvia problemas chegando à resposta pretendida e explicitava os seus raciocínios. Os momentos de partilha das estratégias efetuadas no cálculo mental ajudaram na concretização deste objetivo.

Relativamente ao terceiro objetivo – melhorar as destrezas de cálculo mental – verificou-se que praticamente todos os alunos, exceto um, utilizaram nas suas resoluções estratégias de cálculo mental (cf. Tabela AL1 e Figura AL3). Na análise das produções dos alunos verificou-se que, progressivamente, estes aumentaram o seu repertório de estratégias e melhoram o registo escrito dos raciocínios efetuados. O momento de partilha das estratégias utilizadas pelos alunos foi importante neste processo, visto que, para além de ter proporcionado o aumento do repertório de estratégias utilizadas, promoveu o desenvolvimento do raciocínio matemático aquando a justificação dos passos efetuados e da comunicação matemática. Assim, os alunos não só expressaram as suas ideias, como também desenvolveram competências de interpretação e compreensão das questões apresentadas.

No que diz respeito ao quarto objetivo – cooperar em atividades a pares e em grupo na sala de aula – verificou-se uma melhoria nas atividades promotoras destas

modalidades de trabalho, nomeadamente no cumprimento das tarefas, no respeito pela opinião dos colegas e no contrito pessoal no contexto do grupo. No entanto, os alunos apresentaram algumas lacunas ao nível da gestão do tempo das tarefas, realidade que se verificou em todas as modalidades de trabalho. Este objetivo geral, apesar de ser avaliado como positivo (cf. Figura AL4), pois a melhoria foi efetivamente significativa, seria importante haver, posteriormente, um trabalho contínuo envolvendo estas metodologias de trabalho. Alguns alunos apresentaram ainda muita resistência no que respeita ao ouvir a opinião do outro e ao trabalhar em grupo, pois assumiam um caráter individualista. Em suma, alguns dos grupos melhoraram muito no que respeita ao trabalho cooperativo mas outros tiveram muita dificuldade em gerir esta modalidade de trabalho.

A aplicação de um breve questionário final e a sua posterior análise (cf. Anexo AM) foram essenciais para o par de estágio saber a opinião dos alunos sobre o trabalho desenvolvido durante as semanas de intervenção. Como os alunos foram os principais responsáveis pelo trabalho efetuado, foi importante receber o feedback deles. Os questionários foram respondidos individualmente e de forma anónima para que os alunos não se sentissem intimidados em dar a sua opinião. A análise feita dos questionários foi positiva, sendo que os alunos evidenciaram gostar das seguintes atividades: produção do salame, rotina de cálculo mental, ficha dos padrões, elaboração de cartazes dos animais e de dois países europeus, montagem do m2, trabalho em grupo, realização do PIT, produção da coreografia e aulas no ginásio. Estas respostas foram justificadas pelo divertimento que lhes proporcionaram. Relativamente ao que menos gostaram de fazer, a maioria dos alunos referiu que tinha gostado de tudo, por isso não tinha nada que menos gostasse. Relativamente à área da Matemática, os alunos referiram vários aspetos, nomeadamente gostar de fazer o cálculo mental, as fichas de padrões e construir o m2. Relativamente ao que menos gostaram de aprender em Matemática verificou-se que mais de metade da turma referiu que tinha gostado de tudo e por isso não tinha nada que menos gostasse. No entanto, dois alunos referiram as unidades de medida de capacidade e a rotina dos Problemas. Estas escolhas foram justificadas pelo grau de dificuldade que demonstravam.

Em suma, considerou-se que foram adotadas situações que permitiram o desenvolvimento e alcance dos objetivos delineados, pelo que houve preocupação em criar momentos de partilha de ideias, de discussão de resultados, de momentos de

escrita, de resolução de problemas e de apropriação de regras do trabalho em grupo. Tento em conta que o par de estágio correspondeu às necessidades dos alunos, o balanço geral desta intervenção foi bastante positivo.