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III.4 Resultados e discussão

III.4.2 Avaliação qualitativa do crescimento fúngico

A avaliação qualitativa do crescimento dos fungos nos provetes de ensaio fez-se por inspeção visual e recorrendo ao registo fotográfico. Constatou-se que em algumas situações a avaliação quantitativa indicava a presença de fungos, facto que não era reprodutível na inspeção visual, visto os fungos se encontrarem numa fase de crescimento não observável a olho nú .

No provete P1 a contaminação fúngica foi visível, nas três réplicas do elemento 1 (1A, 1B, 1C) pertencentes à face A, a partir dos 56 dias após a inoculação (Figura III.6a). Na Figura III.6b está patente o aspeto visual fotográfico observado aos 140 dias de ensaio. As zonas onde se observou a presença de fungos encontram-se destacadas, relativamente a outras manchas observadas associadas a sujidade e poeiras, decorrentes do transporte dos provetes para o interior da câmara de ensaio. Denota-se um padrão de distribuição do crescimento localizado nas zonas periféricas.

III-Análise da resistência de diferentes materiais de construção ao desenvolvimento de fungos __________________________________________________________________________

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Para os restantes elementos constituintes do provete P1 (de 2 a 8) não foram detetados visualmente, quaisquer indícios de crescimento fúngico, pelo que o valor máximo registado de 188 UFC/cm2 (vide ponto III.4.1, Tabela III.4a) não é visível a olho nú. Contudo valores

superiores a 212 UFC/cm2 já se visualizam.

A evolução qualitativa do crescimento no provete P2 mostrou tendência semelhante ao provete P1. A presença fúngica foi detetada com maior relevância num dos seus elementos constituintes, neste caso no elemento 9, contrastando com os restantes elementos. Neste elemento a primeira manifestação de fungos ocorreu na sua réplica 9C, após 56 dias da inoculação dos provetes, tal como observado na Figura III.7a. Na Figura III.7b denota-se o aspeto deste elemento no final do período de ensaio, bem como a distribuição do seu crescimento fúngico na zona periférica do provete.

Figura III.6: Registo fotográfico da réplica 1A, do elemento 1, provete P1 : (a) aos 56

dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado.

Figura III.7: Registo fotográfico da réplica 9C, do elemento 9, provete P2 : (a) aos 56

dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado.

(a) (b)

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(a) (b)

Nos provetes de gesso cartonado normal (G1), as primeiras manifestações de crescimento fúngico ocorreram no mesmo momento que em P1 e P2, ou seja, a partir dos 56 dias. Este crescimento foi verificado em ambas nas réplicas “A” dos seus elementos constituintes, 17A e 18A, sendo visível através das Figuras III.8 e III.9, respetivamente para os 56 e 140 dias de ensaio (último registo fotográfico).

Nos provetes de gesso cartonado hidrófugo (G2), as primeiras manifestações de crescimento fúngico ocorreram em momentos distintos relativamente aos restantes provetes. Este desenvolvimento foi denotado em ambas as réplicas “A” dos seus elementos constituintes, 19A e 20A, com se pode verificar segundo as Figuras III.10 e III.11, respetivamente alusivas para os 28, 56 e 140 dias de ensaio. Observaram-se fungos aos 28 dias na superfície de uma das réplicas do elemento 19, mais propriamente na réplica 19A, coincidente com o valor registado

Figura III.8: Registo fotográfico da réplica 17A, do elemento 17, provete G1: (a)

aos 56 dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado

(a) (b)

Figura III.9: Registo fotográfico da réplica 18A, do elemento 18, provete G1: (a)

aos 56 dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado .

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na análise quantitativa para o mesmo período de amostragem, denotando-se tal concordância apenas neste caso. Seguidamente, aos 56 dias de ensaio numa das réplicas pertencentes ao elemento 20, na réplica 20A, identificaram-se pela primeira vez vestígios do crescimento fúngico.

De acordo com a observação do registo fotográfico para os elementos 19 e 20, do provete G2, denota-se que o elemento 19 é o que apresenta um crescimento fúngico mais acentuado. Em ambas as situações a distribuição do crescimento é uniforme. Desta análise qualitativa dos fungos foi possível validar os resultados obtidos nas contagens de UFC/cm2 para os provetes em estudo. Nos provetes de argamassa P1 e P2 constatou-se que os elementos 1 e 9, respetivamente, tanto visualmente como nas contagens são os que se destacam com um maior desenvolvimento fúngico. Assim como, nos provetes de gesso cartonado G1 e G2, os elementos 17 e o 19 de cada provete, salientam-se dos restantes elementos por apresentarem uma maior contaminação fúngica.

(a) (b)

Figura III.10: Registo fotográfico da réplica 19A, do elemento 19, provete G2 : (a)

aos 28 dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado .

(a) (b)

Figura III.11: Registo fotográfico da réplica 20A, do elemento 20, provete G2 : (a)

aos 56 dias; (b) aos 140 dias. Tracejado indica manchas de indício de crescimento fúngico observado .

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39 Perante a análise das contagens de UFC/cm2, principalmente para os provetes P1 e P2 tinha-se

constatado que as zonas de colheita, poderiam ter condicionado os resultados obtidos. Este facto, pode ser confirmado com o registo fotográfico pois constata-se que a proliferação fúngica ocorreu mais ao nível das extremidades e na zona central dos seus elementos. Contrariamente, ao que se observou nos elementos dos provetes de gesso cartonado G1 e G2, tendo ocorrido a propagação por toda a superfície do elemento. Estas diferenças na distribuição podem estar relacionadas com as características do substrato e/ou conjugação de tintas aplicadas sobre o mesmo, bem como com a existência de rugosidades na superfície. As rugosidades predominantes nos provetes de gesso cartonado (G1 e G2) são zonas preferenciais de crescimento devido à acumulação de humidade e nutrientes necessários para o respetivo metabolismo dos fungos.