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A partir da invenção da World Wide Web por Tim Berners-Lee, em 1990, os sistemas de informação, no formato de sites e portais, passaram a ter uma padronização e popularidade até então inexistentes.

Entre os padrões está um endereço numérico exclusivo para ser localizado na internet (IP, Internet Protocol) e seu equivalente alfanumérico para efeito mnemônico (DNS, Domain Name System), endereço que se estende aos demais recursos do site (URL, Uniform Resource Locator); um protocolo capaz de transmitir dados em hipertexto (HTTP, HyperText Transport Protocol) ; e uma linguagem para construir documentos em multimídia, que padronizou caracteres, cores, o acesso ao hipertexto, isto é, a qualquer outro arquivo que contenha endereço, a reprodução de sons e imagem (HTML, HyperText Markup Language) e o navegador Mosaic29, desenvolvido por Marc Andreesen, em 1992, onde os endereços e recursos pudessem ser manipulados e vistos com facilidade. Quanto à popularidade havia, em maio de 2005, 63.532.742 sites registrados, com um aumento de 1,24 milhões de sites por mês30.

Diante da enorme quantidade de sites na internet, da variedade e quantidade de páginas e recursos acrescentada sobre a estrutura da linguagem HTML e da facilidade de alterações desses recursos – o que faz com que “o ciclo de vida de um site se aproxime de zero, essencialmente há uma continua mudança e inovação”31, tem-se como resultado a falta de critérios para avaliação, conforme reclamado por SWEETLAND (2001) e demonstrado na tabela em seguida, a partir dos anexos do trabalho de VILELLA (2002):

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Em 1994, a versão comercial do Mosaic foi lançada com o nome de Netscape (GLENWRIGHT, 2001).

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Netcraft.< http://news.netcraft.com/archives/web_server_survey.html > Acessado: 26 Mai. 2005.

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BROWNING, J., REISS, S. Cycle time. In Encyclopedia of the new economy. New York: Wired.

Tabela 1 – Critérios de avaliação de 17 metodologias

Legenda da tabela:

Anexo 2: Checklist para avaliação de “Web Pages Informacionais” proposto por ALEXANDER

e TATE (1996);

Anexo 3: Política de desenvolvimento da coleção adotada pelo NetFirst da OCLC;

Anexo 4: Critérios de seleção de Websites estabelecidos pela American Library Association; Anexo 5: Cinco critérios para avaliação de páginas Web propostos pela Biblioteca da

Southwest State University (2000);

Anexo 6: Critérios de avaliação de sites propostos pelo serviço de informação e biblioteca da

Maryland University College (2001).

Anexo 7: Critérios de avaliação de fontes de informação na internet propostos pela biblioteca

da Albany University (1996).

Anexo 8: Lista de critérios para avaliação das páginas na Web proposta pela biblioteca da

New México State University (2002).

Anexo 9: “Caixa de ferramentas/critérios de avaliação” propostos por SMITH (1997). (Trata-

se de um resumo, os quatro critérios de desdobram em 19 outros).

Anexo 10: Sumário do checklist CARS proposto por HARRIS (1997).

Anexo 11: Diretrizes para a credibilidade de Websites por FOGG (2002). (São ao todo 10

critérios de credibilidade);

Anexo 12: Lista de critérios pra avaliação de Websites governamentais proposta por

BARBOZA et al.

Anexo 14: Critérios de avaliação de Websites propostos por ESCHENFELDER e al (1997). Anexo 15: Critérios para avaliação de sites de governo apontados por EVANS (2000); Anexo 16: Critérios para avaliação de Websites do governo de Nova Zelândia propostos por SMITH (2001);

Anexo 18: Indicadores para análise dos sites do governo de Taiwan por HUANG e CHAO (2001);

Anexo 19: Indicadores para análise dos portais dos estados americanos por GANT e GANT

(2002).

Nota: Alguns critérios foram agrupados para evitar o excesso de nomes com o mesmo sentido.

Diante de tantos critérios, existem tentativas de agrupá-los em poucas categorias. Uma das mais utilizadas é a categoria “conteúdo” cujos critérios são acuidade, autoridade,

objetividade, atualização e cobertura, reunidos por MOSTAFA e TERRA (1998), autoras que

afirmam que, além de serem conceitos conhecidos pelos bibliotecários, a enorme massa de literatura de avaliação de fontes eletrônicas os abrange em maior ou menor grau.

Entretanto, um outro critério se sobressai nas propostas de avaliação pesquisadas: a análise da usabilidade. Uma das definições para usabilidade é que se trata da medida do potencial que um produto tem de cumprir os objetivos do usuário. Alguns fatores usados para determinar a usabilidade são a facilidade de uso, a consistência visual e um processo definido e claro de navegação. A usabilidade é testada por um método pelo qual os usuários são questionados quanto à performance de certas tarefas levando em consideração os itens acima e a experiência do usuário. Esse teste pode ser feito formalmente, em um laboratório com câmeras de vídeo, ou informalmente com simulados em papel de um aplicativo ou website, e deve ser capaz de gerar mudanças no site a partir das descobertas (THING, 2003).

NIELSEN & TAHIR (2002) listam “113 diretrizes de usabilidade da homepage32”, já que a homepage “é a páginas mais importante em qualquer website”. Entretanto, é BLACK (1998) quem mostra que essa usabilidade não passa de velhas lições de programação visual das artes gráficas, sobretudo de jornais e revistas, adaptadas para os atuais recursos da web.

Já a ISO 9241-11 enfatiza que a usabilidade dos computadores é dependente do contexto de uso e que o nível de usabilidade alcançado dependerá das circunstâncias específicas nas quais o produto é usado. O contexto de uso consiste de usuários, tarefas, equipamentos (hardware, software e materiais), e do ambiente físico e social, pois todos esses podem influenciar a usabilidade de um produto dentro de um sistema de trabalho33, indo, portanto, além de diretrizes para a homepage.

Apesar de tantos autores citarem a usabilidade como um dos fatores principais na avaliação de sites, por exemplo, FURQUIM (2003,2004), GÜELL et al., (2001), MCMURDO, (1998), TERRA FORUM CONSULTORES (2004), ZHANG et al., 1999 – um avanço é a proposta de BRAJNIK (2000) para um sistema automático de avaliação. Considerando que a manutenção de sites absorve cada vez mais recursos e tecnologias, e que a avaliação da usabilidade precisa ser feita a cada mudança, então os métodos de avaliação devem ser feitos de maneira automática para serem eficazes.

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Alguns exemplos: ”18 – Evitar conteúdo redundante”; “26 – Evitar pontos de exclamação”; “30 –

Não usar a palavra ‘Links’ para indicar links existentes na página”; “113 – Alinhar os pontos decimais ao exibir colunas de números”.

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Uma variação da usabilidade é a acessibilidade que consiste de providências tomadas por criadores de programas de computador e páginas de internet para garantir o acesso a informações e recursos informáticos por parte de usuários com algum tipo de limitação física (deficiências visuais, auditivas, motoras etc.) ou instrumental (equipamentos portáteis, modems lentos, falta de recursos de áudio etc.). (RABAÇA & BARBOSA, 2002). No Brasil, a acessibilidade é recomendada pela Lei no. 10 098, de 19 de dezembro de 2000, e existem tentativas de se medir a acessibilidade de um site de maneira automática como, por exemplo, submetendo o DNS ao site Da Silva34.