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Avaliação

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“A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa que implica procedimentos adequados à especificidade da actividade educativa no Jardim de infância, tendo em conta a eficácia das respostas educativas. Permitindo uma recolha sistemática de informações, a avaliação implica uma tomada de consciência da acção (…).” (in Gestão do Currículo na Educação Pré-

Escolar Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007) Para a realização de uma prática consistente e coerente o docente deverá ter noção do papel da avaliação no dia a dia. Com a implementação do projeto pretendíamos que as crianças desenvolvessem a sua consciência linguística através da realização de atividades consistentes e estruturadas no tempo.

Ao longo do projeto, foram previstos vários momentos de avaliação, nos quais as crianças foram chamadas a participar. Para uma melhor gestão do tempo, e uma vez que estes grupos de crianças tinham já muitas atividades estruturadas, optou-se pela avaliação das atividades realizadas em grupo e não pela autoavaliação das atividades.

Relativamente ao objetivo “Aumentar a consciência Linguística das crianças”, entendemos tê-lo alcançado, não só pela análise dos resultados das provas fonológicas efetuadas antes e depois da intervenção, não só pela comparação das prestações dos grupos experimental e de controlo, mas também pelos desempenhos registados pelas crianças de ambos os grupos, aquando de atividades desta natureza, em momentos posteriores ao projeto em si.

No que respeita ao objetivo “Construir um portefólio de atividades de consciência linguística”, também este foi alcançado. No entanto, temos consciência de que este portefólio não está encerrado e de que muitas mais atividades podem ser futuramente realizadas e ali anexadas, servindo estas apenas de ponto de partida e de modelo para outras atividades deste caráter.

As atividades decorreram de uma forma harmoniosa no tempo sem pressas e pressões. Em todas as atividades, as crianças, independentemente

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dos seus feitios, estiveram muito recetivas e entusiasmadas, dialogando sempre muito com a educadora.

No final de todas as unidades, as crianças dialogaram sobre o que tinham aprendido e refletiram sobre as suas conquistas. As atividades com mais movimento tiveram mais recetividade junto das crianças, mas muitas delas, referiram que gostaram de todas. Os materiais que ficaram disponíveis nas áreas da sala foram aproveitados pelas crianças todos os dias e notou-se que os procuravam com prazer e dedicação, respeitando regras e conteúdos. As fichas de trabalho também foram um momento de aprendizagem e algumas crianças reconheceram que apreciaram e se sentiram capazes de as realizar.

Estes níveis de consciência requerem tempo, predisposição e motivação para serem apreendidos e desenvolvidos. Este facto percebe-se quando as crianças, no final de algumas atividades mais complexas referiam que estavam cansadas e que queriam ir fazer outra atividade.

No que concerne ao objetivo “Capacitar as crianças de consciência fonológica” podemos constatar, através do impacto das atividades no desenvolvimento deste nível de consciência que o grupo experimental evoluiu bastante ao nível da sua consciência fonológica conseguindo realizar um conjunto significativo de tarefas relativas à consciência silábica e fonémica.

Relativamente ao objetivo “Capacitar as crianças de consciência de palavra” podemos referir que, e apesar de não haver uma análise quantitativa relativa a este nível de consciência, ao longo deste ano letivo quando ambos os grupos estavam expostos a tarefas de análise de palavras (por exemplo dizer qual a palavra maior, se “boi” ou “formiga”) o grupo experimental respondia corretamente tendo em conta o seu caráter fonológico, enquanto que o grupo de controlo respondia tendo em conta ainda o seu referente.

Este projeto foi ainda mais além permitindo constatar que as crianças melhoraram o seu desempenho ao nível da atenção e concentração perante as tarefas de realização e a audição de histórias.

“Tornar consciente nos Pais a importância da consciência linguística dos filhos” foi um objetivo também alcançado pelo projeto. Isto verificou-se pela

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adesão dos pais aos projetos de sala, quer o relativo à leitura vai-vém, quer à dinamização de histórias na sala.

As famílias das crianças do grupo experimental foram, na sua maioria, excecionais na forma como participaram nas atividades propostas e nos trabalhos pedidos pela educadora para a realização deste projeto.

Cremos ter alcançado o objetivo “Sistematizar momentos de leitura entre Pais e filhos” ao percebermos através das fichas da leitura vai-vém quando a maioria das crianças responde que realiza a leitura com os pais e quando alguns pais referem, nos momentos de entrega dos relatórios de desenvolvimento, que notavam os filhos mais predispostos para a leitura e mais insistentes nos pedidos para que lhes lessem livros.

No que diz respeito ao objetivo “Aumentar os momentos de literacia familiar” vemo-lo concretizado com a participação dos pais na sala, percebendo-se que esta permitiu que estivessem mais atentos ao que os filhos aprendem, fomentando essas mesmas aprendizagens. As histórias escolhidas e o facto de serem apresentadas pelos próprios pais foram muito interessante, uma vez que permitiu diversificar estratégias e surpreender as crianças sempre que uma nova história era contada.

“Capacitar os pais com conhecimentos sobre consciência linguística” foi um objetivo promovido aquando da reunião de pais. O facto de os pais tomarem consciência do seu papel como “modelador” de aprendizagens para o seus filhos e de que as atividades de consciência linguística são fundamentais para um bom início na aprendizagem da leitura foi também, certamente, uma mais valia deste projeto.

Após a sua implementação é possível identificar pontos fortes, pontos fracos e aspetos a melhorar.

Identificamos, como pontos fortes, a participação dos pais nos projetos da escola, o interesse e motivação das crianças, as atividades diárias destes níveis de consciência e a possibilidade de identificarmos algumas dificuldades nas crianças (ao nível da discriminação auditiva e da terapia da fala).

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Como pontos fracos, apontamos o número reduzido de atividades de consciência intrassilábica e fonémica, o facto de alguns pais não terem entregue o seu inquérito e o horário tão estruturado das crianças, o que dificultou o aprofundamento de algumas atividades propostas.

Salientamos ainda, como um aspeto a melhorar, um que se relaciona com a avaliação efetuada pelas crianças. Analisando o tempo disponível, as fichas de avaliação das crianças poderiam ser realizadas no final da exploração das atividades relativas à história.

Acreditamos, ainda este ano letivo, poder concretizar o objetivo de “aplicar metodologias pedagógicas e didáticas” por parte dos profissionais de educação do estabelecimento de ensino onde o projeto foi implementado, estando já prevista uma apresentação formal do mesmo.

Esperamos também poder vir a verificar o objetivo último deste projeto o do “sucesso na aprendizagem da Leitura”, uma vez que as crianças do grupo experimental já se encontram a frequentar o 1º ciclo do Ensino Básico, nesta mesma instituição.

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