• Nenhum resultado encontrado

Avaliação visual de toxidez por ferro nas cultivares de arroz Roraima,

4 Capítulo 2 – Avaliação agronômica e nutricional de cultivares de arroz em

4.3.4 Avaliação visual de toxidez por ferro nas cultivares de arroz Roraima,

Na tabela 4 são apresentados os valores da avaliação visual da intensidade dos sintomas de toxidez por ferro nas cultivares de arroz ao longo do tempo, nos manejos de água saturado e alagado. Os sintomas visuais de toxidez por ferro foram observados em todas as cultivares em ambos os manejos, saturado e alagado (Tabela 4).

Tabela 4 - Valores médios de toxidez por ferro nas folhas medido no tempo, nas cultivares de arroz irrigado Roraima, BRS Tropical e IRGA 417, submetidos aos manejos de água saturado e alagado no município de Humaitá-AM.

Manejo

de água Cultivar

Dias após o início do manejo de água saturado e alagado do solo (DAM)

24 31 38 45 52 59 66 Saturado2 Roraima1 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 BRS Tropical1 1,0 1,5 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 IRGA 4171 1,0 1,0 1,0 2,5 4,0 3,0 3,2 Alagado2 Roraima1 1,0 2,0 1,5 2,0 2,0 2,2 2,7 BRS Tropical1 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 IRGA 4171 1,0 1,5 1,5 4,0 3,5 3,7 3,7

1Médias de cultivares dentro de cada manejo. 2Médias de cada cultivar entre manejos.3Escala de notas de 1 a 9 conforme IRRI (1996): 1–crescimento e perfilhamento normal; 2–sintomas na ponta das folhas mais velhas; 3–sintomas nas folhas mais velhas; 5–crescimento e perfilhamento retardado, muitas folhas descoloridas; 7–crescimento e perfilhamento paralisado, maioria das folhas descoloridas ou mortas; 9 – quase todas as plantas mortas ou morrendo.

A cultivar IRGA 417 no manejo saturado apresentou sintomas mais pronunciados de toxidez por ferro a partir de 45 DAM e que permaneceram até o final das avaliações (Tabela 4). As cultivares Roraima e BRS Tropical apresentaram sintomas menos pronunciados e estáveis a partir de 45 DAM. No manejo alagado, os sintomas mais pronunciados de toxidez por ferro também foram observados na cultivar IRGA 417 a partir dos 45 DAM. Nas cultivares Roraima e BRS Tropical, os sintomas menos pronunciados já iniciaram mais cedo e ocorreram desde 31 até 66 DAM. O valor 3 significou sintomas nas folhas mais velhas, enquanto que e o valor 2 correspondeu aos sintomas na ponta das folhas velhas. Os sintomas de toxidez por ferro observados coincidiram com o aumento do teor de Fe na solução do solo (Figura 7d). A avaliação visual dos sintomas de toxidez por ferro também está de acordo com os teores médios de Fe no tecido, superior na cultivar IRGA 417 em relação às cultivares Roraima e BRS Tropical (Tabela 3). A cultivar de arroz Roraima é resistente a toxidez por ferro (CORDEIRO, 2009), o que explica o menor valor em relação a cultivar IRGA 417, considerada suscetível (SOSBAI, 2014). Não se tem informações da cultivar BRS Tropical quanto à reação a toxidez por ferro.

Os sintomas de toxidez por ferro na ponta das folhas velhas (valor 2) ao longo do tempo no manejo saturado foram observados nas cultivares Roraima e BRS Tropical a partir de 45 DAM e permaneceram estáveis (Tabela 4). Enquanto que a cultivar IRGA 417 apresentou sintomas nas folhas mais velhas (valor 3) a partir de 52 DAM. Os sintomas de toxidez por ferro observado nas folhas coincidiram com o aumento do teor de Fe na solução do solo do manejo saturado entre 43 e 57 DAM (Figura 7d). A estabilização da toxidez por ferro aos 45 DAM na Roraima e BRS Tropical e aos 52 DAM na IRGA 417, ocorreu após a aplicação da segunda dose de potássio realizada aos 40 DAM, que pode ser um indício da contribuição do potássio na diminuição da absorção de Fe pelas plantas. O aumento mais pronunciado dos sintomas de toxidez na cultivar IRGA 417 aos 52 DAM, demonstrou ser mais susceptível, ao contrário da Roraima e BRS Tropical.

No manejo alagado, as cultivares Roraima e BRS Tropical apresentaram sintomas de toxidez próximos ao valor 2,0 aos 31 DAM, permanecendo estáveis até o final da avaliação. A cultivar IRGA 417 apresentou aumentos mais pronunciados de sintomas de toxidez a partir de 45 DAM e permaneceu estável com valores próximos de 3,0. Os maiores teores de Fe na solução do solo no manejo alagado (Figura 7d) anteciparam os maiores valores de toxidez por Fe na planta. A

estabilização dos sintomas aos 31 DAM nas cultivares Roraima e BRS Tropical, pode ser um indício da contribuição do potássio aplicado aos 17 DAM e posteriormente aos 40 DAM, além do próprio mecanismo de defesa das plantas. A estabilização da toxidez na cultivar IRGA 417 aos 45 DAM logo após a segunda dose de potássio aos 40 DAM, também pode ser um indício da contribuição do potássio na diminuição da absorção de Fe pelas plantas. Portanto, o manejo alagado promoveu valores mais pronunciados de toxidez por Fe duas semanas anterior ao manejo saturado. Tanaka & Tadano (1972) observaram um efeito negativo do potássio na absorção do ferro. Vahl (1982) observou que o teor de ferro no tecido das plantas de arroz foi menor em solos que receberam adubação de K em relação aos solos não adubados com K.

A toxidez por ferro em relação ao manejo de água em cada cultivar revelou sintomas na ponta das folhas mais velhas no alagado e nenhum sintoma no saturado, para as cultivares Roraima aos 31 DAM e BRS Tropical aos 31 e 38 DAM (Tabela 4). A cultivar IRGA 417 apresentou valor superior no alagado em relação ao saturado aos 45 DAM. O maior valor observado nessas cultivares é atribuído aos maiores teores de Fe na solução do solo no manejo alagado (Figura 7d). Entretanto, nos demais dias maiores valores visuais eram esperados devido o maior teor de Fe na solução do solo nesse manejo, o que não aconteceu, pois, os teores de Fe no tecido foram semelhantes em ambos os manejos (Tabela 3). Acredita-se que, o mecanismo de defesa de cada cultivar pode ter contribuído para limitar a absorção de Fe e o potássio aplicado em cobertura, pois os teores no tecido em ambos os

manejos não diferiram.

4.3.5 Avaliação visual de severidade de brusone (Pyricularia grisea) e mancha