• Nenhum resultado encontrado

Nas Tabelas 6 e 7 tem-se os valores médios das análises químicas para fins de fertilidade do solo, obtidos para os diferentes sistemas de usos do solo avaliados (MN, FPE, FPP, PD e PC). Para a tabela 07 se tem que todos os elementos químicos avaliados diferem entre si, com exceção do H -+- Al.

Observando a tabela 8 nota-se que, para o FPE, MN e PC diferem estatisticamente dos demais tratamentos quanto ao elemento matéria orgânica, se destacando a MN com a maior quantidade de matéria orgânica. Para o P diferindo-se PC e PD onde o PD apresenta uma maior quantidade de P. Para o elemento K, se diferem entre si FPE e MN, MN e PD, MN e FPP, PD e PC, PD e FPP.

Para o Ca, a MN se diferencia significativamente dos demais sistemas de uso, se diferindo MN, PC e FPP entre si. Para o Mg e H + Al ambos os tratamentos não diferiram entre si. Já para o pH, a MN se diferiu entre os demais tratamentos com uma média de 5,56 em CaCl2, bem como a FPP com média 5,33. Para FPE, PD, PC, ambos não diferiram entre si. Para a Capacidade de troca de cátions (CTC), a MN se diferencia dos demais sistemas de uso do solo com 15,27, a maior CTC de todos os sistemas de uso do solo avaliados, seguido de PC com a menor CTC, 8,87.

O maior valor de P encontrado no PD já era esperado tendo em vista que o sistema envolve culturas anuais, nas quais foram feitas adubações com fertilizantes minerais que contem esse nutriente, como afirmam Souza e Alves (2003, p.135). No sistema MN percebe-se que há uma maior quantidade de cálcio e um valor maior de CTC, isso pode ser atribuído à reciclagem de cálcio via decomposição de resíduos, sendo capaz de reter mais cátions nesse sistema (SOUZA e ALVES, 2003, p.135).

Os maiores valores de CTC e pH para a MN podem também estar associados à menor intensidade de revolvimento do solo (SOUZA e ALVES, 2003, p.137) e, quanto ao pH, apesar de significativas diferenças entre MN e FPP, esta não deve refletir em diferenças apreciáveis nos níveis de toxidez por alumínio às plantas, onde que nestes valores 5,56 e 5,33 a presença de alumínio trocável é pouco expressiva (SOUZA e ALVES, 2003, p.137).

Tabela 6. Síntese da análise dos Quadrados médios com o nível de significância do F, *, **, e ns para as variáveis da análise química dos diferentes usos do solo.

Fator de variação

G.L.

M.O. (g.dm-3) P (mg.dm 3) K (cmolc.dm-3) Ca (cmolc.dm-3) Mg

(cmolc.dm-3) H+Al (cmolc.dm-3) pH CaCl2 CTC Manejos / usos 15 801,86 ** 75,88 ** 0,01 ** 31,15 ** 1,29 * 0,17 ns 0,55 ** 24,07 **

Tabela 7. Valores médios da análise química para fins de fertilidade do solo, nos diversos tipos de usos estudados.

Tratamentos M.O. (g.dm-3) P (mg.dm-3) K (cmolc.dm-3) Ca (cmolc.dm-3) Mg (cmolc.dm-3) H+Al

(cmolc.dm-3) pH CaCl2 CTC FPE 55,30 b 7,75 b 0,23 cd 4,95 bc 1,65 ab 3,57 a 4,73 c 10,40 bc MN 69,36 a 5,48 bc 0,37 a 10,90 a 0,98 b 3,03 a 5,56 a 15,27 a PD 48,30 bc 15,33 a 0,19 d 5,03 bc 1,83 ab 3,30 a 4,88 c 10,34 bc PC 30,83 d 4 46 c 0,31 ab 3,73 c 1,35 ab 3,48 a 4,75 c 8,87 c FPP 44,57c 6.16 bc 0,27 bc 6,10 b 2,50 a 3,31 a 5,33 b 12,17 b DMS 9,74 2,50 0,05 1,41 1,36 0,64 0,18 1,93 CV (%) 8,98 14,61 9,88 10,51 37,50 8,70 1,64 7,72

Médias não seguidas de mesmas letras minúsculas diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade; CV (%): coeficiente de variação; DMS: diferença mínima significativa. Onde FPE: Floresta plantada com Eucaliptus; MN: Mata nativa; PD: Plantio direto; PC: Plantio Convencional e FPP: Floresta plantada com Pinus.

6. CONCLUSÕES

O uso com o sistema plantio convencional apresentou o maior fracionamento dos agregados em comparação ao sistema plantio direto, reflorestamento com Eucalyptus, reflorestamento com Pinus e mata nativa. O sistema plantio convencional também apresentou baixo teor de matéria orgânica e uma das menores quantidades de fósforo e capacidade de troca de cátions. Esta qualidade inferior nas propriedades químicas associado ao menor tamanho médio do agregado contribuiu para o maior carregamento dos seus agregados pela água da chuva simulada, possibilitando maiores perdas de solo.

Os sistemas quem geraram menores perdas de solo pelo seu uso são floresta plantada com Eucalyptus, floresta plantada com Pinus, plantio direto, pois estes se aproximam bastante das características apresentadas pela mata nativa quanto à física do solo, diâmetro médio geométrico, diâmetro médio ponderado e a presença da cobertura morta bem como de matéria orgânica.

Ainda constata-se que a presença da cobertura morta é de suma importância para conter a perda de solo através da geração de sedimentos, evidente no sistema de uso plantio convencional e em menor grau no plantio direto e floresta plantada com Pinus. O plantio convencional teve uma redução de 6 vezes em perdas de solo por sedimentos na presença da cobertura morta, sendo notória a influencia nas perdas de solo através da água da chuva neste sistema de uso do solo.A floresta plantada com eucalipto e a mata nativa não apresentaram influencia na presença da cobertura morta, fator este que pode estar atrelado ao maior diâmetro médio ponderado e diâmetro médio geométrico.

Os resultados mostram que os diferentes sistemas de usos do solo refletem explicitamente nas perdas de solo pelo processo das chuvas, seja pelo fracionamento dos agregados do solo, seja pela ausência da cobertura morta sobre a superfície do sistema, tendo em vista que esta e o manejo do solo incidem diretamente sobre as características físicas e químicas deste, de forma mais intensa nas propriedades físicas do que químicas, sendo de grande importância observar o tipo de manejo de solo que se utilizará bem como a manutenção da cobertura morta sobre o mesmo, se tratando dos atributos químicos, como: teor de matéria orgânica,

pH, capacidade de troca de cátions, fósforo, potássio, cálcio, magnésio pois, estes como constatado neste trabalho sofrem influencia dos sistemas de uso do solo, seus respectivos manejos. Ainda ressaltando a importância de mais estudos na área que venham a viabilizar as atividades florestais e agrícolas em termos de uso e conservação de diferentes sistemas de uso do solo.

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

ALVARES, CA; STAPE, JL; SENTELHAS, PC; GONÇALVES, JLM; SPAROVEK, G. 2013. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift v.22, n.6, p. 711-728.

ALVARENGA, C.C. (2010). Indicadores hidrológicos do solo para identificação de áreas potenciais de recarga subterrânea. Dissertação (Mestrado Engenharia Agrícola) Viçosa – MG, Universidade Federal de Lavras - UFLA, 81p.

BARROS, l.da S; DO VALE Jr, J.F; SCHAEFER, C.E.G.R; JUNIOR, M.M. Perdas de solo e água em plantio de Acacia mangium wild e savana em Roraima, norte da Amazônia. Revista Brasileira de Ciência do Solo., v.33, n. 2, p.447-454, 2009.

BERTOL, I.; BEUTLER, J.F.; LEITE D. & BATISTELA, O. Propriedades físicas de um Cambissolo Húmico afetadas pelo tipo de manejo do solo. Scientia Agrícola., v.58, n.3, p.555-560, 2001.

BERTOL, I.; MELLO, E.L.; GUADAGNIN, J.C.; ZAPAROLLI, A.L. V.; , M.R. Nutrientes perdidos por erosão hídrica. Scientia Agrícola, v.60, n.3, p.581-586, 2003.

BRANDELERO, E. M.; LINK, L.; MODOLO, A. J.; BAESSO, M. M.; POSSENTI, J. C. (2013). Simulador de erosão de solos portátil para fins didáticos. III Reunião Paranaense de Ciência do Solo – Londrina – PR, v.3, p.359, 2013.

CARPENEDO, V.; MIELNICZUK, J. Estado de agregação e qualidade de agregados de Latossolos Roxos, submetidos a diferentes sistemas de manejo. Revista

Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.14, n.1, p.99-105, 1990.

CASTRO FILHO, C.; MUZILLI, O.; PODANOSCHI, A.L. Estabilidade dos agregados e sua relação com o teor de carbono orgânico num Latossolo roxo distrófico, em

função de sistemas de plantio, rotações de culturas e métodos de preparo das amostras. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.22, n.3, p.527-538, 1998.

CASSOL, E.A.; LEVIEN, R.; ANGHINONI, I.; BADELUCCI, M.P. Perdas de nutrientes por erosão em diferentes métodos de melhoramento de pastagem nativa no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.26, n.1, p.705-712, 2002.

CASSOL, E.A.; LIMA DE, E.S. Erosão em entressulcos sob diferentes tipos de preparo e manejo do solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 38, n. 1, p. 117-124, jan. 2003.

CENTURION, J.F.; CARDOSO, J.P.; NATALE, W. Efeito de formas de manejo em

algumas propriedades físicas e químicas de um Latossolo Vermelho em diferentes agroecossistemas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.5, n.2, p.254-258, 2001..

CHEN, C. P. Pastures as the secondary component in treepasture systems. In: International Grassland Congress, 17. Rockhampton. Proceedings. Rock hampton. v.3, p. 2037 - 2043. 1993.

CHIODEROLI, C.A,; MELLO de, L.M.M,; GRIGOLLI, P.J. Atributos físicos do solo e produtividade de soja em sistema de consórcio milho e braquiária. Revista

Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.16, n.1, p.37-43, 2012.

COGO, N.P,; LEVIEN, R.; SCHWARZ, R.A. Perdas de solo e água por erosão hídrica influenciadas por métodos de preparo, classes de declive e níveis de fertilidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, vol.27 no. 4, p -753, 2003.

COSTA, F.S,; ALBUQUERQUE, J.A.; BAYER, C.; FONTOURA, S.M.V.; WOBETO, C.Propriedades físicas de um Latossolo Bruno afetadas pelos sistemas plantio direto e preparo convencional. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, n.3, p.528- 535, 2003.

DEMARCHI, J.C.; PERUSI, M.C.; PIROLI, E.L. Análise da estabilidade de agregados de solos da microbacia do Ribeirão São Domingos, Santa Cruz do Rio Pardo – SP, sob diferentes tipos de uso e ocupação. Revista Brasileira de Tecnologia

Aplicada nas Ciências Agrárias, Guarapuava-PR, v.4, n.2, p.07–29, 2011.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. 2. Ed. rev. Atual, Rio de Janeiro, 1997. 212 p.

HERNANI, L. C.; SALTON, J. C.; FABRÍCIO, A. C.; DEDECEK, R.; ALVES JÚNIOR, M. Perdas por erosão e rendimentos de soja e trigo em diferentes sistemas de preparo de um Latossolo Roxo de Dourados, MS, Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.21, n.4, p.667-676, 1997.

KEMPER, W.D.; CHEPIL, W.S. Distribuição de tamanhos de agregação. In: Black, C. A. (ed). Métodos de análise de solo. EUA: Madson Sociedade Americana de

Agronomia, 1965. p. 499-510.

LEITE , D,; BERTOL, I,; GUADAGNIN, J.C.; SANTOS, E.J. Erosão hídrica em um nitossolo háplico submetido a diferentes sistemas de manejo sob chuva simulada. I - perdas de solo e água. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.28, n.6, p.1033-1044, 2004.

LIMA, W de P. Escoamento superficial, perdas de solo e de nutriente em microparcelas reflorestadas com eucalipto em solos arenosos no Município de São Simão- SP. IPEF, n.38, p.1-19, 1988.

MOORE, D. C.; SINGER, M. J. Crust formation effects on soil erosion processes.

Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 54, n. 4, p. 1117-1123,

1990.

NUNES, M.C.M,; CASSOL, E.A. Produção de sedimentos pela erosão em entressulcos em três Latossolos do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de

OLIVEIRA de, F.P,; BUARQUE, D.C,; VIERO, A.C,; MERTEN, G.H,; CASSOL, E.A,; MINELLA, J.P.G. Fatores relacionados à suscetibilidade da erosão em entressulcos sob condições de uso e manejo do solo. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, v.16, n.4, p.337–346, 2012.

OLIVEIRA de, L.C,; BERTOL, I,; CAMPOS, M.L,; JÚNIOR, J.M. Erosão hídrica em plantio de pinus, em Estrada Florestal e em Campo Nativo. Floresta, v. 44, n. 2, p. 239 - 248, 2014.

PANACHUKI, E.; SOBRINHO, T.A.; VITORINO, A.C.T.; CARVALHO de, D.F. Parâmetros físicos do solo e erosão hídrica sob chuva simulada, em área de integração agricultura-pecuária. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e

Ambiental, v.10, n.2, p.261–268, 2006.

POSSENTI, A.C.; GOUVEA, A.; MARTIN, T. N.; CADORE, D. Distribuição da Precipitação Pluvial em Dois Vizinhos, Paraná, Brasil. In: I SEMINÁRIO SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, Dois Vizinhos. Anais... Dois Vizinhos, p. 140 -142. 2007.

REICHERT, J.M.; REINERT, D.J.; BRAIDA, J.A. Qualidade do solo e sustentabilidade de sistemas agrícolas. Revista Ciência Ambiental, 27: 29-48, 2003.

SCHICK, J.; BERTOL, I.; BATISTELA, O.; BALBINOT JÚNIOR, A. A. Erosão hídrica em Cambissolo Húmico alumínico submetido a diferentes sistemas de preparo e cultivo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.24, n.2, p.427- 436, 2000.

SILVA, V.R.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M. Resistência mecânica do solo à

penetração influenciada pelo Tráfego de uma colhedora em dois sistemas de manejo do solo. Ciência Rural, Santa Maria, v.30, n.5, p.795-801, 2000.

SILVA, F.DEA.S.E. & AZEVEDO, C.A.V.DE. Versão do programa computacional Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos

Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.1, p71-78, 2002.

SOJKA, R.E.; CARTER, D.L.; BROWN, M.J. Determinação de sedimentos em irrigação pelo Cone Imhof. Revista da Sociedade Americana de Ciência do Solo, v.56, n.1, p.884-890, 1992.

SOUZA, M.Z. ALVES, M.C. Propriedades químicas de um latossolo vermelho distrófico de cerrado sob diferentes usos e manejos. Revista Brasileira de Ciência

do Solo, V.27, n.1, 133-139, 2003.

SRIVASTAVA, S.C. & SINGH, J.S. Macronutrientes C, N e P em solos de florestais tropicais: efeitos do uso do solo e do fluxo de nutrientes. Biologia do Solo. v.23, n.2, 117-124, 1991.

Documentos relacionados