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4 OS FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMENTO DO

4.4 Avanços tecnológicos

Desde que se acelerou o processo de globalização do mundo, modificaram-se as noções de espaço e tempo. A crescente agilização das comunicações, mercados, fluxos de capitais e tecnologias, intercâmbio de idéias e imagens, modifica os parâmetros herdados sobre a realidade social, o modo de ser das coisas. Ele afirma que esses avanços tecnológicos tornam o planeta mais esférico, mais plano.

Pode-se perceber pela citação acima, que os avanços tecnológicos andam sempre juntos com a globalização que acontece no mundo. Ambos chegam até a se confundir em alguns momentos, pois as inovações tecnológicas ajudam a aumentar a interação entre as sociedades, entre os cidadãos. No entanto, para a existência dessas inovações há a necessidade da própria globalização.

O avanço das comunicações e a liberdade de fluxos de capitais uniram os mercados. Hoje, muitas instituições financeiras operam 24 horas por dia. Abrem o dia na Ásia, começam a operar na Europa quando já é janta na Ásia e abrem os negócios na América quando os Europeus estão terminando de jantar. Por esta razão, qualquer choque sobre o mercado tende a se propagar sem paradas.

Para Rudge e Cavalcante (1998), a parafernália de instrumentos de informática permite hoje acesso a grandes quantidades de informação, que se tornam democraticamente disponíveis, em tempo real, para profissionais de investimentos, comunicadores, administradores financeiros e investidores individuais, fontes inteligentes que administram grandes somas de recursos. Ao mesmo tempo, a comunicação instantânea permite contactos diretos cada vez mais freqüentes entre agentes econômicos superavitários e deficitários, doadores e tomadores finais de recursos financeiros, motivando a desintermediação financeira e impondo novo papel às instituições financeiras.

Esta evolução da informática e das comunicações sepultou, em definitivo, a figura do investidor intuitivo de recursos médios, incapaz de competir na administração globalizada de investimentos financeiros. O mercado financeiro internacional tem poder adquirido pelos avanços tecnológicos nas comunicações, fazendo com que capitais percorram o mundo expressivamente.

Lafer (2000), afirma que o tempo da mídia é também um tempo on-line. O que provoca, no Brasil e no mundo, a repercussão imediata do peso dos eventos nas percepções coletivas e leva ao monitoramento e a reações constantes os sinais do mercado e da vida política. A televisão também tem contribuído para a divulgação do mercado financeiro e, consequentemente, o de capitais através dos inúmeros jornais que falam e explicam o funcionamento dos mesmos.

O avanço da tecnologia foi capaz de proporcionar um novo paradigma para as Bolsas de Valores, cujas mudanças podem ser, principalmente, analisadas nos seguintes aspectos: 1- na integração dos mercados; 2- na modernização dos sistemas de negociação. A integração dos mercados em velocidade avassaladora talvez seja o efeito mais importante do aprimoramento da tecnologia e das comunicações, cujos efeitos também podem ser percebidos na intensificação da circulação de bens, serviços, capitais, culturas e informações em escala planetária. A modernização das plataformas de negociação está relacionada à redução de custos das operações, na medida em que permite automatizar negociações e difundir informações relevantes. Investimentos em tecnologia têm sido promovidos tanto pelas Bolsas Brasileiras, quanto pelas Bolsas Internacionais.

Com todo esse avanço da informática, principalmente da internet, as corretoras passaram a ser on-line. Enquanto que no passado o pequeno investidor tinha que batalhar para passar sua ordem (contra linha ocupada, contra a disponibilidade do operador de mesa, contra o problema de se identificar, contra investidores de maior importância) agora possui uma linha direta com o mercado. Antes da existência da internet era difícil, para o pequeno investidor, obter informações na corretora, durante o pregão, de alguma ação ou mesmo uma idéia geral do mercado. Mesmo ainda havendo algumas limitações nas informações fornecidas on-line, entre as quais, a mais séria, uma defasagem de 15 minutos nas cotações, que muitos sites apresentam, a situação melhorou 1.000%.

A possibilidade de corretoras on-line atraírem maior número de pessoas e processarem suas ordens por computador permite a redução do valor da corretagem num ambiente competitivo. Isso sem falar da economia nos telefonemas dos investidores individuais que moram em cidades interioranas. Também com o surgimento da chamada

“banda larga” na internet, as dificuldades que existiam, como se conectar e a demora em acessar a página, foram deixadas para trás.

Segundo Brum (2006), as ações podem ser negociadas de duas formas: Pregão Eletrônico (Mega Bolsa) e o Home Broker. O Pregão Eletrônico – Mega Bolsa é o sistema de negociação eletrônico utilizado pela Bolsa de Valores de São Paulo. Por ele, a oferta de compra ou de venda é feita por terminais de computador. O encontro das ofertas de compra e venda e o fechamento dos negócios são realizados automaticamente pelos computadores da Bovespa. No Pregão Eletrônico são negociadas todas as ações listadas na Bolsa.

Desde 29-03-99, entrou em operação um novo conceito de atendimento e de realização de negócios no mercado acionário brasileiro: o home broker, é um processo que permite a negociação de ações via internet. O home broker está interligado ao sistema de negociação da Bovespa e permite que sejam enviadas ordens de compra e venda de ações através do site de corretoras na internet. Para negociar via home broker é necessário que seja cliente de uma corretora membro da Bovespa e que essa disponha do sistema. (PINHEIRO, 2007, pg. 182).

O Home Broker, como descrito acima, é um sistema que permite a negociação de ações via internet. É um moderno canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades corretoras, que torna ainda mais ágil e simples as negociações no mercado acionário. Os Home Brokers das corretoras estão interligados ao sistema de negociação da Bovespa e permite ao investidor o envio de ordens de compra e venda de ações pela internet, através do site da corretora em que se cadastrou, possibilitando o acesso às cotações, o acompanhamento de carteira de ações, entre vários outros recursos. Como 99% dos negócios eram realizados pelo sistema eletrônico, as negociações pelo sistema viva-voz deixaram de existir tendo seu último pregão viva-voz no dia 30 de setembro de 2005.

Outra novidade trazida pelo avanço tecnológico para os investidores são os simuladores do mercado de ações. Os simuladores oferecem aos participantes a oportunidade de conhecer o mercado de ações na prática, sem correr riscos, pois não é necessário o desembolso de dinheiro. Um dos simuladores mais conhecidos é o Simulado FolhaInvest, criado em 1998, através de uma parceria entre a Bovespa e o jornal Folha de São Paulo, com o objetivo de proporcionar ao público em geral familiarização e conhecimentos básicos sobre o mercado de ações no brasil, permitindo vivenciar o dia-a-dia das operações em bolsa de valores. (BRUM, 2006).

É inquestionável o quanto essas inovações tecnológicas tem contribuído, significamente, para o crescimento e desenvolvimento do mercado acionário. Ela facilita as interações entre os prestadores dos serviços e os usuários do mesmo, ou seja, está cada vez

mais fácil e mais rápido o processo de comunicação necessário para o bom funcionamento dos mercados em geral.