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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 BACIA DO RIBEIRÃO FORQUILHAS, SÃO JOSÉ/SC

O município de São José está localizado na porção central do litoral do Estado de Santa Catarina entre as coordenadas geográficas 27º31’30’’ e 27º38’31’’ latitude Sul e 48º44’50’’ e 48º35’20’’ longitude Oeste.

São José situa-se na área conurbada da capital catarinense, Florianópolis, a qual se integra pelos aspectos comuns de ocupação antrópica e pelas suas propriedades físicas regionais.

Seu território abrange uma área de 151,1 km² de extensão. Faz limite ao norte com o município de Biguaçu; ao sul com Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz; a oeste com Antônio Carlos e São Pedro de Alcântara; e a leste com Florianópolis e com o Oceano Atlântico (Figura 6). Dispõe de dois setores rurais (porções norte e sul do território) e de três distritos urbanos – Sede, Campinas e Barreiros – nos quais se inserem 28 bairros.

Segundo estimativa do IBGE em 2014, possui uma população de 228.561 habitantes, sendo o quarto município mais populoso do Estado, depois de Joinville, Florianópolis e Blumenau. Em 2010, a densidade populacional foi estimada em 1.388,17 habitantes por km², sendo que 207.312 habitantes residiam na área urbana, enquanto 2.492 na área rural (BRASIL, 2014).

São José está no sexto lugar do ranking da economia dos municípios de Santa Catarina (BRASIL, 2010). A base da economia josefense está fundamentada no comércio, indústria e atividade de prestação de serviços. De acordo com dados da administração municipal, possui mais de 1.200 indústrias, cerca de 6.300 estabelecimentos comerciais, 4.800 empresas prestadoras de serviços e 5.300 autônomos. Por outro lado, mantém ainda a pesca artesanal, maricultura, produção de cerâmica utilitária e agropecuária como atividades geradoras de renda (SEBRAE/SC, 2013).

A presente pesquisa tem como área de estudo o setor urbano da bacia do ribeirão Forquilhas. A bacia está situada à 27º31’/27º37’ de latitude Sul e 48º43’/48º37’ de longitude Oeste, integralmente no município de São José, conforme apresenta o mapa de localização da Figura 6. É constituída em parte, pela zona rural do município ao norte, e pela zona urbana, composta pelos bairros: Forquilhas, Potecas,

Forquilhinhas, Flor de Nápolis, Picadas do Sul, Sertão do Maruim e Distrito Industrial.

Figura 6 - Localização da área de estudo: setor urbano da bacia do ribeirão Forquilhas, São José/SC.

A bacia do ribeirão Forquilhas representa o principal sistema de drenagem que banha o município de São José, com uma área de 54,20 km² de extensão. O ribeirão Forquilhas chega a formar uma bacia de sexta ordem, atingindo no seu curso inferior cerca de 50 metros de largura.

O padrão de drenagem é dendrítica com controle estrutural. A densidade média da drenagem constitui 1,97 km/km²; densidade de canais representa cerca de 5,6 canais por km². O seu afluente principal é o rio Potecas.

O canal principal, ribeirão Forquilhas, possui 17,34 km de extensão. É o afluente principal do rio Maruim (nos limites do município) pela margem esquerda e se desenvolve no sentido geral Noroeste/Sudeste (Figura 6).

A bacia apresenta seu curso d’água principal retilinizado em sua maior extensão (Figura 7). Em grande parte, os canais meândricos foram retificados em função das ocorrências das inundações, e por vezes, retilinizados e aterrados para fins de ocupação (Figura 8).

Conforme verificado em campo, o ribeirão transporta uma grande quantidade de sedimentos, formando bancos de areia no setor de baixo curso. A extração desse material com utilização de dragas pode resultar numa mudança das seções transversais do rio ao longo do tempo. Intervenções desse tipo ocorreram no final do ano de 2012, com a dragagem e o alargamento do trecho do Forquilhas entre a Rua Antônio Jovita Duarte e seu exutório no rio Maruim.

No que diz respeito aos aspectos hidrológicos, a bacia não apresenta estação fluviométrica que disponha de dados de vazão, batimetria e secções transversais dos canais. Este fato dificulta estudos mais avançados sobre os processos hidrológicos que permitam identificar o comportamento de variáveis como escoamento superficial e subterrâneo; infiltração; velocidade e vazão, entre outros.

No município está localizada a Estação Meteorológica de São José (Nº 83897) sob responsabilidade do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), com série histórica de 47 anos de dados pluviométricos, desde o ano de 1968. Os dados de chuvas, por exemplo, podem ser utilizados como informações de entrada em hidrologia e são indispensáveis para cálculos de chuvas no que tange projetos de obras hidráulicas e para medidas de minimização de impactos de desastres, como as inundações.

Figura 7 – Trecho do Ribeirão Forquilhas retilinizado, vista panorâmica para a montante sobre a ponte da Rua Antônio Jovita Duarte.

Foto: Gerly Mattos Sánchez, 24/07/2013.

Figura 8 – Curso d’água retificado, afluente do ribeirão Forquilhas que corta o bairro Flor de Nápolis.

Foto: Gerly Mattos Sánchez, 13/03/2015.

A possibilidade de ocorrência de eventos de inundação é uma preocupação relevante, considerando os avanços da urbanização em direção às várzeas potencialmente sujeitas à inundação, principalmente no baixo Forquilhas, em terrenos planos com cotas inferiores a 4,5 m de altitude. O adensamento urbano, a impermeabilização do solo, as rodovias SC-281 e BR-101 são condicionantes agravantes nos eventos de inundação na área de estudo, tornando-se ainda mais expressivos quando coincidem dias de maré alta e de episódios pluviais intensos.

A ausência de matas ciliares em grande parte da sua extensão, a transformação constante dos seus canais pelas obras de engenharia, e o estado avançado do seu assoreamento e poluição agravam ainda mais os problemas de drenagem dentro do setor urbano da bacia do ribeirão Forquilhas. A rede de drenagem da bacia é um dos processos mais dinâmicos do sistema urbano josefense, a qual necessita de uma regulamentação adequada ao contexto atual de uso e ocupação.