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Em primeiro lugar, pode-se afirmar que os quatro processos definidos, descritos e usados para a montagem da base de dados geográficos foram suficientes para a organização dos dados e para a realização de todo o trabalho. Em segundo lugar, em cada um dos processos, pode-se considerar que há clareza e objetividade quanto ao modo como as atividades e tarefas foram desenvolvidas e descritas, o que permite que os resultados obtidos sejam passíveis de repetição e reprodução. Também está claro, nos processos, a relação entre os recursos usados e quando aplicados na obtenção de produtos para a construção da base de dados. Assim, fica evidente a validade científica nos processos de montagem da base de dados geográficos, bem como a confiabilidade neste base, que foi modelada e estruturada mediante a adoção normas e padrões científicos.

A montagem e organização da base de dados geográficos deram-se de forma simples e transparente. Foram efetuadas atividades já consagradas para estes propósitos e os três pontos mais importantes foram mostrar: (i) as facilidades de manipulação de dados de diferentes naturezas - temáticos, modelo numérico de terreno e de sensoriamento remoto -, de acordo com as especificidades de cada sistema utilizado (Spring, Geomática e ArcGIS); (ii) as facilidades de conversão dos dados dos diferentes programas para as suas unificações em uma base principal no ArcGIS; (iii) que estes programas são amigáveis para utilização combinada pelo usuário.

No Spring, Geomática e ArcGIS, a modelagem é simples, mas exige que o usuário tenha noções de cartografia e treinamento em geopreocessamento para saber aplicar conceitos, manusear e inserir os dados para construir uma base. No

Spring, considera-se a segmentação/classificação de imagens como um de seus principais algoritmos. As feições são extraídas com muita fidelidade geométrica ao objeto constante na imagem de SR, o que é valioso para a elaboração do plano de informação de unidades territoriais básicas, conforme o método de Crepani et al. (1996; 2001).

No tratamento digital de imagens, o Geomática mostra muitos recursos e facilidades para georreferenciamento, mosaicagem e realce de imagens. O programa tem uma alta performance para a formação de base de dados de imagem. É um sistema especialista que facilita o desenvolvimento das atividades pelo usuário. Já no ArcGIS, as ferramentas auxiliares e de edição tornam muito fácil o processo de inserção e de organização de dados numa geodatabase.

O relevante, em um processo de montagem de uma base, é a uniformização de nomenclatura de arquivos vetoriais e raster, e dos atributos de fatores dos meios físico e biótico. A uniformização é buscada para que os arquivos possuam nomes padronizados e facilitem as atividades de organização e manutenção das estruturas dos dados. Devem ser adotadas, sempre que possível, as diretrizes disponíveis na Mapoteca Nacional Digital (MND).

Este aspecto foi considerado relevante na montagem da base de dados principal, no ArcGIS. Este SIG dá facilidades ao usuário para recuperação, manipulação (edição), visualização de dados e geração de layouts. Isto acontece pela forma com que os arquivos são armazenados e organizados em uma geodatabase, que usa o sistema de gerenciamento de banco de dados - Access -, de baixo custo e que suporta o volume de dados necessários à elaboração de zoneamentos ambientais, de acordo com o recorte das cartas CIM.

Os dados na geodatabase ficam armazenados com maior segurança e integridade e as atualizações futuras sobre os dados espaciais garantem a continuidade do modelo original dos dados, assegurando a padronização adotada durante a concepção da geodatabase. Contudo, a modelagem pode ser alterada, permitindo que novos dados sejam agregados à base (dinamismo) e que a base seja ampliada, incorporando dados, até mesmo, para outras combinações e possibilidades de uso. Outras vantagens da geotadabase são: (i) a sua estabilidade quanto ao manuseio de arquivos, mas isso não elimina as cópias de segurança; (ii) o

grande número de funções disponíveis para análise e gerenciamento de dados espaciais.

Os resultados da base de dados geográficos estão apresentados na forma de mapas e cartas temáticas, ao longo deste capítulo e no Capítulo 3. Ao todo, a base conta com 94 planos de informação distribuídos conforme a natureza dos dados: cartográficos básicos (12); temáticos (originais - 14; derivados - 7; interpretativos - 2); MNT (4); imagens (55).

Na base de dados, merece destaque a fusão digital das imagens SR com SRTM (Figura 34), a partir do uso dos recursos do Geomática, mediante as aplicações das técnicas de pseudocolor e IHS para integração. Estes produtos mostraram-se importantes nos trabalhos de compartimentação do meio físico, pois exibiram as feições topográficas com maiores vantagens para a extração de informações de relevo e para a complementação de canais de drenagem de primeira e segunda ordem. Santos (1998) utilizou produtos de SR e MNT para mapeamento e reinterpretação de mapas de solos e relevo, assim como Crepani et al. (2008) os usou para os mesmos fins e para a compartimentação da área estudada em unidades de paisagem.

Figura 34.

Imagem MSS/Landsat em comp

osi çã o colo rida; fu são di gi tal de imagen s MSS/Landsat co m SRTM usando a s técni cas p s eu do col or e IHS.

As imagens de relevo sombreado também foram fundamentais para a compartimentação do terreno em unidades de paisagem, quando: (i) usadas individualmente; (ii) em combinação com as imagens de SR em composição colorida, onde a imagem de SR, com 50% de transparência, estava sobreposta à imagem de relevo sombreado (figuras 35 e 36).

As imagens de relevo sombreado de melhores resultados para interpretação de unidades de paisagem foram aquelas em que as elevações das fontes de iluminação ficaram a 45º e 70º, tendo um azimute de 90º perpendicular à estrutura geral das unidades geológicas e de relevo. As elevações foram colocadas em 45º e 70º com a finalidade de diminuir o efeito do sombreamento: (i) das áreas mais íngremes sobre as menos elevadas e (ii) nos locais de ocorrência de escarpas erosivas.

As duas imagens permitiram que as rupturas de relevo (positivas e negativas) e drenagens de primeira e segunda ordem fossem extraídas com boa exatidão (localização), aumentando a confiabilidade quanto à delimitação das unidades de compartimentação da paisagem. O uso dessas imagens foi importante para a delimitação das UBCs e análise de suas propriedades segundo o que estabeleceram Veneziani e Anjos (1982) e Soares e Fiori (1976).

Figura 35. Imagens rel evo somb re a do: (A) 45º d e elevação d a fonte de ilu minação; (B) 70º de ele va ção da fonte d e ilumina ção.

Figura 36. Imagens rel evo somb re a do su perpo stas po r imag e ns MSS/Land sat realça da s e em comp o s ição colori da : (A) 45º de el eva çã o da fo nte d e

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