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1. INTRODUÇÃO

2.2. A Actividade Física no Processo de Envelhecimento

2.2.1. Benefícios da Prática de Actividade Física no Idoso

A actividade física regular é entendida como um meio importante de promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos. A actividade física parece ser entendida como uma das chaves primordiais no retardamento dos efeitos deletérios da senescência (Carvalho, 1999; Ribeiro, 2002).

Para Berger (1989), a actividade física, associada a factores como: (i) hereditariedade, (ii) alimentação e (iii) hábitos de vida saudáveis; constituem os componentes principais para a melhoria da saúde e qualidade de vida na velhice.

“A valorização positiva da actividade física regular, deve enfatizar os sentimentos de felicidade e de satisfação para com a vida, bem como as experiências com ela associadas” (Wankel, 1997). Muitas e muito variadas são as actividades físicas que podemos realizar com os indivíduos idosos, desde a ginástica tradicional, jogos, danças, hidroginástica, exercícios de respiração, relaxamento e massagem, ginástica correctiva. Porém estas devem ser específicas e adaptadas às características individuais e às necessidades de cada um.

No quadro que se segue (quadro 2.3.), agrupamos alguns dos benefícios da prática regular de actividade física no idoso, ao nível físico, psicológico e sociais. Fazendo a sua análise, podemos verificar os inúmeros benefícios,

obtidos através da prática regular de actividade física. Contudo, e de acordo com a ACSM (1998), os benefícios do exercício físico só ocorrem, na generalidade dos casos, quando o exercício é realizado de forma sistemática e segundo determinados princípios.

Quadro 2.3. Benefícios da Prática Regular de Actividade Física no Idoso.

AUTOR ANO BENEFÍCIOS

Appell e

Mota 1991

A alegria de viver, a sensação de que não constitui um fardo para os outros, o manter vivo o desejo de viver, esses são aspectos fundamentais nos programas de actividade física na terceira idade;

McAuley 1995

Indivíduos com uma actividade regular, aumentam os níveis de aptidão física, atenuam os efeitos do envelhecimento no que concerne à funcionalidade e independência, conhecem os limites do seu próprio corpo e, talvez, por tudo isso evidenciam maiores índices de auto-estima e auto-eficácia;

Spirduso 1995

A actividade física pode tornar-se como um substituto do trabalho nos aspectos de regularidade, esforço, disciplina, rigor, criatividade e organização, tornando-se num novo leque de interesses;

Surgeon General Report

(SDC)

1996

A actividade física regular produz efeitos positivos no sistema músculo- esquelético, cardiovascular, respiratório e endócrino. (…) melhorias da densidade mineral óssea, massa muscular, decréscimo do risco de morte prematura, redução do risco de doença coronária, hipertensão, cancro do cólon, diabetes Mellitus e resistência à insulina e obesidade; reduz a depressão e a ansiedade, promove a boa disposição e eleva a capacidade de desempenhar as tarefas diárias durante a vida;

Matsudo 2000

Os efeitos benéficos da actividade física na terceira idade podem ser sumariamente da seguinte forma: efeitos psicológicos: melhorias no auto-conceito, auto-estima, imagem corporal, diminuição do stress e da ansiedade, da tensão muscular e da insónia, diminuição do consumo de medicamentos, melhorias das funções cognitivas, maior socialização; Carvalho 1999

Ao nível social, pretende-se que o idoso encontre na actividade física um bom meio de interacção social, de salutar convívio, melhorando a sua relação com os outros, superando ou diminuindo a solidão e o isolamento.

A verdadeira essência do ser humano requer movimento, os resultados obtidos com um mínimo de prática regular de actividade física orientada são grandes, e os benefícios incalculáveis, principalmente tratando-se do indivíduo idoso (Mazo et al., 2001).

Na esteira de diferentes autores, podemos referir que a prática de actividade física, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde, como nas capacidades funcionais (Alves, et al., 2004)

A (WHO, 1996), num documento sobre a actividade física e o envelhecimento destaca muitos dos benefícios da actividade física regular, na redução do risco de certas doenças, tais como, hipertensão arterial, doença arterial coronária e diabetes mellitus, entre outros. A nível social diminui a dependência que o idoso tem dos outros; aumenta a autonomia; favorece as relações interpessoais bem como a integração num grupo. A nível psico – afectivo melhora o auto – conceito, aumenta a auto – estima, favorece uma melhor percepção da imagem corporal, atenua problemas de insónia; aumenta a sensação de bem-estar; melhora a autoconfiança e diminui o stress, ansiedade e a depressão (Berger e McInmam, 1993; Matsudo, 1992; McAuley, 1995; Santos e Martinez, 2002; Queirós, Carral e Berrocal, 2004).

Também noutro tipo de populações, mas especialmente nos idosos, a prática de actividade física, quando realizada de forma sistemática e segundo determinados princípios, induz benefícios, diversos, tais como: aumenta a esperança de vida (longevidade), reduz as taxas de morbilidade e mortalidade, diminui o número de medicamentos prescritos, melhora a capacidade fisiológica em portadores de doenças crónicas; previne o declínio cognitivo, mantém ou melhora da capacidade funcional; reduz frequência de quedas e fracturas; favorece a independência e autonomia; melhora a auto-estima e a imagem que o sujeito faz de si (benefícios psicológicos); favorece o contacto social e aumenta o prazer de viver (Buchner e Wagner, 1992; Elward e Larson, 1992; ACSM, 2000; Mazo et al. 2001).

Da mesma forma, que a actividade física parece exercer efeitos positivos sobre diferentes factores: (i) componentes da aptidão física, (ii) capacidades motoras, (iii) prevenção e tratamento de doenças e (iv) aspectos psicológicos; também se espera que optimize qualitativa e quantitativamente as acções motoras das actividades de vida diária. Deste modo, os benefícios evidenciam-se nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, e consequentemente na qualidade de vida do idoso. A implementação de programas de actividade física na terceira idade, tem vindo a aumentar progressivamente, assim como o número de idosos que neles desejam participar. Manter uma vida activa é indubitavelmente um factor de grande importância, quer para a saúde, quer para o sentimento de bem-estar.

Ao contrário do que tradicionalmente se pensava, a idade não pode ser uma barreira para a prática de actividade física. Ninguém é demasiado velho para usufruir dos benefícios da actividade física regular (USDHHS, 1997).

É crescente a atenção dada ao papel da actividade física para melhorar e manter a saúde e realçar tanto o funcionamento físico como cognitivo (Curtis et al., 2000). Estudos feitos em adultos idosos e activos, sugerem que a actividade física pode atenuar muito dos declínios em vários domínios da função física (Hughes et al., 2001).

Géis (1996), menciona que quanto mais cedo se iniciar uma actividade física, maiores serão os benefícios preventivos na velhice. Do mesmo modo, diversos estudos referem que a prática do exercício influi directamente na saúde (Bohannon, et al., 1984), porém, outros defendem que com o divertimento, a mudança, o convívio ou, simplesmente, o gosto e a necessidade de se movimentarem, levam o adulto em geral e o idoso em particular a aderir à prática regular de exercício físico, frequentando programas desportivos adaptados (Haskell et al., 1996).

Muitos autores, têm referenciado a actividade física como um elemento fulcral para a manutenção da saúde, minimizando os desgastes provenientes da idade, permitindo manter o convívio e os contactos sociais, esquecendo mais facilmente os problemas e as dificuldades da vida, possibilitando, deste modo, uma vida activa e muito mais feliz.

De acordo com Okuma (1998) a prática regular e sistemática de actividade físicas aumenta e/ou mantém a aptidão física funcional dos idosos, melhora o bem-estar funcional, a qualidade de vida dos idosos, contribuindo, assim, para que se tornem mais felizes e autónomos.

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