• Nenhum resultado encontrado

C a r l o s 3 e r e i r a , Eduardo — histórica. 2. ed. [São

Paulo] Secção de Obras d ' 0 Estado de S. Paulo, 1919.

A Gramática histórica do eminente professor paulista data de 1916, nove anos, pois, após a publicação de sua Gramática expositiva

da portuguesa Pelo rigor da exposição, pela clareza

pela riqueza das abonações clássicas, ambas se tornaram os ma- nuais mais compulsados durante mais de meio É inexplicá- vel, portanto, que o Autor esteja completamente ausente no valio- so excurso histórico estudos filológicos no Brasil" de Sílvio Elia (in Ensaios de filologia e lingüística. Rio de Janeiro, Grifo-

1975, p. 117-76).

Na Gramática histórica, além de um capítulo sobre a Semântica (novidade na época), Eduardo Carlos Pereira dedicou dois terços da obra aos problemas da Sintaxe, que constituíam outra lacuna nas até então gramáticas históricas da língua.

 9 a s c o n c e l o s , Carolina — Lições de filologia portuguesa.

Lisboa, Revista de Portugal

Obra constituída de suas preleções ministradas na Universidade de Coimbra nos anos de é seguida de lições práticas de por- tuguês arcaico, em que analisa, com rara argúcia filológica, textos em prosa e em verso, dos séculos ; , , , a ; 9 

118 HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Com a obra de José Leite de Vasconcelos, que tem o mesmo título e foi também uma compilação de suas aulas proferidas em 1903 na Biblioteca Nacional de Lisboa, os dois trabalhos se tornaram os compêndios mais autorizados sobre a história da língua no pe- ríodo arcaico.

As Lições de Carolina vêm profusamente enriquecidas de capítu- los relativos à ortografia, às características das duas fases do por- tuguês arcaico, a uma excursão histórica da filologia, a uma am- pla explanação sobre as línguas românicas, à cronologia dos fala- res românicos, aos dialetos crioulos e às fontes do léxico portu- guês. É , pois, obra extremamente útil.

1 u n e s , José Joaquim — Compêndio de gramática histórica portu-

guesa (fonética e morfologia). 7. ed. Lisboa, Livr. Clássica Ed.

Como o Autor explica no frontispício deste compêndio, a obra trata apenas de problemas fonéticos e morfológicos da língua portuguesa, na sua evolução do latim, e é propriamente ampliação de um resu- mo de gramática histórica da língua, publicado como introdução à sua tão conhecida e compulsada Crestomatia arcaica, vinda à luz em 1906. estudo da fonética e da morfologia portu- guesas é exaustivo, e, talvez, o mais completo de todos até hoje conhecidos, elaborado com absoluta segurança e incomparável cla- reza. Enriquecida com amplas anotações de rodapé e um riquíssi- mo índice etimológico, a obra de José Joaquim Nunes tornou-se um instrumento fundamental e indispensável no estudo do portu- guês arcaico.

S a i d Manoel — Gramática secundária e gramática histórica da

portuguesa. 3. ed. rev. e atual. Brasília, Ed. da Universida-

de de Brasília, 1964 (Biblioteca Básica Brasileira, 1). "Gramática secundária: revisão do Prof. Evanildo Bechara. Gramática histó- rica: revisão do Prof. Maximiano de Carvalho e

A Gramática histórica da língua portuguesa, que é a segunda par- te dessa obra, apresenta grande interesse filológico. Escrita por um dos mais sérios e respeitados gramáticos da língua portuguesa, é fruto da associação de dois trabalhos anteriores: Lexiologia do por-

tuguês histórico e Formação de palavras e sintaxe do português his- tórico. A propósito dessa obra de Said Ali, assim se expressou Mat-

toso Câmara Júnior: "A sua Gramática histórica não é o que por esse nome entendiam os seus contemporâneos, os mestres neo-

BIBLIOGRAFIA COMENTADA 119

gramáticos alemães, e o que se entende ainda hoje: um estudo da cadeia de mudanças, a partir do latim vulgar, dos sons vocais, das formas gramaticais e das construções sintáticas. É no fundo uma gramática expositiva, complementada por um cotejo com as anti- gas fases da língua. Aí se acham apresentadas mais minuciosamente as idéias gramaticais que nos oferece, nessa admirável síntese di- dática que é a Gramática secundária da língua (Apud Sílvio — Ensaios de filologia e lingüística. Rio de Janeiro, Grifo-MEC, 1975, p. 131.)

Segismundo — Introdução à crítica textual. São Pau- lo, Cultrix, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.

Além de uma preparação filológica idônea e de um profundo co- nhecimento das formas de vida e dos ideais da Idade Média, há necessidade, para o desenvolvimento da história da língua portu- guesa através dos textos, de um seguro embasamento teórico na crítica textual. Esta obra, especificamente voltada para os proble- mas da edótica medieval, contém elementos indispensáveis e fun- damentais também para a apuração textual de obras literárias mo- dernas e contemporâneas, portuguesas e brasileiras. Lições sobre os procedimentos mais modernos da crítica textual, precedidas de um capítulo sobre as ciências auxiliares da edótica, são desenvol- vidas de forma extremamente didática, tornando-a de leitura obri- gatória em estudos desta natureza.

T e y s s i e r, Paul — História da língua portuguesa. Trad. de Celso Cu-

nha [Lisboa] Sá da Costa Paul Teyssier, concei- tuado e mais conhecido pelo seu monumental trabalho sobre a lin- guagem vicentina langue de Gil Vicente, Paris, Klincksieck, realizou neste manual uma primorosa síntese da história da língua, que apenas peca por ter tido maior desenvolvimento. Teyssier, que a publicou primeiramente em francês (Histoire de la

Paris, PUF, 1980, Que posterior-

mente traduzida por Celso Ferreira da Cunha, procura abranger o tratamento histórico da língua desde o século XIII até os nossos dias, denunciando as características fonéticas, morfológicas e sin- táticas de cada época, de abordar os problemas da em Portugal e nos países de língua portuguesa.