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O Bibliotecário como Profissional da Informação Na Sociedade Contemporânea, globalização e Internet

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

2.2.1 O Bibliotecário como Profissional da Informação Na Sociedade Contemporânea, globalização e Internet

são considerados fatores que contribuíram para a ruptura das fronteiras sociais, econômicas, políticas e culturais entre países.

Em relação às profissões, pode-se considerar que também ocorreram rupturas, é o que explica Cunha (2003, p. 43) ao afirmar que

as fronteiras que antes demarcavam nitidamente os limites entre as profissões estão desaparecendo. Na realidade, numa sociedade onde o trato com a informação tornou-se fundamental, o fazer dos profissionais da informação é cada vez mais compartilhado com outros profissionais.

As profissões passaram a ser interdependentes e o profissional da informação surge como elemento indispensável ao desenvolvimento das outras profissões.

Mas quem é o profissional da informação? De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de 2002, bibliotecários, documentalistas e analistas de informações são considerados os profissionais da informação. Segundo esse documento, os profissionais da informação

disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como bibliotecas, centro de documentação, centros de informação e correlatos, alem

de redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais; disseminam informação com objetivo de facilitar a difusão cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria (BRASIL, 2002). Conforme Almeida Júnior (2000, p. 42),

a idéia de profissional da informação não é específica nem prerrogativa do bibliotecário, ao contrário, identifica ela uma gama de profissionais que lidam com a informação em seus vários aspectos, abordagens, suportes e momentos.

De fato, existe entre os leigos a idéia de que o profissional da informação é somente o bibliotecário. Porém, Mason (1990 apud SANTOS, 2000) afirma que além dos bibliotecários, arquivistas, museólogos, administradores e outros profissionais, constituem o grupo dos Modernos Profissionais da Informação. Mason (1990 apud SANTOS, 2000) comenta também que esses profissionais possuem conhecimento sobre informação e tecnologia que são transformados em serviços à sociedade.

Para Ponjuan (apud DANTE, 2000, p. 93),

os profissionais da informação são aqueles que estão vinculados profissional e intensivamente a qualquer etapa do ciclo de vida da informação e, portanto, devem ser capazes de operar eficiente e eficaz em todos os assuntos relativos à gestão da informação, em organizações de qualquer tipo ou em unidades especializadas de informação.

Mueller (2004) destaca que embora não exista um consenso sobre quais profissões poderiam ser incluídas na

designação profissionais da informação, no Brasil se consideram bibliotecários, arquivistas, mestres e doutores em Ciência da Informação como componentes desse grupo.

Deve se ressaltar que durante muito tempo os profissionais da informação tiveram pouca participação nos processos de construção, comunicação e uso das informações científicas e técnicas, pois suas intervenções e técnicas se voltavam para os problemas de armazenamento de documentos e objetos e para o desenvolvimento de sistemas (LE COADIC, 2004).

Qual deverá ser a postura do profissional da informação frente a esse contexto? Valentim (2000) destaca que esse profissional necessita verificar a realidade à sua volta e compreender o ambiente em que está inserido, com o objetivo de criar mecanismos de atuação que o ajudará a enfrentar as crescentes mudanças por que passa a sociedade.

No caso do bibliotecário como profissional da informação, pode-se afirmar que o mesmo desempenha relevante papel na Sociedade Contemporânea, por meio da organização e prestação de serviços de informação a usuários ávidos por satisfazerem suas demandas informacionais.

Morigi e Pavan (2004, p. 120) consideram que

tradicionalmente, as práticas dos bibliotecários estiveram alicerçadas na organização e no tratamento técnico das informações em suportes impressos, localizados em centros de documentação e bibliotecas. Além disso, o lugar físico – a biblioteca – e os processos interativos deste profissional com os usuários da informação permitiram que se constituísse a identidade do bibliotecário, competências plenamente consolidadas e regulamentadas pelos estatutos da profissão.

Durante décadas, as práticas dos bibliotecários estiveram relacionadas com o tratamento técnico dado à informação, registrada em suportes impressos, em bibliotecas e centros de documentação. Conseqüentemente, a identidade

desse profissional foi construída por meio da relação que mantinha com os usuários da informação em bibliotecas –

espaço físico delimitado geograficamente. Com o advento da internet a geografia deixou de ser uma barreira à acessibilidade da informação.

Devido às exigências da Sociedade Contemporânea, influenciadas pelo processo de globalização, há a necessidade de se dispor de profissionais cada vez mais qualificados. Dessa maneira, os profissionais e as unidades de informação mudaram de foco, sendo levados a prestar serviços de informação a usuários virtuais, adaptando, para tal, produtos e serviços prestados por estas unidades de informação (CUNHA, 2003).

Cuenca (1999) afirma que o papel do bibliotecário mudou, devendo agora acompanhar as necessidades de informação do usuário online, bem como capacitá-los a se tornarem autônomos no processo de busca e recuperação nos sistemas de informação automatizados.

O bibliotecário passa a ser o intermediador, aquele que capacita os usuários no acesso e uso da informação. É o que afirma Oddone (1998) ao comentar que diante da nova realidade sócio-cultural, o trabalho do profissional bibliotecário está ligado à intermediação, ao interfaciamento e à filtragem necessários à apropriação de novos conhecimentos, requisitando, para isto, de diferentes qualificações.

No tocante às qualificações exigidas ao bibliotecário da Sociedade Contemporânea, Miranda e Solino (2006, p. 11) ressaltam que

o bibliotecário precisa buscar alternativas para ampliar suas competências e qualificações, a fim de começar a exercer papel chave nas unidades de informação, agindo como um agente social de adaptabilidade social, um comunicador, organizador e intermediário na recuperação da informação. Para isso ele precisa buscar novas experiências bem como técnicas no manuseio de novas tecnologias, isto

se tornou um pressuposto indispensável ao perfil do bibliotecário.

A responsabilidade social do bibliotecário é cada vez mais evidenciada, à medida que sua atuação como mediador na recuperação da informação poderá possibilitar aos indivíduos a formação do conhecimento. Cunha (2003), sobre tal fato, comenta que a missão do bibliotecário é facilitar ao indivíduo o acesso à informação e à formação do conhecimento. Cunha (2003) afirma que desta forma, a missão do bibliotecário como agente social poderá ser plenamente realizada.

No processo de transformação social, além do bibliotecário, destaca-se a figura do professor, profissional capacitado para atuar no processo educacional e com relevante papel na formação de cidadãos na Sociedade Contemporânea.