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do bilhete deixado por Cesare Pavese na capa do livro Dialogo con Leucò na ocasião de seu suicídio.

por Roma, retorna à terra natal mais motivado e mais empenhado Tal comportamento pode ser

Anexo 3-Reprodução do bilhete deixado por Cesare Pavese na capa do livro Dialogo con Leucò na ocasião de seu suicídio.

A entrevista de Maria Pavese, concedida a Vittoriano Esposito, para a revista Oggi e Domani de 1978, tem por objetivo esclarecer pontos importantes da vida de Cesare Pavese. Maria conta com detalhes aspectos da infância, da juventude e da idade adulta de Pavese. Fala ao entrevistador sobre as escolhas pelos grupos Strabarriera e Giustizia e Libertá e também sobre as filiações no Partido Fascista e no Partido Comunista. Maria Pavese esclarece ainda o fato do suicídio cometido pelo irmão em 1950.

Cesare Pavese nel ricordo della sorella Maria: dieci domande a Maria Pavese

D. Ricorda qualche particolare significativo della prima infanzia di Suo fratello? Oltre alla morte di vostro padre, ci fu qualche altro avvenimento triste o doloroso fuori del comune?

R. Oltre alla morte di nostro padre, non ci furono altri avvenimenti di rilievo; in generale ricordo soltanto il carattere molto scontroso di Cesare e la sua testardaggine nell’obbedire, specialmente alla madre. D. Alcuni biografi hanno insistito sui difficili rapporti di Suo fratello con la mamma. Che cosa c’è di vero in tutto questo?

R. I rapporti con la mamma erano un po’difficili solo perché lei esigeva obbedienza assoluta e lui invece, come ho già detto, si incaponiva nel disobbedire.

chiedeva consigli sulle sue faccende private?

R. Mio fratello mi voleva bene come sorella, ma non aveva confidenza con noi e non chiedeva mai consigli; a mala pena qualche volta li accetava da me perché glieli davo con molta discrezione, con pazienza e tatto.

D. Si è tanto parlato e sparlato della presenza grigia delle donne nella vita di Suo fratello; si è detto perfino che egli le odiasse a causa di una sua presunta debolezza fisiologica. Io credo che si sia esagerato, anche sulla scorta di qualche pagina del Diario; ma Lei che cosa può dirmi al riguardo?

R. La palese rivolta di mio fratello verso le donne penso fosse dovuta al tradimento della donna dalla voce rauca; non si trata dunque di una debolezza fisiologica, ma forse di blocco psicologico, data la sua natura sensibilissima e nervosa.

D. I contatti con il gruppo giovanile di “Strabarriera” e poi col movimento clandestino di “Giustizia e Libertà” sono stati oggetto di controverse interpretazioni: chi dice che Suo fratello non avesse alcun interesse politico, chi dice invece che partecipasse attivamente ai problemi della società, sia pure sul piano dell’impegno intellettuale. Che cosa ne pensava, in privato, della politica? Ricorda qualche suo giudizio su fatti e figure della storia di quegli anni?

R. Che io sappia, in quel tempo non si interessava assolutamente di politica, ma era decisamente antifascista.

D. L’iscrizione al Partito Fascista fu determinata da ragioni di ordine contingente, quali l’assegnazione di qualche cattedra nelle scuole

una sia pur momentanea adesione al l’opinione dominante?

R. L’iscrizione al Partito Fascista fu fatta appunto per l’assegnazione di qualche cattedra, perché altrimenti non poteva insegnare in nessuna scuola; non assolutamente per sua adesione al regime.

D. E il confino fu davvero accettato per amore di una donna?

R. Il confino lo ebbe proprio per aver accettato di ricevere lettere di un antifascista in prigione fidanzato della donna da lui stesso amata e che, quando lui tornò dal confino, aveva sposato un altro.

D. Negli anni 1943-44, Suo fratello ebbe una grave crisi politica e perfino religiosa. A quel tempo, egli si trovava con Lei a Serralunga, nel Monferrato; ricorda qualcuna delle ragioni che lo tormentavano? R. Negli anni che fu con me nel Monferrato (e precisamente a Serralunga) era tormentato dal pensiero degli amici combattenti e partigiani, mentre lui, perseguitato dalla polizia e non essendo tipo di combattente anche per la sua malferma salute, doveva starsene nascosto e lontano da tutti.

D. Subito dopo la Liberazione, Suo fratello si iscrisse al P.C.I. e, sotto qualche aspetto, fu un militante attivo ed entusiasta; ma si sa che negli ultimi tempi della sua vita fu molto addolorato dal sentirsi definire “un cattivo compagno” . Parlò mai, in famiglia, dei suoi rapporti col Partito?

R. Si iscrisse al Partito Comunista in quel periodo, pensando e sperando che fosse meglio di quello Fascista, ma non ne fu affatto militante. Si limitò a qualche articolo, spinto da Lajolo. In famiglia non dava spiegazioni dei suoi rapporti col Partito ed era amareggiato dall’andamento di tutti i Partiti.

che pretende di spiegarla solo col ricorso alla psicanalisi o, addirittura, alla sessuologia. Non pensa Lei, indipendente dai legami affettivi, che il suicidio in fondo sia da ritenersi una semplice disgrazia, di quelle che potrebbero capitare a chiunque , nei momenti di eccessiva stanchezza fisica e morale.

R. Per il suo suicidio non si può alludere ad uno speciale motivo. Credo e penso che a determinarlo sia stata la somma di molte cause; in primo piano, un grave esaurimento causato dal gran lavoro cui si sobbarcava; poi, lo sconforto per la piega poco felice delle vicende politiche, l’atroce dolore per il tradimento della donna dalla voce rauca per cui non ebbe più fiducia in nessuna donna, l’impossibilità quindi di formarsi una famiglia.

(“Oggi e Domani”, Pescara 1978)

ESPOSITO, Vittoriano. Poetica e poesia di Cesare Pavese. Foggia: Bastogi, 2001.

Tradução da entrevista de Maria Pavese concedida a Vittoriano Esposito para a revista Oggi e Domani de 1978.

Cesare Pavese na memória de sua irmã Maria: dez perguntas para Maria Pavese

P. Você se lembra de um momento significativo na infância de seu irmão? Além da morte de seu pai, houve algum outro acontecimento

triste ou doloroso fora do comum? R. Além da morte de nosso pai, não houve outros eventos de

importância, e geralmente só me lembro do caráter briguento de César e

sua teimosia em obedecer, especialmente a mãe.

P. Alguns biógrafos têm insistido na difícil relação do seu irmão com a mãe. O que há de verdade em tudo isso?

R. A relação com nossa mãe foi um pouco difícil só porque ela exigia obediência absoluta, e ele em vez disso, como eu já disse, persistia em desobedecer.

P. Você acredita que teve alguma influência pessoal sobre a formação do caráter do seu irmão? Ele se abria com você? Pedia conselhos sobre

a sua vida particular? R. Meu irmão me amava como uma irmã, mas não havia confidência

entre nós e ele nunca pedia conselhos; às vezes, a duras penas, os aceitava porque eu lhe dava com grande discrição, paciência e tato.

fraqueza fisiológica. Eu acho que seja exagero, também sobre algumas páginas a mais do Diário; mas o que você pode me dizer sobre isso? R. A revolta evidente de meu irmão contra as mulheres eu acho que foi devido a uma traição da mulher da voz rouca; não se trata, portanto, de uma fraqueza fisiológica, mas talvez de bloqueio psicológico, dada a sua natureza muito sensível e nervosa.

P. Os contatos com o grupo de jovens de "Strabarriera" e depois com o movimento clandestino de “Giustizia e Libertà” foram objeto de interpretações controversas; tem quem diga que seu irmão não tivesse nenhum interesse político, tem quem diga, ao invés, que participasse ativamente dos problemas da sociedade, seja mesmo sobre o plano do empenho intelectual. O que você achava, em particular, da política? Lembra de alguma opinião sua sobre fatos e personagens da história daqueles anos?

R. Que eu saiba, naquele momento, não se interessava absolutamente por política, mas era decididamente anti-fascista.

P. A inscrição no Partido Fascista foi determinada por razões de ordem contingente, como a atribuição de alguma cátedra nas escolas estatais e a direção responsável pela revista La Cultura, ou ainda seja por uma momentânea adesão a opinião dominante?

R. A inscrição no Partido Fascista foi feita precisamente para a atribuição de alguma cátedra, pois, caso contrário, não poderia ensinar em nenhuma escola, não absolutamente por sua adesão ao regime. P. O exílio foi realmente aceito por amor a uma mulher?

antifascista, noivo da mulher que ele amava e que, quando ele voltou do exílio, tinha se casado com outro.

P. Nos anos 1943-1944, seu irmão teve uma grave crise política e até mesmo religiosa. Naquela época, ele estava com você em Serralunga, no Monferrato; recorda alguns dos motivos que o atormentavam? R. Nos anos em que ele estava comigo em Monferrato, exatamente em Serralunga, foi atormentado pelo pensamento de amigos combatentes e guerrilheiros, enquanto ele, perseguido pela polícia e não sendo um tipo de combatente, também pela sua saúde debilitada, devia estar escondido e longe de todos.

P. Logo após a Libertação, o seu irmão se juntou ao PCI e, sob qualquer aspecto, foi um militante ativo e entusiástico, mas se sabe que nos últimos dias de sua vida estava muito angustiado de ser chamado de "um mal companheiro". Nunca ninguém falou, na família, de suas relações com o Partido?

R. Ele se inseriu no Partido Comunista, naquele momento, pensando e esperando que fosse melhor que o Fascista, mas não foi de fato militante. Limitou-se a alguns artigos, induzido por Lajolo. Na família, não dava explicação das suas relações com o partido e decepcionou-se com o desempenho de todos os partidos.

P. Sobre a morte de Cesare Pavese, foi dito e escrito muitas coisas. O argumento mais absurdo, na minha opinião, é aquele mais difundido e que pretende explicar apenas com recurso à psicanálise, ou até mesmo com a sexologia. Você não acha que, independente dos laços emocionais, que o suicídio no fundo seja uma simples desgraça, do tipo

R. Pelo seu suicídio não se pode aludir um motivo especial. Eu acredito e acho que por determinação foi a soma de muitas coisas; em primeiro plano, um estresse grave causado por muito trabalho, que o sobrecarregava; depois o desconforto pelo rumo pouco feliz da sucessão de fatos políticos, a dor atroz pela traição da mulher com a voz rouca, pela qual não teve mais confiança em nenhuma mulher, a impossibilidade de formar então uma família.

(“Oggi e Domani”, Pescara 1978)

ESPOSITO, Vittoriano. Poetica e poesia di Cesare Pavese. Foggia: Bastogi, 2001.

O presente bilhete foi escrito por Cesare Pavese e encontrado na capa do livro Dialogo con leucò (1947), na cabeceira de um dos quartos do terceiro andar Hotel Roma, no qual Pavese se suicidou.

Reprodução do bilhete1 deixado por Cesare Pavese na capa do livro Dialogo con leucò (1947) na ocasião de seu suicídio.

1 “Perdoo a todos e a todos peço perdão. Tudo bem? Não façam muitas fofocas.” (PAVESE apud GIGLIUCI, 2001, p. 26).