4 Bounded real lemma
Nota 6 Repare que a hip´otese de estabilidade SS garante, conforme apontado na Nota 3,
4.2 O Bounded Real Lemma
A maior parte dos resultados auxiliares ao JBRL, Lema 3, diz respeito ao funcional de custo definido acima. O primeiro teorema que estabelecemos ´e o seguinte:
Teorema 4 Para qualquer condic¸˜ao inicial(x0,θ0) e todo v ∈ Lnv
2 (T ), bem como T > 0 e
P= (P1, P2, . . .) : [0, T ] → Hn∗
supcontinuamente diferenci´avel, o funcional de custo definido em (4.4) pode ser escrito sob a forma
Jγ T(x0,θ0, v) = Ehx0, Pθ0(0)x0i − Ehx(T ), PθT(T )x(T )i + Z T 0 E ( hx(t), ˙Pθt(t)x(t)i + *" x(t) v(t) # , Mθγt(P(t)) " x(t) v(t) #+) dt, (4.5)
onde, para m= n + nv, definimos Mγ(P) = (Mγ
matrizes m× m Mγ i(P) = " Ti(P) −Ci∗Ci Gi(P) Gi(P)∗ Hγ i # , (4.6) com Gi(P) = PiBi−Ci∗Die Hγ i =γ2Inv− D∗iDipara qualquer i∈ S .
Prova: Considere a seguinte func¸˜ao de Lyapunov:
F(t, x(t)) =
∑
j∈Str(Pj(t)Qj(t)) =
∑
j∈SE{hx(t), Pj(t)x(t)i1{θt= j}}, (4.7)
onde Qj(t) := E[x(t)x(t)∗1{θt= j}], j ∈ S . Considere ainda as func¸˜oes Ft-mensur´aveis
fj(t, x(t)) = hx(t), Pj(t)x(t)i e Fj(t, x(t)) = E[ fj(t, x(t))1{θt= j}], cuja diferencial se
es-creve:
dFj(t, x(t)) = E{d fj(t, x(t))1{θt= j}} + E{ fj(t, x(t))d1{θt= j}}. (4.8)
A fim de calcular a primeira diferencial no lado direito da express˜ao acima iremos proce-der da seguinte maneira, ondeδfj(t, x(t); dx(t)) denota a primeira variac¸˜ao Gˆateaux de fj na direc¸˜ao(0, dx(t)), calculada em (t, x(t)):
d fj(t, x(t)) = ∂
∂t fj(t, x(t))dt +δfj(t, x(t); dx(t))
= {hx(t), ˙Pj(t)x(t)i + hAjx(t) + Bjv(t), Pj(t)x(t)i
+hPj(t)x(t), Ajx(t) + Bjv(t)i}dt. (4.9) Com relac¸˜ao ao segundo termo no lado direito de (4.8) temos que:
E[ fj(t, x(t))d1{θt= j}] = E[ fj(t, x(t))1{θt+dt= j}− fj(t, x(t))1{θt= j}] = E fj(t, x(t))[P(θt+dt = j|θt) − P(θt= j|θt)] = E
λθtjfj(t, x(t))dt + o(dt) , (4.10) assumindo j6=θt. No entanto, para j=θt temos que P(θt+dt = j|θt) − P(θt = j|θt) =
1+λθtθtdt+ o(dt) − 1, e portanto (4.10) vale para todo j ∈ S .
Somando a express˜ao (4.8) para todo j∈ S e eliminando os termos o(dt) decorre,
uma vez que a seq¨uˆencia de somas parciais∑M
j=1Fj(t, x(t)) converge uniformemente para
um limite em[0, T ], que
dF(t, x(t)) = Ehx(t), ˙Pθtx(t)idt *"
e o resultado segue em se integrando ambos os lados da express˜ao acima e combinando a (4.4).
O principal resultado deste cap´ıtulo (JBRL) ´e apresentado a seguir.
Lema 3 (Jump-Bounded Real Lemma) O sistemaΣ ´e SS comkLk <γ se e somente se
existir P= (P1, P2, . . .) ∈ ˜Hn−
suptal que Mγ(P) ∈ ˜Hm+
sup.
A pr´oxima proposic¸˜ao prova o teorema acima em uma direc¸˜ao, i.e., estabelece uma relac¸˜ao entre SS comkLk <γ e a existˆencia de algum P∈ ˜Hnsup− tal que Mγ(P) ∈ ˜Hm+
sup.
Proposic¸˜ao 4 O sistemaΣ´e SS comkLk <γsempre que existir P∈ ˜Hn−
suptal que Mγ(P) ∈
˜
Hm+
sup.
Prova: Da hip´otese temos que existeε > 0 tal que Miγ(P) ≥ε2I para todo i∈ S .
Logo, escolhendo qualquer 0< ˜ε2<ε2teremos as desigualdades estritas Mγ
i(P) − ˜ε2I>
0, donde o primeiro bloco diagonal[Miγ(P) − ˜ε2I]11= Ti(P) −Ci∗Ci− ˜ε2In> 0 para todo
i∈ S . Assim, definindo Ri= Ti(P) −Ci∗Ci− ˜ε2In> 0, i ∈ S , decorre que existe −P ∈
˜
Hn+
suptal que
Ti(−P) + (Ri+Ci∗Ci+ ˜ε2
In) = 0, i∈ S , (4.12) ondeRi+ Ci∗Ci+ ˜ε2In> ˜ε2In, de onde segue a estabilidade SS de Σ, de acordo com o Teorema 3. Al´em disso tem-se, para taisγ e P, que
Jγ T(0,θ0, v) = Z T 0 E[γ2kv(t)k2− k(Lv)(t)k2]dt = −Ehx(T ), PθTx(T )i + Z T 0 E *" x(t) v(t) # , Mθγt(P) " x(t) v(t) #+ dt ≥ 0 +ε2Z T 0 E[kv(t)k2]dt, (4.13) que ´e estritamente positivo sempre quekvkR+6= 0. Por fim, fazendo T →∞ decorre que γ2kvk2
R+ > kLvk2
R+ para qualquer v∈ Lnv
2 (R+) com kvkR+ 6= 0, donde conclu´ımos que kLk <γ.
Para provar a segunda parte do JBRL, Lema 3, primeiro ser˜ao estabelecidos alguns resultados intermedi´arios.
A seguinte proposic¸˜ao especializa o principal resultado de [89] para que seja utilizado aqui. S˜ao estabelecidas a existˆencia e unicidade de soluc¸˜oes para as equac¸˜oes diferenciais
em espac¸o de Banach de que estaremos tratando em seguida.
Proposic¸˜ao 5 Existem func¸˜oes X = (X1, X2, . . .) e Y = (Y1,Y2, . . .) de (−∞, T ] em Hn∗
sup
tais que, para qualquer i∈ S e todo 0 < T <∞,
˙ Xi+ Ti(X ) −Ci∗Ci= 0, Xi(T ) = 0, (4.14) e ˙ Yi+ Ti(Y ) −Ci∗Ci− Gi(Y )R−1i Gi(Y )∗= 0, Yi(T ) = 0, (4.15) onde R= (R1, . . .) ∈ Hnv+
sup e Ri> 0, i ∈ S . Al´em disso, as ´unicas soluc¸˜oes s˜ao
continua-mente diferenci´aveis.
Prova: ´E suficiente provar a existˆencia (com as propriedades indicadas) de Y , uma vez que (4.15) se reduz a (4.14) quando B e D s˜ao identicamente zero. A equac¸˜ao (4.15) pode ser escrita como
˙
Yi+YiA˜i+ ˜A∗iYi+
∑
j6=iλi jYj+ ˜Qi−YiBiR−1i B∗iYi= 0, (4.16) onde ˜Ai= Ai+12λiiI+ BiR−1i D∗iCi e ˜Qi= −Ci∗(I + DiR−1i D∗i)Ci para i∈ S . Mais ainda,
tem-se que ˜A= ( ˜A1, ˜A2, . . .) ∈ Hn
sup e ˜Q= ( ˜Q1, ˜Q2, . . .) = ˜Q∗.
Os resultados de existˆencia e unicidade de Y seguem ent˜ao pelo mesmo procedimento apresentado na prova do Theorem 4.1 em [89].
O lema a seguir estabelece que o custo associado a qualquer perturbac¸˜ao em Lnv
2 (T )
e condic¸˜ao inicial fixada pode ser inferiormente limitado de maneira uniforme.
Lema 4 Supondo SS do sistemaΣcomkLk <γ tem-se, para qualquer condic¸˜ao inicial
(β, i) ∈ Cn× S e todo T > 0, que existe uma constante finita c > 0 tal que Jγ
T(β, i, v) ≥ −ckβk2 ∀ v ∈ Lnv
2 (T ). (4.17)
Prova: Com base na Proposic¸˜ao 5 escolha XT = (XT,1, XT,2, . . .) : [0, T ] → Hn∗
sup
sa-tisfazendo (4.14) sobre todo[0, T ], de tal forma que o funcional de custo na forma do
Teorema 4, considerando XT(·) no lugar de P(·), se escreve Jγ
T(β, i, v) = hβ, XT,i(0)βi + Z T
Podemos facilmente remover o ´ultimo termo de dentro da integral, escrevendo Jγ
T(0, i, v)
sob a mesma forma e lembrando que x(·) = xzi(·) + xzs(·). Resulta ent˜ao que Jγ T(β, i, v) = JγT(0, i, v) + hβ, XT,i(0)βi + Z T 0 E{hGθt(XT)∗xzi(t), v(t)i + hv(t), Gθt(XT)∗xzi(t)i}dt. (4.19)
Defina v0(·) = v(·)I[0,T ](·). Escolhendo ent˜ao ε> 0 tal que ε2<γ2− kLk2 tem-se
Jγ T(0, i, v) ≥ γ2kv0k2R+− kLv0k2R+ ≥ (γ2− kLk2)kv0k2R+ ≥ ε2Z ∞ 0 E[kv0(t)k2]dt = Z T 0 Ehεv(t),εv(t)idt, (4.20) e assim, completando quadrados, podemos eliminar um termo quadr´atico:
Jγ T(β, i, v) ≥ hβ, XT,i(0)βi + Z T 0 E{hεv(t),εv(t)i +hε−1Gθt(XT)∗xzi(t),εv(t)i + hεv(t),ε−1Gθt(XT)∗xzi(t)i +kε−1Gθt(XT)∗xzi(t)k2− kε−1Gθt(XT)∗xzi(t)k2}dt ≥ hβ, XT,i(0)βi −ε−2Z T 0 E[kGθt(XT)∗xzi(t)k2]dt. (4.21)
Em seguida procuremos por limitantes uniformes para XT(·) sobre todo [0, T ]. Pela
ho-mogeneidade de (4.14) temos que XT(t) = XT−t(0) para qualquer t ∈ [0, T ], levando a hβ, XT,i(t)βi = hβ, XT−t,i(0)βi = JγT−t(β, i, 0) = −kzk2T−t≤ 0. (4.22) O limitante inferior pode ser obtido como segue: primeiro note que, para v identicamente zero, temos que z(s) = Cθsxzi(s) para s ∈ [0, T ], donde
E[kz(s)k2] =
∑
j∈S E[kCθsxzi(s)k21{θs= j}] ≤∑
j∈S E[kCjk2kxzi(s)k21{θs= j}] ≤ kCk2sup∑
j∈S E[kxzi(s)k21{θs= j}] = kCk2supE[kxzi(s)k2], (4.23)e portanto existe uma constante c0> 0 tal que Z T−t 0 E[kz(s)k2]ds ≤ kCksup Z ∞ 0 E[kxzi(s)k2]ds ≤ c0kCksupkβk2, (4.24) diretamente da hip´otese de SS. Juntando os resultados segue que, para qualquerβ ∈ Cn,
De maneira an´aloga a (4.23) decorre, sempre omitindo a dependˆencia temporal de XT(·),
que E[kGθt(XT)∗xzi(t)k2] ≤ kG(XT)k2
supE[kxzi(t)k2]. Como kGj(XT)k = kXT, jBj−
C∗jDjk ≤ kXT, jkkBjk + kCjkkDjk, segue de (4.25) que, para todo t ∈ [0, T ],
kG(XT(t))ksup≤ c0kCksupkBksup+ kCksupkDksup (4.26) e assim, mais uma vez usando a hip´otese de SS,
Z T 0
E[kGθt(XT)∗xzi(t)k2]dt ≤ kCksup2 (c0kBksup+ kDksup)2kxzik2R+
≤ c0kCk2sup(c0kBksup+ kDksup)2kβk2. (4.27) Substituindo (4.25) e (4.27) de volta em (4.21) vem o resultado,
Jγ
T(β, i, v) ≥ −{c0kCksup+ε−2c0kCk2sup(c0kBksup+ kDksup)2}kβk2
≥ −ckβk2, (4.28)
para alguma constante c> 0 convenientemente escolhida.
O seguinte lema garante a positividade uniforme do segundo bloco diagonal da matriz
Mγ(·) definida em (4.6), que ´e obviamente uma condic¸˜ao necess´aria para que o Lema 3
se verifique.
Lema 5 Suponha que o sistemaΣ´e SS comkLk <γ. Ent˜ao Hγ= (Hγ
1, H2γ, . . .) ∈ ˜Hnv+
sup.
Prova: Note que kHγksup= supi∈Skγ2Inv− D∗iDik ≤γ2+ kDk2
sup; portanto, falta somente provar que existe ε> 0 tal que Hiγ≥ε2Inv para todo i∈ S . Em primeiro lugar,
provemos por contradic¸˜ao que Hγ
i ≥ 0 sobre i ∈ S ; isto ´e, suponha que existaµ ∈ Cnv, ˜
µ := kµk, tal que hµ, Hiγµi < −α para algum i∈ S eα > 0.
Tome mais uma vez o ´unico XT :[0, T ] → Hn∗
supque satisfaz (4.14) para todo i∈ S .
Assim, omitindo sua dependˆencia no tempo,
Jγ T(0, i, v) = Z T 0 E{hxzs(t), Gθt(XT)v(t)i + hGθt(XT)v(t), xzs(t)i +hv(t), Hθγ tv(t)i}dt. (4.29)
Considerando vδ(·) =µI[0,δ)(·) no lugar de v temos que, para todo t∈ [0,δ), E{hxzs(t), Gθt(XT)v(t)i + hGθt(XT)v(t), xzs(t)i} =
∑
j∈S E{[hxzs(t), Gθt(XT)µi + hGθt(XT)µ, xzs(t)i]1{θt= j}} ≤∑
j∈S2kE[xzs(t)1{θt= j}]k kGj(XT)µk ≤ 2 ˜µkG(XT)ksupkE[xzs(t)]k
≤ 2 ˜µ(c0kBksup+ kDksup)kCksupkE[xzs(t)]k, (4.30) onde empregamos (4.26) para obter a ´ultima desigualdade. Voltando a (4.29) e usando a hip´otese de negatividade em Hγ
i teremos que, para algumκ> 0 adequado,
Jγ
T(0, i, vδ) ≤ Z δ
0 {κkE[xzs(t)]k −α}dt. (4.31) Uma vez que as trajet´orias de θ s˜ao cont´ınuas `a direita, segue que E[xzs(t)] tamb´em ´e
cont´ınua em t = 0+. Tendo em mente que xzs(0) = 0, decorre que o lado direito da
ex-press˜ao acima ´e portanto negativo em se tomandoδ > 0 suficientemente pequeno. Mas
isso contradiz o lema anterior, donde se conclui que Hγ
i ≥ 0 para qualquer i ∈ S .
Finalmente, considere 0<ε<γ e ˜γ= (γ2−ε2)1/2, de tal forma quekLk < ˜γ<γ.
Repetindo os passos anteriores desde o comec¸o com ˜γ no lugar de γ conclu´ımos que
Hγ˜
i = (γ2−ε2)Inv− D∗iDi≥ 0 para todo i ∈ S , donde
Hγ
i =γ2Inv− Di∗Di≥ε2Inv (4.32)
segue imediatamente.
Em seguida estabelecemos um resultado que relaciona a minimizac¸˜ao do funcional de custo Jγ
T(x0,θ0, ·) a uma perturbac¸˜ao espec´ıfica vT, para uso posterior.
Lema 6 Suponha que o sistemaΣ´e SS comkLk <γe denote como PT a soluc¸˜ao de (4.15)
com Hγ no lugar de R. Assim, definindo K(P
T) = (K1(PT), K2(PT), . . .) com Ki(PT) = −(Hiγ)−1Gi(PT)∗sobre i∈ S , temos que:
(i) A perturbac¸˜ao estoc´astica vT(·) := Kθ(·)(PT)x(·) ´e tal que
vT = arg min
v∈DJγ
T(x0,θ0, v), (4.33)
(ii) O custo m´ınimo associado ´e dado por Jγ T(x0,θ0, vT) = Ehx0, PT,θ0(0)x0i, (4.34) e, obviamente, Jγ T(x0,θ0, vT) ≤ JγT(x0,θ0, v) para qualquer v ∈ Lnv 2 (T ).
Prova: De acordo com a positividade de(Hiγ)∗= Hiγ sobre todo i∈ S (Lema 5),
podemos definir o produto internoh·, ·iHγ θt
= h·, Hθγ
t·i e a norma induzida pelo mesmo, k · kHγ
θt
. Ent˜ao a prova vem facilmente, uma vez que se escreva o custo em uma forma mais adequada. Do Teorema 4:
Jγ T(x0,θ0, v) = Ehx0, Pθ0(0)x0i − Ehx(T ), PθT(T )x(T )i + Z T 0 E{hx(t), [ ˙Pθt+ Tθt(P) −Cθ∗tCθt]x(t)i + hGθt(P)∗x(t), v(t)i +hv(t), Gθt(P)∗x(t)i + hv(t), Hθγtv(t)i}dt = Ehx0, Pθ0(0)x0i − Ehx(T ), PθT(T )x(T )i + Z T 0 E{kv(t) − Kθt(P)x(t)k2Hγ θt +hx(t), [ ˙Pθt+ Tθt(P) −Cθ∗tCθt− Gθt(P)(Hθγ t)−1Gθt(P)∗]x(t)i}dt. (4.35) Uma vez que o custo associado a um dado conjunto de argumentos ´e independente de uma escolha particular em P (pela sua pr´opria definic¸˜ao), ´e poss´ıvel considerar a express˜ao anterior com PT (a soluc¸˜ao de (4.15) com R= Hγ) no lugar de P. Assim:
Jγ T(x0,θ0, v) = Ehx0, PT,θ0(0)x0i + Z T 0 E{kv(t) − Kθt(PT)x(t)k2Hγ θt }dt ≥ Ehx0, PT,θ0(0)x0i, (4.36)
e a igualdade vale somente se v(t) = vT(t) = Kθt(PT)x(t) para quase todo t ∈ [0, T ], de
onde segue (i) e (ii).
A seguinte proposic¸˜ao garante que PT, a soluc¸˜ao de (4.15) sobre[0, T ], ´e ao mesmo
tempo limitada e mon´otona. Esse resultado ser´a de grande importˆancia no problema de horizonte infinito, limT→∞PT.
Proposic¸˜ao 6 Assuma que o sistemaΣ´e SS comkLk <γe considere PT :[0, T ] → Hn∗
sup, a
(i) Para todo i∈ S existe uma constante c > 0 tal que
− cIn≤ PT,i(t) ≤ 0. (4.37) (ii) Para todo 0< ˜T < T e i ∈ S temos que PT˜,i(t) ≥ PT,i(t).
(iii) O limite P= limT→∞PT(t) existe e ´e tal que P ∈ Hn−
sup.
Prova: Esta prova depende do resultado de otimalidade obtido no lema anterior. Simplesmente tome qualquer par (β, i) ∈ Cn× S junto a t ∈ [0, T ], e escreva
hβ, PT,i(t)βi = hβ, PT−t,i(0)βi = JγT−t(β, i, vT−t) ≤ JγT−t(β, i, 0) = −
Z T−t
0
E[kz(s)k2]ds ≤ 0, (4.38)
onde v(·) ´e tal como definido em (4.33). Por outro lado, foi provado no Lema 4 que
hβ, PT−t,i(0)βi = JγT−t(β, i, vT−t) ≥ −ckβk2= hβ, −cIn,βi, de onde (4.37) segue.
Para a prova de (ii) defina ˜v(·) = vT˜−t(·)I[0, ˜T−t](·) ∈ Lnv
2 (R+). O resultado segue
imediatamente das relac¸˜oes
hβ, PT,i(t)βi = hβ, PT−t,i(0)βi = JγT−t(β, i, vT−t) ≤ JγT−t(β, i, ˜v) = JTγ˜−t(β, i, vT˜−t) − Z T−t ˜ T−t E[kz(s)k2]ds ≤ JγT˜−t(β, i, vT˜−t) = hβ, PT˜,i(t)βi. (4.39) Por fim, temos que (iii) ´e simplesmente uma importante conseq¨uˆencia de (i) e (ii) e do fato de Hnsup∗ ser um espac¸o completo. De fato:
lim
T→∞PT(t) = limT→∞PT−t(0) = limT→∞PT(0), (4.40)
que ´e independente de t. Finalmente, a negatividade e a limitac¸˜ao na norma seguem de (4.37).
Note que o item (iii) da proposic¸˜ao, quando considerado junto ao problema de hori-zonte finito (4.15), implica que para todo i∈ S as equac¸˜oes alg´ebricas de Riccati
Ti(P) −Ci∗Ci− Gi(P)(γ2
Inv− D∗iDi)−1Gi(P)∗= 0 (4.41)
tenham uma soluc¸˜ao P∈ Hnsup−. Com isto ´e poss´ıvel, imediatamente ap´os o seguinte lema, apresentar a prova do principal resultado desse cap´ıtulo.
Lema 7 Sejam ˜Cε = ( ˜Cε
1, ˜Cε
2, . . .) e ˜D= ( ˜D1, ˜D2, . . .), onde ˜Cε
i := [Ci∗ εIn]∗ e ˜Di:= [D∗i 0nv×n]∗, para todo i∈ S e paraε > 0. Ent˜ao o operador de perturbac¸˜ao ˜Lε: v7→
˜zε, correspondente ao sistema ( ˙ x(t) = Aθtx(t) + Bθtv(t), t∈ R+ ˜zε(t) = C˜ε θtx(t) + ˜Dθtv(t) (4.42) com x(0) = x0∈ Ln
2 ´e tal que, para alguma constanteκ > 0,
k ˜Lεk2≤ kLk2+κε2, (4.43)
onde a norma de ˜Lε˜ ´e definida de forma an´aloga `a de L.
Prova: Segundo a definic¸˜ao temos que, para qualquer v∈ Lnv
2 (R+) e todo t > 0, k ˜Lεv(t)k2= kLv(t)k2+ε2kxzs(t)k2. (4.44)
Integrando em todo R+ e tomando o valor esperado decorre ent˜ao que
k ˜Lεvk2R+= kLvk2R++ε2kxzsk2R+ ≤ kLk2+ c2ε2 kvk2
R+ (4.45)
para alguma constante c> 0 (veja [16, Theorem 5.2], conforme apontado na Nota 3). O
resultado segue ent˜ao imediatamente de (4.3), mutatis mutandis.
Prova do Lema 3: Ainda nos resta provar a contrapartida da Proposic¸˜ao 4. Para tanto,
note primeiramente que, para algumε > 0 eδ > 0 suficientemente pequenos, temos do
lema anterior que
kLk <γ ⇒ k ˜Lε˜k <γε, (4.46) onde1 ε˜ = (ε2+δ2)1/2 eγε = (γ2−ε2)1/2. Assim, considerando γε no lugar de γ, os resultados anteriores estabelecem que 0< ˜Hγε
i :=γ2Inv− ˜Di∗D˜i−ε2Invpara todo i∈ S , e
portanto existe ˜P= ( ˜P1, ˜P2, . . .) ∈ Hn−
suptal que
Ti( ˜P) − ( ˜Cε˜ i)∗C˜ε˜ i − ˜Gε˜ i( ˜P)(γ2Inv− ˜D∗iD˜i−ε2Inv)−1G˜ε˜ i( ˜P)∗= 0, (4.47) onde( ˜Cε˜ i)∗C˜ε˜ i = Ci∗Ci+ ˜ε2In, ˜Gε˜ i( ˜P) = ˜PiBi− ( ˜Cε˜ i)∗D˜i= ˜PiBi−Ci∗Di= Gi( ˜P), e ˜D∗iD˜i=
D∗iDi. Logo (4.47) pode ser escrita como (note queT (·) ´e homogˆeneo): Ti(− ˜P) +C∗
iCi+ ˜ε2
de onde decorre que ˜P na verdade pertence a ˜Hn−
sup, diretamente do Teorema 2. Al´em
disso, a express˜ao acima estabelece que
Ti( ˜P) −Ci∗Ci−ε2
In− Gi( ˜P)(Hiγ−ε2
Inv)−1Gi( ˜P)∗=δ2
In> 0, (4.49)
e como Hγ
i −ε2Inv > 0 para todo i ∈ S , segue do Complemento de Schur que este
˜
P∈ ˜Hnsup− ´e tal que Mγ( ˜P) ∈ ˜Hm+
sup, concluindo a prova.
Encerramos o presente cap´ıtulo com a seguinte proposic¸˜ao. Nela, o resultado do Lema 3 ´e apresentado de uma maneira ligeiramente diferente – a qual ser´a mais adequada para os fins do cap´ıtulo seguinte. A principal inovac¸˜ao em relac¸˜ao ao resultado anterior se expressa por uma dependˆencia afim nas matrizes do sistema (A, B, C, e D).
Proposic¸˜ao 7 O sistemaΣ ´e SS comkLk <γ se e somente se existir P= (P1, P2, . . .) ∈
˜
Hn−
suptal que, para todo i∈ S , A∗iPi+ PiAi+∑j∈Sλi jPj PiBi Ci∗ B∗iPi γ2Inv D∗i Ci Di Inz ≫ 0. (4.50)
Prova: O resultado decorre diretamente do Complemento de Schur Uniforme,
5 Controle H
∞Neste cap´ıtulo ser´a estudado o controle H∞ de uma classe de sistemas lineares com saltos Markovianos sujeitos a perturbac¸˜oes aditivas de energia finita. Partindo do JBRL (Lema 3) estabelecido no cap´ıtulo anterior, condic¸˜oes equivalentes `a existˆencia de com-pensadores H∞sub-´otimos s˜ao estabelecidas em termos da factibilidade de desigualdades matriciais lineares (LMIs) interconectadas. Em seguida, s˜ao apresentados algoritmos para o design de controladores ´otimos e sub-´otimos, na sec¸˜ao 5.3. Algumas simulac¸˜oes dos resultados obtidos s˜ao apresentadas ao final do cap´ıtulo.