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CAPÍTULO I O CENÁRIO

1.1 O Brasil como contexto

No Brasil, em particular, considerei que:

Caminharam paralelamente, [...] várias propostas de apreensão do real que, por muitas vezes e em muitos pontos, intercruzaram-se. De um lado, a ênfase “romântica” dedicada à busca das origens e mitos para a formação de uma história assentada num passado que levasse em consideração tanto o colonizador português como o selvagem ameríndio e, em plano secundário, o negro. De outro, o registro cientificista, com larga sensibilidade romântica, propondo o conhecimento da natureza e do povo dentro dos princípios ditados pela ciência e representados a partir de cânones estabelecidos. Comum a ambos, a crença no progresso e na evolução crescente da humanidade para melhor. Otimismo nem sempre fácil, porque estava claro que o progresso não seria para todos; nesse movimento muitos ficariam para trás – participariam das origens (como é o caso do índio) e seriam subsumidos no processo de miscigenação. A condução do progresso estava nas mãos dos brancos, e branca era a sociedade que se desejava formar para o Brasil, para inseri-lo de vez na comunidade dos povos civilizados, ou seja, na tradição ocidental cristã. (NAXARA, 2001, p. 448).

Atentei também para a abolição recente da escravidão e a maciça imigração européia, que acabavam por dar matizes tensos e conflituosos às relações de poder cotidianas na jovem república brasileira, período em que a escolarização e o letramento da população ganharam vigor, assim como a circulação de impressos sob os auspícios do poder público. Na mesma época, a região sudeste experimentou a ascensão da cafeicultura. Ambas, industrialização e cafeicultura, propiciaram riqueza e miséria. Forjaram a definição de políticas públicas destinadas à educação e à saúde – em nome do higienismo e da regeneração social −, visando ao progresso e à ordem da nação, mediante a valorização do trabalho como uma virtude humana.

O contexto remete ao processo de reestruturação jurídico-administrativa do Estado, questão considerada crucial desde a Proclamação da República em 1899. Estado que foi se reestruturando paulatinamente, pois grande parte da legislação imperial vigorou por um bom tempo na Primeira República39. Nesse contexto, o catolicismo deixou de ser a religião oficial,

39 Fausto alerta para o fato que “... a Primeira República recebeu outras designações. As mais sugestivas são as de República

oligárquica, República dos “coronéis”, República do “ café-com-leite”.” (1996, p. 261). Em 1889, tivemos a Proclamação da República. No ano seguinte, Deodoro da Fonseca foi eleito presidente e Floriano Peixoto, vice. Pouco depois, Deodoro dissolveu o Congresso e declarou estado de sítio. Ocorreu um contragolpe e Floriano assumiu o poder. Em 1894, Prudente de Morais foi eleito presidente e Manuel Vitorino seu vice. Em 1898, Campos Sales foi eleito presidente e Rosa e Silva, vice. Em 1902, Rodrigues Alves foi eleito presidente e Silvano Brandão, vice. Em 1906, Afonso Pena foi eleito presidente e Nilo Peçanha, vice. Em 1909, com a morte de Afonso Pena, Nilo assumiu a presidência. Em 1910, Hermes da Fonseca foi eleito presidente e Venceslau Brás, vice. Em 1914, Venceslau Brás foi eleito presidente e Urbano dos Santos, vice. Em 1918,

tendo-se, a partir de então, um Estado laico. Intelectuais, políticos e diferentes classes sociais, através da formulação de diferentes projetos para a nação, discutiram e envolveram-se em questões relativas à necessária criação e aprimorando de instituições que garantissem a governabilidade do país, mediante o fortalecimento, a legitimidade e a adoção, de fato, do sistema republicano e federativo, para além do clientelismo local.

Na Primeira República, uma das questões mais candentes para aqueles que defendiam o federalismo era a necessidade de limitar os poderes locais (regionais), visando ao fortalecimento do poder central. Outra questão foi garantir a paridade e eqüidade entre os estados da federação e entre os poderes judiciário, legislativo e executivo. É necessário chamar a atenção para o fato que, no período, a representatividade e o voto censitário haviam deixado de se pautar pela posse da terra e da renda. O voto passou a pressupor a instrução e a alfabetização do cidadão; por conseguinte, o analfabeto perdeu então, seu direito ao voto, o que significou, de fato, excluí-lo da participação política institucional – via instituições representativas do poder público. O direito de voto ficou atrelado ao universo letrado e, naquele momento, a grande maioria da população brasileira era analfabeta. Sendo assim, tal maioria foi alijada incondicionalmente do direito de escolher seus representantes no governo republicano que se iniciava. Além do que, os mendigos e os praças militares também foram excluídos do direito do voto universal; quanto às mulheres, “A Constituição não fez referência [...], mas considerou-se implicitamente que elas estavam impedidas de votar.” (FAUSTO, 2001, p. 141).

No Brasil, nas primeiras décadas do século XX, os embates político-ideológicos são perpassados por projetos destinados a conduzir o país à modernidade, em contraposição ao atraso e à miséria que se reconhecia no território nacional, diante do panorama mundial. Uma das vias, segundo alguns contemporâneos do período, para transpor tal situação, para evitar que o país “resvalasse para a barbárie”, seria privilegiar a saúde, a educação e a formação para o trabalho, como condição sine qua non para o progresso e desenvolvimento nacionais.

O país vivenciou inúmeras mudanças – a energia elétrica, movendo as máquinas com maior intensidade, as ruas e os becos sendo iluminados, os trens e os bondes permitindo o rápido e grande fluxo de pessoas e mercadorias, o telégrafo e o telefone mediatizando o contato entre as pessoas e novas demandas sociais emergindo junto a uma população Rodrigues Alves foi eleito presidente e Delfim Moreira, vice. No ano seguinte, o presidente adoeceu e Delfim tomou posse na presidência. Com a morte de Rodrigues Alves, ocorreram novas eleições e Epitácio Pessoa foi eleito presidente.

impactada pelo novo, pela sensação de aceleração do tempo, pela massiva presença de imigrantes e de ex-escravos perambulando pelas ruas. Mas, essas demandas ocorreram ainda em um Brasil rural, que determinados setores da sociedade viam e pretendiam fosse privilegiadamente urbano.

Em fins do século XIX e nas duas primeiras décadas do século XX, as páginas dos impressos foram tomadas por notícias e propagandas de carros, de transatlânticos, de telefones, da fotografia, do cinema e de um número infindável de utensílios domésticos, de ferramentas, de peças de vestuário, de cosméticos e de remédios, dentre outras. Tais novidades passam a compor o repertório de mercadorias, daquele cenário. Para os contemporâneos não havia como esquivar-se do fascínio e do estranhamento causados pelo crescimento populacional acelerado e pela industrialização progressiva das grandes cidades, assim como pelo receio de um forte movimento operário40, de revoltas e violentas lutas no mundo rural e iletrado41, ressentido pela miséria, exploração e precárias condições de sobrevivência.

Os negros recém-libertos, na época, viviam na miséria. Eles representavam, para as autoridades públicas, ameaça e perigo à ordem, à segurança e à moralidade. Os rituais religiosos, as diferentes manifestações culturais de origem africana foram perseguidas e proibidas. O período foi marcado também por epidemias, assim como por políticas sanitárias e policiais destinadas a garantir o controle das doenças e dos corpos, em particular das classes trabalhadoras. O Rio de Janeiro, então capital do Brasil,

... principal porto de exportação e importação do país e o terceiro em importância no continente americano, depois de Nova York e Buenos Aires [...] vitrine do país. Num momento de intensa demanda por capitais técnicos e imigrantes europeus [a cidade foi] acometida por uma série de endemias, que assolavam e vitimavam sua população, e eram ainda mais vorazes para com os estrangeiros, os quais não dispunham dos anticorpos longamente desenvolvidos pela população local. O Rio apresentava focos permanentes de difteria, malária, tuberculose, lepra, tifo, mas suas ameaças mais aflitivas eram a varíola e a febre amarela ... (SEVCENKO, 1998, p. 22).

O presidente Rodrigues Alves, na tentativa de mudar essa situação, nomeou o engenheiro Lauro Müller para modernizar o porto, Oswaldo Cruz para garantir iniciativas

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Faz-se necessário lembrar que esse movimento não era monolítico e homogêneo: o período foi marcado por intensos embates entre os diferentes segmentos anarquistas, socialistas e anarco-sindicalistas no Brasil.

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destinadas ao saneamento da cidade e Perreira Passos para reurbanizar o Rio de Janeiro. A população mais pobre amotinou-se pelo aumento do custo de vida na cidade, pela derrubada dos cortiços para a abertura de novas avenidas e pela obrigatoriedade da vacina. O embate entre populares e as autoridades públicas culminou na Revolta da Vacina em 1904 (LOPES, 2001).

Já, na época, o estado de São Paulo era propagandeado e apresentado ao mundo e ao país como a “locomotiva do Brasil”, berço da propalada industrialização do país, terra de trabalhadores produtivos ─assalariados, prioritariamente urbanos e laboriosos. E a cidade de

São Paulo, capital do estado, era o emblema, por excelência, dessa “locomotiva”.

No transcorrer da pesquisa, encontrei em periódicos bragantinos imagens plurais da cidade de São Paulo. Observei nos periódicos locais que a imagem veiculada com maior ênfase era a que apresentava São Paulo como uma grande cidade, espaço do progresso, mesmo que em alguns artigos transparecesse um certo pesar, por conta de observarem que as tradições culturais se fragilizaram frente à crescente imigração e à vertiginosa circulação de pessoas. Imagem canônica da cidade que, reafirmada, contribuiu para que as imagens do espaço rural e das pequenas cidades do interior do estado ganhassem fortes matizes de atraso econômico e cultural, ainda que com contornos ambivalentes. Esta imagem mesclou atraso à idealização romântica da natureza –, nela como já foi dito, o espaço rural e as pequenas cidades apareciam, por vezes, como recantos de paz, harmonia e tranquilidade.

Essa imagem da cidade de São Paulo apresenta a cidade como uma metrópole industrializada, símbolo de progresso e de riqueza, a ser seguido pelas demais cidades do interior do Estado e do país. Tal imagem sobrepõe-se como um ideal a ser alcançado pelos diferentes lugares. Se a cidade do Rio de Janeiro – capital do país, era o “cartão postal” (LOPES, 2001), da beleza luxuriante dos trópicos e da cultura moderna, nas primeiras décadas do século XX; a cidade de São Paulo era o “cartão postal” da industrialização e da modernização brasileira. Imagem de São Paulo que tendia a excluir de seu horizonte as tensões e os conflitos, a miséria social e sua diversidade cultural. Imagem que o editorial do semanário “O Guaripocaba”, publicado em Bragança, em seu terceiro número (1877), no qual faz menção à então província de São Paulo, reafirma, quando alardeia que “O progresso é luz...” e que seu avanço se deu por conta da abertura de ferrovias pelo interior da província. Este editorial é emblemático do imaginário da época:

Bragança, 24 de junho de 1877

O progresso é luz; o dedo da iniciativa particular ainda não marcou seu limite; o mundo caminha diz um sabio escriptor; e se visse a Provincia de S. Paulo de outrora, o estado florescente a que n’estes ultimos tempos tem attingido por iniciativa propria, não sabemos o que mais poderia acrescentar. De norte a sul, de este a oeste, vai sendo cortada de vias ferreas, e as locomotivas vão a esses logares, levando envolvidas em seu fumo as luzes do progresso, a crença nos commettimentos do presente – a esperança do futuro. Ahi estão funcionando as diversas companhias, ingleza, paulista, mogyana, sorocabana e ituana, dando seus diversos ramaes o engrandecimento desejado á lavoura dos logares onde tocão. [...] As vias ferreas já cortam grande extensão do territorio, e Bragança, até há pouco tempo, [...] esquecida, parecendo mesmo não fazer parte no mappa geographico da provincia, tendo em seu seio um solo tão fertil, com sua cultura de cafés em grande escala, centro essencialmente productor, passagem natural de todo o Sul de Minas, não podia por mais tempo ser votada ao ostracismo, devia compartilhar a felicidade de suas irmãs. (O Guaripocaba, 01/07/1877, ano I, nº 3, p. 1).

Mais adiante, em 1906, quando se deu a discussão sobre a construção de um novo viaduto e do novo palácio municipal pela Câmara da cidade de São Paulo, a notícia mereceu destaque no jornal bragantino A Notícia. A imagem canônica daquela cidade salta aos olhos do leitor:

Em São Paulo

Construcção gigantesca do novo viaducto. Na próxima sessão da Câmara Municipal de S. Paulo, o sr. Dr. Carlos Garcia vae apresentar um projecto autorizando um empréstimo de 3.000.000$000, para a execução de importantes melhoramentos na capital, entre os quaes a construção do Palácio Municipal e a do grande viaducto ligando o largo S. Bento ao de Santa Ephigenia, [...]. Como disse um jornalista argentino, S. Paulo é um paiz dentro de outro paiz. E si elle assim progride é porque tem diffundicta a instrucção. Um povo analphabeto é um povo morto. (A Notícia, 31/03/1906, ano I, nº41, p. 2).

O traço do progresso da metrópole justificava-se e ganhava inteligibilidade frente a explicação de que decorreria de iniciativas adotadas em favor da instrução, na perspectiva do autor da nota, membro das elites letradas. Em fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, tem-se a imagem de São Paulo como uma cidade tomada por uma multidão compacta. Uma multidão anônima que assustava as autoridades públicas e seduzia alguns. As elites letradas constantemente faziam-lhe referências e, em certa medida, para além do otimismo universalizante do pensamento liberal, viam-se obrigadas a:

... reconhecer a força das motivações irracionais do subconsciente e do inconsciente humano nos comportamentos políticos individuais e coletivos; a levar em consideração a emotividade extremamente intensificada nas pessoas que integram uma multidão, que inibe a atividade intelectual e faz com que as tendências “mais primitivas” da psique predominem sobre a razão. (BRESCIANI, 1991-92, p. 31).

Essas elites letradas que se queriam distantes do atraso e da miséria, e temiam as manifestações violentas das classes trabalhadoras. No período pesquisado, foi possível deparar-me com uma cidade de São Paulo que pulsava nervosamente e que:

... agregava centenas de milhares de seres desenraizados, arrancados pela força ou pela aflição dos seus lares e regiões de origem, transportados como gado através dos mares, negociados por ‘agentes de imigração’ com preço fixo por cabeça, conforme a idade, sexo, origem e condições físicas, despejados em pontos infectos de endemias tropicais, sem instruções, sem conhecimento da língua, sem recursos, sem condições de retorno, reduzidos à mais drástica privação para que a penúria mesma lhes servisse de acicate ao trabalho e motivo de submissão. Postos a competir com os párias negros, recém-egressos da escravidão, e os ‘caipiras’, mestiços refugiados na gleba precária do seu ‘sítio’ apossado, sem direitos de qualquer espécie. Quanto aos índios, esses sequer teriam a chance de serem iludidos [...] a expansão definitiva das fazendas nessa década seria acompanhada do extermínio sistemático das últimas tribos e comunidades ainda remanescentes no interior do Estado de São Paulo. (SEVCENKO, 1992, p. 38).

No Brasil, não pode passar desapercebido, no período, um aspecto pontuado por Dias:

A politização do dia-a-dia transformou o corpo do morador da cidade e a sua forma de percepção do mundo exterior, de modo que os indivíduos passaram a ser colonizados em seus gestos, sentimentos e na própria maneira de apreender a realidade. Encontrar novos nexos e legitimidades, que pudessem dar sentido às imensas e portentosas formas de mobilização coletiva, que a urbanização e a tecnologia de guerra punham em ação na vida de todo dia, era um imenso desafio para todos os campos da percepção e do conhecimento. Nessa época, a tecnologia do relógio tornou possível a sincronização da medida do tempo de modo que, desde a primeira guerra impôs-se uma mudança grande na forma de percepção do tempo, que passou a ser um dos componentes mais importantes dentre os fatores de mobilização geral dos corpos e das mentes dos cidadãos do novo mundo urbanizado. (1992, p.

xiv-xv)42.

Tal politização estimulou a emergência de diferentes disciplinas, tentativas de controle e de governo do cidadão, implementadas pelo Estado e por diferentes instituições

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Apresentação para o livro “Orfeu extático na metrópole – São Paulo, sociedade e cultura nos freementes anos 20” de Nicolau Sevcenko.

sociais, perpassadas pela racionalidade instrumental. Ela inscreveu-se no corpo desse homem, ganhou visibilidade nas sensibilidades relativas ao corpo que emergiram junto àqueles que eram contemporâneos do período. Esta politização do dia-a-dia, que transformou o corpo do homem urbano da grande cidade, também ocorreu no corpo do homem do espaço rural e das pequenas cidades do interior do país. Ela ocorreu com ritmo e intensidade variáveis, com singularidades próprias. Essas sensibilidades são passíveis de prospecção em diferentes fontes que tragam, dentre outros, dados sobre a higiene corporal, a postura, os gestos, o condicionamento físico, os hábitos, o grau de escolaridade, a saúde, a sexualidade, os aspectos físicos, os padrões de comportamento e as tradições populares.

A complexidade do contexto sócio-cultural dos fins do século XIX e das duas primeiras décadas do século XX pode ser ampliada quando pontuam-se três focos de análise. O primeiro volta-se à importância que as discussões e iniciativas relativas à educação e à saúde assumem no período. O segundo foco é relativo à emergência de sensibilidades relativas ao corpo, dentre as quais, em particular, aquelas que valorizam um corpo automotivado e autodisciplinado para o trabalho. O terceiro ressalta a submissão deste corpo na lida cotidiana, ao ritmo e ao escrutínio de um tempo matematicamente controlado, privilegiadamente nos grandes centros urbanos.

Ao enveredar por entre a dinâmica das tensões e dos conflitos socioculturais, ocorridos no contexto, atentei também para a:

... redefinição profunda da política no âmbito da cultura moderna, que tinha superado de certa forma as dualidades tradicionais do século XIX, já sem expressão no mundo urbanizado. A politização do privado e a privatização do público são dimensões novas que se impõem à interpretação crítica do historiador e o compelem a transcender as referências formais da política daquele período, com seus programas, partidos, plataformas e marcos cronológicos anacrônicos. A transição inexorável da modernidade para o mito da ação automatizada e para a magia dos rituais políticos de massa tinha de certa forma transcendido as categorias, já minadas pela força das transformações da cidade de São Paulo, embora pudesse não ser aparente para os contemporâneos dos acontecimentos. A dualidade do público e do privado já não se sustentava mais ante o processo gigantesco da metrópole e da cultura de massas; é bem verdade que também no passado colonial das oligarquias locais nunca tinha sido um pólo norteador do espírito cívico. Entretanto, o aparato hegemônico das oligarquias paulistas transformava-se num ritmo um pouco mais lento do que a imaginação dos modernistas. (DIAS, 1992, p. xxi-

As considerações desse autor são significativas para as pesquisas de história relativas ao interior do estado de São Paulo – ao espaço rural e às pequenas cidades – para que as singularidades locais não se diluam nas visões de mundo e imaginação dos modernistas ou das elites letradas.

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