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3.1 Coleta de dados

3.1.2 Breve contexto sobre as franquias escolhidas

Para melhor compreensão do universo representado nos produtos analisados, é realizada uma breve introdução sobre as franquias Marvel e Star Wars, a história abordada em seus filmes e seus personagens marcantes.

Começando com Star Wars, após um período de recessão na indústria cinematográfica no começo da década de 60, as grandes produtoras se mostraram mais abertas a novos cineastas com novas ideias possibilitando abordagens diferenciadas, abrindo espaço na década de 70 para um grupo de jovens vindos ou influenciados pelos cursos de cinema das universidades americanas (FERRARAZ JUNIOR, 2012). George Lucas foi um desses jovens. Ele garantiu que o filme Star Wars fosse produzido pela sua empresa, a LucasFilm, além de reter os direitos sobre as possíveis continuações do filme, sua trilha sonora e especialmente, os direitos de licenciamento da marca (TAYLOR, 2015).

Após o sucesso alcançado pelo filme de 1977, Lucas não só recuperou o dinheiro gasto na produção do filme como alcançou lucro suficiente com a venda de brinquedos e produtos derivados. O enorme sucesso do primeiro filme da saga estabeleceu o gênero ficção-científica como um dos mais lucrativos, além de servir de exemplo de estratégia de distribuição, produção e marketing (FERRARAZ JUNIOR, 2012).

O primeiro filme lançado de Star Wars em 1977 é o chamado Episódio IV Uma Nova Esperança, o que o coloca como o quarto filme cronologicamente da série. Na

trilogia original de Star Wars a trama de fundo é a constante guerra civil intergaláctica entre o Império que domina a galáxia com vasto poderio bélico e os Rebeldes, única resistência e ameaça contra o regime ditatorial (BONA e PERTUZZATTI, 2010).

Com essa premissa básica é possível observar principalmente no Episódio IV que George utilizou a jornada do herói de Joseph Campbell, para trilhar o caminho de seu personagem principal Luke Skywalker. Trata-se de três etapas básicas: primeiro a partida, o chamado a aventura; segundo a iniciação, é onde o herói irá enfrentar um caminho de provas e lutará contra tentações; em terceiro o retorno, contendo a recusa da volta, a fuga mágica, o resgate com auxílio e a liberdade para viver (SANTOS e FERREIRA, 2015). Portanto, Luke, um jovem fazendeiro de um planeta deserto se junta aos Rebeldes para combater o Império, e nesse meio tempo ele descobre mais sobre o passado de sua família e seu lugar nesse embate.

Se por um lado existe o herói, do outro está o vilão, Darth Vader, o antagonista, mais máquina do que homem, um ser completamente obscuro. Sua armadura, máscara de gás e voz sintetizada fortalecem a imagem desumanizada, que em termos míticos retrata a perda de suas qualidades humanas por algum sortilégio ou imprudência. Esses tipos de personagens são levados a se transformar em criaturas híbridas ou simplesmente monstros, um estado imposto como castigo por escolhas mal tomadas, que é o caso de Darth Vader, fato que se revela durante os próximos filmes (SANTOS e FERREIRA, 2015).

O vilão da história ao longo dos filmes se mostra como peça chave e principal força motriz do enredo. Logo, não somente seu visual distinto e marcante o transformaram em um personagem mundialmente reconhecível, mas, sua história, seus trejeitos, suas ações e o cuidado da trilha sonora, tudo foi moldado para que Vader simbolizasse o próprio mal.

Na nova trilogia chamada de prequels, iniciada com o filme “Episódio I: A Ameaça Fantasma” (1999) mostra como Anakin, um jedi com imenso potencial é seduzido pelo lado negro da força se tornando Darth Vader. A trilogia prequels, ampliou a construção de mundo de Star Wars e perpetuou ainda mais a devoção dos fãs a franquia. Foram gerados novos jogos, quadrinhos e séries animadas a partir dos filmes, aumentando o leque de personagens, armas, naves e veículos.

Após a venda da saga para a Disney em 2015, foi iniciada uma nova trilogia, essa se passando após o Episódio VI (1983), o último da trilogia original. Estes filmes

criaram novos personagens como o BB8, um carismático robô que segue o legado do R2D2, um robô extremamente esperto que auxilia os heróis em suas aventuras. Novos personagens são introduzidos como principais, dentre eles Rey e o vilão Kylo Ren, neto do Darth Vader.

A outra franquia presente nos produtos analisados é a Marvel Comics, uma editora de quadrinhos norte americana fundada na década de 30 por Martin Goodman, que ganhou grande notoriedade no início da década de 60, quando se consolidou como uma das grandes editoras de quadrinhos com a criação do grupo Quarteto Fantástico por Stan Lee e Jack Kirby, e de seu herói mais popular o Homem Aranha (JUNIOR, 2013).

O setor do cinema intitulado Marvel Studios a partir dos anos 2000 traçou um projeto baseado no que fizeram nos quadrinhos. Cada filme do estúdio teria relação com filmes de outros personagens, e todos eles poderiam aparecer nos filmes dos outros personagens. A Marvel Studios iniciou seu projeto com a chamada “primeira fase”, quando produziu seis filmes: O Incrível Hulk (2008); Homem de Ferro (2008); Homem de Ferro 2 (2010); Thor (2011); Capitão América O Primeiro Vingador (2011) e Os Vingadores (2012) (COSTA e ORRICO, 2016).

Uma das grandes equipes criada pela Marvel são os X-men, eles são “mutantes”, indivíduos que nasceram com habilidades especiais. Dentre os personagens mais populares e importantes dos X-men está o Wolverine, um anti- herói. Essa denominação é utilizada para definir personagens com dilemas morais e natureza falha, que cansados de injustiças e corrupção na sociedade buscam fazer justiça com as próprias mãos.

Wolverine passou por um experimento já após muitos anos vividos, ele foi utilizado como cobaia para a implantação de adamantium (ferro quase indestrutível no universo da Marvel) nos seus ossos. O adamantium proporcionou as famosas garras metálicas ao personagem, característica simbólica mais marcante do mutante. Outro personagem bastante conhecido é o Thor. “Baseado no deus Thor da mitologia nórdica, o personagem é uma criação de Stan Lee e Jack Kirby inspirado nas lendas nórdicas” (MACHADO, 2015, p. 127).

Bem como na mitologia original, nos quadrinhos Thor também porta o martelo mjolnir, uma arma capaz de criar tempestades, gerar raios, abrir portais, desferir

golpes poderosos e possibilitar que ele voe (MACHADO, 2015). Tanto no cinema como nos quadrinhos Thor se junta aos Vingadores para defender a Terra da invasão do seu meio-irmão Loki.

É relevante destacar também o primeiro herói criado pela Marvel, o Capitão América. Ele foi criado durante a segunda guerra mundial como uma forma de propagar a visão e os valores da sociedade norte americana.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial o Capitão América se tornou um personagem com pouco uso, até que não foi mais aproveitado nos quadrinhos pela Marvel. “Em 1964, Stan Lee reviveu o Capitão América, afirmando que ele havia caído de um avião no Atlântico Norte nos últimos dias da guerra e que passou as últimas décadas congelado, num estado de morte aparente” (CHAGAS, 2008, p.146).