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Para compreender a importância do setor da energia elétrica na economia brasileira, fazAse necessário entender o que motivou seu desenvolvimento. Analisando dados históricos fica evidente quais variáveis influenciaram na expansão do ramo energético.

Em meados do século XIX, o processo de modernização do país impulsionou o setor urbano da economia. O crescimento das cidades levou a expansão da indústria de construção civil e da oferta de infraAestrutura urbana, entre eles a energia elétrica. A primeira experiência de eletrificação ocorreu em 1879 quando foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o serviço permanente de iluminação elétrica da estação central da Ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil). (PIETRACCI, 2006).

No Quadro 2 apresentamAse cronologicamente acontecimentos que de forma direta contribuíram para o desenvolvimento do setor elétrico no Brasil.

Ano Situação

1879 Inaugurado no Rio de Janeiro, o serviço permanente de iluminação elétrica da estação central da Ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil)

1883 Começa a operar a primeira central geradora elétrica, com 52 KW de capacidade em Campo – RJ. É construída a primeira hidrelétrica brasileira em Diamantina – MG.

1934 O arcabouço regulatório para o setor é formalizado por meio do Código de Águas. A partir deste momento, a União passa a deter a competência de legislar e outorgar concessões de serviços públicos de energia elétrica. Este arcabouço regulatório e a segunda guerra mundial diminuíram o interesse dos investidores estrangeiros no setor elétrico, reduzindo o ritmo de expansão da capacidade instalada e causando limitações de oferta.

1945 O Estado decide ampliar seu papel para além das atribuições reguladoras e fiscalizadoras, passando a investir diretamente na geração de energia elétrica. Para isso cria a Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF.

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1956 a 1961

Foi criada a maior parte das companhias estaduais de distribuição de energia e em 1957 o Governo Federal criou outra empresa geradora, a Central Elétrica de Furnas, que nasce com o desafio de sanar a crise energética que ameaçava o abastecimento dos três principais centros socioeconômicos brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

1962 Criação da Eletrobrás vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com as atribuições de planejar e coordenar o setor e desempenhar as funções de de várias concessionárias.

1963 Entra em operação a hidrelétrica de Furnas que marcou o início da interligação do sistema elétrico brasileiro, interconectando os sistemas de suprimento de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Em seguida outros sistemas foram interligados sucessivamente.

1984 Final do governo militar, entra em operação um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná: a Usina de Itaipu, a maior em operação no mundo até hoje.

1990 A Lei 8.031, institui o Programa Nacional de Desestatização, mas no setor elétrico as privatizações tiveram início somente em 1995.

1996 Criação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

1998 Foram criados o Operador Nacional do Sistema – ONS e o Mercado Atacadista de Energia – MAE. 2001 Crise de abastecimento de energia elétrica devido a um período de poucas chuvas, seguido de

medidas emergenciais, entre elas o racionamento no consumo.

Quadro 2: Histórico do desenvolvimento do setor elétrico no Brasil.

Adaptado de: http://www.bndes.gov.br

A partir de 1945 percebeAse o marco inicial nos investimentos efetivos no ramo da energia elétrica no Brasil pelo Estado, que além de regular e fiscalizar passa a financiar a atividade. Decorrência disso foi a criação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF. Em 1957 foi criada outra geradora, a Central Elétrica de Furnas que nasce com o desafio de sanar a crise energética que ameaçava o abastecimento dos três principais centros socioeconômicos brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Na década de 60 foi instituída a Eletrobrás vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com as atribuições de planejar e coordenar o setor e desempenhar as funções de de várias concessionárias. Na década de 80 após o fim do Governo Militar entra em operação um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná: a Usina de Itaipu, a maior em operação no mundo até hoje.

A partir da década de 90 foi instituído pela Lei 8.031/90 o Programa Nacional de Desestatização, mas no setor elétrico as privatizações tiveram início somente em 1995. Outros órgãos foram criados como a 1998 ONS – Operador Nacional do Sistema, responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criada em 1996.

A crise de abastecimento de energia elétrica em 2001, segundo relatório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) decorre de motivos que são de várias ordens, indo desde a ausência de investimentos nos anos que antecederam aquela, passando pelo embrionário marco regulatório para o setor de energia elétrica e por

uma mudança ensaiada da matriz energética brasileira (com a ampliação da geração térmica de energia elétrica) até a escassez de chuvas. (WWW.DIEESE.ORG.BR).

SabeAse que hoje é quase impossível uma adaptação aos modos de vida da época em que não havia energia elétrica, no entanto freqüentemente deparaAnos com “fantasma do racionamento”, a energia é produzida através de recursos naturais esgotáveis e que dependem da ação climática do meio ambiente, por exemplo, as hidroelétricas, com níveis baixos de chuvas, podem diminuir significativamente o fornecimento de energia como ocorrido em 2001.

A crescente preocupação com o desenvolvimento sustentável traz um novo desafio para a expansão e operação do sistema elétrico, traduzido pelo reconhecimento de que a adoção de uma estratégia energética incorrerá na escolha de uma estratégia ambiental, como vem ocorrendo ultimamente com o desenvolvimento dos bioAcombustíveis, que estão cada vez mais presentes nos processos produtivos.

Em virtude da própria natureza dos problemas ambientais que são multidisciplinares, multidimensionais, multisetoriais, e envolvem a convergência de interesses entre diversos segmentos sociais, agentes públicos e privados, o setor elétrico tem que lidar necessariamente com as incertezas e riscos inerentes ao tratamento destas questões, que muitas vezes se traduzem em maiores custos e prazos mais longos. (HTTP://WWW.CGEE.ORG.BR).

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