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4. COLETA E ANÁLISE DE TRABALHOS ANTERIORES

4.8 SOLOS

4.8.16 Brunizem Avermelhado

Compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos, argila de atividade alta, horizonte A erodido, alta soma de bases trocáveis e elevada saturação de bases. Caracteristicamente possuem nítida diferenciação de horizontes, apresentando grande contraste entre o horizonte A escuro erodido e o horizonte B de coloração bruno avermelhado a bruno amarelado escuro, freqüentemente com película de material coloidal (cerosidade

)

entre os elementos estruturais. São moderadamente profundos, raramente rasos, moderadamente drenados, bastante susceptíveis à erosão, e com regular quantidade de minerais primários facilmente decomponíveis no perfil. Apresentam elevada potencialidade agrícola. As principais limitações ao uso decorrem da escassez de água e da susceptibilidade à erosão, principalmente nas áreas de relevo ondulado, forte ondulado e montanhoso.

4.8.17 Vertissolo

Compreende solos AC, argilosos a muito argilosos, com alto conteúdo de argila 2:1 (grupo da montmorilonita)

,

que provoca expansões e contrações da massa do solo, aparecimento de “slikensides” nos horizontes subsuperficiais e fendilhamento dos solos na época seca, podendo ou não apresentar microrelevo constituído por “gilgai”. Durante a época chuvosa tomam-se encharcados, muito plásticos e muito pegajosos, em decorrência da drenagem imperfeita, com lenta a muito lenta permeabilidade, sendo portanto solos bastante susceptíveis à erosão, apesar de normalmente apresentarem relevo plano a suave ondulado.

Possuem elevada soma de bases trocáveis, alta saturação de bases, pouco profundos, reação praticamente neutra ou moderadamente alcalina, imperfeitamente ou mal drenados. A contração e expansão que se processa no interior dos perfis provoca o deslizamento da massa do solo. formando superfícies lustrosas, alisadas e estriadas (slikensides), que são inclinadas em relação ao prumo do perfil. Durante a época seca dá-se a contração da massa do solo, resultando no aparecimento de fendas que atingem até a superfície e danificam o sistema radicular das plantas. Através das fendas, materiais da superfície chegam até as partes mais profundas dos perfis. Por outro lado, no início da época chuvosa dá-se a expansão do solo e os materiais de baixo são pressionados, podendo eventualmente, serem expelidos para a superfície. Verifica-se, assim, um verdadeiro auto-revolvimento nestes solos.

Quanto à morfologia, estes solos apresentam seqüência de horizontes A e C. O horizonte A é fraco a moderado, textura argilosa ou muito argilosa, cores escuras, estrutura em blocos angulares e subangulares, com fraco grau de desenvolvimento e tamanho variando de pequeno a grande, raramente prismática. O horizonte C apresenta textura argilosa e muito argilosa, com cores predominantemente escuras, podendo ou não apresentar mosqueado, estrutura prismática, fraca ou fortemente desenvolvida, média a grande, com presença característica de “slikenside”, nítido, moderado ou fortemente desenvolvido. São também, em grande parte, limitados fortemente pela escassez de recursos hídricos.

4.8.18 Regossolo Eutrófico

Compreende solos AC, muito arenosos, pouco desenvolvidos (muitas vezes com cascalho ou cascalhamento), medianamente profundos ou profundos, em geral, com fragipan, apresentando médio a elevados teores de minerais primários facilmente intemperizáveis. O fragipan destes solos está presente na maioria dos perfis, geralmente situado sobre a rocha subjacente. Constata- se, também, a presença de fragipan incipiente, em início de formação.

De um modo geral o fragipan apresenta mosqueado, e estrutura tipicamente maciça. As cores mais freqüentes são bruno claro acinzentado e bruno amarelo claro. São solos cuja drenagem está em função da profundidade onde se encontra o fragipan e a rocha, podendo variar desde moderada até excessiva.

Deve-se ter em vista também, a forte carência d’água em decorrência do longo período seco e da irregularidade na distribuição das precipitações pluviométricas.

4.8.19 Laterita Hidromórfica

Compreende solos minerais, imperfeitamente drenados, que se caracterizam por apresentar plinthite (situada imediatamente abaixo do horizonte A), coincidindo com os horizontes Bt e C

(Btpl e Cpl). O plinthite é de coloração variegada, com predomínio de cores avermelhadas e

acinzentadas. São moderadamente a fortemente ácidos, ricos em sesquióxidos e pobres em matéria orgânica, com dominância de argilas cauliníticas e de minerais de quartzo. São em geral de baixa fertilidade natural.

O horizonte A é maciço ou com estrutura fraca, de coloração normalmente bruno escuro ou bruno acinzentado com teores baixos a médios de matéria orgânica. O horizonte Btpl é, em geral,

espesso e tem suas características determinadas pela presença de plinthite, destacando-se a coloração variegada, estrutura pouco desenvolvida e acentuada compactação quando seco. As características morfológicas do horizonte Cpl são semelhantes às do Btpl, diferenciadas

essencialmente pelo maior desenvolvimento do plinthite, decréscimos nos teores de argila e maior quantidade de material semi-intemperizado na massa do solo.

Em decorrência de sua baixa fertilidade natural e más condições físicas, estes solos são raramente cultivados, sendo aproveitados muito precariamente com pecuária extensiva em meio à vegetação natural de caatinga . Constata-se, também, o uso incipiente com pequenas lavouras

de subsistência (milho, feijão e mandioca), nas áreas onde o horizonte A se apresenta mais espesso.

São solos bastante susceptíveis à erosão, com horizonte Btpl muito compactado e de baixa

permeabilidade, o que dificulta a penetração das raízes. Além disso são solos de baixa fertilidade natural e com acentuada acidez.

4.8.20 Afloramentos de Rocha

Os Aforamentos de Rocha são tipos de terrenos representados por exposições de diferentes tipos de rochas, brandas ou duras, nuas ou com reduzidas porções de materiais detríticos grosseiros não consolidados, formando misturas de fragmentos provenientes da desagregação das rochas com material ferroso, especificamente não classificáveis como solos.

Constituem associações principalmente com os Solos Litólicos e ocorrem, também, como inclusões em áreas de outros solos. Estes aforamentos de rochas ocorrem principalmente na zona semi-árida, formando inselbergues e cristas com encostas íngremes, relevo forte ondulado e montanhoso. Nas superfícies suave onduladas e onduladas, os Aforamentos de Rocha são,

também, encontrados. Estas exposições de rochas são nuas ou apresentam vegetação rala e baixa, constituindo formações rupestres xerófilas, onde são mais encontrados os representantes das bromeliáceas, cactáceas, velosiáceas, apocináceas e outras.

4.9 Vegetação

Este item baseia-se em trabalhos anteriores e apresenta uma análise compilatória sobre a cobertura vegetal da área de estudo. Neste sentido, observa-se que a cobertura vegetal da área ora estudada é predominantemente constituída pela caatinga arbustiva densa, a qual encontra-se geralmente associada ao domínio do embasamento cristalino. Nas áreas serranas das regiões de alto curso dos rios Pirangi e Choró constata-se a presença da caatinga de porte arbóreo, enquanto que na região periférica ao açude Pompeu Sobrinho ocorre a caatinga arbustiva aberta.

Nos tabuleiros arenosos do Grupo Barreiras, ocupando a região de baixo curso das bacias ocorre a vegetação de tabuleiros, a qual apresenta-se substituída em grandes extensões de áreas por cultivos de cajueiro. Na zona praiana, observa-se sobre o cordão de dunas a ocorrência de um capeamento gramíneo e de várias espécies herbáceas que agem como elementos fixadores se distribuindo de forma bastante irregular na área. As paleodunas, por sua vez, exibem urna vegetação de porte arbóreo, sendo representativas nas regiões do Pecém e Iguape.

Nas regiões de baixo/médio curso das bacias dos rios Pirangi, Choró, Pacoti, Cocó/Coaçu, Ceará/Maranguape, Cauhipe e São Gonçalo são verificadas nas várzeas dos eixos principais de drenagem a presença de densos carnaubais. Nas baixadas litorâneas que sofrem a influência das marés pode ser detectada a presença de manguezais, estando os principais associados aos rio Pirangi, Choró, Pacoti, Cocó/Coaçu e Ceará/Maranguape. Os manguezais do rio São Gonçalo estão praticamente erradicados.

As regiões serranas de Maranguape, Aratanha, Baturité e Juá/Conceição ostentam nos setores mais elevados uma vegetação exuberante de porte arbóreo denominada matas úmidas. Ocupando os níveis inferiores dos citados relevos cristalinos, e portanto, a retaguarda da floresta citada, encontra-se as matas secas. Esta última formação vegetal recobre, ainda, relevos cristalinos mais baixo denominados serrotes.

Apresenta-se a seguir uma breve descrição das diferentes tipologias vegetais que ocorrem no território das Bacias Metropolitanas, cuja distribuição pode ser visualizada no Desenho 06 (ANEXO III).