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3. Teoria das Restrições

3.3. Ferramentas da TOC

3.3.4. Buffer Management

A Gestão de Buffer (Buffer Management – BM) tem como objetivo proteger o negócio e os seus clientes de potenciais manutenções por terminar. É uma condição necessária ao eficaz funcionamento do DBR, pois o BM monitoriza o progresso do planeamento executado pelo DBR (Cox & Schleier, 2010).

A gestão de buffer ajuda o gestor de manutenção a decidir a prioridade do trabalho de manutenção, isto é, se duas ou mais pessoas se aproximarem do gestor ao mesmo tempo, queixando-se de duas ou mais falhas diferentes. O gestor de manutenção geralmente decide sobre a prioridade de resposta com base na prioridade do equipamento. A gestão de buffer fornece uma base racional para tomar uma decisão em tais situações. Ele pode decidir sobre a prioridade com base na profundidade de impacto na produção criados por essas avarias, a estação de trabalho causando maior impacto deve ser atendida primeiro. Na TOC o objetivo não é a melhoria de desempenho de todos os processos, mas apenas da restrição e dos recursos não restritivos que causam falhas nos buffers. Se o processo for melhorado, as falhas nos buffers irão desaparecer permitindo que numa atividade de melhoria contínua a sua dimensão seja diminuída constantemente, diminuindo em simultâneo o tempo de processamento e o inventário em processo.

O objetivo da gestão dos buffers é resumidamente: • Planear a proteção necessária da restrição;

• Recomendar ações para aumentar ou diminuir a dimensão dos buffers; • Recomendar ações de melhoria a médio prazo;

• Identificar a existência de outros processos com perda de capacidade protetora. Para calcular o consumo de buffer, o PM (Project Manager) deve ter informações atuais sobre cada tarefa que foi iniciada e não foi concluída. Em cada ponto de verificação (diariamente ou uma ou duas vezes por semana), cada membro da equipa de manutenção

que está a realizar uma tarefa deve informar sobre o tempo restante para concluir a tarefa (Cox & Schleier, 2010).

Num conjunto de 100 ordens de execução, Cox and Schleier (2010) estimam que pelo menos 10% do conjunto sofre mais do que as normais variações dos processos, que são absorvidas pelos buffers. Se não forem tomadas ações corretivas, esses 10% de ordens chegam à restrição depois do prazo estabelecido. De forma a tomar as necessárias ações corretivas antes de o WIP chegar ao seu destino, é calculado o Buffer Status (Estado das Reservas) que fornece informação em tempo real de como está a decorrer o processamento de cada ordem de execução, independente da sua localização na fábrica:

𝐵𝑢𝑓𝑓𝑒𝑟 𝑆𝑡𝑎𝑡𝑢𝑠 % =𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢çã𝑜 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝐵𝑢𝑓𝑓𝑒𝑟 ∗ 100

(11)

Os buffers, o constraint buffer (CB) e o shipping buffer (SB) são divididos em três períodos de tempo iguais. Por exemplo, se o SB era de 12 dias, então cada uma das três zonas seria de quatro dias de duração. Se a ordem era nove dias de distância da data exigida no cronograma de embarque então seria na primeira zona que é de cor verde, com um buffer status entre 67% e 100%. Se a ordem era cinco dias longe da data exigida no transporte agendado então a ordem estaria na segunda zona, zona amarela que corresponde a um buffer status 33% e os 66%. Se a ordem era dois dias longe da data exigida na programação do transporte então a ordem seria vermelha (buffer status inferior a 33% = falha no buffer) (TOCICO, 2012). Em caso de a ordem calhar na zona vermelha, esta deve ser localizada e será acionado um plano de ação para que a penetração na zona vermelha do buffer não afete o T da organização, como anteriormente referido (Cox & Schleier, 2010).

Zona Verde – Variação Esperada

O tempo foi agregado nos buffers de CC para proteger a data de conclusão da manutenção. Se tudo funcionar de acordo com a programação CC, alguns ou todos os buffers serão usados e a manutenção será concluída na data programada ou antes desta. À medida que a manutenção prossegue, podemos esperar que um terço dos buffers sejam utilizados devido à incerteza inerente à tarefa (Cox & Schleier, 2010).

Zona Amarela – Variação Normal

A base para a discussão de Deming (Deming, 1986) de adulteração foi a sua hipótese (agora universalmente aceite) que existem dois tipos de variação em qualquer processo. Ele os chamou de "causa comum" de variação e "causa especial" de variação (Cox & Schleier, 2010).

A variação da causa comum é inerente ao design do próprio processo, porque nenhum processo é perfeito. Por sua própria natureza, os tempos das tarefas da manutenção são incertas. A utilização do segundo terço dos buffers CC é normalmente causada devido à incerteza inerente à previsão da duração da tarefa (Hu, X. et al, 2016). Pequenas variações na operação de uma manutenção não são uma razão para alarme, mas se o segundo terço do buffer começa a ser usado para cobrir excessos de tarefas, os planos devem ser formulados para recuperar o tempo perdido. No entanto, para evitar adulteração, a ação não deve ser iniciada até que a variação anormal, o último terço do buffer, seja experimentada (Cox & Schleier, 2010).

Zona Vermelha – Variação Anormal

A causa especial (anormal) de variação é geralmente o resultado de um evento único fora do curso normal da operação da manutenção. Quando a parte vermelha do buffer é penetrada, é definitivamente tempo para a ação e a implementação dos planos feitos enquanto o consumo de buffer estava na parte média do buffer (Cox & Schleier, 2010).

Figura 3.12 – Esquema de zonas de ação.

Na Figura 3.12, pode ser verificado um esquema das zonas de ação do BM. Para além do controlo local, o BM fornece um nível de feedback global do DBR, adquirido através da frequência de falhas no buffer, que segundo Youngman (2009) são a medida de estabilidade do sistema. As tendências evidenciadas pelas penetrações na zona vermelha funcionam como alerta para mudanças na dinâmica do sistema.

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