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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.2 GESTÃO POR PROCESSOS

2.2.1 Business Process Modeling Notation

Como observado acima e no levantamento bibliográfico, a BPMN, foi uma das tecnicas mais indicadas para a aplicação em um processo de biblioteca. Neste tópico, aborda-se mais detalhes para uma melhor compreensão da técnica.

Sobre o processo de negócio (BP) e a gestão por processos de negócios (BPM), assim definem Chinosi e Trombeta (2012) que:

O processo de negócio (BP) “[...] é um conjunto de um ou mais procedimentos vinculados, ou atividades executadas, seguindo uma ordem pré-definida que coletivamente irá atingir um objetivo de negócio ou meta. Normalmente desenvolvida dentro do contexto de uma estrutura organizacional com papéis funcionais ou relacionamentos definidos. Este processo pode ser interno ou externo, este desenvolvido em colaboração com outra organização se torna uma tarefa mais complexa pela falta de semântica única para a terminologia dos modelos de BP [...].”

A Gestão de processos de negócios (BPM) proporciona governança no ambiente organizacional resultando em melhorias, agilidade e desempenho operacional dos processos de negócio. É uma abordagem sistemática para melhorar processos de negócios em qualquer tipo de organização. (CHINOSI; TROMBETA, 2012, p. 126, tradução nossa).

Para um melhor entendimento da BPM, Brocke et al. (2014) propõem em seu artigo dez princípios para sua aplicação

.

São eles:

Quadro 2: Princípios e questões para aplicação da BPM.

Princípios Perguntas para orientar a prática BPM

Contextualização

- Em que contexto será aplicada a BPM?

- Quais os fatores que caracterizam o contexto da aplicação? - Quais os requisitos iniciais para a implantação da BPM? Continuidade

- Como podemos sustentar uma iniciativa BPM?

- Como é que vamos estabelecer melhoria contínua e inovação nos processos de negócios a longo prazo?

- Qual é a agenda global conectando os diferentes projetos de BPM? Capacitação

- Que medidas devemos tomar para desenvolver capacidades de BPM?

- Sabemos quais recursos são necessários nas diferentes áreas da organização? - Como é que vamos estabelecer as capacidades dinâmicas necessárias para o sucesso da BPM?

Holística

- Com que outras áreas de negócio ou de gestão nossa iniciativa pode se relacionar? - Quais dessas áreas precisam ser consideradas?

- Que sinergias podemos aproveitar? Institucionalização

- Quem irá assumir a aplicação da BPM?

- Que tipo de estrutura organizacional adequa-se ao BPM?

- Quais são os incentivos para o envolvimento dos nossos funcionários na implantação da BPM?

Participação

- Que partes interessadas serão afetados pela iniciativa da BPM? - Quais são as especificações desse público?

- Podemos considerar perspectivas de mais apoio? Compreensão

conjunta

- Qual a linguagem que será compreendida por todos os envolvidos? - Quais são os conceitos essenciais nas diferentes áreas de negócio? - Como superar as lacunas linguísticas entre os diferentes grupos? Finalidade

- O que queremos alcançar com BPM? - Que alternativas temos?

- Como podemos medir os ganhos de BPM? Simplicidade

- Para quais atividades de BPM devemos dirigir o foco? - Como podemos reduzir os esforços no BPM?

- O que acontecerá se pararmos de apoiar certas atividades da BPM? Adequação da

tecnologia

- A tecnologia disponível para apoiar o propósito da BPM é particular?

- Como podemos garantir que a tecnologia utilizada inicialmente é apropriada para o contexto?

- Como podemos gerenciar a transformação organizacional que advém do uso de uma nova tecnologia?

Fonte: Adaptado de Brocke et al. (2014, p. 14, tradução nossa)

Conforme observado no tópico anterior, diferentemente das outras técnicas, o BPMN é de fácil compreensão e usada por todos os envolvidos no processo de negócio (estrategistas, analistas de negócio e técnicos em tecnologias). Segundo Braconi e

Oliveira (2012), o BPMN tem sido muito bem aceito pelos usuários de processos de negócios de uma forma geral, principalmente por existir uma quantidade considerável de fornecedores de software de modelagem de processos, os autores destacam dois pontos fortes desta técnica,

Primeiro ponto, [...] a ligação entre o desenho do processo de negócio (DPN) e a implementação desses processos num ambiente operacional, possibilitando a sua automação e execução, por meio

da criação de uma ponte de integração padronizada que facilita a comunicação entre ambos.

Segundo ponto, [...] assegurar que as linguagens XML desenhadas para execução de processos de negócios como Business Process

Execution Language (BPEL4WS), possam ser visualizadas dentro de

uma notação orientada por processos. (BRACONI E OLIVEIRA, 2012a, p. 78)

Quanto ao seu escopo e descrição, a BPMN somente apoia a modelagem de conceitos aplicáveis a processos de negócios. É utilizada para comunicar e informar uma grande variedade de públicos e o seu desenho permite o apoio a diversos tipos de modelagens e a criação de processo de negócio de ponta a ponta.

Um modelo de BPMN apresenta três tipos básicos de submodelos: Processos privados (acontecem dentro da instituição), processos abstratos (processos públicos e de interação com outra entidade externa) e processos de colaboração (interação entre dois ou mais processos). (BRACONI; OLIVEIRA, 2012a, p. 79).

Observa-se que a técnica BPMN decompõe-se em processos, subprocessos (estes se decompõem sucessivamente) e tarefas. De acordo com Oliveira (2012a, p. 18), trabalhar com arquitetura de processos extensos pode gerar complicações e não agregar valor ao processo modelado, e sendo assim, o recomendável é decompor em três ou quatro níveis no máximo.

O BPMN objetiva criar mecanismos simples para o desenvolvimento dos modelos dos processos de negócio, garantindo a complexidade inerente.a eles. Sua definição e apresentação gráfica se dá somente na forma de Diagrama de Processos de Negócios (DPN), um diagrama padrão, onde os processos são desenvolvidos por meio do desenho e de elementos gráficos (BRACONI; OLIVEIRA, 2012a). Será mostrado agora a representação destes elementos, a começar pelos básicos, figura 4, os seus desdobramentos na figura 5 e um exemplo de modelagem na figura 6.

Figura 4: Elementos básicos do BPMN.

Fonte: Oliveira e Almeida Neto (2012a, p. 40)

Figura 5: Elementos do BPMN.

Fonte: Adaptado de Chinosi e Trombetta (2012, p. 128, tradução da autora) e Braconi e Oliveira, (2012a, cap. 7)

Atividade

Evento Gateway Conector

Atividades – trabalho que

será executado em um BP. Tipos: tarefa, subprocesso (colapsado ou espandido) e processo.

Pontes (filtros de decisão) –

utilizado para controlar como a sequência do fluxo interage ao convergir (juntar) e divergir (separar). Os símbolos representam os diferentes comportamentos. Artefatos – informações alem da estrutura básica do PB. Tipos: objeto de dados grupos e anotação. Eventos – são ocorrências durante um BP. Tipos: de início, os intermediários e de fim. Conectores/ob jetos – a sequência de fluxo mostra a ordem em que as atividades serão ?executadas no PB. Raias/partições – utilizados

para dividir e organizar atividades. Tipos: Pool (piscina) e Lane (Raia)

Figura 6: Exemplo de processo modelado utilizando BPMN.

Fonte: Braconi e Oliveira, (2012a, p. 79)

A técnica BPMN permite flexibilidade na apresentação e desenho do DPN. É abrangente e com recursos para a modelagem de variados tipos de processos, dos mais genéricos aos mais específicos. De acordo com Braconi e Oliveira (2012a) é indicado para a modelagem de processos de qualquer natureza, dentre eles os administrativos, donde se deduz sua aplicabilidade ao processo de compra em bibliotecas.

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