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Como explanado na seção anterior, os SIG têm diversas aplicações na gestão de um Sistema de Transporte Público Coletivo. Uma dessas áreas de aplicações é o controle de emissões veiculares, assunto principal deste Trabalho.

2.6.1 Programas de Controle da Poluição do Ar

O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o PROCONVE, foi instituído em 1986 e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares, o PROMOT, em 2003. Ambos visam reduzir a emissão de poluentes atmosféricos e de ruído de todos os modelos de veículos automotores vendidos no território nacional, são de abrangência federal e a formulação da legislação e a elaboração dos procedimentos de testes e aplicações têm participação ativa da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os programas basicamente estabelecem limites de emissão de poluentes, que ano a ano vão se tornando cada vez mais restritivos, o que faz com que ocorra a redução de forma mais significativa da emissão dos poluentes desde suas implantações (CETESB, 2019). Com isso, tem levado a indústria de veículos automotores o alto desenvolvimento tecnológico através das exigências ambientais relativas às fontes de poluição móveis, contribuindo ainda no incremento das composições dos combustíveis e na conscientização dos consumidores (GRANVILLE, 2014).

O PROCONVE estabelece padrões de emissão de poluentes para as diferentes categorias de veículos. Para os automóveis e comerciais leves as fases do programa são denominadas “L”, sendo que a fase L1 entrou em vigor em 1989, atualmente o programa se encontra na fase L6. Para os veículos pesados (caminhões e ônibus), as fases são denominadas “P” e atualmente o programa encontra-se na fase P7 (CETESB, 2019).

A fase P6 não foi implantada na data prevista devido a atrasos nas especificações do diesel a ser comercializado no país e isso acabou por inviabilizar a produção de combustíveis e inovações tecnológicas de motores. As fases P5 e P6 foram definidas em 2002, porém as especificações do óleo diesel adequado à fase P6 apenas foi publicado no ano de 2017, visto que os veículos P6 seriam comercializados já a partir de 2008 não houve tempo hábil para desenvolver, homologar e produzir os mesmos (GRANVILLE, 2014).

Para cada poluente existem vários limites estabelecidos, isso ocorre tanto por conta da existência de veículos pesados movidos a diesel e outros combustíveis quanto pelo escalonamento da obrigação de atendimento de um determinado limite. Em geral, o atendimento aos limites de emissões deve ser observado e aplicado prioritariamente pelos ônibus urbanos, em decorrência de sua região de circulação e da abrangência de pessoas que são expostas às suas emissões. Posteriormente, os micro-ônibus e o restante da frota alvo passará a ser obrigada a atender aos limites estabelecidos de forma parcelada (GRANVILLE, 2014).

2.6.2 Fatores de Emissão

O PROCONVE considera a qualidade do combustível e a concepção tecnológica do motor como os principais fatores que constituem uma determinada emissão de poluente. Cada fator de emissão mensurado e exposto pela CETESB é basicamente massa de poluente emitida pelo veículo ao circular por uma determinada distância. A unidade usual é gramas por quilômetro (g/km).

Os fatores de emissão dos veículos pesados, caminhões e ônibus são obtidos a partir de teste no motor e são expressos em massa de poluentes por quantidade de trabalho mecânico (g/kWh). Para tornar os dados mais usuais, comparativos e intuitivos a CETESB também os converte para massa de poluente por quilômetro, como nos demais veículos.

Os fatores de emissão são valores representativos que estimam a quantidade de um determinado poluente liberado em função de uma atividade associada à liberação desse poluente. Estudos vêm sendo realizados com intuito de quantificar e estimar as emissões veiculares e seus impactos, para isso, é essencial o uso de fatores de emissão, que retratam a relação entre a quantidade de poluente produzido e quantidade de combustível consumido, expresso em unidade de massa, normalmente em gramas, por massa, volume, distância ou duração da atividade emissora (AZEVEDO, 2019 apud. EPA, 2009).

Uma das aplicabilidades dos fatores de emissão será apresentada no próximo capítulo, onde será descrito todo o processar deste trabalho, comprovando a relevância deste indicador no controle das emissões veiculares.

3 MÉTODO

Conforme exposto no capítulo anterior, os Fatores de Emissão dos veículos pesados apresentados neste trabalho são obtidos através das resoluções do PROCONVE. Para a atualização do programa é necessário um inventário de emissões atmosféricas, que é basicamente um conjunto de dados obtidos a partir de fontes de poluição específicas, numa dada área geográfica e num dado período de tempo. Ele pode fornecer subsídios para entender as relações entre as emissões e as concentrações ambientais de poluentes resultantes, portanto, se torna um instrumento fundamental para estabelecer políticas e ações para assegurar que os padrões de qualidade do ar sejam respeitados para o acompanhamento da eficiência das políticas públicas implantadas (CETESB, 2019).

As emissões são calculadas através de duas abordagens: A bottom-up e a top-down. A primeira considera a distância anual percorrida para cada tipo de veículo, além da quantidade de veículos, o fator de emissão, a autonomia e o volume de combustível consumido. A segunda se utiliza do consumo aparente de combustível observado nas regiões de interesse, os fatores de emissão estão estritamente relacionados ao tipo de combustível (MEOTTI, 2019).

Para os poluentes monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e material

particulado, utiliza-se a abordagem bottom-up. Para o cálculo das emissões veiculares de GEE a abordagem top-down é adotada devido à indisponibilidade de fatores de emissão adequados ao cenário brasileiro. No método top-down, como dito anteriormente, é utilizado apenas o consumo aparente de combustível observado nas regiões de interesse ou no Estado de São Paulo e o fator de emissão característico do combustível (MEOTTI, 2019).

Com base na metodologia exposta do inventário de emissões, que dá origem às novas resoluções e consequentemente, à atualização dos fatores de emissão. Será exposto a seguir a metodologia para este trabalho descrita através de um fluxograma (Figura 3) dividido em 3 fases.

Figura 3 - Fluxograma com as 3 etapas do Método

(Fonte: Autor)

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