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2.6 ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS BRUTAS PARA FINS DE

2.6.2 Cálculo do ISTO

O ISTO é o resultado do produto dos dois grupos de substâncias tóxicas e as que alteram a qualidade organoléptica da água (CETESB, 2008), representada pela equação 3:

SO ST

ISTO * (3)

2.6.3 Cálculo do IAP

Calcula-se o IAP a partir do produto entre o antigo IQA e o ISTO, por meio da seguinte equação (CETESB, 2008):

ISTO IQA

IAP * (4) Após calcular o IAP, classifica a qualidade da água de acordo com os critérios da Tabela 6 (CETESB, 2008):

Tabela 6 - Classificação da qualidade da água.

Categoria Ponderação Cor

Ótima 79 < IAP ≤ 100 Boa 51 < IAP ≤ 79 Regular 36 < IAP ≤ 51 Ruim 19 < IAP ≤ 36 Péssima IAP ≤ 19 Fonte: CETESB, 2008.

Para que se possa calcular o ISTO, são necessárias as variáveis de alumínio dissolvido, ferro dissolvido, manganês e potencial de formação de trihalometanos. As demais variáveis em que os dados históricos relatam concentrações baixas nas águas e que a frequência das amostras é semestral, não são utilizadas para o cálculo. Nos meses que não possuem resultados para essas variáveis, o ISTO será calculado desconsiderando tais ausências (CETESB, 2008).

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso consistiu, em uma primeira etapa, na revisão bibliográfica, para melhor compreensão dos assuntos abordados.

Na segunda etapa, foram levantados os dados das coletas das amostras realizadas por técnicos do Laboratório de Controle de Qualidade da Água da CASAN – Superintendência Sul/Serra do Reservatório da Barragem do Rio São Bento entre o período de 2005 a 2014, levando em consideração, os aspectos físicos, químicos e microbiológicos. Estes dados foram primeiramente digitados em planilha eletrônica Excel onde foram organizados para posterior utilização no programa estatístico, conforme recomendado por Ribeiro Junior (2013).

Na terceira etapa foram calculados os valores de Índice de Qualidade das Águas (IQA) e o Índice de Qualidade da Água em Reservatórios (IQAR). A quarta etapa consistiu das análises estatísticas e a quinta etapa foi à análise e discussão dos resultados.

Segundo Gerhardt, e Silveira (2015) a natureza da pesquisa deu-se de forma aplicada, visando à junção da teoria com a prática, solucionando problemas específicos envolto de dados reais.

A abordagem do problema envolveu as formas qualitativas e quantitativas, visto que, a abordagem qualitativa não envolve representatividade numérica, e sim, busca explicar o porquê, o que convém a ser feito. Já a abordagem quantitativa, diferentemente da qualitativa, pode ser quantificada, recorrendo à linguagem matemática para descrever as causas de fenômenos e relações entre variáveis, focando na objetividade (GERHARDT; SILVEIRA, 2015).

Ainda de acordo com Gerhardt, e Silveira (2015), o objetivo da pesquisa deu-se de forma descritiva, pois envolveu uma série de informações, descrevendo fatos, fenômenos que ocorreram na realidade e análises de documentos.

3.1 ESTUDO DE CASO

O devido trabalho se enquadra ao método de estudo de caso, segundo Coelho Cesar (2015), por ser uma abordagem qualitativa, utilizando coleta de dados na área dos estudos organizacionais.

No método do Estudo de Caso a ênfase está na compreensão, fundamentada basicamente no conhecimento tácito que, segundo o autor, tem uma forte ligação com a intencionalidade, o que não ocorre quando o objetivo é meramente explanação, baseada no conhecimento proposicional. (COELHO CESAR, 2015).

Segundo Stake, In Denzin e Lincoln (2001 apud COELHO CESAR, 2015), o caso é uma unidade de análise, podendo ser um indivíduo ou uma organização [...]

[...] um pequeno grupo, uma comunidade ou até mesmo uma nação. Todos esses tipos de caso são unidades sociais. Entretanto casos também podem ser definidos temporariamente (eventos que ocorreram num dado período), ou espacialmente (o estudo de um fenômeno que ocorre num dado local). Portanto, um caso pode ser um fenômeno simples ou complexo, mas para ser considerado caso ele precisa ser específico.

Ao comparar o Método de Estudo de Caso com outros métodos, Yin (1989 apud BRESSAN, 2000) afirma que:

[...] Para se definir o método a ser usado é preciso analisar as questões que são colocadas pela investigação. De modo específico, este método é adequado para responder às questões "como" e '"porque" que são questões explicativas e tratam de relações operacionais que ocorrem ao longo do tempo mais do que frequências ou incidências.

Ainda para Yin (1989 apud BRESSAN, 2000), o Método de Estudo de Caso apresenta quatro aplicações:

1. Para explicar ligações causais nas intervenções na vida real que não são muito complexas para serem abordadas pelos 'surveys' ou pelas estratégias experimentais;

2. Para descrever o contexto da vida real no qual a intervenção ocorreu; 3. Para fazer uma avaliação, ainda que de forma descritiva, da intervenção

realizada; e

4. Para explorar aquelas situações onde as intervenções avaliadas não possuam resultados claros e específicos.

3.2 ÁREA DE ESTUDO

A Barragem do Rio São Bento foi implantada pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN, com o intuito de solucionar problemas de conflitos pelo uso da água na região de Criciúma (CASAN, 1995).

Em outubro de 1982 foi concluído o “Relatório Técnico Preliminar dos Recursos Hídricos disponíveis da Região de Criciúma”. Esse trabalho envolve um amplo inventário sobre os recursos disponíveis na região, as demandas projetadas, os sistemas de abastecimento das comunidades, as alternativas de captação e o respectivo cotejo técnico-econômico. A partir da análise de diferentes alternativas, foi indicada como solução definitiva para o abastecimento de água, de Criciúma e região, a implantação de uma barragem de regularização no rio São Bento, sendo que em 1983 o anteprojeto da barragem foi elaborado (CASAN, 2001, apud SILVEIRA, 2007, p. 28).

Localizada no bairro de São Pedro, município de Siderópolis, região Sul de Santa Catarina, a Barragem do Rio São Bento de acordo com Seduma (1998 apud COSTA, 2008), pertence à sub-bacia da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, que juntamente com Urussanga, Mampituba e Araranguá, formam a Região Hidrográfica do Extremo Sul Catarinense – RH10.

Segundo CASAN (2001, apud SILVEIRA, 2007), a bacia hidrográfica do rio São Bento é composta de 200 km2, sendo que a área de drenagem na seção de barramento é de 112,12 km2. Ainda de acordo com CASAN (2001, apud SILVEIRA, 2007), “essas áreas possuem declividades altas, principalmente no trecho superior, sendo o desnível dos limites da bacia até a seção de barramento de 1280,0 m.”

O rio São Bento, afluente da margem direita do rio Mãe Luzia, nasce na Serra Geral e desenvolve-se pelos municípios de Siderópolis e Nova Veneza, até próximo de Forquilhinha, local da confluência. Seus formadores principais são os rios da Serra e da Mina, recebendo ainda a contribuição dos rios da Serrinha e Guarapari. O rio São Bento possui o leito coberto de seixos rolados e polidos. Apresenta bom aspecto, com águas claras e límpidas, em especial, do ponto atual de captação para montante. (SILVEIRA, 2007).

Para Silveira (2007), “a área de contribuição do rio São Bento, no local de captação, apresenta-se coberta por vegetação abundante, o que contribui para uma boa qualidade das águas.”

A principal finalidade da construção da barragem foi para atender o abastecimento público de água dos municípios: Criciúma, Siderópolis, Morro da Fumaça, Forquilhinha, Treviso, Içara, Nova Veneza e Maracajá, como também para irrigação de áreas de cultivo de arroz (COSTA, 2008).

Tem-se como benefícios adicionais do aproveitamento, a laminação de cheias no reservatório formado pelos barramentos, a proteção das florestas integrantes das escarpas da Serra Geral, além de outras vantagens ligadas à formação do lago artificial, visto que trata-se de uma obra de engenharia incorporada à beleza local, promovendo desta forma o incremento do turismo na localidade de São Pedro no município de Siderópolis (COSTA, 2008).

Com volume útil de 53,2 hm3, a acumulação de água no reservatório possibilitará o abastecimento para uma população de até 730.000, no ano de 2033, que será final de seu plano, como também, solucionar os conflitos pelo uso da água em abastecimento de indústrias e irrigação (CASAN, 2003).

A Barragem do Rio São Bento foi concebida para regularizar a vazão necessária para que atenda as demandas: abastecimento público, industrial e agrícola (CASAN 1995).

Seu enchimento iniciou-se no ano de 2003, completando-se no mês de maio do ano de 2004, mês pelo qual ocorreu o primeiro vertimento, tendo-se a partir de agosto do mesmo ano o início de sua efetiva operação, processando-se desde o final de sua construção, uma operação estritamente técnica efetuada por equipe de servidores do quadro efetivo da CASAN. (COSTA, 2008).

3.2.1 Amostragens

As amostras foram realizadas mensalmente, em todos os pontos de coletas, possuindo falhas em alguns meses, por motivos técnicos.

Considerando os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos da qualidade da água, e foram analisados ao todo 30 parâmetros, conforme a relação abaixo:

 Parâmetros químicos: pH, alcalinidade e fenolftaleína, alcalinidade total, gás carbônico livre, dureza total, dureza cálcio, dureza magnésio, cloretos, oxigênio consumido, oxigênio dissolvido (OD), demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), nitrogênio total, nitrogênio amoniacal,

nitrato, nitrito, fósforo total, sulfetos, alumínio dissolvido, ferro dissolvido e manganês total.

 Parâmetros físicos: temperatura da água, cor verdadeira, turbidez, condutividade específica a 25 ºC, sólidos totais.

 Parâmetros microbiológicos: coliformes totais, coliformes fecais, contagem de colônias.

3.2.2 Pontos de Coletas

Até o ano de 2011 as coletas eram realizadas em três pontos fora do reservatório, sendo eles P01, P02 e P05. Com as exigências do Órgão Ambiental – FATMA acrescentou-se mais um ponto de coleta, 1000m à jusante do P05, o ponto P06. Entretanto, o ponto P06, não foi incluído nos cálculos por não possuir o monitoramento de todos os parâmetros necessários. As amostragens à montante e à jusante do reservatório são representadas pelos pontos:

 P01 – Rio São Bento (à montante do reservatório), coletado na superfície;

 P02 – Rio Serrinha (à montante do reservatório), coletado na superfície;

 P05 – Rio São Bento (à jusante do reservatório), coletado na superfície;

 P06 – 1000m após o ponto P05 do Rio São Bento (à jusante do reservatório), coletado na superfície.

Dentro do reservatório, os pontos são coletados em diferentes níveis de profundidades:

 P3.0.S – Próximo a captação – Profundidade I (Superfície) - ± 0,5 m;

 P3.0.M - Próximo a captação – Profundidade II (Médio) - ± 8 m;

 P3.0.F - Próximo a captação – Profundidade III (Fundo) - ± 19 m;

 P3.1.S – Ponto 01 – Profundidade I (Superfície) - ± 0,5 m;

 P3.1.M - Ponto 01 – Profundidade II (Médio) - ± 8 m;

 P3.2.S - Ponto 02 – Profundidade I (Superfície) - ± 1 m;

 P3.2.M - Ponto 02 - Profundidade II (Médio) - ± 8 m;

 P3.3.M - Ponto 03 – Profundidade II (Médio) - ± 8 m;

 P3.3.F - Ponto 03 – Profundidade III (Fundo) - ± 19 m.

Na figura 3 estão representados os pontos de amostragens da Barragem do Rio São Bento:

Figura 3 - Pontos de amostragens à montante e jusante da Barragem do Rio São Bento e dentro do reservatório.

Fonte: Do autor, 2015.

As coordenadas geográficas dos pontos de coletas estão apresentadas na Tabela 7 :

Tabela 7 - Coordenadas geográficas dos Pontos de coleta da Barragem do Rio São Bento.

Pontos de Coleta Coordenadas Geográficas

P01 28º34’54.16” S 49º33’55.18” O P02 28º36’40.10” S 49º34’57.48” O P3.0 28º36’34.54” S 49º33’38.14” O P3.1 28º35’49.18” S 49º33’47.22” O P3.2 28º36’30.60” S 49º34’23.22” O P05 28º36’35.30” S 49º33’22.63” O

Em cada amostra foram calculados o Índice de Qualidade das Águas (IQA), e o Índice de Qualidade da Água em Reservatórios (IQAR). Para cada índice apresentou-se a classificação da qualidade da água conforme descrito em CETESB (2008) e ANA (2015).

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