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O processo frontal do parietal sutura-se lateralmente ao postfrontal Posteriormente o parietal sutura-se ao supratemporal

33 liga-se à cápsula nasal.

As estruturas desta região órbito-ternporal, por sua própria constituição cartilaginosa, são de difícil observação no material seco (crânio dissecado), pois tendem a romper-se quando da dissecção. Em crânios extremamente pequenos corno o dos rnicroteiideos essas observações são ainda mais difíceis, pois essas cartilagens rompem-se com mais facilidade, portanto essa região não foi figurada.

2 - ÓTICO-OCCIPITAL:

A região ótico-occipital constitui a parte do neurocrânio ossificado . Apresenta-se, com relação ao resto do crânio, corno urna cunha cuja base ocupa urna grande área, em vista occipital do crânio.

Essa região apresenta um côndilo occipital para a articulação com a coluna vertebral.

Os ossos da região ótico-occipital são os seguintes: o supraoccipi tal, que constitui a parte do teto; os proóticos e exoccipitais, que formam as paredes laterais e posteriores; e o basisfenóide e o basioccipital, que formam o assoalho.

a) SUPRAOCCIPITAL (Figs . 1, 4, 7, 10, 13)

relação aos demais componentes da região ótico-occipital. O osso supraoccipital segue-se ao parietal e forma a parte posterior do teto craniano e o bordo dorsal do forame magno. Somente é observável em vistas dorsal e occipital .

Nas espécies examinadas a superfície dorsal do supraoccipital é plana e descendente. Apresenta uma pequena crista mediana, a crista supratemporal, que em P. glabellum apresenta-se levemente arredondada, e em P. cordylinum angulosa.

Sutura-se anteriormente com a porção posterior do parietal, sendo esta sutura de natureza articular. Ântero-ventralmente faz contacto com o proótico e posteriormente com o exoccipital. As suturas deste osso com os demais não são perfeitamente visíveis, tal como acontece com outros lagartos.

b } BASISFENóIDE (Figs. 3 - 4, 9 - 10)

O osso basisfenóide é ímpar. Apresenta-se situado ventralmente e medialmente no terço posterior da região palatal do crânio.

O basisfenóide apresenta na sua região anterior dois processos basipterigóides (ântero-laterais) e um parasfenóide.

Os processos basipterigóides são alargados distalmente, articulares, dirigidos ântero-ventralmente e encaixam-se ao pterigóide, realizando uma importante articulação do neurocrânio ossificado com o resto do crânio, sendo um ponto de mobilidade

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Ãntero-medialmente, observa-se um processo longo e afilado, o processo parasf enóide, que em Placosoma apresenta-se na forma cartilaginosa. O processo paras fenóide é uma estrutura extremamente delicada, rompendo-se facilmente durante a dissecção.

sutura-se ao proótico, lateralmente e ao basioccipital, posteriormente.

O basis fenóide somente pode ser observado em vista palatal e occipital. O basisf e nó ide arredondado, mais cordylinum. apresenta alargado em sua P . região basal glabellum do c) BASIOCCIPITAL (Figs. 3 - 4, 9 - 10) de que aspecto em P .

O basioccipital é também, como o basisfenóide, um osso ímpar. Localiza-se médio ventralmente, acompanhando o basisfenóide e

formando o assoalho do neurocrânio.

Sutura-se anteriormente ao basisfenóide, e ântero-lateralmente aos proóticos. Póstero-dorsalmente, apresenta contato com os exoccipitais.

A região médio-dorsal forma a área central do côndilo occipital.

Em Placosoma , o basioccipital possui uma forma bastante irregular, podendo ser observado nas vistas palatal, lateral e occipital.

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Na região anterior do basioccipital, pela face ventral, há um par de tubérculos laterais, os tubérculos esfeno-occipitais, que servem à inserção de músculos. Estes tubérculos são maiores e mais pronunciados em P . glabellum do que em P . cordylinum.

d ) PROóTICO (Figs. 2, 8, 14)

Os proóticos são ossos que formam a cobertura lateral do neurocrânio e que apresentam-se junto com o supraoccipital, associados ao ouvido interno.

Estão posicionados ventralmente ao parietal, dispostos verticalmente, formando, como já mencionado, a parte lateral do neurocrânio.

O proótico é um osso bastante irregular e de difícil observação em Placosoma . Apresenta duas regiões: uma látero-dorsal e uma outra látero-ventral.

A região látero-dorsal é um pouco côncava, realiza um contacto com o osso parietal através de sua superfície dorsal. Póstero­ lateralmente sutura-se ao supraoccipital e látero-ventralmente ao basisfenóide.

Os proóticos são parcialmente visíveis na vista lateral. Esse osso é bastante semelhante nas espécies estudadas.

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e) EXOCCIPITAL (Figs. 4, 10)

o exoccipital é considerado um osso composto, formado pela fusão do exoccipital com o osso opistótico (Oelrich, 1 956), mas em algumas espécies de lagartos o opistótico pode apresentar-se individualizado.

Em Placosoma, como em muitas outros gêneros de lagartos, os ossos exoccipital e opistótico apresentam-se fusionados e são muito di fíceis de serem observados.

o osso exoccipital possui basicamente três processos, sendo uns mais visíveis que outros, quais sejam: os processos paraoccipitais, que apresentam-se relativamente grandes, com direção lateral e apresentando a região distal um pouco mais alargada, e realizam a articulação da parte posterior do neurocrânio com o segmento maxilar; o processo condilar, que completa a parte lateral do côndilo occipital; o processo es fenoccipital, que é bastante pequeno e pouco visível.

Dorsalmente, o exoccipital sutura-se à região látero-ventral do supraoccipital; lateralmente o exoccipital sutura-se ao prótico e, pelo seu processo paraoccipi tal, ao parietal, supra temporal e esquamosal. Ventralmente sutura-se ao bordo dorso-lateral do basioccipital.

O exoccipital é observável, pre ferencialmente, em vista occipital.

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D) MAND!BULA

A mandíbu la sustenta muitos dentes e apresenta-se como ponto de inserção de músculos adutores. t formada por um par de ramos unidos ântero-medialmente em uma sín fise, que se a fastam em sentido lateral e articulam-se ao quadrado.

A mandíbula apresenta-se constituída de vários ossos: dentário, esplenial, coronóide, suprangular, angular e articular.

a) DENTÁRIO (Figs. 5 - 6, 11 - 12)

Em Placosoma o dentário possui forma a longada e constitui toda a parte anterior da mandíbula. Apresenta-se como o maior osso mandibu lar, constituindo mais da metade desta.

O dentário acha-se em contato sutural com as superfícies anteriores dos demais ossos da mandíbula, mas não com o articular. Sua extremidade anterior é aproximadamente triangular, apresentando o ápice um pouco arredondado. A parte medial do triângulo, promove a sínfise, que apresenta-se não mui to rígida nos ramos mandibulares.

A superfície dorso-medial pode apresentar de 16 a 19 dentes, que nas espécies de Placosoma variam quanto a forma , con forme a espécie.

O número de dentes no dentário varia em cada indivíduo. · Em P. glabellum, os dentes são do tipo tricúspide, podendo variar de 18 a 19 dentes, sendo mais comum 19. Em P. cordylinum os dentes do

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dentário apresentam aspecto cônico (unicúspide), sendo que variam de 16 a 18 dentes, predominando nesta espécie 18 . No exemplar examinado de P. cipoense , os dentes da mandíbula eram 20, e são do tipo tricúspide.

Em vista medial é visível a presença de um processo posterior, que sutura-se ao bordo anterior do processo ântero-medial do coronóide. Ventralmente, o dentário sutura-se ao esplenial.

Em vista lateral pode-se observar que o dentário sutura-se a três ossos : com o coronóide, na sua região dorsal; com o suprangular, posteriormente, e com o angular em um contacto póstero-ventral.

A região anterior da face lateral do dentário apresenta alguns forames mentais, cuja a função é a de transmitir terminais do nervo alveolar inferior à pele que recobre a região. Em P. cordylinum estes forames são em 2 ou 3, em P. glabellum variam de 3 a 4.

O bordo ventral do dentário é responsável pela origem das fibras anteriores dos músculos mandibulohióide I e II e genioglosso.

t

no dentário que localiza-se o canal meckeliano, ou canal de Meckel, que faz um longo trajeto no dentário, abrindo-se por um forame terminal. O canal de Meckel aloja a cartilagem de Meckel, o nervo alveolar inferior e a artéria mandibular interna.

b) ESPLENIAL (Figs. 6, 12)

de 16 a 18 dentes, predominando nesta espécie 18. No exemplar examinado de P. cipoense, os dentes da mandibula eram 20, e são do tipo tricúspide.

Em vista medial é visivel a presença de um processo posterior, que sutura-se

coronóide.

ao bordo anterior do processo ântero-medial do Em vista lateral pode-se observar que o dentário sutura-se a três ossos: com o coronó ide,

suprangular, posteriormente, e póstero-ventral.

na sua região dorsal ; com o com o angular em um contacto A região anterior da face lateral do dentário apresenta alguns forames mentais, cuja a função é a de transmitir terminais do nervo

alveolar in ferior à pele que recobre a região. Em P. cordylinum estes forames são em 2 ou 3, em P. glabellum variam de 3 a 4.

o bordo ventral do dentário é responsável pela origem das fibras anteriores dos músculos mandibulohióide I e II e genioglosso.

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no dentário que localiza-se o canal meckeliano, ou canal de Meckel, que faz um longo trajeto no dentário, abrindo-se por um

forame terminal . O canal de Meckel aloja a cartilagem de Meckel, o nervo alveolar in ferior e a artéria mandibular interna.

b) ESPLENIAL (Figs. 6, 1 2)

40 gênero Placosoma .

Somente observa-se o esplenial em vista medial da mandíbula, assim como sua sutura com o dentário, no qual se liga dorsal e ventralmente.

O esplenial sutura-se ao coronóide dorso-posteriormente e ao angular póstero-ventralmente.

Em Placosoma, na sua porção mais posterior o esplenial apresenta um forame alveolar inferior, que dá passagem ao ramo lingual do nervo alveolar in ferior. Este forame apresenta-se relativamente maior em P. glabellum do que em P. cordylinum.

Em P. glabellum o processo anterior do coronóide apresenta uma penetração maior no angular do que em P. cordylinum.

e) CORONóIDE (Figs. 5 - 6, 1 1 - 1 2)

O coronóide apresenta-se situado dorsalmente em relação à mandíbula . Constitui-se de uma projeção apical, que aparece bastante elevada em relação aos demais ossos da mandíbula, e três processos basais, que promovem a sutura com os demais componentes da mandíbula.

Dos processos basais, dois são anteriores, um lateral e um medial, e o outro é posterior. Esses processos dão ao osso coronóide, uma disposição de um tripé. Esta condição faz com que este osso deixe de suturar-se apenas ao angular, fazendo contato com os demais ossos da mandíbula.

41 Por seu bordo anterior, o processo anterior medial sutura-se ao dentário. A região ventral do coronóide liga-se ao angular e pelo bordo posterior apoia-se sobre o processo anterior do articular.

O processo anterior lateral do coronóide apresenta-se completamente suturado ao dentário. o processo posterior sutura-se ao suprangular e ao articular.

As regiões apical, lateral e posterior do osso coronóide recebem a inserção dos músculos adutor mandibular externo, médio e profundo.

O coronóide pode ser observado tanto na vista lateral, quanto na vista medial da mandíbula.

A projeção apical do osso coronóide apresenta-se um pouco mais arredondada em P. glabellum do que em P. cordylinum.

Pela face interna da mandíbula, isto é, em vista medial, veri fica-se que em P. glabellum o processo anterior estende-se sob os últimos 2 dentes do dentário, aproximadamente, enquanto que em P. cordylinum este processo é mais curto, não atingindo os dentes do dentário.

d ) SUPRANGULAR (Figs. 5 - 6, 11 - 1 2)

Tanto em P . cordylinum como em P. glabellum o suprangular constitu i-se num osso alongado, posicionado dorsalmente, seguindo posteriormente ao coronóide.

O osso suprangular forma, com o osso articular e o angular, o terço posterior da mandíbula .

Anteriormente, o suprangular sutura-se posteriormente ao articular, dorsalmente ao ventralmente ao angular.

42 ao dentário,

coronóide e O suprangular forma todo o bordo dorso-lateral do f orame mandibular. O seu bordo dorsal apresenta-se com forma um pouc0 irregular, ligeiramente arredondado, servindo à inserção do músculo adutor mandibular externo. A superfície lateral, lisa, realiza a inserção do músculo intermandibular posterior, além do adutor mandibular externo.

o suprangular possui um f orame, que é chamado de for ame suprangular, que em Placosoma apresenta-se relativamente grande. t observado na superfície látero-dorsal da mandíbula, próximo à sutura com o coronóide e o dentário. Este forama tem como função realizar a passagem dos ramos cutâneos do nervo alveolar in ferior.

e) ANGULAR (Figs. 5 - 6, 1 1 - 12)

Bastante pequeno, o angular é plano e retangular. Apresenta-se situado na região látero-ventral da mandíbula, sendo visível nas vistas lateral e medial.

O angular sutura-se dorsalmente ao suprangular, anteriormente ao dentário _e ao esplenial e posteriormente ao articular.

Nos exemplares examinados esse osso apresenta-se menor em P .

cordylinum do que em P. glabellum, pois há uma variação quanto a

inserção deste ao dentário. Em P. cordylinum o dentário apresenta maior penetração no angular do que em P. glabellum.

f) ARTICULAR (Figs. 5 - 6, 11 - 1 2)

Em Placosoma o articular é um osso bastante irregular que ocupa toda a parte posterior da mand íbula , em uma relação articular com o osso quadrado do crânio.

O articular apresenta uma região anterior um pouco mais estreita e uma região posterior mais expandida. É nesta região que aparece uma superfície articular côncava, póstero-dorsal, que se junta à superfície �ondilar convexa do osso quadrado, realizando uma articulação do tipo diartrose.

Pode-se observar no osso articular a presença de três processos distintos. O processo retroarticular, que apresenta-se como uma pequena barra voltada em direção posterior, logo após a superfície condilar e forma o extremo posterior da mandíbula. É nesse processo que o músculo depressor mandibular se insere. Na superfície dorsal do processo retroarticular existe uma crista, a crista timpânica, a qual faz contacto com o tímpano.

O processo angular, que é mais perceptível em P . glabellum,

possui forma triangular , cujo ápice do triângulo aparece voltado para baixo. Este processo do articular acha-se associado à inserção do músculo pterigo-mandibular. O processo angular apresenta-se como resultado da fusão do prearticular com o angular.

Historicamente, o processo de coossi ficação do osso prearticular ao articular, foi discutido e aceito por Cope (1892), mas somente para algumas familias de lagartos. A fusão do prearticular com o articular só começou a ser considerado como um caráter presente em todos os lagartos adultos a partir de Camp

44 ( 1 923 ). Alguns · autores consideram o prearticular como processo angular do articular (Jolie, 1960; Oelrich, 1956).

Em Placosoma a fusão destes ossos é claramente percebida, principalmente em P . cordylinum, o qual apresenta-se como uma estrutura única e distinta.

O processo anterior do articular forma a região medial do forame mandibular. Sutura-se ao suprangular por seu bordo dorsal e ao osso angular ventralmente. O prolongamento deste processo, mais à frente, alcança o processo ântero-medial do coronóide, ao qual sutura-se.

O processo retroarticular apresenta-se melhor de finido em P . glabellum . Em P . cordylinum apresenta-se como uma projeção arredondada.

E - DENTIÇÃO

Em Placosoma , a dentição constitui-se por pequeninos dentes heterodontes, ocos. Os dentes da região posterior, principalmente na mandíbula, apresentam-se com diâmetro ligeiramente maior.

Na espécie P. glabellum observa-se que os dentes são nitidamente tricúspides , sendo estas cúspides arranjadas ao longo de uma crista. A cúspide mediana apresenta-se um pouco maior do que a anterior e a posterior. Estes dentes tricúspides, ao contrário de outros lagartos, aparecem também na região anterior, mas diminuem de tamanho progressivamente à medida que avançam nessa direção, até que desaparecem. Este padrão foi melhor observado na arcada

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