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c oesão discursivA

No documento Política de indexação :: Brapci :: (páginas 50-53)

Isidoro Gil Leiva

Falante 1. Não estou compreendendo nada.

1.4.2.1 c oesão discursivA

A coesão tem sido estudada desde a década de 1970 por autores como Dressler (1972), Halliday e Hasan (1976) e Beaugrande e Dressler (1981) e Mederos Martín (1988) quanto à coesão em espanhol.

A coesão se manifesta na superfície do discurso, ou seja, sob a forma da construção. No processamento de fragmentos de textos longos, muitas vezes costuma-se utilizar mecanismos para a reutilização, a modificação ou a compreensão das estruturas e dos padrões utilizados anteriormente. Estes mecanismos, que contribuem tanto para estabilizar o sistema como para poupar esforço de processamento, são os seguintes (BEAUGRANDE; DRESSLER, 1981, p. 90). Os exemplos foram preparados para esclarecer cada um dos mecanismos enumerados pelos autores:

⇒ Repetição: Consiste na reutilização direta de elementos ou de padrões formalmente idênticos.

A temperatura média da Terra é agora de 0,7 graus Celsius mais elevada do que um século atrás. Essa temperatura média da Terra de 0,7 continuará aumentando se continuarmos...

⇒ Repetição parcial: permite a transcategorização de um elemento usado anteriormente em outro tipo de elemento diferente (por exemplo, um verbo como “andar”, pode tornar-se um substantivo como “os andares”).Os estudiosos das universidades e do Conselho Superior de Investigações Científicas de Valência podem cobrar em breve. Esses trabalhadores da Administração Pública além dos seus salários exigem...

⇒ Paralelismo: a repetição é construída sobre uma estrutura enriquecida pelo aporte de novos elementos.

O experimento confirmou nossas expectativas, reafirmou nosso método e consolidou nossa linha de pesquisa.

⇒ Paráfrase: Repetição do mesmo conteúdo, mas transmitidos através de expressões linguísticas diferentes.

A fonte de informação utilizada são os relatórios sobre A renda nacional da Espanha e sua distribuição regional, preparados pelo Banco de Espanha. O parecer da instituição monetária central do país foram consultados para estabelecer...

⇒ Pré-formas: permite substituir elementos independentes de conteúdo por formas dependentes menores. Ou seja, certas palavras (pronomes, demonstrativos, possessivos, sintagma nominal, números, advérbios como ele, ela, esta, se, ali, primeira etc.) assumem o significado de uma determinada parte do discurso, substituindo os substantivos e os sintagmas nominais com os que estabeleceram uma relação de correferência. Quando essas palavras aparecem depois da expressão correlata denomina-se anáfora e, quando aparecem antes, catáfora.

Existem diferenças entre a indexação manual e a indexação automática. Essa é executada por um programa e a primeira por uma pessoa.

O pronome “essa” tem o significado de “indexação automática”, enquanto “a primeira” refere-se a “indexação manua”.

Exemplo de catáfora:

Ela defende que a desertificação é a degradação das terras nas zonas áridas, semi-áridas e subúmidas causada por vários fatores. Monique Maingued já indicou várias vezes que esses fatores são as variações climáticas e as atividades humanas, principalmente.

No entanto, aqui o pronome ‘Ela’ tem o significado de algo que vem depois, nesse caso, “Monique Maingued”.

⇒ Elipse: omissão de alguma das expressões superficiais originais sem distorcer o significado.

A aldeia tem duas igrejas, a Igreja de Santa Margarita, interna e a de San Leandro, externa.

Omite-se ‘Igreja’ ao dizer ‘a de San Leandro “

⇒ Conexão: É o mecanismo mais óbvio para a sinalização das relações entre as frases. Os quatro processos principais são: a conjunção, a disjunção, a adversativa e a subordinação. A ligação é realizada através de conectores

ou marcadores que são unidades de superfície que unem as proposições.

Entonação: Nos textos falados permite marcar a importância ou a novidade do conteúdo linguístico.

Acabamos de observar que a ligação textual é realizada por meio de

marcadores textuais (também chamados de conectores ou conectivos). São unidades

superficiais que norteiam as relações entre as proposições como um todo, ou seja, a comunicação. Como visto no exemplo anterior (Texto 2) as sequências de frases podem ser conectadas sem serem coerentes, de modo que a conexão não é uma condição suficiente para a aceitação do discurso. Para Van Dijk (1998, p. 83) deve- se apresentar uma série de condições para que se produza a ligação semântica entre as frases e as sentenças; que os fatos denotados pertençam a mundos relacionados; que se trate de feitos compatíveis; que os conceitos envolvidos não estejam muito distantes; e, finalmente, menciona que deveria haver um tópico oral , ou seja, um tema que vai unindo as proposições que compõem o discurso.

A questão dos conectores produziu uma abundante bibliografia. Numa revisão pequena, identificamos várias monografias, inúmeros artigos e muitas teses sobre esse assunto. E, cada autor que o estuda propõe uma classificação, mas na nossa opinião, uma das mais completas é:

Quadro 9 – Classificação dos marcadores de discurso

COMENTADORES Pois, pois bem, assim etc.

ESTRUTURADORES

DA INFORMAÇÃO ORDENADORES

Em primeiro lugar, em segundo lugar; por um lado/ por outro lado, etc. DIGRESSORES Na verdade, a propósito, etc. CONECTORES ADITIVOS Também, à parte, mesmo assim, etc.

CONECTORES CONECTORES CONSECUTIVOS Portanto, consequentemente, daí, então, pois, assim, etc.

CONECTORES

CONTRARGUMENTATIVOS Por outro lado, embora, não obstante, etc. REFORMULADORES

EXPLICATIVOS Ou seja, isto é, a saber, etc. REFORMULADORES DE

RETIFICAÇÃO Melhor dizendo, melhor ainda, etc.

REFORMULADORES REFORMULADORES DE DISTANCIAMENTO De qualquer caso, em todo caso, de todo modo, etc.

REFORMULADORES

RECAPITULATIVOS Em suma, em conclusão, finalmente, etc.

OPERADORES

ARGUMENTATIVOS OPERADORES DE REFORÇO ARGUMENTATIVO Na verdade, no fundo, de fato, etc.

OPERADORES DE

CONCRETIZAÇÃO Por exemplo, em particular, etc. DE MODALIDADE

EPISTÉMICA Claro, desde logo, pelo visto, etc. DE MODALIDADE

DEÔNTICA Bem, bom, etc.

MARCADORES

ORAIS FOCADORES DA ALTERIDADE Homem, olhe, escute, etc.

METADISCURSIVOS ORAIS Bom, este, etc.

Fonte: MARTÍN ZORRAQUINO; PORTOLÉS LÁZARO, 1999, p. 4081.

No documento Política de indexação :: Brapci :: (páginas 50-53)