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C ONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento 20 15 (páginas 57-73)

O recurso a desenhos de investigação de sujeito único é uma abordagem experimental que constitui a preferência de muitos investigadores do comportamento, mas que não tem ainda expressão na investigação realizada em Portugal nos domínios da educação especial e da intervenção precoce na infância (Sampaio, Azevedo, Cardoso, Pereira, & Pie, 2008). Neste sentido, o presente trabalho contribui para a investigação nesta área. Pode dizer-se então que é um estudo inovador, já que a nível nacional é clara a escassez de investigação neste âmbito e neste contexto em concreto – sala de aula. Ora, a Análise Comportamental Aplicada é, como se viu, uma abordagem eficaz para a compreensão, mudança de comportamentos e ensino de novas competências sendo, muitas vezes, utilizada com alunos com PEA de forma a aumentar o sucesso na aprendizagem e o envolvimento na sala de aula Também se viu, na revisão da literatura, que os professores aprendem rapidamente as técnicas comportamentais promovendo, desse modo, a melhoria sistemática no comportamento da criança com PEA

A análise dos resultados deste estudo aponta para o sucesso da intervenção, dado que o número de respostas do Tiago aumentou, bem como o seu envolvimento nos intervalos de instrução. A eficácia na gestão comportamental e académica por parte da professora reforça o que a investigação nos mostra sobre este tipo de estudos, dado que a professora aprendeu facilmente a usar técnicas comportamentais baseadas em intervenções claras e de fácil compreensão, para si. Em suma, a intervenção promoveu o aumento do envolvimento e participação do aluno que só foram possíveis com o esforço deste, sendo que respondeu positivamente ao processo e com empenho e capacitação da professora que se dotou de habilidades que lhe permitiram promover uma educação inclusiva, na sua sala

de aula, e a consequente aquisição de conteúdos académicos por parte do Tiago.

Aponta-se como limitação ao estudo, como em qualquer intervenção em que múltiplas estratégias são implementadas, a dificuldade em estabelecer o nível apropriado de cada variável independente de forma a otimizar o comportamento do aluno, nomeadamente o momento em que o calendário de reforço deve aumentar e se deve perceber quando é que a professora já não precisa de chamar o Tiago, antes de dar uma instrução. A interpretação e generalização dos resultados estão, também, limitadas uma vez que o estudo inclui apenas um único participante.

Sugerem-se, assim, linhas de investigação futuras no âmbito das intervenções comportamentais, em contexto de sala de aula, e a ostentação de uma compreensão mais alargada deste objeto de estudo na ampliação da amostra e alargamento do período de intervenção. Também poderia ser interessante avaliar os efeitos desta abordagem com alunos de várias idades, distintos graus de incapacidade intelectual e em diferenciados contextos.

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Referências legislativas

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ANEXOS

ANEXO I

Perfil de Funcionalidade

Perfil de Funcionalidade do Tiago

O Tiago apresenta boa capacidade de observar (d110.0), ouvir (d115.0), imitar (d130.0) e aprender através da interação com objetos (d131.0), devendo ser privilegiados estes pontos na adoção de estratégias de intervenção. O Tiago executa a rotina diária (d230.1) com dificuldades ligeiras, sendo apenas necessária a orientação mínima do adulto (e3) para tal.

Apresenta boa capacidade de gestão do próprio comportamento (d250) a novas situações, pessoas ou experiências. Tem boa mobilidade no que diz respeito a movimentos grossos e movimentos finos da mão. No que diz respeito aos autocuidados podemos dizer que toma banho autonomamente (d5101.0), vai à casa de banho sozinho (d530.0), veste-se, despe-se (d540.0), come (d550.0) e bebe (d560.0) de forma independente.

O Tiago apresenta dificuldades moderadas na aquisição de informação (d132.2) na exploração de um tema, bem como também apresenta limitações moderadas na aquisição de conceitos (d1370.2) em termos de classificação de forma, quantidade, opostos e outros. Isto está relacionado com deficiências nas funções intelectuais (b117.2), nas funções psicossociais globais (b122.2) e nas funções cognitivas de nível superior (b1364.2). Estas limitações são amenizadas (d132.1 e d1370.1) quando o adulto (e3) realça a entoação na parte significativa da instrução (e2500), apresenta imagens como pistas visuais (d3152), modela a resposta (d130) e realiza treino intensivo acerca da tarefa em questão através da repetição (d135).

O Tiago aprendeu a escrever (d145.0) sílabas simples sem dificuldade mas apresenta dificuldades moderadas na utilização de competências estratégicas genéricas do processo de escrita (d1700.2), área em estado emergente.

Aprendeu a ler (d140) palavras dissilábicas com ausência de casos de leitura bem como os números de 1 a 100, usando competências estratégicas genéricas do processo de leitura (d1660.0) para tal.

.

No entanto, apresenta dificuldades moderadas na aquisição de competências para compreensão da leitura (d1402.2) e, consequentemente, demonstra limitações ligeiras na

compreensão da linguagem escrita (d1661.2). Estas questões estão associadas com deficiências nas funções intelectuais (b117.2), nas funções mentais da linguagem (b167) e na receção de linguagem escrita (b16701.2) e com deficiências nas funções cognitivas de nível superior (b164), mais precisamente no âmbito da abstração (b1640.2). A ajuda do adulto (e3) para aumentar a fluência da leitura (d140), o treino constante em todos os contextos e oportunidades (d135), bem como a utilização de “imagens chave”

(d1400) permitem uma melhor interpretação e compreensão da linguagem escrita (d1661.1).

O Tiago apresenta dificuldades moderadas na concentração da atenção (d160) no que diz respeito a focar a atenção no toque, face e voz humanos (d1600.2). Isto está relacionado com deficiências na manutenção da atenção (b1400.2). Estas dificuldades são ultrapassadas quando o adulto (e3) e/ou os pares (e325) chamam pelo seu nome ou apontam para si próprios como forma de dirigir a sua atenção (d161). O recurso ao elogio por parte do adulto (e3) durante a manutenção da atenção ameniza essa limitação (d1600.1).

O Tiago apresenta dificuldades ligeiras na tomada de decisões (d177.1) ao fazer uma escolha entre mais do que duas opções, sendo frequente o uso de ecolália na escolha e consequente escolha da última opção apresentada. Isto está relacionado com deficiências nas funções intelectuais (b117.2) e nas funções cognitivas de nível superior (b164.2). O recurso a pistas visuais (e1251) ou modelagem (d130) através dos pares (e325) elimina essa limitação (d177.0).

O Tiago apresenta dificuldades ligeiras na orientação do tempo, espaço e organização de material para a realização de tarefas complexas (d2101.1) e de uma única tarefa em grupo (d210.3.1).

Desta forma, apresenta dificuldades ligeiras na realização de tarefas múltiplas (d220.1) de forma sequencial. Isto está relacionado com deficiências nas funções cognitivas de nível superior (b164.2), mais precisamente na organização e planeamento (b1641.2) e na gestão de tempo (b1642.2). A monitorização do adulto (e3) e dos pares (e325), bem como o recurso a pistas visuais (e125) que sequenciem e dividam a tarefa em tarefas mais simples (d3102) diminui essa limitação (d2101.0).

O Tiago compreende mensagens faladas simples (d3101.0), comunica e recebe mensagens usando a linguagem corporal (d3150.0), mas apresenta dificuldades moderadas na compreensão de mensagens faladas complexas (d3102.2). Isto está relacionado com deficiências nas funções mentais da linguagem (b167), mais especificamente na receção da linguagem oral (b16700.2). O recurso a frases simples e curtas (d3101) por parte do adulto (e3) e dos pares (e325) diminui a limitação presente (d3102.1).

O Tiago fala (d330) utilizando frases com três ou quatro palavras quer seja na resposta a uma questão, como em nomeação ou pedido espontâneo. No entanto, se não for exigido tende a falar utilizando apenas uma palavra. Neste sentido sabe como iniciar uma conversa (d3500) essencialmente para fazer pedidos, mas apresenta dificuldades moderadas em mantê-la (d3501.2) dado que por norma apenas responde ao que lhe é solicitado. Apesar de saber responder a diversas perguntas, muitas vezes e especialmente quando são perguntas novas, tende a responder com ecolália. Isto está relacionado com deficiências na expressão da linguagem oral (b16710.2). Continuar a fazer-lhe questões (e3+d3101) pode diminuir a probabilidade de escassez da conversa (d3501.1).

O Tiago envolve-se em atividades de jogo de forma deliberada, não apresentando dificuldades no jogo solitário (d880.0), mas apresenta limitações moderadas no jogo partilhado e cooperativo (d8803.2) dado ter também dificuldades moderadas no relacionamento com pares (d7402.2).

Esta questão está relacionada com deficiências nas funções intelectuais (b117.2), nas funções emocionais (b152.2) e na expressão da linguagem oral (b16710.2). O apoio e incentivo por parte dos pares (e325+e425) e monitorização do adulto (e3) promovem um aumento na manutenção da atenção (b1400) na tarefa do aluno com eles, reduzindo assim as limitações na partilha de jogo simbólico (d8803.1).

ANEXO II

Pedidos de autorização

No documento 20 15 (páginas 57-73)

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