• Nenhum resultado encontrado

5.1 CONCLUSÕES

O dimensionamento de um pavimento tem como principais obrigações a definição dos materiais e da espessura das camadas que o constituem, otimizando a secção estrutural resistente, minimizando o custo global, o qual engloba os custos de construção, conservação e reabilitação no denominado período de projeto.

Na atualidade existem vários métodos para o dimensionamento da espessura de pavimentos, nomeadamente os métodos empíricos, empírico-mecanicistas e mecanicistas. Os métodos empíricos são baseados em experimentação e observação, apresentando correlações válidas, não sendo necessário o recurso a uma base científica. Os métodos empírico-mecanicistas recorrem a uma análise mecanicista para a determinação dos esforços gerados pelo carregamento do material, relacionando empiricamente esses esforços com o comportamento real da estrutura (baseado no acompanhamento de trechos experimentais sujeitos a tráfego real). Os métodos puramente mecanicistas, onde intervêm as características mecânicas dos materiais, bem como as solicitações de variada ordem, ainda não estão completamente estudados, devido à dificuldade em definir modelos de comportamento que representem adequadamente os materiais utilizados nas diferentes situações.

De referir será o facto de não existir em Portugal nenhum método que aborde particularmente o dimensionamento de pavimentos sujeitos a baixo volume de tráfego pesado (neste trabalho e com base no MACOPAV considerou-se como sendo o tráfego médio diário anual de veículos pesados no ano de abertura, por sentido e na via mais solicitada inferior a 50).

Neste trabalho foram analisados e posteriormente descritos alguns métodos desenvolvidos para responder ao dimensionamento sujeito a este tipo de tráfego. Não existindo um grande esclarecimento sobre o dimensionamento conclui-se que a maioria dos métodos de dimensionamento é baseada na experiência (resultados obtidos do comportamento dos pavimentos ao longo dos anos quando sujeitos a esta especificidade de tráfego).

Para a elaboração do “novo” método foram analisados pormenorizadamente todos os métodos encontrados. Perante as soluções analisadas conclui-se que o método que responde com mais precisão às exigências deste tipo de pavimentos é o método da AASHTO.

A nova abordagem ao método da AASHTO apresentada no presente trabalho pretende constituir uma ferramenta útil para a análise e conceção de soluções de pavimentação quando sujeitos a este tipo de condicionantes, sem a necessidade de recorrer a ábacos de leitura por vezes difícil e sujeita a maiores erros.

Esta solução permite adequar o dimensionamento de pavimentos às condições do solo, bem como, às condições de tráfego que estará sujeito, otimizando as espessuras das camadas e respetivos materiais em conformidade com as suas necessidades de acordo com as condicionantes existentes (capacidade do solo e o número acumulado de eixos padrão).

Relativamente à análise comparativa com os projetos existentes de pavimentos de estradas de acesso a parques eólicos na Polónia, este trabalho permitiu concluir que os resultados obtidos pelo “novo” método estão relativamente próximos dos valores apresentados nos referidos projetos para a aplicação de camadas exclusivamente granulares. Foi também possível concluir que existem diferentes alternativas de pavimentação com resultados equivalentes ou até superiores à utilização de geogrelhas de reforço da capacidade de carga de pavimentos granulares.

5.2 TRABALHOS FUTUROS

Numa ótica de trabalhos futuros, será interessante perceber através de uma análise de programas de elementos finitos se os resultados obtidos com o programa JPAV, que considera um modelo elástico e linear para o comportamento dos materiais, são equivalentes aos que se poderiam obter com modelos de comportamento não linear (que representam mais adequadamente os materiais granulares).

Para além disso seria interessante analisar as diferentes alternativas do ponto de vista económico para se poder concluir acerca da sua viabilidade. Dessa forma seria possível a

Considerações Finais inclusão de outras soluções que se revelem determinantes na prática do dimensionamento deste tipo de pavimentos.

Este tipo de trabalho necessitaria também de algum tipo de validação com a construção de trechos experimentais monitorizados ao longo do tempo, ou a realização de ensaios acelerados em pistas à escala real, de modo a validar as leis de fadiga determinadas.

Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AASHTO, (1993) Guide for Design of Pavement Structures. American Association of State Highway and Transportation Officials.

ADAH, (2004). Asociación y Desarrollo del Adoquín de Hormigón. Manual Euroadoquín. Madrid: Publicaciones Euroadoquín.

Archondo-Callao, R., (1999). Roads Economic Decision Model (RED) for Economic Evaluation of Low Volume Roads. Sub-Saharan Transport Policy Program Technical Note No. 18. World Bank, Africa Regional Office, Washington, D.C.

Asphalt Institute, (1991). Thickness Design – Asphalt Pavements for Highways and Streets, Manual Series No. 1, The Asphalt Institute, Lexington, KY.

BPA (1996). The Structural Design of Heavy Duty Pavements for Ports and other Industries, Interpave, British Ports Association, Leicester.

Branco, F.; Pereira, P.; Picado Santos, L., (2005). Pavimentos Rodoviários. Edições Almedina, SA. Coimbra.

Berthelot, C, and Gehlen and Scullion and Drever, (2005). “Use of Non-Destructive Testing in the Structural Rehabilitation Decisions of a Primary Urban Corridor”. Transportation Research Board, 84th Annual Conference. Washington D.C., USA. CDROM Proceedings-Paper #05-0960.

Berthelot, C.F. (1999) Mechanistic Modelling of Saskatchewan SPS-9A Asphalt Concrete Pavements, Ph.D. Dissertation, Texas A&M University, Department of Civil Engineering.

Bushman, Rob, and Curtis Berthelot. “Commercial Vehicle Overloading in an Urban Environment.” (2003). Transportation Association of Canada Annual Conference Proceedings. St. Johns, Canada.

Cunagin, Wiley and W.A. Mickler and Charles Wright, (1997). “Evasion of Weight- Enforcement Stations by Truck”. Transportation Research Record No. 1570. Transportation Research Board.

Department of State Roads/SweRoad., (1995). Secondary and feeder roads development programme. Final Report. Ministry of Transport, Zimbabwe.

DGADR, (2010). Orientação para Elaboração de Projetos de Caminhos Rurais e Agrícolas. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural das Pescas. Direcção- Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Lisboa.

FHWA, (1992). Local Low-Volume Roads and Streets, Publication No. FHWA-SA-93- 006, Federal Highway Administration, U. S. Department of Transportation, Washington D.C., Nov 1992.

Gourley, C S and Greening, P.A.K., (1999). Performance of Low Volume Sealed roads: Results and Recommendations from Studies in Southern Africa. TRL Project Report PR/OSC/167/99. Transport Research Laboratory, Crowthorne, U.K.

Gupta, A. Kumar, P. Rastogi, R.Field and Laboratory Investigations on Subgrade Layer of Low Volume Roads, Indian Geotechnical Conference (2010), GEOtrendz December 16–18, 2010 IGS Mumbai Chapter & IIT Bombay.

Hajek, Jerry, and John, (2002). Billing.“Trucking Trends and Changes that Affect Pavements.” Transportation Research Record No. 1816, Transportation Research Board (2002) : 96 - 103.

Hall, K.D., Bettis J. W., (2000). Development of Comprehensive Low-Volume Pavement Design Procedures. MBTC 1070 FINAL REPORT. University of Arkansas.

Irwin, L.H., (1991). Fifth International Conference on Low - Volume Roads, Transportation Research Board ed, p. 353.

JAE, (1995). Manual de Conceção de Pavimentos para a Rede Rodoviária Nacional. Junta Autónoma de Estradas, Almada.

Referências Bibliográficas Kim, S., Ceylan, H., Heitzman, M., (2005). Sensitivity study of design input parameters for two flexible pavement systems using the mechanistic-empirical pavement design guide, Proceedings of the 2005 Mid-Continent Transportation Research Symposium, Ames, Iowa.

MINCAD Systems, (2009a). HIPAVE 5.0 Advanced design of heavy duty industrial pavements. Software Brochure. MINCAD Systems Pty. Ltd. Richmond South, Australia. MINCAD Systems, (2009b). CIRCLY 5.0 A powerful tool for pavement design. Software Brochure. MINCAD Systems Pty. Ltd. Richmond South, Australia.

MINCAD Systems, (2014). Airport Pavement Structural Design System (APSDS).

MINCAD Systems Pty. Ltd. Richmond South, Australia.

http://www.mincad.com.au/softover/apsds/ (acedido em 20 de junho de 2014).

Mn/DOT State Aid Manual, (1998). Minnesota Department of Transportation, Office of Research. Minnesota 55 155.

Mn/DOT Design Manual Minnesota Department of Transportation Office of Research Administration200 Ford Building Mail Stop 330 117 University Avenue St. Paul, Minnesota 55 155, (1998).

Morusuik, G, Gourley, C.S, Toole T and Hine, JL., (1999). Whole Life Performance of Low Volume Sealed Roads in Southern Africa, TRL Annual Report, 1999.

NCSA (1973), Design Guide for Low Volume Rural Roads, National Crushed Stone Association, Washington, D.C.

Netterberg, F and Paige-Green, P., (1988). Pavement materials for low volume roads in southern Africa: a review. Proceedings of 1988 Annual Transport Convention S.443, Vol. 2D, Paper 2D-2, July 1988.

Paige-Green, P., (1999). Materials for Seal Low-Volume Roads. Proceedings 7th International Conference on Low-Volume Roads. Transportation Research Record No. 1652, 163-71.

Paxson, D.S., and J.P. Glickert, (1982). “Value of Overweighting to Intercity Truckers”. Transportation Research Record No. 889, Transportation Research Board.

Pinard, M., et al. (2003). "Guideline low-volume sealed roads."

Saskatchewan Department of Highways and Transportation (SDHT, 2005). “SK Traffic”. Saskatchewan Department of Highways and Transportation (SDHT, 2005). “2005-2006 Provincial Budget Performance Plan”. Online. Internet. May 19.

Skok, E.L., Newcomb, D., Timm, D.H. (1999). Minnesota low volume road design 1998. SADC, (2003). Guideline on Low-Volume Sealed Roads. Southern Africa Development Community. SADC House, Gaborone, Botswana.

Tabatabaee, H.A., Bahia, H.U. (2012). Life Cycle Energy and Cost Assessment Method for Modified Asphalt Pavements, Procedia-Social and Behavioral Sciences, Vol. 54, pp. 1220-1231.

Transportation Research Board, (1990) – New Trucks for Greater Productivity and Less Road Wear: An Evaluation of the Turner Proposal. Washington, DC. TRB Special Report No. 227.

Transportation Research Board Committee for the Study of Freight Capacity for the Next Century, (2003). Special Report 271: Freight Capacity for the 21st Century. Washington, DC. 2003.

Visser, A, T, and Van Niekerk, T., (1987). The implementation of appropriate technology in thedesign of light pavement structures. Transport Research Record No.1106, 222-31. Wardle, L.J. (2004). HIPAVE User Manual, Mincad Systems Pty Ltd, Richmond, Vic., Australia ed, (www.mincad.com.au).

Documentos relacionados