• Nenhum resultado encontrado

Ponto I o presente regulamento aplica-se a grupos específicos de alunos no ensino básico que se encontrem numa das seguintes situações: insucesso escolar repetido; problemas de

1.3 C ONTRATO P ROGRAMA TEIP

3. E NTREVISTA AO D IRETOR

3.2.3 C ONTRATUALIZAÇÃO NUM AGRUPAMENTO TEIP

Neste ponto identificamos as principais razões que levaram o diretor e o agrupamento a aderir ao programa TEIP. Segundo o diretor estas foram o insucesso dos alunos registado no agrupamento e os recursos que o programa TEIP disponibilizaria, que de outra forma não seriam possíveis. O percurso até ao início do programa não foi simples nem rápido. Teve início ainda no mandato da ministra de educação e ciências Maria de Lurdes Rodrigues, em 2006 mas que na altura não foi aceite. Em 2009 anos depois foi proposto pela DRELVT para a integração.

“O principal foi o insucesso existente na zona...termos acesso aos recursos que o TEIP permite. Nós tínhamos feito uns anos antes uma proposta ao MEC para TEIP, no tempo da ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Devido à nossa especificidade e análise do nosso Projeto Educativo enquadrávamos, mas na altura não havia abertura nem candidaturas para entrar. Mais tarde foi-nos proposto pela DRELVT que nos candidatássemos. Não sei quais foram os dados que eles tiraram, se foram os dados da outra candidatura ou pelos dados dos nossos alunos e da avaliação externa.”

Verificou-se que a contratualização do programa TEIP não se tratava de um processo simples e rápido mas sim de uma negociação árdua e prolongada. O que ao início parecia que o programa permitiria que os agrupamentos adquirissem os recursos facilmente, apenas

59

justificando as suas necessidades, acabou-se por revelar o contrário com imensas “contingências financeiras”.

“Andamos um ano para chegarmos à acordo com o MEC. Esta demora foi devido, no início do projeto eles propuseram-nos sermos nós a pedir o que desejávamos e fomos ambiciosos e colocamos tudo aquilo que efetivamente achávamos necessário, mas depois as contingências financeiras, que não nos foram apresentadas no início, foram obrigando a que houvesse corte daqui e dacolá, e só à nona versão é que chegamos a um consenso. Não se perdeu efetivamente um ano porque a escola foi trabalhando o tipo de documentos e posturas necessárias para se integrar no TEIP. Mas podia ter sido melhor aproveitado.”

A realização do contrato-programa TEIP foi realizado por uma equipa criada com esse mesmo efeito onde foram expostos os fatores de maior sucesso como pilares que permitiram o agrupamento avançar e diminuir desta forma a percentagem das áreas de insucesso. A autonomia que o programa permitiu tem sido favorável pois tem permitido uma margem de manobra nas medidas a adoptar, principalmente no plano curricular e na contratação de mais docentes e técnicos.

“Quem tem trabalhado neste projeto é a equipa TEIP, que irá apresentar propostas e estas incidirão nas áreas onde temos tido mais sucesso, que nos permitiram uma margem maior. A melhoria das outras áreas já estão implícitas no plano de melhoria...no plano de autonomia poderá vir-nos dar mais margem de manobra para que as medidas a adotar sejam um plano curricular adotado às necessidades dos nossos alunos ou até através da contratação de pessoal docente que possam vir contribuir para que esses campos negativos possam melhorar.”

Como documento principal de um agrupamento, o Projeto Educativo deve evidenciar os objetivos para os quais a sua comunidade pretende atingir. Sendo um agrupamento inserido no programa TEIP deve o Projeto Educativo apresentar esses objetivos. Segundo o diretor o Projeto Educativo tem vindo a ser redefinido para que isso aconteça.

A integração no TEIP 3 assim o exige:

“No novo projeto irão estar, no projeto que caducou o ano passado não estavam, porque nós herdamos um projeto inicial quando entramos no TEIP. Só este ano é que tivemos de integrar completamente o projeto TEIP no Projeto Educativo. Aliás o contrário, o Projeto Educativo é que teve de se adaptar ao projeto TEIP, no fundo é ele que predomina.”

60

Como mecanismos de avaliação importantes para a análise destes programas, como são a autoavaliação e a avaliação externa, em que a primeira trata-se de uma avaliação interna, efetuada com mecanismos criados pelo agrupamento e a segunda, como o próprio nome diz, efetuada por elementos externos a cargo do MEC. Segundo a perceção do diretor, a autoavaliação permite abordar mais elementos de avaliação, que estão para além das exigências do MEC e desta forma ter-se uma noção aprofundada das necessidades e vantagens, do agrupamento e da sua comunidade. A avaliação externa está direcionada para os objetivos gerais do MEC. Considera também importante, a avaliação externa, por tratar-se que um elemento estranho à escola que permite ter a sua análise sem influências internas. Considerou um grande benefício poder-se beneficiar de dois mecanismos diferentes de avaliação de forma a comparar os seus resultados posteriormente. A comparação entre os dois resultados permite ao diretor e à sua comunidade educativa terem uma melhor perceção das necessidades e das vantagens do agrupamento. Ao mesmo tempo o diretor considerou que a comparação entre as duas avaliações permite analisar a “qualidade” do processo da avaliação interna. O próprio considera que quanto maior for a aproximação dos dados entre ambas as avaliações, melhor será a avaliação interna.

“Se houver uma divergência muito grande é evidente que alguma coisa está mal, ou a nossa autoavaliação foi mal feita e aí temos que agir. Se ela andar próxima dos valores externos, quer dizer que nós estamos no bom caminho e que temos uma perceção real do que é que temos a melhorar ou manter. Dá-nos uma visão mais correta do que temos a fazer.”

Para a condução deste processo com todas as suas exigências e particularidades, o diretor como o agrupamento revelaram não ter havido nenhuma preparação ou formação que desse a conhecer o programa e facilitasse a manipulação dos seus mecanismos de trabalho. Tratou-se de um processo de formação in loco em todo o seu sentido, até mesmo na criação dos dispositivos de registo e avaliação.

“Eu pessoalmente não estava (preparado) e a escola também não. Os primeiros anos, dois anos, foram batalhar contra a corrente...batalhámos para perceber o que nos era pedido...não tínhamos a perceção de como é que as coisas funcionavam, não tinha havido formação prévia nem para a direção nem para os elementos avaliadores. Tirando alguma

61

carolice, de algum ou outro que já tinha tido formação ou contado com estas medidas. A formação que eu tinha tido antes disto era especificamente com autoavaliação, porque eu pedi e fui ter. Tirando isso, no terreno nós não tínhamos essa noção. Foi desbravar terreno desde o início e ainda estamos a desbravar terreno.”

As instituições que participaram e que integraram o programa TEIP do agrupamento, por parte da tutela foi a DRELVT e a DGIDC. Da parte do agrupamento também participaram como parceiros várias instituições, tais como a câmara e as juntas de freguesia onde o agrupamento com as suas escolas se situa e outros parceiros sociais que forneceram apoio ao nível de técnicos de ação social e psicólogos.

Documentos relacionados