• Nenhum resultado encontrado

O histórico da suinocultura no Brasil passa por diversas fases, atualmente a suinocultura brasileira ocupa posição de destaque no cenário mundial, o Brasil é o 4º maior produtor e o quarto maior exportador de carne suína, responsável por 8% do comércio mundial. Conforme dados de 2014 a proteína brasileira chega a mais de 70 países, é reconhecida como produto de qualidade pelos mercados internacionais e a cadeia produtiva nacional é competitiva perante seus concorrentes internacionais (ABCS, 2014).

A suinocultura apresenta particularidades regionais que merecem ser estudadas e avaliadas com bastante critério, estas diferenças visam o aumento da capacidade produtiva. Pode-se observar que o modelo produtivo de granjas é muito diversificado no Brasil, existem no País aquelas que visam exclusivamente o sustento familiar até os grandes modelos de produção com milhares de matrizes em um único local, assim a suinocultura permite modelos diversificados de produção. Todos estes modelos ainda são presentes e possibilitam múltiplas de adaptação no processo produtivo, fazendo da suinocultura uma atividade não só complexa como apaixonante e de grandes desafios na sua plenitude (BRANDT, 2007).

produz 52,3 milhões de toneladas, detendo assim 46,9% do total da produção mundial. Os 11 maiores produtores em 2012 concentraram 77,8 % da produção mundial, e aumentaram em 3,1% sua participação mundial em relação a 1995. É interessante notar que, entre os 11 maiores produtores, apenas sete cresceram acima da média mundial. Desses sete, o maior crescimento percentual foi no Brasil e no Vietnã (ABPA, 2016).

O Brasil é o único país da América do Sul entre os dez maiores produtores de carne suína. Sua posição é crescente, ganhando posições ano após ano. Em 1995, a participação do Brasil no total mundial era de 1,82 % e cresceu para 3,1 % no ano 2012. Só não cresce mais devido há não erradicação de algumas doenças ainda existentes no país, com isso vários países impõem restrições a carne suína brasileira, exemplo este é o Japão o maior importador de carne suína mundial (ABCS, 2014).

Existem dois grupos distintos de empresas que abatem suínos e processam carne suína no Brasil: as líderes de mercado e as organizações que atuam em mercados regionais e locais. Este segundo grupo é formado por pequenas e médias unidades de abate, com grande predominância na gestão e governança familiar, com alguma defasagem tecnológica em relação às anteriores, e uma relação com o mercado mais orientada por preços (IPARDES, 2002).

A cadeia produtiva pode então ser vista como uma sucessão de operações de transformação dissociáveis, capazes de ser separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico, ao mesmo tempo que pode ser vista como um conjunto de relações comerciais e financeiras entre fornecedores e clientes. São dez as principais operações técnicas dissociáveis, ou seja, os principais segmentos que conformam sua estrutura produtiva e que são mostradas na Figura 4 (ABCS, 2014).

Figura 4 – Operações técnicas dissociáveis na cadeia da carne suína. Fonte: ABCS, 2014.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (2014, p.38) a dimensão técnica da cadeia produtiva da carne suína e seus derivados:

Ocupa-se da redução dos custos de produção e age dentro dos processos produtivos ao longo de toda a cadeia. Sendo assim, na etapa de produção nas granjas, deve-se produzir com menor custo, buscar melhores índices de conversão alimentar, maiores índices de produtividade animal, redução das perdas com mortalidade e garantia de maiores desfrutes. No processamento agroindustrial, deve-se buscar otimização nos processos e eficiências logística e operacional, com garantia de qualidade. E baixo custo. Na distribuição, é preciso garantir fluxos de informações precisas e eficazes, com redução dos custos com operações de movimentação e armazenagem.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado em uma empresa que atua há 35 anos no mercado de carnes de suínos, está localizada na região Oeste do Paraná, atua em toda a cadeia produtiva, da produção a distribuição do produto final, possui 04 unidades de produção, na qual 3 unidades abatedoras de suínos e uma produtora de ração, neste trabalho vamos abordar a logística final das unidades abatedoras. A logística de distribuição é realizada através de frota própria e terceirizada. Conforme demanda identificada através de conversa com o diretor-geral atuaremos na logística final do produto industrializado.

O foco do estudo foi o setor de Logística da empresa que está localizado no município de Medianeira – Paraná, este é responsável pela expedição, roteirização e retorno dos caminhões para a indústria.

Foi um estudo teórico – empírico, pois foi possível realizar um levantamento dos processos logísticos na empresa e foram realizadas algumas indicações para a melhoria dos processos utilizados na empresa estudada.

Há duas maneiras de classificar a pesquisa segundo a sua finalidade, uma delas é chamada de pesquisa básica, tem como proposito completar um espaço em branco no conhecimento, gerando assim novos conhecimentos. A segunda é conhecida como pesquisa aplicada, essa tem como objetivo solucionar problemas encontrados na situação da pesquisada, com um foco na prática (GIL, 2010). Esta foi uma pesquisa aplicada, conforme identificado na conversa com os empresários foi possível verificar algumas falhas no processo logístico da empresa, para tanto foi realizado um estudo com intuito de identificar as deficiências na logística final, como armazenamento, roteirização, frotas e questões relacionadas a exportação e propor soluções para a empresa através da implantação de avaliações periódicas das rotas utilizadas, através dos passos sugeridos pela literatura, indicar direcionamentos a respeito do armazenamento e a respeito de toda a logística final. De acordo com GIL (2010), as pesquisas também são classificadas segundo a natureza dos dados, para que seja avaliada a qualidade dos resultados, possibilitando saber como foi realizada a coleta de dados e quais os procedimentos foram adotados.

a primeira busca compreender através de dados qualificáveis a realidade dos fenômenos, não se preocupando com as medidas. Já na Quantitativa é necessário estabelecer medidas previamente, para que as conclusões sejam confiáveis e exatas para posterior análise estatística. Na Quali Quanti é desenvolvida em duas etapas, em primeiro lugar é realizada a fase qualitativa para conhecer os fenômenos a serem estudados, posteriormente é realizado um questionário com perguntas fechadas para ser aplicado aos envolvidos (AZEVEDO NETO; SILVA;

LUIZA, 2012). Este estudo teve uma abordagem quali-quanti, primeiro foi realizado

um estudo para entender e analisar as falhas existentes, após foi realizado um questionário aberto, para o diretor da empresa e a líder da logística, além de entrevista com a líder do setor de logística da empresa, para coleta de dados que comprovem as falhas encontradas, de posse destes documentos foram sugeridas as melhorias através de conversas com a líder e o diretor da empresa.

Em relação à classificação segundo seus objetivos mais gerais pode ser dividida em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. As pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral acerca de determinado assunto, com planejamento flexível, em relação à coleta de dados pode ocorrer de diversas maneiras (GIL, 2010). As pesquisas descritivas visam descrever com grande número de detalhes os processos, mecanismos e relacionamentos existentes entre os fenômenos estudados, exige que o pesquisador realize um planejamento previamente, podem ser qualitativas ou quantitativas (GIL, 2010). As pesquisas explicativas são as mais complexas, pois visaram determinar, por meio do confronto de variáveis, os fatores ou causas que determinam ou influenciam a manifestação de determinados fenômenos, geralmente são realizadas através do método Experimental (AZEVEDO NETO;

SILVA; LUIZA, 2012). O estudo proposto foi um estudo exploratório, pois se trata de

um estudo de um caso único com um levantamento de informações e descrever o funcionamento da logística na empresa.

Está pesquisa utilizou o método de levantamento que tem como objetivo levantar informações através de várias etapas. Caracteriza-se pela interrogação direta dos envolvidos no sistema em estudo, é realizada através de coletas de dados, através de questionários, entrevistas e formulários (Apêndice I) (GIL, 2010; AZEVEDO NETO; SILVA; LUIZA, 2012). Para esta análise foi utilizado um instrumento de coleta de dados (Apêndice I) específico para os objetivos do

trabalho, no qual foi parcialmente respondido, sendo suprimidos dados mais detalhados sobre faturamento, quilometragem anual realizada pelos veículos da frota e outros dados numéricos. Os dados obtidos através dos questionários respondidos pelos envolvidos na pesquisa foram tabulados em planilhas, para gerar gráficos, fluxogramas e tabelas, para melhor compreensão dos dados, estes foram gerados no programa Microsoft Office Excel e Word, versão 2003 (Microsoft Corporation, EUA).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste tópico segue a descrição das conversas, questionamentos, observações e sugestões realizadas pela pesquisadora durante o período de coleta de dados, realizadas na empresa com o diretor-geral, em duas oportunidades, e também no setor de logística juntamente com a líder de logística, em várias reuniões, nas quais foram realizadas análises e sugestões em relação às etapas e atividades logísticas que a empresa utiliza.

Neste momento será abordado um pequeno histórico do crescimento da empresa no qual apresenta o aumento significativo do abate de animais em um curto período de tempo, devido a isso a empresa tem grandes desafios com a cadeia de suprimentos, como é possível verificar no histórico abaixo a empresa desenvolveu através do planejamento estratégico uma rede organizada da cadeia de suprimentos, investindo nas unidades produtoras de leitões, unidade produtora de ração, indústria de manufatura e na logística final do produto. Isso se tornou possível devido ao planejamento estratégico definido com visão integral do negócio. Conforme Simchi-Levi 2010), as estratégias da cadeia de suprimentos não podem ser definidas isoladamente, pois são afetadas diretamente pela cadeia de desenvolvimento, sendo assim elas devem estar alinhadas as estratégias e objetivos específicos da organização, como a maximização da fatia de mercados ou de seus lucros.

Documentos relacionados