• Nenhum resultado encontrado

4.2 Relevância de monitoramento

4.2.3 Calculando o valor de SR

A relevância de monitoramento de cada sensor s, SR(s), é calculada após a associação do sensor a um grupo de relevância usando o GRAP. Cada sensor calcula seu próprio SR,

0 2 4 6 8 10 10 20 30 40 50 60 Número de nós Consumo de energia (mJ) Associação a um GR

Figura 4.10: Consumo teórico de energia para uma operação de associação a um GR. utilizando para isso informações sobre os recursos de monitoramento disponíveis. A idéia é diferenciar sensores que estejam associados a um mesmo grupo de relevância de acordo com as suas capacidades de monitoramento, como resolução, recursos de zoom, codifica- ção visual, recursos de processamento e energia residual. Assim, por exemplo, para um conjunto de sensores associados ao grupo de Alta Relevância, os sensores com mais ener- gia residual poderiam ter SR=11 ou SR=12, enquanto que os sensores com menos energia residual irão possuir relevância SR=13 ou SR=14, garantindo maior prioridade para dados visuais oriundos de sensores com menor tempo de vida estimado. Ou mesmo o contrário, dependendo do projeto da rede. Mais ainda, sensores equipados com câmeras suportando zoom ou com maior resolução poderiam ter SR=14. Qualquer que seja o caso, entretanto, o cálculo do SR é apenas necessário para GR=1, GR=2 e GR=3, uma vez que SR=0 para um sensor associado ao GR=0 e SR=15 para o grupo de Máxima Relevância.

Identificamos três características que são relevantes para as funções de monitoramento dos sensores e que poderiam influenciar a relevância de monitoramento. Em primeiro lu- gar, a energia residual diretamente impacta no tempo de vida dos sensores. Em segundo lugar, a resolução visual está relacionada com os recursos de monitoramento dos hardwa- res empregados, afetando a qualidade dos dados visuais transmitidos pelos sensores. Por fim, as técnicas de codificação empregadas podem indicar a resistência a erros e a taxa de transmissão necessária. De fato, há muitas maneiras de definir esses parâmetros, de- pendendo da natureza de monitoramento da rede de sensores implantada. Considerando que estamos especialmente preocupados com redes de sensores visuais sem fio para trans-

missão de imagens, definimos uma interpretação padrão de 2 bits para esses parâmetros, como apresentado a seguir:

• Energia residual (E): indica o atual nível percentual de energia do sensor. Os valores possíveis para E são:

– 0< E ≤ 25%, E = 00 – 25%< E ≤ 50%, E = 01 – 50%< E ≤ 75%, E = 10 – 75%< E ≤ 100%, E = 11

• Características do hardware (H): indica as capacidades de monitoramento disponí- veis nos sensores, como recursos de captura da câmera, poder de processamento e memória disponível. Há de fato diferentes configurações para esse parâmetro, onde um uso mais comum seria associar o tipo de hardware (sensor motes) com o valor de H. Um exemplo de utilização desse parâmetro é apresentado a seguir:

– MICAz com Cyclops [Rahimi et al. 2006], H = 00 – Imote2 [Almalkawi et al. 2010], H = 01

– Stargate com câmera USB [chi Feng et al. 2005], H = 10 – Smartphone equipado com câmera, H = 11

• Codificação (C): está relacionado com os algoritmos de codificação e os parâmetros relacionados. Um uso prático desse parâmetro poderia ser como descrito a seguir:

– Imagens com codificação progressiva, C = 00 – Imagens com codificação 1-level 2D DWT, C = 01 – Imagens com codificação 2-level 2D DWT, C = 10

– Imagens coloridas com codificação 2-level 2D DWT, C = 11

Novos sensores podem ser implantados durante a operação da rede, resultando em sensores com diferentes energias residuais. Além disso, a taxa de consumo energético pode ser diferente entre os sensores, dependendo das características de captura, codifica- ção e transmissão. Dessa forma, é muito aceitável a existência de sensores com diferentes valores para energia residual em determinados momentos do tempo de vida da rede. Se- guindo essa idéia, pode-se também esperar a existência de redes heterogêneas compostas por sensores com diferentes hardwares. Por fim, considerando as técnicas de codificação, o projeto da rede pode garantir maior relevância para determinadas técnicas de codifica- ção ou tipos de mídia, influenciado o valor final de SR(s).

Utilizando as informações a respeito dos grupos de relevância e dos recursos de mo- nitoramento dos sensores (E, H e C), desenvolvemos um algoritmo padrão para calcular o valor de SR(s), como descrito no Algoritmo 1. Esse algoritmo deve ser executado di- retamente nos sensores, após o recebimento do GR em uma mensagem GR-Response. Note que as aplicações podem definir diferentes interpretações para os valores de E, H e C, bem como priorizar algum parâmetro em detrimento de outro (por exemplo, energia residual sobre codificação). Nesses casos, o algoritmo proposto deve ser adaptado para atender tais modificações.

Algoritmo 1: Cálculo do SR. Algoritmo: CalcularSR (GR,E,H,C) Saída : SR 1 seGR== 0então 2 SR = 0; 3 senão seGR== 4 então 4 SR = 15; 5 senão 6 SR = (E + 1) + (H + 1) + (C + 1);

// As divisões são inteiras

7 seGR== 1então 8 SR = SR/3; 9 senão seGR== 2 então 10 SR = (SR/2) + 4; 11 senão 12 SR = (SR/3) + 10;

Note que estamos privilegiando maior energia residual, sensores com mais recursos de processamento e monitoramento, e transmissão de imagens coloridas codificadas por DWT de 2 níveis. Mais uma vez, entretanto, como redes de sensores sem fio devem aten- der os requisitos de aplicações específicas, outras configurações e interpretações para E, H e C podem ser possíveis.

A associação de grupos de relevância requer um conhecimento global da rede, usu- almente obtido com processamento centralizado no lado do sink. Entretanto, após a as- sociação de um GR(s) para cada sensor s, o cálculo do SR(s) é de fato muito simples,

mas pode refletir o dinamismo da rede. Assim, por exemplo, o SR(s)pode ser facilmente

atualizado quando os recursos energéticos do sensor s estiverem abaixo de um limiar pré- estabelecido, por exemplo. Com o processamento do SR nos sensores, a implantação de

novos sensores ou o uso de hardware com bateria recarregável ou substituível pode ser facilmente refletido nas relevâncias de monitoramento dos sensores. Outra situação inte- ressante é quando a técnica de codificação empregada e/ou os parâmetros associados são alterados devido a uma situação de congestionamento, podendo essa mudança ser rapi- damente refletida no SR do sensor. Contudo, em algumas aplicações os valores para H e C podem ser estritamente os mesmos para todos os nós fontes, quando sensores homo- gêneos são empregados e as características de codificação são estáticas. Para a energia residual, as taxas de consumo energético podem ser muito parecidas, aumentando ou di- minuindo o valor de SR dos sensores na mesma proporção. Nesses casos, a relevância de monitoramento dos sensores será indiretamente diferenciada apenas pelos grupos de relevância informados pelo sink.

Se o sink não for capaz de informar um GR para cada sensor, por qualquer motivo, todos os sensores irão considerar o grupo de relevância padrão (Média relevância) ou um GR pré-configurado ou pré-informado, sendo a diferenciação dos SR feita apenas considerando os valores de E, H e C.

Como última consideração, caso todos os sensores calculem exatamente o mesmo SR, os mecanismos de otimização não poderão diferenciar os nós fontes, sendo todos os algoritmos baseados nesse caso apenas na relevância dos dados, DR.