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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. DESENVOLVIMENTO DA PLACA E CIRCUITO

4.1.3. Calibração do sistema

Um sistema de medição pode ser definido como o conjunto de instrumentos e recursos, acoplado a outros equipamentos que o compõe, necessários para executar uma

medição específica. Todavia, a leitura da saída de um sistema de mediação não representa necessariamente uma relação direta com a grandeza que se quer medir, sendo necessário fazer a calibração do sistema.

Esta calibração pode ser definida como o conjunto de operações que estabelecem, sob condições específicas, a relação entre os valores indicados por um sistema de medição e os valores correspondentes as grandezas estabelecidas por padrão.

Na calibração do sistema, para o armazenamento o solo utilizado na aferição, foram confeccionados recipientescilíndricos construídos a partir de tubos de PVC com 15 cm de altura total e 15 cm de diâmetro, perfazendo uma capacidade volumétrica de 2297,29 cm3.Foram colocadas marcas em unidade de centímetro na face interior do recipiente para servir como régua de graduação na colocação do solo, em quantidade igualitária, nas várias amostras. Na extremidade inferior, foi fixada uma tela de poliéster com furação de 1 mm em conjunto com o uso de papel filtro qualitativo com objetivo de evitar a perda de material durante a movimentação do processo de umidificação e pesagem das amostras. A Figura 15-b mostra os recipientes já concluídos e identificados.

Figura 15 - Estufa e recipientes utilizados em ensaio no laboratório da fazenda escola

Nota: (a) estufa utilizada no laboratório da fazenda escola e (b) recipientes construídos para o ensaio Fonte: O autor

Cada recipiente e sensor descrito acima foram pesados individualmente em uma balança de precisão como na Figura 16.Foram utilizadas duas balanças de precisão diferentes, disponíveis em cada laboratório nos momentos distintos em que ocorreram as pesagens.

A primeira balança é da marca Balmak, modelo ELC-25, cuja carga mínima é 40 g e carga máxima de até 10 Kg com graduação de 2 g e na carga máxima de 25 Kg com graduação de 5 g. E uma segunda balança, da marca Brinox, modelo 2922/100, com carga

máxima de 5 Kg e graduação em 1 g. Ambas com tara subtrativa e mostrador digital de cristal líquido e possibilidade de pesagem em três unidades de massa (g, kg, lb).

Figura 16 - Pesagem recipientes

Fonte: O autor

Foram empregados planilhas eletrônicas para registar os dados coletados no processo de preparação bem como na determinação e avaliação dos resultados dos testes em ensaios realizados. Os valores obtidos na pesagem dos recipientes e sensores estão registrados na Tabela 3 e Tabela 4 respectivamente.

Tabela 3 - Pesos dos recipientes

Recipiente P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13

Peso (Kg) 0,286 0,298 0,298 0,300 0,296 0,288 0,290 0,288 0,292 0,290 0,288 0,288 0,286 Fonte: O autor

É possível observar ainda naTabela 3 que o processo de construção dos recipientes apresentou variação máximade 0,014 g, o que representa menos de 5% da média, e naTabela 4a construção dos sensores apresentou variação de até 0,003 g o que representa 13,21% da média. Tendo utilizado um processo manual na confecção, pode-se afirmar que esta diferença não é significativa, pois os referidos valores são subtraídos no cálculo da massa de solo corretamente identificados.

Tabela 4 - Pesos dos sensores

Sensor S1 S2 S3 S4 S5 S6 T1 T2 T3 T4

Peso (Kg) 0,023 0,022 0,022 0,023 0,023 0,025 0,023 0,022 0,022 0,022 Fonte: O autor

Após obter o volume dos recipientes, foram retiradas amostras de solo deformadas na profundidade de 0 a 0,20 m, em volume necessário para cada recipiente. As amostras de solo foram postas para secar ao ar, destorroadas e passadas em peneira com malha de 2mm para retirada das raízes e torrões, acondicionadas em sacos plásticos, com aproximadamente 10 L de solo cada.

O solo utilizado é proveniente de uma área externa da Fazenda Escola Cescage, cuja classificação é latossolo vermelho-amarelo, localizado nas coordenadas médias latitude 25,177418 S e longitude 50,113285 O, e com uma altitude média de 832 m.

Na instalação, os sensores foram posicionadoslateralmente após a colocação de solo seco, acima do PMP, em 5 cm a fim de evitar criar uma barreira de retenção e interferir no movimento de percolação ou ascensão capilar da água conforme a Figura 17-a.Os recipientes foram então completados com solo até a marcação de 13 cm de altura, distribuindo assim de forma igualitária a quantidade de material ao redor do sensor. Não foi aplicada nenhuma compactação do solo neste processo, sendo apenas acondicionado pela força gravitacional.

Após devidamente instalados, foi realizada a pesagem e coleta dos dados através do multímetro e registro pela placa leitora, para posterior análise. Sequencialmente os recipientes com as amostras de solo foram hidratadas com água por ascensão capilar até apresentarem saturação visual. A frente de umedecimento atingiu a altura do cilindro num tempo médio de 30 minutos, onde após a observação permaneceu pelo período de mais 60 minutos até haver o equilíbrio e não mais redução do nível de água do recipiente inferior. Este processo pode ser visto na Figura 17-b.

Figura 17 - Instalação e teste do sensor

Nota: (a) instalação do sensor no recipiente (b) teste de sensor, umedecimento por ascensão capilaridade Fonte: O autor

Todos os valores lidos foram anotados em planilha eletrônica para serem comparados e correlacionados com os dados registrados no cartão de armazenamento da placa.

A próxima etapa consistiu em deixar os recipientes com amostra de solo em repouso quando perderam o excesso de umidade por evaporação. As leituras de umidade foram realizadas diariamente seguidas de pesagem das amostras. No momento em que as amostras atingiram valores próximos ao limite inferior de disponibilidade de água,os recipientes foram levados à estufa àtemperatura de 60 °C pelo período de 24 horas, onde permaneceram após mais um ciclo de novas leituras e secagem até atingirem a massa constante. A Figura 18 mostra três amostras em processo de secagem em uma estufa aerada.

Figura 18 - Amostras no processo de secagem em estufa aerada

Fonte: O autor

Para a leitura dos valores, foi necessário aguardar o esfriamento da massa de solo, pois a temperatura elevada interferiu na medida de frequência capturada pela placa a partir dos sensores inseridos. Esta interferência foi observada ao utilizar água aquecida em uma amostra de solo, monitorada, através de um sensor de temperatura, LM35DZ,Figura 19, anexado ao circuito da placa, no qual pode-se verificar que a temperatura elevada alterou as propriedade do material isolante, apresentando comportamento instável e flutuante, quanto ao isolamento e capacitância. Este efeito se reestabelecia após o resfriamento.

Figura 19 - Sensor de temperatura LM35DZ

Fonte: O autor

O processo de secagem, pesagem e coleta de dados foram repetidos para cada amostra até não apresentar mais redução do peso. Na Figura 20 observa-se a coleta de dados pela placa e acompanhamento dos valores lidos pela comunicação serial.

Figura 20 - Coleta de dados e comunicação serial

Nota: (a) coleta de dados (b) exemplo da leitura por comunicação serial Fonte: O autor

A saída de dados do sistema, foi formatado como um arquivo CSV (Comma-separated values), com osdelimitadores, ponto e vírgula (;) e o símbolo pipe (|).

As amostras que não apresentaram conformidade nos resultados esperados, foram descartadas e utilizadas na identificação do erro ocorrido, para assim corrigir as demais, quando pertinente. Notou-se que estas amostras com problemas tiveramcomo principal fator gerador de erro o material isolante.

(b) (a)

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