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CAPÍTULO II REVISÃO DE LITERATURA

2.5 Calorimetria indireta

dos componentes da forragem, a partir da utilização de sacos de náilon imersos, contendo o alimento, no conteúdo ruminal, sendo que segundo Nocek (1998) essa técnica possui como vantagens a maior rapidez do procedimento experimental, boa repetibilidade dos resultados e simplicidade de execução.

Para execução da técnica in situ, Ørskov e McDonald (1979) propuseram modelo exponencial para auxiliar no estudo da degradação dos nutrientes no rúmen em função do tempo, e equação baseada no princípio de redução do material incubado em função do tempo de degradação, proporcionando a obtenção dos valores de degradabilidade potencial e das taxas de degradação, podendo relacioná-las às diferentes taxas de consumo pelo animal.

A determinação dos valores de degradabilidade ruminal, sem levar em consideração a taxa de passagem, pode superestimar a extensão da degradação já que as partículas dos alimentos estão sujeitas a passagem pelos compartimentos do trato digestivo, antes de serem completamente degradadas. No entato, a degradabilidade do alimento varia em função das taxas de degradação e de passagem (Ørskov, 1982). Já o conceito de degradabilidade efetiva leva em consideração a taxa de passagem para avaliar a degradabilidade do alimento.

2. 5 Calorimetria indireta

O armazenamento diário de lípideos e proteína nos animais é determinado a partir da diferença entre toda energia e proteína consumida e as concentrações destes nutrientes que foram excretados via fezes e urina. A ingestão de energia metabolizável é determinada convencionalmente pela mensuração do calor de combustão do alimento consumido, das excreções fecal e urinária, associados com a medida da produção de metano (Johnson, 1986). Já a produção de calor diária do animal é mais comumente calculada a partir do consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono de acordo com a equação de Brouwer (1965).

Segundo Johnson (1986) para que sejam determinados os teores de energia líquida presente nos alimentos vários cuidados devem ser tomados, visando reduzir os erros durante o procedimento experimental. A primeira exigência é a confecção de instalações convencionais que proporcionem conforto para os animais em sistema individual para que possa ser mensurado durante sete dias o consumo do alimento, a produção de fezes e urina e, a digestibilidade do alimento avaliado. Essas instalações devem proporcionar altas taxas de consumo, minimizando o desperdício e permitir a coleta de fezes e urina de forma individual.

A segunda exigência está relacionada ao sistema de medição e coleta de informações referentes a produção e consumo de gases, sendo que o equipamento mais utilizado é a câmara respirométrica em circuito aberto para estudos de calorimetria indireta. Esse sistema de coleta de informações é a forma mais prática de monitoramento do consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono e de metano pelos animais para o cálculo da perda de energia na forma de calor e de gases (Johnson, 1986).

O método mais prático para observar o processo de troca respiratória durante 24 horas para a exigência fisiológica animal, seja para mantença e produção é colocando o animal em uma câmara. A câmara deve ter uma quantidade moderada de ar comprimido e não permitir vazamentos de ar. A pressão interna deve ser ligeiramente negativa em relação ao ambiente externo. Deve fornecer conforto para os animais, permitindo que o animal deite e levante-se à vontade, além de permitir o contato visual com outro animal fora da câmara. Um sistema de desumidificação dentro do câmara é muito importante para animais de grande porte sob a circunstância normal de operação (Johnson, 1986).

O sistema de alimentação e coleta de excretas deve ser realizado, visando manter os níveis de amônia na câmara baixos durante a avaliação de 24 horas. A aspiração do ar exterior deve ser realizada de forma lenta e consistente, proporcionando a entrada do ar com aproximadamente 1,1% dióxido de carbono. O fluxo de gás que saí da câmara é frequentemente monitorado a partir de um analisador de gases seco. A umidade, temperatura e pressão atmosférica dos gases que fluem por meio dos medidores também é monitorada para permitir a correção de temperatura, pressão padrão e gás seco. Buscando-

se reduzir a instabilidade do analisador e/ou a integração das razões dos gases, um espirômetro, retira uma alíquota dos gases de escape (3 a 10 litros), que são recolhidos durante a execução para a determinação primária das concentrações médias dos gases (Johnson, 1986).

Os analisadores das concentrações de dióxido de carbono e de metano a partir de infravermelho, bem como um analisador de oxigênio paramagnético, são usados para analisar os gases de escape de forma contínua e (ou) a alíquota de gases no final das 22 para 24 horas de avaliação. Uma quantidade de gás padrão com O2, CO2 e CH4 (cerca de

19,9, 1,1 e 0,1%) dentro da faixa normal dos gases de escape é necessário para calibrar os analisadores, buscando-se uma precisão de ± 0,002% (Johnson, 1986).

Segundo Rodríguez et al. (2007), para que um sistema de calorimetria indireta funcione em circuito aberto, uma amostra de ar é continuamente enviada para o equipamento de análise por uma bomba a um determinado fluxo (150 a 200ml/min) e o excesso é descartado. Outra bomba dirige os gases para os analisadores a uma taxa constante, em seguida as amostras são filtradas e passadas por meio de um recepiente que contém 100% de sulfato de cálcio para absorver a umidade. O analisadores são montados em série e os resultados são registrados automaticamente por um software específico cada a seis minutos.

Segundo Johnson (1986) a calorimetria indireta possui como vantagens a capacidade de monitorar o acúmulo de energia tecidual sem a necessidade de abater o animal, possui a capacidade de determinar as exigências energéticas dos animais durante as diferentes fases do desenvolvimento, e é um método relativamente rápido, os efeitos oriundos de alterações hormonais ou alimentares podem ser avaliados durante sete dias em intervalos de 1 hora, a absorção global de energia, de proteína e de outros nutrientes, bem como o metano, são determinados de forma simultânea à de produção de calor e à deposição tecidual. Como desvantagens, têm-se o alto custo de implantação, a necessidade de mão-de-obra qualificada e a dificuldade de estimar a deposição tecidual dos nutrientes, principalmente a de proteína.

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