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CAPÍTULO 2 – CONTRIBUIÇÃO DAS RAMIFICAÇÕES NA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR EM CULTIVARES MODERNAS DE SOJA

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.2 CAPÍTULO 2 – CONTRIBUIÇÃO DAS RAMIFICAÇÕES NA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR EM CULTIVARES MODERNAS DE SOJA

Contribuição das ramificações e a evolução do índice de área foliar em cultivares

1

modernas de soja

2

Alencar Junior Zanon (1); Nereu Augusto Streck (1*); Gean Leonardo Richter (1); Camila

3

Coelho Becker (1); Thiago Schmitz Marques da Rocha(1); Jossana Ceolin Cera(1); José

4

Eduardo Minussi Winck(1); Ânthony Paz Cardoso(1); Eduardo Lago Tagliapietra(1);

5

Patric Scolari Weber(1)

6 (1)

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Departamento de Fitotecnia, Avenida 7

Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria (RS), Brasil. 8

(*)

Autor correspondente: nstreck2@yahoo.com.br 9

Recebido: 24/dez./2014; Aceito: 18/abr./2015 10

11

Resumo

12

Os objetivos neste trabalho foram quantificar a contribuição das ramificações e a 13

evolução do índice de área foliar em cultivares modernas de soja de diferentes grupos de 14

maturação, tipos de crescimento, semeadas em diferentes épocas e regiões produtoras de 15

soja no Rio Grande do Sul. Experimentos de campo foram conduzidos durante o ano 16

agrícola 2013/2014 em Santa Maria, Júlio de Castilhos e em três lavouras comerciais de 17

soja nos municípios de Restinga Sêca, Tupanciretã e Água Santa. Avaliaram-se (data de 18

ocorrência) os estágios reprodutivos e a determinação do índice de área foliar total, 19

máximo, da haste principal e das ramificações em treze cultivares de soja. O índice de 20

área foliar das ramificações contribui com cerca de 31%, 12,3% e 11% do índice de área 21

foliar total nas cultivares determinadas, e com 20,2%, 11,8% e 9% do índice de área 22

foliar total nas cultivares indeterminadas nas semeaduras de setembro, novembro e 23

fevereiro, respectivamente, em Santa Maria. A maioria das cultivares apresentou menor 24

índice de área foliar total, máximo, da haste principal e das ramificações com o atraso 25

da época de semeadura, independentemente do grupo de maturação e tipo de 26

crescimento. 27

Palavras-chave: Glycine max, época de semeadura, tipo de crescimento. 28

52

29

Branches contribution and leaf area index evolution in modern cultivars of soybean 30

31

Abstract

32

The purposes of this study were to quantify the branches contribution and the leaf area 33

index evolution in modern cultivars of soybean with different maturity groups, stem 34

termination, sowing in different dates and producing regions of soybean in Rio Grande 35

do Sul. Field experiments were conducted during the growing season 2013/2014 in 36

Santa Maria, Júlio de Castilhos and in three soybean crops on the municipalities of 37

Restinga Sêca, Tupanciretã and Água Santa. It were carried out analysis (occurrence 38

date) of reproductive stages and determination total, maximum, of main stem and of 39

branches of leaf area index in thirteen cultivars of soybean. The leaf area index on the 40

branches contributes with about 31%, 12.3% and 11% of the total leaf area index on the 41

determinate cultivars and with 20.2%, 11.8% and 9% of the total leaf area index on the 42

indeterminate cultivars sowing in September, November and February, respectively, in 43

Santa Maria. Most cultivars showed a reduction on total leaf area index, maximum, of 44

main stem and of branches with the delay on planting date, independently of the 45

maturity group and stem termination. 46

Key words: Glycine max, sowing date, growth type. 47

48

1 INTRODUÇÃO

49

A cultura da soja no Brasil tem tido melhoria contínua de genética e tecnologias 50

de manejo. Entre as principais mudanças no sistema produtivo na região Sul do Brasil, 51

destaca-se o aumento da utilização de cultivares de soja com tipo de crescimento 52

indeterminado e ciclo curto (grupo de maturação entre 4.5 e 7.5) (Richter et al., 2014). 53

Este novo grupo de cultivares começou a ser semeado no Rio Grande do Sul (RS) a 54

partir dos anos 2000 e representou mais de 90% da área semeada com soja no RS no 55

ano agrícola 2013/2014 (Emater, 2014), em contraste com as cultivares de tipo 56

determinado e ciclo médio e tardio, cultivadas desde os primeiros relatos da soja no RS 57

até o final da década de 1990 (Barni & Matzenauer, 2000). A mudança na adoção do 58

tipo de crescimento determinado para indeterminado e, principalmente, a redução da 59

duração do ciclo das cultivares modernas desencadearm ajustes no manejo realizado na 60

cultura da soja desde a década de 1940 no Sul do Brasil (Tian et al., 2010). 61

O máximo rendimento da soja é determinado pela capacidade de as plantas 62

interceptarem radiação solar através do índice de área foliar (IAF) e converterem esta 63

radiação em matéria seca pelo processo fotossintético. O IAF é a relação entre a área 64

foliar (AF) e a área de solo ocupada pelo cultivo (Heiffig et al., 2006). A evolução do 65

IAF ao longo do ciclo de desenvolvimento depende da época de semeadura, genótipo, 66

densidade de plantas, espaçamento entre linhas e manejo fitossanitário. A época de 67

semeadura afeta diretamente a disponibilidade dos elementos meteorológicos ao longo 68

do ciclo de desenvolvimento da soja, que, por sua vez, determinam o período de 69

crescimento vegetativo e a emissão de ramificações nas cultivares de soja (Setiyono et 70

al., 2011). Por exemplo, o atraso na data de semeadura da cultivar IAS 5 em Augusto 71

Pestana (RS), da metade de novembro para o fim de janeiro, provocou a redução do 72

índice de área foliar máximo de 7,5 para 4,3 (Toledo et al., 2010). 73

A caracterização do crescimento vegetativo de cultivares de soja em diferentes 74

condições ambientais permite entender as variações na arquitetura de plantas, visando 75

aumentar o rendimento da cultura através de melhoramento genético e manejo, 76

54

buscando um ideótipo de estrutura de dossel (Setiyono et al., 2011). Existem poucos 77

trabalhos na literatura com objetivo de entender qual a contribuição das ramificações no 78

IAF da soja semeada em locais e épocas de semeadura (Setiyono et al., 2011). Portanto, 79

estudos regionalizados que descrevam a evolução do crescimento foliar e a contribuição 80

das ramificações ao longo do ciclo e nos principais estágios de desenvolvimento 81

necessitam ser realizados para esse novo grupo de cultivares de soja semeadas no Sul do 82

Brasil. Essa caracterização do IAF em resposta às diferentes disponibilidades 83

meteorológicas poderá auxiliar a assistência técnica e produtores a melhorar as práticas 84

de manejo, visando explorar o potencial genético de cada cultivar. Assim, os objetivos 85

neste trabalho foram quantificar a contribuição das ramificações e a evolução do IAF 86

em cultivares modernas de soja de diferentes grupos de maturação, tipos de 87

crescimento, semeadas em diferentes épocas e regiões produtoras de soja no RS. 88

89