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CAPÍTULO 4 – Depósito de pedido de patente: PI1103405-0

Depósito de pedido de patente: PI1103405-0

Protocolo no 000086, datado de 27 de julho de 2011, junto ao INPI

Invenção:

“TRATAMENTO DE EFLUENTES DE PISCICULTURA UTILIZANDO SISTEMA DE ALAGADOS ARTIFICIAIS DE FLUXO SUBSUPERFICIAL CULTIVADOS

COM TYPHA DOMINGENSIS NO PÓS TRATAMENTO DE LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO”.

RESUMO

A presente invenção, que em apenas um elemento possibilita

tratamento de efluentes de piscicultura de forma contínua ou batelada,

reduzindo principalmente as concentrações de nutrientes nitrogenados e

fosforados, através da utilização de tratamento primário em lagoa de

estabilização (A) seguido de tratamento secundário com alagados artificiais

(B) de vazão subsuperficial, e cultivados com macrófitas aquáticas da

espécie Typha domingensis.

O dito processo é constituído por um difusor do efluente (1), três

paredes que servem de obstáculo ao material flutuante (2 e 3) e

sedimentável (4), com drenagem de superfície (5, 6, 7 e 8) e de fundo (9,

10, 11 e 12), recolhendo-os em caixas coletoras (13 e 14) para

posteriormente serem utilizados como fertilizantes na agricultura. O

sobrenadante é recebido em uma calha (15) e passa por um novo difusor

(16) que o distribui homogeneamente no segundo compartimento. O

volume do segundo compartimento (B) é preenchido ¼ com brita 0 (17)

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macrófitas aquáticas da espécie Typha domingensis (19), e o restante do

volume preenchido com o sobrenadante do primeiro compartimento (A).

Parte do material em suspensão que não ficar retido na lagoa de

estabilização (A) entra no alagado artificial (B) particionado por duas

placas tipo guilhotina (20 e 21), onde sofre decomposição por bactérias

aeróbias e anaeróbias fixas nas raízes das macrófitas e na brita,

funcionando como leito fixo, quando parte dos metabólicos será assimilada

pelas macrófitas aquáticas. O efluente tratado é então recolhido por um

tubo perfurado (22) e direcionado por desnível para a saída (23), podendo

ser reaproveitado na própria piscicultura ou lançados nos ambientes

aquáticos sem provocar sua eutrofização artificial.

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RELATÓRIO DESCRITIVO

Refere-se a presente invenção ao desenvolvimento de um processo

de tratamento de efluentes de piscicultura, utilizando sistema de alagados

artificiais de fluxo subsuperficial cultivados com Typha domingensis no

pós tratamento de lagoa de estabilização com pré decantação, para uso em

fluxo de efluente de forma contínua ou batelada.

Atualmente, a demanda mundial por proteína animal tem

intensificado a produtividade nas pisciculturas, aumentando a geração de

resíduos habitualmente lançados nos corpos hídricos sem um tratamento

adequado, que possa utilizar processos biotecnológicos de baixo custo de

operação e manutenção. Poucas são as pisciculturas que possuem sistemas

para tratamento de seus efluentes, principalmente para remoção de seus

constituintes nitrogenados e fosforados, oriundos da excreção de peixes,

ração e fertilizantes, capazes de provocar a eutrofização de suas águas, e

presentes muitas vezes no material particulado ou em suspensão. Outro

inconveniente deve-se ao fato de que o fluxo de efluente das pisciculturas

não é constante e a concentração de seus contaminantes varia de acordo

com período de despesca e adubação. O tratamento de efluentes de

piscicultura mais utilizado atualmente consiste em sistema de lagoas de

estabilização.

Com intuito de solucionar tais inconvenientes, desenvolveu-se a

presente invenção para tratar efluentes de piscicultura de forma contínua ou

batelada, reduzindo principalmente as concentrações de nutrientes

nitrogenados e fosforados, através da utilização de tratamento primário em

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artificiais de vazão subsuperficial, e cultivados com macrófitas aquáticas da

espécie Typha domingensis.

Avaliado durante um ano, o sistema operou de forma contínua e

batelada, tratando efluentes de um viveiro de policultivo, onde a

temperatura média do ar variou entre 12 e 27

o

C nos meses mais frios

(junho e julho) e entre 18 e 30

o

C nos meses mais quentes. Estudou-se a

eficiência do tratamento variando-se o tempo de detenção hidráulica (TDH)

de 0 a 5 dias, e a densidade de macrófita de 0 a 50 brotos/m

2

. As medições

dos parâmetros físicos, químicos e biológicos iniciaram após 160 dias do

cultivo dos brotos da Typha domingensis, tempo suficiente para que

atingisse 136 ± 16 cm de altura. Os parâmetros analisados foram nitrogênio

total, fósforo total, material em suspensão, DBO

5

, coliformes totais e

clorofila total. Não houve diferença significativa entre os resultados

realizados de forma contínua e batelada, mostrando que ambos podem ser

utilizados. Os melhores resultados foram obtidos com 3 dias de TDH e com

50 brotos/m

2

, onde se teve eficiência na remoção de 63% do nitrogênio

total, 55% do fósforo total, 51% do material em suspensão, 82% da DBO

5

,

94% dos coliformes totais e 68% da clorofila total. A remoção do

nitrogênio total foi de 1,733 ± 0,198 mg/dia.broto, do fósforo total foi de

0,207 ± 0,023 mg/dia.broto, e da clorofila total foi de 0,092 ± 0,012

mg/dia.broto.

A invenção poderá ser mais bem compreendida através da seguinte

descrição detalhada, em consonância com as figuras em anexo, onde:

A FIGURA 1 representa uma vista de topo do sistema.

A FIGURA 2 representa uma vista longitudinal, em corte, do

sistema.

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Com referência a estas figuras, o sistema é formado por dois

compartimentos, sendo o primeiro (A) uma lagoa de estabilização onde

ocorre a decantação de parte do material em suspensão, e o segundo (B) um

alagado artificial que funciona como biorreator, onde microorganismos

anaeróbios e aeróbios são os principais responsáveis pela degradação da

matéria orgânica, com consequente assimilação dos metabólicos pelas

macrófitas aquáticas, além da redução de patógenos.

No primeiro compartimento o efluente passa por um tubo perfurado

(1) que funciona como difusor, e segue na direção de três paredes, das

quais duas (2 e 3) servem para reter o material flutuante e direcionar o

fluxo para o fundo, e uma (4) para reter parte do material sedimentável e

direcionar o fluxo para cima. Os materiais flutuantes são retirados pelos

drenos superiores (5, 6, 7 e 8) e os sedimentáveis pelos inferiores (9, 10, 11

e 12) para os quais são direcionados devido à inclinação de um ângulo fixo

de 2º com a horizontal. Todo material drenado é recolhido em caixas

coletoras (13 e 14) para posteriormente serem utilizados como fertilizantes

na agricultura. O sobrenadante é recebido em uma calha (15) e passa por

um novo difusor (16) que o distribui homogeneamente no segundo

compartimento.

O volume do segundo compartimento (B) é preenchido ¼ com brita

0 (17) malha 12 mm, e ¼ com brita 2 (18) malha 30 mm, onde são

cultivadas macrófitas aquáticas da espécie Typha domingensis (19), e o

restante do volume preenchido com o sobrenadante do primeiro

compartimento (A). Duas placas tipo guilhotina, sendo uma fixa (20) e a

outra móvel (21), utilizadas no segundo compartimento (B), forçam a

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passagem do efluente pela brita e também possibilita em caso de

manutenção, o direcionamento superficial do sobrenadante.

Parte do material em suspensão que não ficar retido na lagoa de

estabilização (A) entra no alagado artificial (B), onde sofre decomposição

por bactérias aeróbias e anaeróbias fixas nas raízes das macrófitas e na

brita, funcionando como leito fixo, quando parte dos metabólicos será

assimilada pelas macrófitas aquáticas. O efluente tratado é então recolhido

por um tubo perfurado (22) e direcionado por desnível para a saída (23),

podendo ser reaproveitado na própria piscicultura ou lançado em ambientes

aquáticos sem provocar sua eutrofização artificial.

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REIVINDICAÇÃO

“TRATAMENTO DE EFLUENTES DE PISCICULTURA UTILIZANDO SISTEMA DE ALAGADOS ARTIFICIAIS DE FLUXO SUBSUPERFICIAL CULTIVADOS COM TYPHA DOMINGENSIS NO PÓS TRATAMENTO DE LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO” caracterizado por constituir-se de um bioprocesso que possibilita o tratamento preferencialmente de efluentes de piscicultura de forma contínua ou batelada, reduzindo principalmente as concentrações de nutrientes nitrogenados e fosforados, através da utilização de tratamento primário em lagoa de estabilização (A) seguido de tratamento secundário com alagados artificiais (B) de vazão subsuperficial, e cultivados com macrófitas aquáticas da espécie Typha domingensis.

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