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Estudo clínico-patológico de 190 tumores odontogênicos na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.

Introdução: Os tumores odontogênicos são exclusivos da região buço maxilofacial, apresentando-se como hamartomas, neoplasias benignas e malignas. Em 2005, a classificação de tumores odontogênicos foi revisada pela OMS, com algumas mudanças importantes, como a introdução do tumor odontogênico cístico ceratinizante. Utilizando-se desta revisão, apenas três estudos sobre epidemiologia de tumores odontogênicos em língua portuguesa ou inglesa foram publicados. Este trabalho tem o objetivo de realizar um estudo clínico-patológico de tumores odontogênicos na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.

Métodos: Dados de 6231 laudos histopatológicos de lesões orais, do período de 2001 a 2005, oriundos de cinco laboratórios de anatomia patológica foram analisados. Variáveis de sexo, idade, localização e conclusão histopatológica foram coletadas.

Resultados: Entre as 6231 lesões, ocorreram 190 casos de tumores odontogênicos, representando 3,05% de todas as lesões. Os TOs apresentaram predileção pelo sexo feminino, com proporção homem:mulher de 1:1,56. Estas neoplasias acometeram uma ampla faixa etária, variando de 1 a 78 anos de idade, com 59,03% dos casos ocorrendo da primeira à terceira décadas de vida, e média de idade de 30,5 anos. As neoplasias mais comuns foram o ameloblastoma, tumor odontogênico cístico ceratinizante e odontoma. Nenhum caso de tumor odontogênico maligno foi observado.

Conclusão: Tumores odontogênicos são neoplasias raras na população estudada, acometem mais pacientes do sexo feminino, sendo mais comuns o ameloblastoma e tumor odontogênico cístico ceratinizante.

Palavras chave: Tumores odontogênicos, ameloblastoma, tumor odontogênico cístico ceratinizante, epidemiologia.

3.3.1 Introdução

Tumores odontogênicos (TO) constituem um grupo patológico incomum, exclusivo da região buco-maxilofacial e composto por lesões de comportamento bastante variável, compreendendo desde lesões hamartomatosas a neoplasias malignas metastatizantes (Philipsen & Reichart, 2002; Mosqueada-Taylor, 2008). Os tumores odontogênicos são lesões derivadas de elementos epiteliais, ectomesenquimais ou mesenquimais que são ou foram parte da odontogênese, e podem ocorrer centralmente no esqueleto maxilofacial ou nos tecidos moles periféricos desta região (Barnes et al., 2005; Buchner et al., 2006). A literatura demonstra uma variação geográfica na freqüência relativa e localização dos tumores odontogênicos (Ladeinde et al., 2005; Barnes et al., 2005; Sriram & Shetty, 2008). Até o presente momento, a classificação mais citada é a de 1992 da Organização Mundial de Saúde (OMS). No ano de 2005, a classificação da OMS foi revisada e atualizada, com algumas modificações, nas quais a principal foi a introdução do antigo ceratocisto odontogênico como tumor odontogênico, passando a ser denominado Tumor Odontogênico Cístico Ceratinizante (Barnes et al., 2005).

Características morfológicas e indutivas relacionadas a diferentes estágios do germe dental normal são reproduzidas em maior ou menor extensão em vários tumores odontogênicos (Barnes et al., 2005). Clinicamente a maioria dos casos ocorre centralmente nos ossso gnáticos, com sinais quase sempre inespecíficos, como expansão óssea lenta assintomática ou com pouca sintomatologia em tumores benignos. Dor e crescimento rápido são mais característicos de neoplasias malignas (Mosqueda Taylor et al., 2003; Barnes et al., 2005; Buchner et al., 2006).

Os tumores odontogênicos são classificados em dois grandes grupos de acordo com seu comportamento, os TO malignos e TO benignos. TO benignos são subdivididos em três sub-grupos, baseados no tipo de tecido odontogênico envolvido, sendo eles: Tumores do epitélio odontogênico com estroma fibroso maduro, sem ectomesênquima odontogênico; Tumores do epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico, com ou sem formação de tecido calcificado; Tumores odontogênicos de ectomesênquima com ou sem epitélio odontogênico (Barnes et al., 2005). O conhecimento de características clinico- epidemiológicas básicas, como sexo, idade e localização, é de grande importância para a elaboração de diagnósticos diferenciais em tumores odontogênicos, conhecimento da ocorrência mais precisa destas lesões em diferentes populações e possíveis fatores associados ao desenvolvimento (Mosqueada-Taylor, 2008). A literatura brasileira é escassa em relação à

epidemiologia destes tumores, tendo os principais estudos utilizado a classificação de 1992 da OMS (Santos et al., 2001; Fernandes et al., 2005; Avelar et al., 2008;). O objetivo deste estudo é realizar uma análise epidemiológica de tumores odontogênicos a partir de laudos histopatológicos de cinco laboratórios de anátomo-patologia da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil.

3.3.2 Metodologia

Trata-se de um trabalho observacional transversal. Cinco laboratórios de anatomia- patológica da cidade de Fortaleza, do serviço público e privado, foram convidados a participar da pesquisa, através do Termo de Consentimento e Participação da Instituição, os quais são: Serviço de Biopsia do Departamento de Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará; Laboratório de Anátomo patologia do Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPCC); Laboratório de Patologia Bucal da Universidade de Fortaleza (UNIFOR); Laboratório BIOPSE; e Centro Intergrado de Diagnóstico Oral (C.I.D.O.).

Dados dos arquivos de laudos histopatológicos dos laboratórios, referentes ao período de janeiro de 2001 a dezembro de 2005, foram analisados e catalogados em ficha de coleta de dados. Os dados coletados foram número da biopsia, nome, sexo, idade e raça do paciente, localização da lesão e conclusão do laudo histopatológico. Foram incluídos todos os laudos de tumores odontogênicos. Neoplasias malignas que necessitavam, mas não realizaram estudo de imunohistoquímica para conclusão diagnóstica foram classificadas apenas com base em sua origem, como neoplasia odontogênica maligna.

As lesões foram então agrupadas, seguindo a classificação da OMS de 2005, em tumores odontogênicos malignos e tumores odontogênicos benignos. Os tumores odontogênicos benignos foram agrupados em quatro categorias: Tumores do epitélio odontogênico com estroma fibroso maduro, sem ectomesênquima odontogênico; Tumores do epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico, com ou sem formação de tecido calcificado; Tumores odontogênicos de ectomesênquima com ou sem epitélio odontogênico; Tumores odontogênicos benignos sem outras especificações (aqueles que não foram tipificados).

Os odontomas não foram separados em complexo ou composto, pois esta classificação não é possível apenas com base no aspecto histopatológico sem auxílio de radiografias, e também por não haver importância clínica na distinção (Buchner et al., 2006).

Casos de fibrodentinoma amelobástico e fibrodontoma ameloblástico foram classificados como mesma lesão.

Os dados coletados foram submetidos ao teste chi-quadrado, sendo considerado estatisticamente significativo um p menor que 0,05. Esta pesquisa foi submetida e aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da UFC, com protocolo de aprovação 250/06.

3.3.3 Resultados

No período analisado foram coletados um total de 190 casos de tumores odontogênicos, representando 3,05% das 6231 lesões de cavidade oral analisadas no período, 61,05% (116) dos casos no sexo feminino e 38,95% (74) no sexo masculino. Com relação à faixa etária, os tumores odontogênicos ocorreram entre 1 e 78 anos de idade, com média de 30,5 (±17,1) anos. Entre todos os casos, 59,03% ocorreram em pacientes de até 30 anos. Em 12,63% (24) dos casos a faixa etária não pode ser identificada (Tabela C1).

Com relação aos grupos de tumores odontogênicos, todas as lesões encontradas eram benignas. Dentre estas, 60,53% (115) eram tumores do epitélio odontogênico com estroma fibroso maduro, sem ectomesênquima odontogênico, 21,05% (40) eram tumores do epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico, com ou sem formação de tecido calcificado, 16,84% (32) eram tumores odontogênicos de ectomesênquima com ou sem epitélio odontogênico, e 1,58% (3) foram classificados como tumores odontogênicos benignos sem outra especificação. As lesões mais comuns foram, em ordem decrescente, o ameloblastoma, seguido do tumor odontogênico cístico ceratinizante e odontoma, com 28,42%, 27,37% e 18,95%, respectivamente, porém não houve diferença estatisticamente significativa entre ameloblastoma e tumor odontogênico cístico ceratinizante. No sexo masculino, o ameloblastoma seguido pelo tumor odontogênico cístico ceratinizante e o odontoma foram as lesões mais comuns em ordem decrescente, enquanto que no feminino, o tumor odontogênico cístico ceratinizante, ameloblastoma e odontoma foram as mais prevalentes em ordem decrescente (Tabela C2).

Ocorreram 54 casos de ameloblastoma, o que representa 28,42% de todos os tumores odontogênicos. Esta neoplasia acometeu uma faixa etária variando de 10 a 74 anos, média de idade de 33,5 (±17,6) anos, com 68,88% dos casos ocorrendo entre a segunda e quarta décadas de vida, com leve tendência para o sexo feminino (53,70%). A mandíbula foi acometida em 85% dos casos, com a região posterior sendo a mais afetada, e 15% na maxila. Ameloblastoma multicístico ou sólido convencional ocorreu em 85% dos casos e ameloblastoma unicístico em 15%.

O tumor odontogênico cístico ceratinizante acometeu 52 pacientes, representando 27,37% dos tumores odontogênicos. O sexo feminino foi o mais acometido (63,46%), com uma relação homem:mulher de 1:1,8. Com relação à faixa etária, esta neoplasia ocorreu em pacientes variando de 8 a 68 anos, média de idade de 31,9 (±16,4) anos, com 70,00%

acometendo pacientes da segunda a quarta décadas de vida. A mandíbula foi acometida em 60% dos casos acorreram na mandíbula, principalmente na região posterior.

Ocorreram 36 casos de odontoma, representando 18,95% dos tumores odontogênicos. O sexo feminino apresentou 66,67% dos casos, com uma proporção homem:mulher de 1:2. Com relação à faixa etária, os odontomas acometeram pacientes entre 4 e 78 anos de idade, média de 28,1 (±20,3) anos, com 65,63% dos casos ocorrendo da primeira a terceira décadas de vida. De todos os casos, 61% ocorreram na maxila, com a região anterior sendo mais acometida.

Foram catalogados 13 casos de mixoma odontogênico, o que representa 6,84% dos tumores odontogênicos. O sexo feminino foi o mais acometido, representando 69,23% dos casos. Esta neoplasia ocorreu em faixa etária variando de 1 a 33 anos, com média de idade de 17,1 (±10,5) anos. A maxila foi mais acometida (60% dos casos)..

Ocorreram 12 casos de fibroma odontogênico, o que representa 6,32% dos tumores odontogênicos. A sexo feminino foi o mais prevalente (75,%), com faixa etária variando entre 8 e 50 anos de idade, média de 26,1 (±12,7) anos. A mandíbula (60%) foi mais acometida que a maxi1a.

3.3.4 Discussão

Tumores odontogênicos são lesões consideradas raras, representando entre 0,7% a 2,7% das lesões de cavidade oral enviadas a serviços de anatomiapatologica (Mosqueda- Taylor et al., 1997; Santos et al., 2001; Ochsenius et al., 2002; Buchner et al., 2006). São neoplasias que apresentam variação geográfica (Sriram & Shetty, 2008), tendo um estudo da Nigéria publicado uma prevalência de 9,3% (Ladeinde et al., 2005). No presente estudo, este grupo patológico representou 3,05% das lesões de cavidade oral analisadas. O primeiro relato na literatura de um caso de tumor odontogênico data de 1839, em um caso de lesão mandibular que hoje seria classificada como cementoblastoma (Philipsen & Reichart, 2006).

A literatura é escassa de estudos utilizando-se da última classificação de tumores odontogênicos da OMS (Jing et al., 2007; Avelar et al., 2008; Luo e Li, 2009), fazendo com que comparações com o presente estudo sejam difíceis. Baseados na antiga classificação, os estudos realizados nas Américas, incluindo EUA, México, Chile e Brasil mostram o odontoma como o tumor odontogênico mais comum, representando entre 45% a 75% dos tumores odontogênicos (Regezi et al., 1978; Mosqueda-Taylor et al., 1997; Santos et al., 2001; Ochsenius et al., 2002; Buchner et al., 2006). Casuísticas de outras regiões, como China, Nigéria, India, Sri Lanka, Tanzania, Istambul mostram o ameloblastoma como o tumor odontogênico mais comum (Lu et al., 1998; Ladeinde et al., 2005; Simon et al., 2005; Olgac

et al., 2006; Okada et al., 2007; Sriram & Shetty, 2008).

Utilizando-se da classificação de 2005 da OMS, dois estudos demonstram que o tumor odontogênico cístico ceratinizante é a neoplasia odontogênica mais comum, seguido pelo ameloblastoma e odontoma (Avelar et al., 2008; Luo & Li, 2009) e um estudo conduzido na China, com 1642 casos, mostrou o ameloblastoma, seguido do tumor odontogênico cístico ceratinizante e pelo odontoma como as neoplasias mais comuns (Jing et al., 2007). Dados semelhantes foram encontrados no presente estudo, onde o ameloblastoma, seguido pelo tumor odontogênico cístico ceratinizante e odontoma, foram as neoplasias mais comuns (Tabela C3).

Com relação ao sexo, o feminino foi o mais acometido, assim como em outros estudos (Santos et al., 2001; Ochsenius et al., 2002; Fernandes et al., 2005; Olgac et al., 2006; Avelar

et al., 2008), com 61,05% dos casos. Diferente do encontrado por Jing et al., 2007, onde os

homens foram mais acometidos. No sexo masculino as lesões mais comuns foram, em ordem decrescente, o ameloblastoma, o tumor odontogênico cístico ceratinizante e odontoma, e no sexo feminino, o tumor odontogênico cístico ceratinizante, ameloblastoma e odontoma.

Os tumores odontogênicos ocorrem em uma ampla faixa etária, com média de idade 30,5 anos, dado semelhante ao encontrado por Jing et al., 2007. Em nossa casuística 59,03% dos pacientes acometidos estavam entre a primeira e terceira décadas de vida, dados semelhantes aos encontrados por Avelar et al., 2008, nos quais 57% dos casos encontravam- se da primeira a terceira décadas de vida.

Assim como no estudo de Avelar et al., 2008, o ameloblastoma foi a neoplasia mais comum neste estudo, sendo mais encontrada na região posterior de mandíbula, porém Avelar

et al., 2008, relataram não haver diferença entre sexos. Já Fernades et al., 2005, encontraram

uma leve tendência para o sexo feminino, dado semelhante ao encontrado neste estudo. Com relação a faixa etária, os dados foram semelhantes aos da literatura, mostrando uma predileção para a segunda, terceira e quarta décadas de vida (Jing et al., 2007; Avelar et al., 2008). De todos os ameloblastomas, 15% eram do tipo unicístico, o que difere de dados relatados por Buchener et al., 2006, que encontraram 46% dos ameloblastomas como do tipo unicístico.

O tumor odontogênico cístico ceratinizante teve uma predileção pelo sexo feminino (63,46%), sendo o tumor odontogênico mais prevalente no sexo feminino neste estudo. Avelar et al., 2008, também mostraram uma predileção pelo sexo feminino, porém Gonzales- Alva et al., 2008, em estudo com 183 casos de tumor odontogênico cístico ceratinizante, não encontraram predileção por sexo. Assim como relatado na literatura, a região posterior de mandíbula foi a mais acometida (Gozales-Alva et al., 2008).

O odontoma foi o terceiro mais prevalente nesta casuística, indo de encontro com a literatura onde aparece como o tumor odontogênico mais comum (Regezi et al., 1978; Mosqueda-Taylor et al., 1997; Santos et al., 2001; Ochsenius et al., 2002; Buchner et al., 2006). Foi demonstrada uma predileção pelo sexo feminino, acometendo principalmente a região anterior da maxila, dados semelhantes aos de Avelar et al., 2008. Outros estudos mostram igual distribuição por sexo (Buchner et al., 2006), ou leve predileção pelo sexo masculino (Fernandes et al., 2005).

O cementoblastoma teve uma prevalência maior (3,68%) que em outros estudos (Ochsenius et al., 2006; Buchner et al., 2006; Avelar et al., 2008), assim como o fibroma odontogênico (6,32%). O mixoma odontogênico teve uma prevalência semelhante ao relatado por Jing et al., 2007, e Avelar et al., 2008. Nenhum caso de tumor odontogênico maligno foi observado neste, corroborando a sua raridade relatada na literarura (Fernandes et al., 2005; Ochsenius et al., 2006; Buchner et al., 2006; Jing et al., 2007; Avelar et al., 2008; Buchner et

al., 2006), porém, Luo & Li, 2009, em uma análise de 1309 casos de tumores odontogênicos,

3.3.5 Conclusão

Os tumores odontogênicos são lesões raras na população estudada, sendo representados principalmente pelo ameloblastoma, tumor odontogênico cístico ceratinizante e odontoma. Estas neoplasias apresentaram maior prevalência em mulheres até a terceira década de vida, acometendo principalmente a mandíbula. Com a introdução do tumor odontogênico cístico ceratinizante esta neoplasia passou a ser um dos tumores odontogênicos mais prevalentes.

3.3.6 Referências bibliográficas

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3.3.7 Tabelas

Tabela C1. Relação dos tumores odontogênicos com o sexo, Fortaleza, 2009.

Masculino Feminino Total

0-10 anos 7 (10,61%) 6 (6,00%) 13 (7,83%) 11-20 anos 18 (27,27%) 28 (28,00%) 46 (27,71%) 21-30 anos 17 (25,76%) 22 (22,00%) 39 (23,49%) 31-40 anos 8 (12,12%) 15 (15,00%) 23 (13,86%) 41-50 anos 10 (15,15%) 13 (13,00%) 23 (13,86%) 51-60 anos 2 (3,03%) 5 (5,00%) 7 (4,22%) 61-70 anos 3 (4,55%) 8 (8,00%) 11 (6,63%) 71-80 anos 1 (1,52%) 3 (3,00%) 4 (2,41%) TOTAL 66 (100%) 100 (100%) 166 (100%)

Tabela C2. Distribuição dos tumores odontogênicos de acordo com o sexo, Fortaleza, 2009.

Masculino Feminino Total

Ameloblastoma 25 (33,78%) 29 (25,00%) 54 (28,42%) Tumor odontogênico Cístico ceratinizante 19 (25,68%) 33 (28, 45%) 52 (27,37%) Tumor Odontogênico Adenomatóide 1 (1,35%) 0 (0%) 1 (0,53%) Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante 1 (1,35%) 0 (0%) 1 (0,53%) Tumor odontogênico cístico calcificante 1 (1,35%) 6 (5,17%) 7 (3,68%) Odontoma 12 (16,22%) 24 (20,69%) 36 (18,95%) Fibroma ameloblástico 2 (2,70%) 1 (0,86%) 3 (1,58%) Fibrodontoma ameloblástico 0 (0%) 1 (0,86%) 1 (0,53%) Cementoblastoma 3 (4,05%) 4 (3,45%) 7 (3,68%) Fibroma Odontogênico 3 (4,05%) 9 (7,76%) 12 (6,32%) Mixoma Odontogênico 4 (5,41%) 9 (7,76%) 13 (6,84%)

T.O. não especificado 3 (4,05%) 0 (0%) 3 (1,58%)

Tabela C3. Frequência relativa de tumores odontogênicos na literatura segundo a classificação de 2005 da OMS.

Ameloblastoma TOCC Odontoma Número total

tumores odontogênicos Jing et al., 2007 40% 35% 4,7% 1642 Avelar et al., 2008 23% 30% 22% 238

Luo & Li,

2009 36,5% 38,7% 6,1% 1309

Presente

4 DISCUSSÃO GERAL

Todos os tecidos removidos do corpo humano devem ser submetidos à análise microscópica para conclusão diagnóstica (Deboni et al., 2005). Mesmo algumas condições, consideradas inicialmente como variantes do normal, podem representar o início de uma malignidade, ou manifestações de doenças sistêmicas (Velloso, 2001). O exame histopatológico é importante não somente para a elucidação diagnóstica, mas também para definir tratamentos mais adequados. Outro fator de grande relevância, ao analisarmos conjuntos de exames histopatológicos, é o conhecimento da incidência e prevalência de determinadas condições, gerando uma análise epidemiológica da população atendida pelo serviço de saúde em questão (Nascimento et al., 2005, Deboni et al., 2005). Por ser o Brasil um país de grandes dimensões, estudos epidemiológicos em diferentes locais são importantes. A cidade de Fortaleza-CE ainda não possui um estudo publicado sobre epidemiologia de lesões orais.

Para que determinado estudo epidemiológico possa ser levado à prática, é fundamental o preenchimento adequado de solicitações histopatológicas, abrangendo não só a identificação pessoal do paciente, mas também dados como idade, sexo, etnia, localização, hábitos e vícios, histórico clínico da lesão e achados de exames complementares, como exames imaginológicos (Velloso, 2001; Deboni et al., 2005). Estes dados são relevantes também para a conclusão diagnóstica. As lesões fibro-ósseas, por exemplo, que neste estudo apresentaram 121 casos, são alterações que necessitam de uma interação entre dados clínicos, radiológicos e microscópios para um correto diagnóstico (Eversole et al., 2008).

No presente estudo, a falta de preenchimento adequado de solicitações de exames histopatológicos reduziu a amostra de análise racial, já que em apenas 38,36% dos casos a raça do paciente pode ser coletada, impossibilitando a análise racial de 3941 lesões. Outro dado intrigante é a não informação da idade do paciente e localização da lesão em 12,30% e 9,02% dos casos, respectivamente. Estes dados podem auxiliar consideravelmente o diagnóstico histopatológico, já que a prevalência das lesões orais pode variar de acordo com a faixa etária e a localização acometida (Weir et al., 1987; Watson et al., 1996; Reichart et al., 2000; Lin et al., 2001; Nascimento et al., 2005).

Diversos estudos utilizaram dados de exames histopatológicos para levantamentos epidemiológicos de lesões orais, porém os estudos publicados demonstram uma grande variação em relação à metodologia. Alguns estudaram patologias específicas, como tumores odontogênicos (Mosqueda-Taylor et al., 1997; Santos et al., 2001; Ochsenius et al., 2002;

Buchner et al., 2006; Jing et al., 2007; Avelar et al., 2008; Luo e Li, 2009), cistos odontogênicos (Koseoglu et al., 2004; Varinauskas et al., 2006), lesões fibro-ósseas

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