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CAP 5 REFLEXÕES SOBRE O HUMANO, A TECNOLOGIA, ESCOLA E A INTERNET

Introdução

Durante séculos o progresso humano evoluiu lentamente, as alterações científicas eram tão ínfimas que um simples incidente, como um pequeno corte na pele provocava grandes seqüelas, por não se lavar adequadamente a ferida.

Surge o século XX e com ele as grandes revoluções tecnológicas, transformando a lentidão de outrora em ágeis processos de produção e comunicação, mas mesmo diante de um imenso oceano de sabedoria a inundar o mundo contemporâneo, ainda há um grande contingente de seres humanos ilhados num mar de exclusão, pois as novas tecnologias não lhes possibilitam o acesso aos métodos facilitadores à inclusão social, isolando-os às margens do mundo moderno.

5.1 - O avanço vertiginoso das novas tecnologias

A tecnologia avança com a velocidade da Internet e o ser humano que produz todo este novo conhecimento, ainda sente grande dificuldade em harmonizar todo este avanço midiático com toda a sociedade a começar pela comunidade escolar.

Como profissional da Educação, o professor, especialista em educação, precisa ampliar e acelerar sua leitura do mundo que está sofrendo modificações a cada instante.

Neste capítulo quer se fazer uma reflexão sobre os valores atuais deferidos ao professor, a tecnologia e a escola (sala de aula).

A experiência vivida com a informática aplicada à Educação nos últimos anos, aguça reflexão sobre como o uso do computador no cotidiano escolar pode redimensionar a prática pedagógica e, também, sobre como é possível se criar de aprendizagens baseadas nesta mídia como ferramenta principal, a fim de propiciar ao educando (no contexto desta pesquisa, o jovem e adulto não escolarizado no

Ensino Fundamentai), a oportunidade de desenvolver atividades interessantes, desafiantes e que viabilizem propósitos educacionais, aprimorando competências cognitivas a partir de habilidades já adquiridas ao longo da vida.

Busca-se unir a prática pedagógica e práxis do dia-a-dia popular, à tecnologia para enfrentar o desafio de desenvolver um software de acordo com a visão do adulto, como o intuito de otimizar seu tempo enriquecendo o cotidiano acadêmico que vai além dos muros escolares. Um software que dinamize o processo da aprendizagem aliado ao conhecimento do professor e sua disposição a fazer diferente, pensando diferente, ou seja, do ensino entre professores e alunos, ao criar ambientes propícios à inserção virtual de conteúdos com um formato atrativo, lúdico, criativo e fora da rotina escolar. A rigidez metodológica imposta pela gestão escolar, apresenta sérios problemas no campo educacional. A ênfase do processo educacional deve ser o desenvolvimento de idéias, da comunicação e da construção do conhecimento dos educandos. Neste sentido, o papel do professor na inserção das mídias interativas no processo do desenvolvimento de diferentes habilidades é de fundamental relevância. Não obstante há necessidade de reflexões sobre o papel do professor e da Escola, nesta sociedade tecnológica.

A hipótese pela qual se começa a reflexão sobre a relação entre didática e recursos auxiliares do ensino - especificamente, as novas tecnologias - é de que, nos próximos anos, a educação escolar (principalmente, as oferecidas pelas grandes redes públicas de ensino de todos os níveis) não sofrerá as alterações estruturais e significativas, de que tanto precisa. Parte-se, assim, do princípio de que a escola continuará a mesma ainda por algum tempo: seriada, disciplinar, com turmas razoavelmente grandes, professores e alunos interagindo em um mesmo ambiente físico - a sala de aula - com o objetivo explícito de ensinar e aprender.

Para algumas pessoas este modelo parece ser inalterável. Como se fosse inerente ao homem, à sociedade. É como se, em todos os tempos da história da humanidade, a escola, o currículo, a divisão disciplinar, a distribuição dos alunos em turmas, a carga horária, o conteúdo... enfim, toda as coisas que fazem parte da “cultura” escolar estivessem sempre presentes e, praticamente, da mesma forma como é hoje.

Sabe-se que não foi sempre assim. Este modelo de escola, de aluno, de professor, de ensino, é relativamente recente, se considerar a história da humanidade; e também, extremamente antigo e conservador, se considerar as transformações ocorridas no conhecimento e na sociedade como um todo no último século e, principalmente, nas últimas décadas. Há necessidade de se esclarecer que nem toda informação é sinônimo de saber. Eis aí o papel decisório do ensino: transformar informações em saberes exploráveis.

Na atualidade conforme BUTTON (1988), as alterações ocorridas a partir dos avanços da tecnologia invadem o cotidiano. As facilidades de comunicação e informação advindas com os avanços tecnológicos se traduzem em mudanças irreversíveis nos comportamentos pessoais e sociais. Novas formas de pensar, de agir e de se relacionar comunicativamente são introduzidas como hábitos corriqueiros. A televisão, o rádio, o telefone e o videocassete são máquinas plenamente conhecidas por sujeitos de todas as camadas sociais. São também de acesso fácil e uso ampliado por pessoas de todas as idades: adultos, jovens e crianças. Isto sem falar nos equipamentos eletrônicos mais sofisticados - do fax ao computador pessoal - e suas múltiplas possibilidades de uso como veículos de comunicação, de informação, de lazer, de aprendizagem... e que não causam mais tantas surpresas.

A comunicação é a mídia fundamental em qualquer tipo de relacionamento. Sem ela, todo processo de pesquisa é simplesmente perdido. A forma de expressar um pensamento é peculiar a cada indivíduo e que será demonstrado por meio de sua habilidade particular, afim de que sua idéia seja plenamente entendida. Os meios de massa e o computador tornam o indivíduo multicultural, suprindo as questões de fronteiras e distâncias entre as pessoas. A educação no papel do professor, precisa estar nessa dinâmica de comunicações sem fio, via rede, no qual “os sistemas “sentem” a presença das pessoas, antecipam suas necessidades de informação e transferem a tarefa para um dispositivo móvel”.1 E o professor, também se antecipa à necessidade do aluno, do mercado, da tecnologia? O professor mudou?