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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4.1. Àrea 1 – Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem

4.1.2. Planeamento

4.1.3.4. Capacidade de instrução

Os alunos apenas aprendem aquilo que lhes é ensinado. Ensinar é uma tarefa específica e intencional, sendo que é esta intencionalidade que define o ambiente de instrução (Rink, 1999). Siedentop, citado por Serra (2001) refere que a instrução refere-se aos comportamentos de ensino que constituem o reportório de conhecimentos e competências do professor para comunicar a informação relacionada com a matéria de ensino com qualidade.

Um aluno que seja capaz manter durante mais tempo uma exercitação de qualidade, com uma taxa de sucesso na tarefa elevada e um processamento cognitivo superior será aquele que mais evoluirá ou aprenderá. Assim sendo, é de acreditar que o professor tem que ser capaz de criar o ambiente ideal de aprendizagem, ajustando a exercitação aos objetivos de aprendizagem e a cada aluno. Deve ser um comunicador eficaz, transmitindo apenas a informação necessária para o estudante, dando enfase à apresentação das tarefas, a explicação, a demonstração, as palavras-chave e o feedback pedagógico (Rosado & Mesquita, 2009).

É errado se pensarmos que existe uma maneira apenas de ensinar Educação Física. Toda a vez que um professor ensina um novo conteúdo, um novo objetivo, para um grupo de alunos diferente tem de alterar a forma como instrui, de modo a permitir a esses alunos aprender com mais prazer e facilidade (Metzler, 2000).

Realização da Prática Profissional

prática realiza-se uma análise ao desempenho do aluno e por fim, durante a prática utilizamos o feedback pedagógico (Silverman, citado por Serra, 2001).

Primeiro de tudo apresentamos a tarefa, esta deve incluir uma breve introdução de forma a enquadrar os alunos, definir objetivos, relacionar o conteúdo com outras áreas e aumentar o interesse e a motivação da turma (Metzler, 2000). Pelo facto de possuir um projetor de imagem no pavilhão polidesportivo, no início de cada matéria realizei sempre um enquadramento da modalidade e dos exercícios a realizar na aula.

“A apresentação em power point é um instrumento muito útil para a compreensão dos gestos técnicos e se os alunos se mantiverem atentos e interessados vão recolher os frutos quando passarem para execução na prática; … expliquei os erros que deviam ser corrigidos por eles no passe e mantiveram-se concentrados na explicação.”

(Excerto da Reflexão da Aula nº4, 09-10-2012)

No final da aula também é importante aferir sobre o conhecimento adquirido, (Metzler, 2000), com o propósito de rever o essencial das aprendizagens da aula e apreciar o trabalho desenvolvido, preparando a turma para a próxima aula (Rosado & Mesquita, 2009).

“Durante o retorno à calma coloquei questões sobre a matéria aprendida no decorrer da aula. Os alunos foram rápidos e assertivos a responder à maioria das questões, o que para mim é um motivo de satisfação, estiveram atentos e mostram indícios de que estão motivados nas minhas aulas. Como é logico as dúvidas surgiram e prontamente fiz questão de as esclarecer. Por fim, lancei alguns reptos sobre a matéria que iriamos abordar nas próximas aulas no sentido de os manter curiosos até provocar alguma tendência para realizarem pesquisa sobre o tema.”

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A explicação/exposição é o principal meio de transmissão de conteúdos (Leinhardt et al., citado por Serra, 2001). No momento da explicação o professor deve conseguir transmitir ao aluno apenas o necessário e essencial, utilizando para tal efeito, palavras-chave, ou seja, esta explicação deve ser planeada (Mesquita, 1997). Posso afirmar que esta foi sempre uma preocupação minha, era imperial que a minha explicação fosse breve, sintetizada e com a presença de informação indispensável. Caso surjam dúvidas é importante disponibilizar um tempo para as esclarecer (Rosado & Mesquita, 2009).

“… acredito ter conseguido realizar uma explicação percetível e curta sobre o que pretendia transmitir”

(Excerto da Reflexão da Aula nº27, 22-01-2013)

Mas existe algo crucial quando conjugado com a explicação. A demonstração é importante no ensino das habilidades motoras, pois permite a visualização por parte do aluno da sua execução (Rosado & Mesquita, 2009). A imagem visual é um excelente auxiliar da comunicação pedagógica, promove a sua motivação, capta atenção do aluno e facilita a memorização e compreensão (Calado, 1994), porque torna menos abstrata a mensagem (Knop, citado por Serra, 2001). O professor deve-se preparar para demonstrar o exercício ou a execução da habilidade em questão, contudo, em alguns casos pode beneficiar do apoio de imagens ou vídeos.

“Estou a sentir-me muito confortável a lecionar esta modalidade. O facto de possuir o projetor permite-me passar as imagens dos batimentos e já alguns alunos me pediram durante a aula para verem o vídeo outra vez. Neste campo considero-me um sortudo, porque sei que muitos colegas meus não possuem este meio auxiliar de ensino e pelo que estou a comprovar é muito útil e fácil de usar.”

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De um modo ou de outro, ou seja, através da minha demostração prática ou através da visualização de imagens durante a prática surgiu a necessidade de emitir feedbacks pedagógicos.

"No exercício da manchete pude observar que a maioria dos alunos tem dificuldades em contactar a bola com o terço medio anterior do antebraço, originando assim um mau controlo da mesma. Ou seja, o meu feedback tem que ir ao encontro da correção deste erro e a solução passa por consciencializar os alunos para no momento em que fazem a manchete se preocuparem principalmente por realizar uma boa anteversão dos ombros e aproximar os cotovelos, o que automaticamente vai originar uma superfície de contacto nos antebraços praticamente lisa.”

(Excerto da Reflexão da Aula nº6, 16-10-2012)

Mesquita (1997) refere que o feedback é a reação do professor à prestação do aluno. Em Educação Física, o feedback pedagógico pode ser definido como uma informação concedida ao aluno no sentido de ajudá-lo a repetir os comportamentos motores corretos, eliminar os incorretos e alcançar os resultados previstos (Pieron, citado por Serra, 2011). Uma das dificuldades que as vezes senti foi não conseguir observar o erro. Mas porquê? Porque talvez na minha mente ainda não possuía o movimento bem delineado, logo, estudar e observar a forma correta de o realizar foi sempre o passo seguinte. O Professor deve conhecer o modelo de execução correta, globalmente e analiticamente, saber posicionar-se para facilitar a deteção dos erros e treinar esta capacidade, pois só assim vai conseguir perceber as causas dessas incorreções e posteriormente as corrigir (Mesquita, 1997).

Não é suficiente emitir apenas as correções, estas devem ser de qualidade, a informação a dar deve ser pensada, a forma como se transmite também, bem como, a sua frequência. É importante que o professor apos emitir o feedback inicial, espere para ver a execução do aluno e confirme se este

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Neste subcapítulo analisamos a instrução de forma separada, mas no decorrer da aula é importante que tudo esteja interligado, pois coabitam juntos e influenciam se mutuamente. Esta separação decorreu apenas para melhor percebermos as várias responsabilidades.