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A capacidade instalada do Brasil, em dezembro de 2013, era de 126.743 MW, um incremento de 4,8% em relação ao ano de 2012. Desse total, 68% são compostos pelas grandes usinas hidrelétricas. Em termos de produção de energia, o incremento total em 2013 foi de 3,2%, com destaque para a produção termelétrica, cujo crescimento foi de 31%, proveniente principalmente dos derivados do petróleo e gás natural.

Das fontes renováveis, o destaque foi a energia eólica, que aumentou sua produção em mais de 30% em relação 2012. Esses valores são um reflexo do cenário de escassez hidrológica que o País vem enfrentando desde o final de 2012, e que fez com que a geração hidráulica diminuísse 6% em 2013, comparativamente ao ano anterior, sendo substituída, principalmente, por fontes não renováveis (38).

A carga de energia do SIN em 2013 era de 64.371 MWmed17, dos quais 60% estão

no subsistema Sudeste/Centro-Oeste. É esperado um crescimento médio anual na

17 MWmed: A unidade MWmed (megawatt-médio) é comumente utilizada no Brasil para simbolizar a

energia elétrica gerada ou consumida em uma unidade de tempo, neste caso, em uma hora (h). Assim, 1MWh/1h = 1MWmed.

carga do Sistema Interligado Nacional de 3.060 MWmed no horizonte 2013-2022, o que representa 3,7% ao ano, totalizando aproximadamente 92.000 MWmed em 2022. Uma importante parcela desse acréscimo é em virtude das interligações com os sistemas isolados de Macapá e Manaus a partir de 2013.

Para atender a este crescimento dentro dos padrões de confiabilidade e garantia de suprimento determinados pelo Conselho Nacional de Política Energética, com critérios que prescrevem otimalidade econômica, estabelecendo que a expansão deve ter sua trajetória ajustada a pontos onde o Custo Marginal de Expansão é igual ao Custo Marginal de Operação, contemplando ainda uma restrição de confiabilidade de suprimento, retratada por restrição de risco de qualquer déficit de no máximo 5% da carga (39), a capacidade instalada do país deverá crescer, em média, 4,25% ao ano na próxima década, um acréscimo total de 6.300 MWmed ao ano até o ano de 2022 (40).

O último levantamento da capacidade da matriz energética, obtido do Banco de Informações da Geração (BIG) da ANEEL, em junho de 2014, aponta para a seguinte distribuição da capacidade instalada: 60,0% proveniente de usinas hidrelétricas com capacidade instalada acima de 30 MW (UHE); 18,4% são usinas térmicas convencionais, que utilizam algum derivado fóssil como combustível (UTE); 6,0% do total o Brasil importa de outros países, inclusive a parcela de Itaipu não consumida pelo Paraguai; a energia termonuclear representa 1,4%; e 14,3% são as fontes renováveis não convencionais, proveniente das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), usinas térmicas a biomassa (BIO) e centrais de geração eólica fotovoltaica (EOL). Houve um acréscimo de aproximadamente 2.300 MW de capacidade instalada entre o último dado oficial, divulgado pela EPE, referenciado em dezembro de 2013 (38), para o levantamento da ANEEL, de junho de 2014 (41).

Dentre as fontes renováveis não convencionais exploradas comercialmente no Brasil, o destaque nos últimos quatro anos tem sido a energia eólica, a qual, a partir de 2009, com o 2º Leilão de Reserva, exclusivo para fontes EOL, tem observado um significativo incremento da capacidade instalada. Ao final de 2012, já havia ultrapassado 1,5% da Matriz de Energia Elétrica, com 1.805 MW instalados. Em 10

anos, é esperado que a fonte passe a representar 9,5% da matriz, o equivalente a 17.463 MW instalados. Grande parte do florescimento da energia eólica é devido aos preços de venda competitivos nos leilões de energia, premissa que determina os empreendimentos vencedores, deixando as demais fontes renováveis fora da competição, como as PCH e as BIO, devido aos limites mínimos de custo não serem compatíveis, hoje, com as EOL.

A energia gerada por parques eólicos é uma das que apresenta menor impacto ambiental. Entretanto, a exploração dessa fonte requer alguns arranjos elétricos e energéticos que compensem o fato de serem totalmente inflexíveis, tais como complementação com fontes de geração que apresentem sazonalidades opostas e reserva girante, contribuindo, assim, com uma energia disponível mais regularizada e, consequentemente, trazendo maior confiabilidade para a operação energética.

O planejamento da expansão prevê que as fontes renováveis não convencionais atinjam 38.137 MW de capacidade instalada em 2022, passando então a representar 20,8% da matriz energética nacional. No horizonte 2013-2022, já se encontravam contratados nos leilões ACR, em dezembro de 2012, 14.115 MW de potência.

A Tabela 4-1 a seguir apresenta a expansão das fontes biomassa, eólica e PCHs já contratadas para os anos 2013 a 2018. No total, 12,8% são Biomassa, 7,5% PCH e 79,8% Eólica. Além disso, foram contratados mais 4.700 MW de eólica nos leilões de 2013, além de 481 MW de PCH e mais 800 MW de biomassa.

Existem em 2014 cerca de 700 empreendimentos de fonte EOL habilitados tecnicamente na EPE, que somam uma potência de mais de 17 GW. A maioria desses projetos localiza-se na região Nordeste, em especial na costa dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte e no interior da Bahia, bem como no Rio Grande do Sul, em sua costa e na divisa com o Uruguai.

Tabela 4-1 - Expansão da oferta de fontes renováveis. Confecção própria, baseado no PDE 2022 (EPE), tabela 43, página 83.

Potência (MW)

Tipo Região 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Total

Biomassa Sudeste 693 99 0 0 100 397 1.289 Sul 4 0 0 0 0 0 4 Nordeste 78 0 0 0 0 350 428 Norte 80 0 0 0 0 0 80 TOTAL 855 99 0 0 100 747 1.801 PCH Sudeste 202 99 26 0 90 162 579 Sul 229 25 0 0 30 68 352 Nordeste 0 0 0 0 0 5 5 Norte 0 19 38 0 33 30 120 TOTAL 431 143 64 0 153 265 1.056 Eólica Sudeste 0 0 0 0 0 200 200 Sul 330 565 174 526 528 400 2523 Nordeste 1.763 2.098 2.362 1099 552 400 8274 Norte 0 0 0 58 203 0 261 TOTAL 2.093 2.663 2.536 1.683 1.283 1.000 11.258 TOTAL 3.379 2.905 2.600 1.683 1.536 2.012 14.115

De outro lado, a maior parte das usinas térmicas a biomassa utilizam como combustível o bagaço da cana-de-açúcar. É esperado que até 2022 a capacidade de produção da biomassa a cana-de-açúcar seja superior a 10 GW, dos quais aproximadamente 1,8 GW já foram contratados em leilões no ACR até 2016.

Um dos principais pontos de alavancagem das usinas renováveis não convencionais decorre do surgimento de espaço na matriz energética, dada uma demanda a ser suprida e previsão de entrada de energia convencional insuficiente para o atendimento dessa demanda. A Tabela 4-2 retirada do PDE 2022, mostra as novas usinas convencionais que oficialmente entrariam dentro dos próximos cinco anos.

Somando-se térmicas e usinas hidrelétricas, haveria um total de 32.612 MW de potência dessas fontes até 2016 no SIN. Entretanto, uma análise crítica desses valores, retirando desse total as térmicas que já tiveram suas autorizações revogadas e aquelas que estão em processo avançado de revogação, com base no status em fevereiro de 2012, resulta no acréscimo de 29.821 MW, uma diferença negativa de 2.791, em particular no Submercado Nordeste.

Tabela 4-2 - Expansão Hidrotérmica contratada e em construção 2013-2018. Confecção própria, baseado no PDE 2022 (EPE), tabela 44, página 84

Tipo Região 2014 2015 2016 2017 2018 Total

UHE Sudeste 0 0 0 0 0 0 Sul 175 0 485 0 0 660 Nordeste 0 0 0 0 0 0 Norte 583 13.975 45 219 400 15.222 TOTAL 758 13.975 530 219 400 15.882 UTE Sudeste 530 0 0 0 1.405 1935 Sul 0 0 0 0 0 0 Nordeste 0 201 0 0 0 201 Norte 0 0 0 0 0 0 TOTAL 530 201 0 0 1.405 2.136 TOTAL 1.288 14.176 530 219 1.805 18.018