• Nenhum resultado encontrado

2. Capacidade militar portuguesa face a alguns parceiros da OTAN

2.4. Caracterização da Dinamarca e sua capacidade militar

2.4.2. Capacidade militar Dinamarquesa

As Forças Armadas Dinamarquesas são constituídas pelo Exército Real dinamarquês, pela Marinha Real dinamarquesa, pela Força Aérea Real dinamarquesa e a Guarda Nacional dinamarquesa (Reservas). O orçamento para a defesa, no ano de 2018, foi de 1,30% do PIB146. A idade mínima para integrar o serviço militar obrigatório e voluntário é aos 18 anos de idade e os recrutas cumprem um período de treino inicial que varia entre 4 a 12 meses, de acordo com a especialização. As mulheres são elegíveis para serem voluntárias no serviço militar. Para além do emprego de tempo integral, todos os ramos oferecem contratos de reserva147.

As capacidades militares dinamarquesas permanecem compactas, mas eficazes, apesar de pressões sobre os orçamentos. Em janeiro de 2018, o governo emitiu um novo acordo de defesa para 2018–2023, prevendo um aumento dos gastos com a defesa para lidar com a deterioração do ambiente da segurança. Em particular, pretende-se reforçar a dissuasão, defesa cibernética e o papel da Dinamarca em operações internacionais, bem como, com a capacidade das forças armadas de apoiar as autoridades civis em tarefas de segurança nacional.

A Dinamarca, planeia montar uma brigada pesada, com capacidade de defesa aérea terrestre, e um batalhão de infantaria para assumir missões de patrulha e guarda em apoio à

144 European Commission [Em linha]. [Consult. 22 set. 2019]. Disponível em https://ec.europa.eu/digital-single-

market/en/desi

145 Idem.

146 The World Factbook. Central Intelligence Agency [Em linha]. [Consult. 17 set. 2019]. Disponível em

https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/da.html

48

polícia. Também estão nos planos dinamarqueses o fortalecimento da defesa aérea naval, bem como recursos antiguerra submarina.148

As ligações à OTAN, NORDEFCO149 e a outros vizinhos regionais têm vindo a aumentar. Sendo disso exemplo o acordo de defesa, assinado em abril de 2015, com outros estados nórdicos, destinado a dissuadir a Rússia. A Dinamarca é membro da UE, mas não optou pela cooperação militar no âmbito da Segurança Comum e Política de Defesa. O novo acordo de defesa dinamarquesa prevê que o serviço nacional seja mantido e que a incorporação anual de recrutas deva aumentar150.

As alterações e modernizações também chegaram à Força Aérea Real dinamarquesa, com a aquisição do F-35A para substituir os antigos F-16. Esta modernização foi confirmada em junho de 2016 quando o Ministério da Defesa dinamarquês declarou que a Dinamarca iria adquirir 27 F-35A e que iriam entrar em operação na Força Aérea a partir de 2026.

O suporte industrial que a TERMA151, a maior empresa de defesa da Dinamarca, providencia a esta aeronave pode ter sido importante para a decisão de aquisição do F-35A, pois alguns subcomponentes são produzidos pela TERMA que é considerada como uma das principais fornecedoras globais do F-35A. No entanto, esta transição para esta nova plataforma, pode reduzir, temporariamente, a contribuição da Dinamarca para tarefas de policiamento aéreo da OTAN. A Dinamarca tem na industria de defesa um contribuinte importante nas exportações de eletrónicos de defesa e fabrico de componentes e subsistemas, tendo como destino prioritário a Europa e a América do Norte152.

No que diz respeito ao ciberespaço, foi lançada, em dezembro de 2014, uma estratégia nacional para informação e segurança cibernética, de modo a que a Dinamarca para além da capacidade existente de defesa cibernética, adquirisse igualmente uma capacidade de conduzir operações militares defensivas e ofensivas no ciberespaço, ficando totalmente operacional em 2019. Para consecução desses objetivos foi criado o Center for Cyber Security (CFCS) que ficou integrado no Departamento de Inteligência de Defesa da Dinamarca e é a autoridade nacional de segurança para a tecnologia de informação e comunicações (TIC). O CFCS tem como três principais responsabilidades: contribuir para a proteção da Dinamarca contra ameaças cibernéticas; ajudar a garantir uma infraestrutura TIC robusta; e avisar, proteger e

148 The International Institute for Strategic Studies (IISS) - The Military Balance 2019. p 99

149 NORDEFCO é uma cooperação que consiste na colaboração entre os países nórdicos no âmbito da defesa. Os

seus são Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.

150 The International Institute for Strategic Studies (IISS) - The Military Balance 2019. p 99

151 TERMA – Empresa dinamarquesa que opera no sector aeroespacial, de defesa e da segurança. Com mais de

1.400 funcionários fabrica cerca de 70 peças para o F-35.

49

combater ataques cibernéticos. Todas estas responsabilidades, levaram a que o acordo para a Defesa 2018–23 já contemplasse um aumento significativo de recursos para o CFCS.

A Dinamarca tem, segundo a GFP, uma população de 5.809.502 pessoas e uma população disponível para ajudar em esforço de guerra de 2.590.457 (44.6%) e um MFMS de 2.093.089 (36.0%). Anualmente 77.444 pessoas (1,3%) atingem a idade militar e atualmente existem 61.500 pessoas (1.1%) com capacidade militar sendo 16.000 (0.3%) no ativo e 45.500 (0,8%) na reserva.

A Dinamarca, em termos militares, conta com 90 ativos navais distribuídos por fragatas como principais combatentes de superfície com capacidade de helicópteros a bordo, navios de patrulha, draga minas e navios de logística e suporte. Destes 90 ativos navais destacam-se 6 fragatas, 13 navios de patrulha e 12 draga minas.

Em relação ao Exército, este Ramo das Forças Armadas tem como capacidade principal as viaturas blindadas Leopard 2A5 e os CV9035 MkIII. Como armamento pesado possui os canhões Carl Gustav de 84 mm e os M109A3 de 155 mm e em termos de capacidade de arma antiaérea, possui o sistema de mísseis Stinger.

De todo este armamento do Exército destacamos os 57 carros de combate, os 1.068 veículos blindados, 18 peças de artilharia auto propulsada e 33 de reboque.

Quanto à capacidade aérea, a Dinamarca possui no total 113 aeronaves. Estas aeronaves estão distribuídas por 2 esquadras de ataque, com a aeronave F-16, 1 esquadra de guerra antissubmarina, com a aeronave Super Lynx Mk90B, 2 esquadras de busca e salvamento, com as aeronaves AW101 Merlin e AS550 Fennec, 1 esquadra de transporte, com a aeronave C-130j- 30 e a CL-604 Challenger e por fim uma esquadra de treino, com a aeronave MFI-17 Supporter. De toda esta força destacam-se os 33 aviões de ataque, os 4 de transporte e os 35 helicópteros sem que nenhum seja de ataque.

50