As Resoluções CNSP nº 158/2006 e 188/2008 e Circulares SUSEP nº 411/2010 e 414/2010 tratam especificamente do capital adicional para risco de subscrição. A Resolução CNSP nº 228/2010 refere-se ao capital adicional para risco de crédito, enquanto a Resolução CNSP nº 227/2010 dispõe sobre o capital mínimo requerido para autorização e funcionamento dos resseguradores locais.
Consideram-se, para efeitos das citadas resoluções, os conceitos a seguir:
I. Capital mínimo requerido: montante de capital que um ressegurador local deverá manter, a qualquer momento, para poder operar e é equivalente à soma do capital base com o capital adicional.
II. Capital base: montante fixo de capital, no valor de R$60.000, que um ressegurador local deverá manter, a qualquer momento.
III. Capital adicional: montante variável de capital que um ressegurador local deverá manter, a qualquer momento, para poder garantir os riscos inerentes a sua operação, conforme disposto em regulação específica.
Até que o CNSP regule as regras de requerimento de capital adicional pertinente aos demais riscos, para todos os efeitos, o capital mínimo requerido para os resseguradores locais deverá ser o maior valor entre a soma do capital base com o capital adicional, definido nos termos do anexo V da Resolução CNSP nº 227/2010, e o valor máximo entre:
(a) 20% do total de prêmios retidos nos últimos 12 meses;
(b) 33% da média anual do total dos sinistros retidos nos últimos 36 meses. 20.1. Capital Adicional para Risco de Subscrição
As Resoluções CNSP nº 158/2006 e 188/2008 e Circulares SUSEP 411 e 414/2010 tratam do capital adicional para riscos de subscrição, para todas as entidades supervisionadas.
As referidas regulamentações visam manter a solvência dos resseguradores, a fim de suportar oscilações em caso provisões inadequadas.
O capital adicional relativo aos riscos de subscrição dos resseguradores locais é composto pela soma de duas parcelas:
I – a raiz quadrada dos somatórios dos prêmios e sinistros retidos, sendo estes ponderados pelos fatores relativos ao risco de provisão de sinistro e correlação entre as classes de negócio e aqueles ponderados pelos fatores relativos ao risco de emissão/precificação e correlação entre os segmentos de mercado;
II – o valor obtido pela aplicação do modelo de margem de solvência para os resseguros não proporcionais.
20.2. Capital Adicional para Risco de Crédito
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) regulamentou o Capital Adicional para Risco de Crédito através da publicação da Resolução CNSP nº 228/2010, que dispõe acerca dos critérios de estabelecimento do capital adicional baseado no risco de crédito das sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais.
A regulação do capital baseado em risco busca aumentar o nível de solvência das supervisionadas que atuam no mercado nacional, possibilitando-as honrar o compromisso de pagar as indenizações e benefícios aos seus segurados, o que, por sua vez, é fundamental para a credibilidade do mercado nacional em um ambiente globalizado.
Com base neste aspecto, a Resolução CNSP nº 228/2010, estabelece o modelo de cálculo do capital adicional baseado no risco de crédito dos mercados de seguros e resseguros. Nesta abordagem, define-se como risco de crédito o risco de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, e/ou a desvalorização de recebíveis decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador ou contraparte.
Na referida resolução a mensuração do risco de crédito foi dividida em duas partes: (1) risco de crédito associado aos recebíveis de resseguradores, seguradoras, entidades abertas de previdência complementar e sociedades de capitalização e (2) risco de crédito dos demais recebíveis.
A primeira parte é obtida a partir da raiz quadrada do somatório da multiplicação entre fator de risco e a exposição das contrapartes, considerando as diversas contrapartes. O fator de risco citado será mensurado em função do grau de risco, que é definido pelo tipo (local, admitido, eventual ou não cadastrado) e rating da contraparte.
A segunda parte é obtida a partir da aplicação do coeficiente 0,11 ao somatório da multiplicação entre o fator de ponderação de risco referente às exposições de valores, aplicações, créditos, títulos ou direitos registrados pela sociedade supervisionada e o valor de sua exposição ao risco de crédito. O coeficiente de 0,11 é utilizado pelo Banco Central para o cálculo do patrimônio líquido exigido para bancos, quando este fator for utilizado para as instituições financeiras, exceto cooperativas de crédito não filiadas a cooperativas centrais de crédito e agências de fomento.
20.3. Cálculo do Capital Adicional
O cálculo efetuado pelo IRB-Brasil Re, conforme disposto nas citadas resoluções, não identificou a necessidade de aporte adicional de capital. Com data base em 30 de junho de 2011, observou-se que o valor do patrimônio líquido ajustado é superior ao valor do capital mínimo requerido.
Capital Adicional para Risco de Subscrição 242.115 Capital Adicional para Risco de Crédito 244.231 Capital Adicional Total 421.189
Capital Base 60.000
Capital Base + Adicional 481.189 20% do total de prêmios retidos nos últimos 12 meses 191.527 33% da média anual do total dos sinistros retidos nos últimos 36
meses 304.531
Margem de Solvência 304.531
Capital Mínimo Requerido 481.189 Patrimônio Líquido Ajustado 2.075.297 Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado 1.594.108 21. DETALHAMENTO DAS CONTAS DO RESULTADO
Em 30 de junho, os prêmios ganhos, a sinistralidade e o comissionamento para os principais ramos estão demonstrados a seguir:
21.1. Prêmios ganhos – Principais grupos de atuação
30/06/2011 30/06/2010 Grupos de Ramos Prêmios ganhos Índice de sinistralidade Índice de comissionamento Prêmios ganhos Índice de sinistralidade Índice de comissionamento % % % % Patrimonial 121.696 170,1 16,6 222.060 47,2 7,4 Riscos especiais 20.315 12,59 34,1 (984) 53,2 44,8 Responsabilidades 19.008 250,3 14,2 23.666 158,8 11,9 Cascos 37.838 90,5 6,4 1.410 973,7 139,4 Automóveis 47.278 113,7 15,8 77.674 137,5 29,7 Transportes 21.896 19,3 5,9 13.808 119,3 18,9 Riscos financeiros 63.262 3,4 36,4 54.408 45,8 25,2 Créditos 10.614 29,1 17,2 6.749 4,8 28,2 Pessoas 53.156 57,1 (2,0) 52.786 78,4 (1,2) Habitacional 16.826 29,6 18,4 17.000 (2,9) 13,2 Rural 65.238 92,1 21,6 82.363 36,5 19,8 Pessoas individuais 286 - - - - - Marítimo 1.653 - 8,0 - - - Aeronáutico 2.560 - 13,1 - - - Outros 34.367 168,5 15,7 14.967 731,6 69,3 Subtotal 515.993 98,5 17,0 565.907 85,6 16,0 Retrocessão cedida liquida de provisões 279.297 210.000 Comercialização resseguro (98.284) (150.515) Comercialização
A Sociedade apresentou a nota explicativa de prêmios ganhos líquida dos valores de retrocessão, variação da provisão para prêmios não ganhos e provisão para excedente técnico.
21.2. Sinistros ocorridos - Principais grupos de atuação
30/06/10 Grupos de Ramos Sinistros diretos Salvados e ressarcimentos Variação de IBNR Variação de IBNER Sinistros ocorridos Patrimonial (387.683) 3.734 7.071 36.578 (340.300) Riscos especiais (16.810) - (279) 1.537 (15.552) Responsabilidades (46.955) 27 (10.270) 12.291 (44.907) Cascos (165.450) 1.233 10.657 19.695 (133.865) Automóveis (84.459) 4.185 (18.960) (7.624) (106.858) Transportes (24.052) 4.333 (9.845) 10.201 (19.363) Riscos financeiros (25.201) 1.353 (4.515) 3.253 (25.110) Créditos (54.854) 2.156 (5.166) 3.771 (54.093) Pessoas (45.646) - (7.875) (2.080) (55.601) Habitacional (6.074) - 2.424 4.147 497 Rural (85.304) 59 2.145 1.018 (82.083)
A Sociedade apresentou a nota explicativa de sinistros ocorridos, considerando os valores de sinistros retidos e realizou a conciliação com a demonstração do resultado.
30/06/11
Grupos de ramos Sinistros diretos ressarcimentos Salvados e Variação de IBNR Variação de IBNER ocorridos Sinistros Patrimonial (318.828) 2.396 (1.866) (3.739) (322.037) Riscos especiais (5.333) - (13) 102 (5.244) Responsabilidades (45.251) 59 (3.374) (2.429) (50.995) Cascos (108.887) 325 (89) 1.545 (107.106) Automóveis (54.178) 1.626 (1.640) 421 (53.771) Transportes (8.651) 1.343 1.497 498 (5.313) Riscos financeiros (8.625) 245 1.111 1.209 (6.060) Créditos (15.781) 1.419 598 209 (13.555) Pessoas (48.461) - 3.649 690 (44.122) Habitacional (5.204) - 141 83 (4.980) Rural (66.709) 166 84 17 (66.442)
21.3. Informações sobre a natureza das despesas reconhecidas na demonstração do resultado A Sociedade apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação das despesas baseada na sua função. As informações sobre a natureza dessas despesas reconhecidas na demonstração do resultado são apresentada a seguir:
21.3.1. Outras receitas e despesas operacionais
30/062011 30/06/10 Participação em resultados operacionais – Resseguro e
retrocessão 2.466 (31.539)
Recuperação do Fundo de Estabilidade do Seguro Rural 508 6.762 Constituição de provisão para riscos de crédito (14.197) (2.059) Comissão escalonada de retrocessão - (3.044) Perdas no recebimento de créditos (45) (8.582) Outras receitas e despesas operacionais (44) 1.185
Total (11.312) (37.277) 21.3.2. Despesas administrativas 30/06/11 30/06/10 Pessoal próprio (39.670) (56.499) Serviços de terceiros (17.874) (13.598) Localização e funcionamento (5.314) (5.915) Despesas judiciais (26.823) (6.145) Multas (62) (92) Outras despesas (3.603) (3.376) Total (93.346) (85.625) 21.3.3. Despesas com tributos
30/06/11 30/06/10 COFINS (a) (10.392) (8.047) PIS/PASEP (a) (1.835) (1.443) Constituição (reversão) de provisões tributárias –
líquidas (3.018) (7.472) Taxa de fiscalização da SUSEP (650) (704) Outros (18) (18) Total (15.913) (17.684) (a) Mudança de base de cálculo, conforme Nota explicativa nº 16.5
21.3.4. Resultado financeiro
30/06/11 30/06/10 Receitas financeiras
Rendimentos de aplicações financeiras 201.420 191.194 Juros ativos sobre parcelamento de prêmios 7.101 6.581 Variações cambial e monetária 33.717 75.977 Atualização monetária de depósitos judiciais 26.715 -
Outras (a) 23.960 2.618
292.913 276.370 Despesas financeiras
Despesas de aplicações financeiras (26.213) (32.121) Juros passivos sobre parcelamento no repasse de prêmios (1.869) (2.521) Variações cambial e monetária (54.269) (17.994) Atualização monetária de provisões sobre depósitos judiciais (14.298) -
Outras (4.848) (965)
(101.497) (53.601)
Resultado financeiro 191.416 222.769
(a) Saldo basicamente influenciado, em 30 de junho de 2011, pelo valor de R$10.919 decorrente de indenização judicial recebida em virtude do prejuízo incorrido pela Sociedade quando da venda de determinadas ações. A indenização se refere à diferença de preço de venda de tais ações entre a venda feita pela Sociedade ao Emissor mediante oferta pública de ações pelo preço de R$25,00 por lote de mil ações e operações privadas de venda de ações efetuadas pelo Emissor, posteriormente a venda feita pela Sociedade, por valores significativamente superiores. O fato apresentado foi devidamente confirmado através do Inquérito Administrativo instaurado pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
21.3.5. Resultado patrimonial
30/06/11 30/06/10
R$ R$
Receitas operacionais diretas resultantes de propriedades para investimento:
Receita de aluguel 25.153 22.424
Despesas operacionais diretas resultantes de propriedades
para investimento (2.365) (2.505)
Impairment (1.083) (7.414)
Outras despesas patrimoniais (176) (202)