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Nesta parte do trabalho espera-se caracterizar o capital social e o desenvolvimento humano para cada um dos casos, Brasil e Colômbia. Assim, as perguntas que orientam esta parte do trabalho são: quais as relações sociais que caracterizam o capital social do Brasil e quais delas explicam melhor o capital social deste país?

Este capítulo pretende fazer algumas descrições do capital social no Brasil, baseado nos dados do WVS Brasil para a onda 2005-2006. A amostra total para esta onda foi de 1500 entrevistados. Como foi mencionado, a análise pretende fazer inferências sobre as respostas feitas pelos indivíduos entrevistados no Brasil. Num primeiro momento, a análise será feita com base nas dimensões mencionadas no capítulo do Capital Social. Na segunda parte será feita a Análise de Componentes Principais, também mencionada anteriormente.

Confiança Interpessoal

Em geral, como se nota na teoria sobre o capital social, a confiança é uma característica que aparece reiteradamente e é considerada a principal atitude que deve estar presente para que exista o capital social. Assim, a existência de confiança se associa às oportunidades de troca de informação, à capacidade de receber e pedir ajuda, à sensação de pertença a uma comunidade e, por conseguinte, às oportunidades de desenvolvimento, estabilidade democrática, apoio à política e à legitimidade do governo.

Devido a que as relações dos indivíduos são importantes, segundo a teoria do capital social, especialmente aquelas chamadas de relações primárias – família e amigos – porque os seus laços de relacionamento criam maior ou

menor confiança e interação, é importante analisar o comportamento destas relações nos entrevistados. A figura seguinte exemplifica a importância que os indivíduos entrevistados no Brasil dão à família e aos amigos.

Figura 1. Grau de importância da família e dos amigos, Brasil, 2006 (percentuais)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 MUITO IMPORTANTE IMPORTANTE POUCO IMPORTANTE NÃO É IMPORTANTE A FAMILIA É IMPORTANTE NA VIDA OS AMIGOS SÃO IMPORTANTES Fonte: WVS

Assim, os laços familiares são mais importantes do que os laços de amizade, no entanto, os dois são considerados importantes pelos entrevistados. Estas relações são consideradas importantes numa comunidade, por serem relações sociais de primeiro grau. Teoricamente são as relações que levam o individuo a se relacionar com sua comunidade em maior ou menor grau, mas que também podem significar que o individuo tem interesses individuais e familiares somente, tendo pouco interesse pela comunidade.

Outro passo no estudo do capital social é compreender como é a confiança dos indivíduos nas outras pessoas, em geral. Para o caso do Brasil, especificamente na onda 2006, se usaram duas perguntas sobre confiança. A primeira delas é a pergunta base que forma parte da bateria do WVS, aplicada em todos os países: “De modo geral, o(a) Sr(a) diria que pode confiar na maioria das pessoas ou precisa ser muito cuidadoso com elas?”

O percentual das respostas para esta pergunta é o seguinte: 1. A maioria das pessoas são de confiança: 9,2% 2. É preciso ser muito cuidadoso: 90,8%

A segunda é uma pergunta de controle, a qual foi feita com o objetivo de comprovar se os resultados sobre a alta desconfiança no Brasil, que se têm apresentado nas ondas anteriores do WVS, são ou não consistentes. A pergunta foi feita da seguinte forma: “De modo geral, o(a) Sr(a). diria que pode confiar na maioria das pessoas ou não pode confiar na maioria das pessoas?”

O percentual das respostas para esta pergunta é o seguinte:

1. A maioria das pessoas são de confiança: 17,0% 2. A maioria das pessoas não são de confiança: 82,3% Embora o percentual sobre desconfiança diminua na segunda pergunta, as respostas seguem mostrando que, em geral, existe desconfiança nos outros. Assim, poderíamos dizer que, no Brasil, os indivíduos declaram não confiar na maioria das pessoas. A diferença entre aqueles que confiam e aqueles que não confiam é significativa, levando a pensar que os níveis de confiança interpessoal são baixos, quando se fala de confiança generalizada.

Ao perguntar sobre os laços específicos que levam à confiança, as respostas foram as seguintes:

Quadro 5. Grau de confiança por grupo social, Brasil, 2006 (percentuais)

CONFIANÇA Confia

totalmente Confia em parte Confia pouco confia Não

NA FAMÍLIA 66.3 27.7 4.3 1.7

VIZINHOS 8.1 47.2 29.7 15

CONHECE PESSOALMENTE 14.2 49.7 26.3 9.8

ESTA VENDO PELA

PRIMEIRA VEZ 1.1 15.6 29.5 53.8

A maioria dos indivíduos entrevistados declara confiar na família, em primeiro lugar, e depois em quem conhecem de maneira pessoal. A confiança é um pouco mais baixa nos vizinhos e os entrevistados declararam não confiar nas pessoas que vêem pela primeira vez. A perspectiva da confiança se pode complementar com a pergunta sobre se as pessoas acham que os outros tentam levar vantagem, em oposição a ser justas. Numa escala de 1 a 10, onde 1 é “A maioria das pessoas tentam levar vantagem” e 10 significa que “As pessoas tentam ser justas”, 60% dos entrevistados dão respostas perto de 1, o que corrobora os resultados sobre pouca confiança nos outros.4

Confiança Institucional

A confiança nas instituições se comporta da seguinte forma: das instituições estudadas (sindicatos, partidos políticos, forças armadas, governo e igreja) as pessoas confiam majoritariamente na Igreja (77,8%) e nas forças armadas (69,4%). A confiança nos sindicatos é do 45,9% e no governo, 46,3%. Os partidos políticos têm a menor confiança (21,3%). Devido a que teoricamente o capital social precisa da confiança dos indivíduos no sistema de governo para garantir a estabilidade, é interessante ver que os indivíduos confiam muito na Igreja e nas forças armadas, enquanto as instituições que por suas características devem responder às necessidades da sociedade – sindicatos, governo e partidos políticos – têm a menor confiança dos indivíduos entrevistados.

Participação Cívica

Embora o WVS considere muitas organizações e associações ao falar de participação voluntária, para esta análise só foram consideradas as organizações que estão mais relacionadas com o capital social. Dos indivíduos entrevistados, frente à pergunta sobre sua participação em organizações

voluntárias, 73% não pertence a nenhuma delas. Das organizações mencionadas, a Igreja foi a organização mais mencionada. Dentro do escopo do capital social, é fundamental a participação em partidos políticos e sindicatos que, para o caso do Brasil, é baixa.

Quadro 6. Percentual de pertencimento a organizações sociais, Brasil, 2006

ORGANIZAÇÕES NÃO PERTENCE NÃO PARTICIPA PERTENCE E PARTICIPA IGREJA 23.4 25 51.6 SINDICATO 81.1 10.2 8.7 PARTIDO POLITICO 89.8 5 5.3 ORG.MEIO AMBIENTE 93 3.4 3.6

ORG. HUMANITARIA OU CARIDADE 80 5.8 14.2 Fonte: WVS

A Igreja, segundo foi visto até agora, é uma instituição com um posicionamento muito importante para os indivíduos do Brasil. Esta característica da confiança institucional e da participação cívica é importante ao considerar os elementos mais característicos do capital social do país.

Frente à pergunta sobre o sentimento de pertença à nação brasileira, os entrevistados responderam concordar ou concordar totalmente em 92% dos casos, permitindo supor que no Brasil as pessoas se sentem parte do país. Este sentimento de formar parte de uma comunidade é importante ao falar de capital social, porque é por meio dele que as ações coletivas tomam força, já que os indivíduos se reconhecem como membros de um grupo maior ao da sua família ou comunidade local.

Participação política

A importância nesta parte é estudar o lugar que os indivíduos dão na sua vida à política, seu interesse e a participação nas eleições. Em geral, estas perguntas nos dão uma idéia sobre a disponibilidade das pessoas para destinar esforços e tempo à política.

Dos entrevistados no Brasil, o 55,4% consideram que a política tem importância. Outros 44,6% consideram que a política não é muito importante ou não é importante. Quanto ao interesse nos assuntos políticos, alguns indivíduos declararam ter um pouco de interesse na política (36%), embora a metade das pessoas entrevistadas estejam pouco ou não estejam interessadas nela (50%). A participação em ações políticas se comporta da seguinte forma: 55,3% das pessoas já participaram assinando um abaixo-assinado, 18,2% têm participado de manifestações pacíficas, enquanto 7,8% participou de boicotes. Adicionalmente, 88% dos indivíduos votaram nas últimas eleições para o Congresso Nacional do Brasil. Pelo exposto, podemos dizer que a participação na política é baixa. Parece que os indivíduos, quando participam, fazem-no nas eleições, e alguns por meio do abaixo-assinado.

Estabelecendo algumas relações

Como foi mencionado no tópico do desenvolvimento humano, a prioridade deste enfoque é incluir na discussão sobre formas de gerar desenvolvimento, as oportunidades das pessoas e valorizar sua participação na promoção de bem-estar próprio e da sociedade, com o suposto de que essas oportunidades incrementam o bem-estar dos indivíduos e de sua comunidade. Como estamos tentando estabelecer alguma relação entre o capital social e o desenvolvimento humano, é interessante fazer uma prova de associação entre estas características. Aproveitando que a bateria do WVS inclui perguntas sobre o grau de satisfação com a vida, a liberdade de escolha e o estado de saúde subjetivo, se considera importante fazer a análise descritiva destas variáveis, para depois analisar se existe alguma associação entre elas e o capital social.

A respeito do grau de satisfação com a vida, numa escala de 1 a 10 em que o menor grau de satisfação é 1, se calculou uma média de 7,415. Assim, o grau de satisfação tende ao positivo, permitindo dizer que as pessoas no Brasil estão satisfeitas com a vida. Sobre a liberdade de escolha, numa escala de 1 a

10 em que o menor grau de liberdade de escolha é 1, a média calculada é de 7,736. Ao perguntar sobre o estado de saúde geral (subjetiva), 46,7% dos

entrevistados declararam considerar que sua saúde é boa. A figura seguinte mostra os percentuais declarados pelos entrevistados.

Figura 2. Auto-avaliação subjetiva do estado de saúde, Brasil, 2006 Estado de Saúde Subjetiva

0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% 30.0% 35.0% 40.0% 45.0% 50.0%

Muito boa Boa Razoável Ruim

Fonte: WVS

Assim, a análise dessas variáveis poderia ajudar a compreender se o bem-estar geral dos indivíduos incrementa sua confiança. Mediante prova estatística de associação, se mostra que não existe relação entre o estado de saúde e a confiança das pessoas, com base nos dados do Brasil do WVS 2005- 20067. Também não existe uma associação entre o grau de satisfação com a

vida ea confiança nos outros8, nem com o grau de liberdade de escolha9.

Com base na teoria, o capital social, além da confiança, implica interesse dos indivíduos nos assuntos da comunidade e na política. Assim, deveria existir uma associação entre estas duas características, porque se espera que um indivíduo que confia nos outros tenha um maior interesse nos assuntos políticos que aqueles que não confiam. Não entanto, baseado nos dados do WVS para o 6 Desvio padrão = 2,1 7 Chi-quadrado = 2,008, p=0,571 8 Chi-quadrado = 10,716, p=0,296 9 Chi-quadrado =4,641, p=0,864

Brasil, a existência desta relação não é palpável, e portanto não se pode generalizar que a confiança nas pessoas se relaciona com seu interesse nos assuntos políticos10.

Parece existir uma relação entre a idade das pessoas e a confiança nos outros. Assim, os brasileiros entrevistadas que estão com idades entre 30 a 49 anos tendem a confiar mais que aquelas entre os 15 e os 29 anos. Contudo, esta relação não é muito forte para fazer alguma generalização a respeito11.

Em conclusão, as associações que teoricamente deveriam existir entre as variáveis não existem ou não são suficientemente consistentes para poder generalizar sobre sua existência.

Para compreender o comportamento das variáveis mais importantes no estudo do capital social, segue a análise de componentes principais.

Análise de componentes principais

O propósito desta parte é fazer uma análise exploratória sobre as variáveis que caracterizam o capital social no Brasil, e estudar a forma como elas se agrupam, assim como seu peso estatístico dentro da explicação. Usando a técnica da Analise de Componentes Principais (ACP), se utilizaram algumas das variáveis já mencionadas, que são consideradas importantes no estudo do capital social, e que por conta da sua mensuração dentro do WVS são de mais fácil comparação.

Para o caso do Brasil, os dados se agrupam em sete componentes, que explicam o 54% da variança. Estes são:

10 Chi-quadrado= 3,520, p= 0,318 11 Chi-quadrado=7,0, p=0,030

Tabela 1. Componentes principais das variáveis selecionadas de capital social, Brasil,2006

Variável Peso dentro do componente Percentual da variância explicada

Componente 1 10.85

Confiança no governo 0,799

Confiança nos partidos políticos 0,777

Confiança nos sindicatos 0,566

Componente 2 9,39

Atuação Política assinar um abaixo-assinado 0,709 Atuação Política participar de boicotes 0,721 Atuação Política participar de manifestações pacificas 0,792 Grau de Interesse na Política 0,376

Componente 3 9,15

Confiança nos vizinhos 0,705

Grau de confiança na família 0,404 Confiança nas pessoas que conhece pessoalmente 0,689 Confiança nas pessoas que está vendo pela primeira vez 0,713

Componente 4 6,74

Família é importante 0,679

Amizades são importantes 0,644

Eu me vejo como cidadão da nação brasileira 0,480

Componente 5 6,57

Pertence ou não a sindicatos 0,784 Pertence ou não a partidos políticos 0,693

Componente 6 6,11

Pertence ou não a igrejas 0,842

Confiança na igreja -0,531

Componente 7 5,84

Votou nas últimas eleições -0,352 Confiança nas forças armadas 0,474

TOTAL DA VARIANÇA EXPLICADA 54% Fonte: WVS

Tentando dar uma ordem aos resultados da ACP, podemos nomear e organizar as componentes como se expressa no seguinte quadro, com as variáveis correspondentes:

Quadro 7. Interpretação das Componentes Principais do Capital social, Brasil, 2006

COMPONENTE EXPLICADO POR

COMPONENTE 1

CONFIANÇA INSTITUCIONAL

Confiança no governo

Confiança nos partidos políticos Confiança nos sindicatos

COMPONTENTE 2 PARTICIPAÇÃO POLITICA

Atuação Política assinar um abaixo-assinado Atuação Política participar de boicotes

Atuação Política participar de manifestações pacificas Grau de Interesse na Política

COMPONTENTE 3 CONFIANÇA INTERPESSOAL

Confiança nos vizinhos Grau de confiança na família

Confiança nas pessoas que conhece pessoalmente Confiança nas pessoas que esta vendo pela primeira vez

COMPONTENTE 4

IMPORTÂNCIA DE RELAÇÕES SOCIAIS E PERTENCIMENTO

Família é importante Amizades são importantes

Eu me vejo como cidadão da nação brasileira

COMPONTENTE 5

PERTENCIMENTO POLITICO

Pertence ou não a sindicatos Pertence ou não a partidos políticos

COMPONENTE 6

RELAÇÃO COM IGREJA – ORG. RELIGIOSAS.

Pertence ou não a igrejas Confiança na igreja

COMPONENTE 7

Votações e confiança nas FFAA

Votou nas últimas eleições Confiança nas forças armadas Fonte: A autora

Da ACP pode-se dizer que as componentes 1, 2 e 3 são as que explicam melhor o capital social. Estas componentes expressam uma lógica clara da importância da confiança e da participação, o que esta em concordância com o expressado teoricamente. Entretanto se esperaria que confiança e participação, por exemplo, estivessem na mesma componente.

A sétima componente tem duas variáveis que teoricamente não deveriam estar juntas: confiança nas forças armadas e participação nas últimas eleições. Essas variáveis deveriam estar nas dimensões de confiança institucional e participação política, respectivamente.

Além disso, a quarta componente demonstra que seria relevante considerar uma nova dimensão para as relações sociais dos indivíduos no sentido do pertencimento à comunidade ou ao país. Uma outra dimensão se faz do pertencimento em agremiações políticas (Componente 5). Uma possível explicação de porque estas variáveis não se encontram dentro da componente de participação política poderia ser que esse tipo de pertencimento significa

uma atitude diferente na destinação de tempo e dos recursos para as pessoas frente à atuação política, como ter interesse na política ou assinar um abaixo- assinado, que significam uma atuação mais esporádica dos indivíduos. Uma dimensão que teoricamente não é considerada, mas que aparece aqui, é a relação das pessoas com a Igreja. Estas variáveis se organizam dentro de uma dimensão nova e independente.

Como foi mencionado na analise descritiva, a confiança e a participação na igreja se destacam das outras variáveis. No entanto, dentro da ACP podemos ver o sentido destas relações. Assim, o pertencimento à igreja explica a existência de capital social de forma direta. Quanto maior o pertencimento à igreja, maior será o capital social. O caso da confiança na igreja significa o contrario, porque é uma relação inversa com as outras variáveis. Então, quanto maior a confiança na igreja, menor será o capital social.

Esta relação pode ser sustentada teoricamente no sentido de dizer que para a existência de capital social é importante que as pessoas participem em associações voluntárias como a igreja. No entanto, a confiança na igreja acima das outras instituições que teoricamente garantem inclusão ou participação cívica, pode ser um indicador negativo para o capital social numa comunidade.

O fato de carregar sete componentes demonstra que as características consideradas de capital social atuam de forma diferente do que se espera teoricamente, já que as variáveis não estão agrupadas nas mesmas componentes. Adicionalmente, pode-se dizer que o exercício demonstra que o capital social não se comporta exatamente como um conjunto de variáveis que o explicam, pois a independência entre as componentes indica que não existe relação entre elas. Isso demonstra o caráter situacional do capital social. Talvez essa mesma análise gerasse resultados diversos em países com contextos diferentes.

Sobre o desenvolvimento humano no Brasil

Nesta parte se espera caracterizar o desenvolvimento humano do Brasil, com o propósito central de estabelecer relações no discurso do desenvolvimento humano com o conceito de capital social.

Historicamente, o nível do IDH do Brasil tem melhorado. Passou de 0,64 no ano 1975 para o valor atual de 0,79. A figura que segue mostra o avanço do IDH do Brasil a partir de 1975.

Figura 3. Valor do IDH por ano, Brasil, 1975-2004

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2004 Valor IDH Fonte: PNUD

O Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano Mundial é de 0,792, o que indica que o país se encontra no posto 69 do ranking mundial, entre 177 países para os quais se têm dados. Os resultados por componente do IDH são:

Quadro 8. Resultados parciais do IDH do Brasil, 2004

Indicador Brasil

Índice de Desenvolvimento Humano IDH 0,792

Expectativa de vida ao nascer (anos) 70,8

Taxa de alfabetização em adultos (% maiores de 15 anos) 88,6 Assistência aos níveis de ensino fundamental, médio e superior (%) 86

PIB per capita (PCP US$) 8,195

Uma fonte importante, que não existe para todos os países, é o fato de que o PNUD Brasil calcula o IDH municipal (IDH-M). Estes dados mostram que o menor IDH-M é de 0,467 e o máximo, de 0,919. De todos os municípios, quatro deles têm um IDH-M de 0,473 e dois, de 0,913.

Figura 4. Distribução do IDH Municipal, Brasil, 2000

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano. PNUD Brasil. 2007

Como se pode ver, existem municípios com um IDH-M muito baixo, parecido com o de países como Madagascar ou Nigéria, que estão nos postos 150 e 151 do ranking mundial e são considerados países com desenvolvimento humano baixo. Entanto, outros municípios do Brasil estão semelhantes à Espanha ou à Itália, que estão nos postos 20 e 21, qualificados como países com alto grau de desenvolvimento humano.

O quadro seguinte compara o ranking do Brasil, por componentes do IDH, frente a outros países.

Quadro 9. Resultados do IDH por componentes, países selecionados, 2006

IDH

Ranking – País Expectativa de vida ao nascer (anos) Taxa de alfabetização em adultos (% maiores de 15 anos) Assistência aos níveis de ensino fundamental, médio e superior (%)

PIB per capita (PCP US$)

69. Dominica 83. Vietnam -70,8 61. Malaysia -88,7 39. Suíça – 85,7 63. Romania -8,480 69. Brasil 84. Brasil – 70,8 62. Brasil – 88,6 40. Brasil – 85,7 64. Brasil - 8,195 70. Colômbia 85. Iran – 70,7 63. San Vincent – 88,1 41. Japão – 85,5 65. Tailandia -8,090

Fonte: PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2006.

De acordo com os dados apresentados, a cobertura na educação do Brasil correspondente aos níveis de ensino fundamental, médio e superior é o componente do IDH para o qual se tem melhores resultados, parecidos aos da Suíça e Japão. Contrario é o caso da expectativa ao nascer, onde o ranking coloca ao Brasil no posto 84, junto com Vietnam e Irã, que estão nos postos 109 e 96 no ranking do IDH.

O Índice de Pobreza Humana, também calculado pelo PNUD, se foca na privação de três elementos que segundo o PNUD são essenciais na vida das pessoas: longevidade, conhecimento e qualidade de vida. Segundo este índice, o Brasil se encontra na posição 22 entre 102 países para os quais foi calculado.

Para compreender a situação social do país, vale a pena verificar outros indicadores sociais que ampliem a perspectiva geral. Alguns dos indicadores geralmente empregados são a taxa de fertilidade por mulher e as taxas de mortalidade infantil. O quadro que se segue contém os dados para o Brasil correspondentes ao ano 2004.

Tabela 2. Outros indicadores sociais, Brasil, 2004

Indicador Brasil

Taxa de fertilidade (nascimentos por mulher) 2,31

Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) 31,8

Taxa de mortalidade menores de 5 anos (por 1.000) 34,2

Fonte: Banco Mundial. 2004

Outro indicador importante é o Índice de Gini, que mostra a desigualdade por meio da análise da distribuição da renda total entre os

indivíduos de um país. Assim, geralmente se toma como medida que reflete a

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